20 fevereiro 2010

“M” ?


Como anunciei no final do meu último post, naquela altura fui mesmo fazer a mala para uma visita aos nossos Irmãos vienenses.
Fomos e viemos (o Rui também, mas não só), com boas viagens embora cansativas (mais chatas que cansativas) por não serem voos diretos.
A temperatura máxima de 0 (ZERO, MÁXIMA...) graus que encontramos e o pouco tempo disponível não foram de molde a incentivar grandes devaneios turísticos pelo que nos tivemos de concentrar em meia dúzia de pontos centrais da Viena, e sendo assim uma visita compreensivelmente inevitável seria sempre a casa de Mozart.
Deixarei a história da visita à nossa Loja Irmã Hipokrates para o Rui, se ele entender que deve trazer para aqui detalhes dessa visita.
Eu limitar-me-ei a trazer duas imagens, históricas para a Maçonaria universal (os objetos representados, não as imagens !) que mostram paramentos que pertenceram a Mozart.
Chamou-nos particularmente a atenção o facto de haver um “M” no local onde sempre temos visto um “G”.
Se virem com atenção, no colar da 1ª foto consegue ver-se claramento o "M" no espaço entre o Compasso e o Esquadro e, que saibamos, Geometria não se escreve com "M".
Nem em "vianês"...
A razão, que tentàmos descobrir, acabou não ficando clara deixando a ideia que seria possivelmente uma demonstração de algum narcisismo mozartiano.

Este “M” é tipicamente um caso a tentar perceber a seguir.
Bom, não é um vídeo esta semana, mas são imagens que possivelmente nem todos conhecem e o que me interessa é a divulgação do que é interessante.
Bom fim de semana.
JPSetúbal






17 fevereiro 2010

Ansiedade


Um nosso leitor "brasileiro, nascido no Estado de São Paulo" contactou-me pedindo que escrevesse algo sobre o tema da ansiedade.

Não é propriamente um tema diretamente relacionado com a Maçonaria e só marginalmente poderá ser associado a ela - abaixo procurarei mostrar como.. Mas o pedido foi formulado de forma tão simpática e tão eloquentemente fundamentado, que não posso deixar de a ele corresponder.

Vejamos então o que a um maçom se oferece escrever sobre a ansiedade...

A ansiedade não é um defeito - é um estado de espírito que a todos pode acometer - e seguramente que a todos já acometeu. Em bom rigor, tal como o medo é uma arma que a natureza nos confere em prol da nossa preservação e segurança, a ansiedade é uma munição posta à nossa disposição para aguçar o nosso espírito, prepararmo-nos para o que aguardamos que venha aí. Em si mesma, a ansiedade não é boa, nem má - é um facto da vida.

Porém, a ansiedade excessiva ou injustificada, essa sim, é um problema que devemos aprender a ultrapassar e a dominar.

Muitas vezes confunde-se ansiedade com impaciência. São semelhantes - mas diferentes. A impaciência desespera da espera. A ansiedade não decorre propriamente da espera, mas do desejo - ou temor - do que se aguarda que aí venha. Passa por cima da espera para se fixar diretamente no que se aguarda esteja para além dela.

Salvo quando patológica ou injustificada, a ansiedade é natural e boa: prepara-nos para o que aí vem. Sabendo-se que algo de novo (agradável, desagradável, ou simplesmente desconhecido) vai surgir, a ansiedade ajuda-nos a prepararmo-nos. Antevemos o momento feliz ou temido. Imaginamos e antecipamos como podemos reagir.

Muitas vezes também a ansiedade se enlaça e se confunde com o temor do desconhecido. Não se sabe se o que aí vem é bom ou mau, se nos fará felizes ou infelizes, se melhorará as nossas condições ou nos dificultará a vida. Mas uma e outro, ainda que possam coexistir, são diferentes: a ansiedade prepara-nos, alerta-nos; o temor do desconhecido apenas nos paralisa...

Na vida, temos muitas vezes que fazer opções sem que tenhamos todos os dados disponíveis. Temos que assumir riscos. Que, por muito calculados que sejam, continuam a ser riscos... Ainda que as probabilidades de uma opção ter um resultado favorável sejam de 99 %, isso não é propriamente um grande conforto para aquele que acaba por se deparar com a ocorrência do 1 % restante...

Aquele que experiencia alguma ansiedade pelo resultado da sua opção, se for só isso e se for na medida certa, utiliza esse seu estado para se preparar para aproveitar o que de bom ocorra ou para minimizar o que de indesejado suceda. Aquele que se queda pelo temor, pela indecisão, pela paralisia, enquanto não vê o resultado da sua opção, nada está a influenciar no seu destino: limita-se a suportar o que a sorte ou as circunstâncias lhe vierem a colocar no seu caminho.

Também por vezes erradamente se designa por ansiedade o estado em que a pessoa se encontra quando tem de escolher entre duas opções, dois caminhos, duas ações. Isso não é ansiedade - é indecisão. E a indecisão ultrapassa-se... decidindo! Decidindo o melhor possível, em face dos elementos disponíveis. E, uma vez lançados os dados (alea jacta est, frase célebre atribuída a Júlio César), então, sim, pode-se ficar ansioso e porventura será bom que se fique ansioso: a opção foi feita, cumpre-nos prepararmo-nos o melhor possível para a consequência - boa ou má - que resultar da nossa escolha.

Em Maçonaria, aprendemos a gerir e a não confundir a positiva, desde que equilibrada, ansiedade, com a impaciência nem com a indecisão, nem com o temor do desconhecido. E o maçom aprende a fazê-lo... mesmo antes de o ser: o candidato à iniciação tem de aguardar algum tempo, por vezes bastante, outras vezes muito, algumas outras muitíssimo, até saber a decisão sobre a sua candidatura.

Tomada a decisão de pedir a iniciação, já não é a indecisão que o assalta. Não deve ser a impaciência a aguilhoar o seu espírito: não ganha nada com isso, não depende dele... Também não se justifica qualquer temor, embora desconheça o que aí vem - é-lhe garantido que nada do que aí vier porá em causa a sua segurança ou dignidade ou convicções. No entanto, durante todo o tempo de espera, a ansiedade está lá - e é bom que esteja: alerta-o para melhor viver o que virá a viver, desperta-o para melhor aprender o que virá a aprender, prepara-o para melhor fruir o que virá a fruir.

Na Maçonaria, como na vida, a ansiedade não é para ser evitada, nem lamentada: é para ser dominada e aproveitada!

Rui Bandeira

13 fevereiro 2010

Dançar, dançar, dançar...

A vontade de exercer uma atividade, qualquer que seja, se for realmente forte é meio caminho andado para obtenção de exito no exercício dessa mesma atividade.
Nunca tive a mais ténue habilidade para a dança, arte que considero destinada a raros privilegiados da condição humana, mas não perco a visão de uma boa dança sempre que possível.
Sempre me intrigou a capacidade de, através de movimentos do corpo, se ser capaz de contar uma história, ainda que simples.
E algumas não são simples.
É uma maneira superior de transmitir os sentimentos, só acessível realmente, a eleitos.
Este é um pequeníssimo e modestíssimo introito ao videozinho de hoje.
A força interior, o querer, o gostar muito (mas mesmo muito) são capazes de fazer milagres e aqui vai um belo exemplo disso mesmo.



Pronto, tenho que ir fechar a mala para a visita que faremos este fim de semana prolongado aos nossos Irmãos Vienenses (Respeitável Loja Hipokrates)

Bom fim de semana para todos.

JPSetúbal

10 fevereiro 2010

Blog da ARLS Duque de Caxias IX, n.º 2198

A Augusta e Respeitável Loja Simbólica Duque de Caxias IX, n.º 2198, ao Oriente de Belém do Pará, filiada no Grande Oriente do Estado do Pará, integrado no Grande Oriente do Brasil, e que trabalha o Rito de York, iniciou, em 23 de julho de 2009, o seu blogue.

Proclamava o seu primeiro texto, à guisa de declaração de princípios:

O nosso blog inicia em fase experimental, de aprendizagem total, na qual esperamos contar com a participação e colaboração efetiva dos valorosos Irmãos do quadro de Obreiros da Loja, bem como, de todos os ilustres Irmãos iniciados na Sublime Ordem, através do e-mail: duque2198@gmail.com.
Assumimos a iniciativa e o desafio de criá-lo com o objetivo de disponibilizar um espaço destinado a divulgação das atividades realizadas em nossa Oficina e para proporcionar a socialização de assuntos voltados ao estudo e a pesquisa da infinita Sabedoria Maçônica, por meio da apresentação de postagens, além da discussão fraterna e do bom debate sobre assuntos relevantes da Maçonaria Universal, sempre com o compromisso de fortalecermos as Colunas e lutarmos pelo engrandecimento da Nação Brasileira, respeitando a legislação Maçônica vigente.


Desde então, mais de ano e meio decorrido, podem os Irmãos daquela ARLS estar tranquilos: o seu blogue atinge em pleno os objetivos pretendidos - e com distinção!

Mais de trezentos textos, informativos, divulgadores, de discussão, de análise, de aprofundamento, ilustram o sucesso do projeto.

Particularmente interessante e informativo é o conjunto de sete textos "Perguntas e respostas da Maçonaria. Esclarecedor - para maçons e para profanos!

Mas não só! Se se consultar, nos marcadores, a entrada "Artigos", somos direcionados para - na data em que escrevo - 28 textos muito interessantes e merecedores de reflexão.

Agrupados sob o título de "Minuto Maçônico", encontramos - para já - 67 textos curtos esclarecendo ou definindo vários conceitos ou termos maçónicos. Só para referir os últimos, ali se fica a saber um pouco mais sobre a régua, o compasso, o cinzel, o que é "a coberto" ou "estar a coberto".

No Blog da ARLS Duque de Caxias IX, n.º 2198, parte-se pedra com qualidade e apresenta-se uma bela pedra polida.

Nós, aqui no nosso A Partir Pedra, aprendemos com os nossos Irmãos desta Loja e deste blogue e - procuramos não ser egoístas... - aqui divulgamos, assinalamos e recomendamos mais um blogue maçónico, que merece estar incluído na lista dos favoritos de quem se interessa por esta temática.

Rui Bandeira

06 fevereiro 2010

exemplo (?) EXEMPLO (!!!)

Ora meus queridos Irmãos, Amigos e outros (os outros são poucos) volto à cena depois de umas semanas de retiro trabalhoso, que continua, mas este bocadinho hoje ninguém me tira.

Desde há algum tempo (alguns meses) tenho contactado na minha outra vida, a profana, com um "artista" cá da minha praça, que tem muito o hábito de utilizar a expressão:


- é preciso fazer um desenho ?


Compreende-se que é uma expressão bem desagradável, a entrar no grosseiro com a força toda e representando uma arrogância que não se atura.

Vem esta conversa a propósito de alguns dos escritos que por aqui vão aparecendo de quando em vez, que me parece que nem com desenho lá chegam.

Dei com um "desenho" que vos passo, e se por esta via ajudar os que não entendem de outra forma, fico contente.

A minha opinião é a de que, muitas vezes, um exemplo prático pode substituir uma biblioteca inteira de ciência teórica.


Ágape... não ? Bom, t'á certo.
Ritual... não ? Ok, fora.
Escola... também não ? Pronto, não há azar.


Como sabem fiz há poucos meses 69 anos (o Rui é muito seletivo nos seus segredos...).

Não é mau !
Mas... mas já o meu avô dizia que "a tropa é qu'induca e a bola é qu'instrói..."


Deixemos a tropa sossegada, mas vejamos a bola.
Façamos então esta tentativa.




Meus Amigões, uma abração a todos. Bom fim de semana.

JPSetúbal

03 fevereiro 2010

A escola


Uma Loja maçónica deve ser também uma escola. Uma escola diferente. Não propriamente um local onde se ensina matéria única para alunos múltiplos. Antes um meio de proporcionar a cada elemento, que é ÚNICO, porque diferente de todos os outros, os meios, o ambiente, a vontade, a orientação, para que ele apreenda (mais do que simplesmente aprenda...) os múltiplos ensinamentos éticos e morais que a vida nos ilustra e exige que um homem verdadeiramente de bem pratique.

A Loja maçónica é uma escola que não ensina. Pelo menos, nada ensina de novo. Ou nada que não possa ser aprendido noutros locais, noutras escolas, em livros, publicações, etc.. No entanto, é um lugar onde se aprende.

Aprende-se porque não se limita a ouvir uma palestra ou lição. Aprende-se porque se vivem as situações que demonstram ou sugerem os princípios ou ensinamentos éticos ou morais que se tornam patentes até perante os olhos mais distraídos.

Aprende-se porque não é exibido ou induzido um pensamento único, uma formatação, antes se facultam painéis de onde cada um retira elementos para que seja a sua própria inteligência, a sua própria vivência, a sua própria personalidade a formular o conceito, a integrar o pensamento.

Aprende-se - sempre! Mesmo quando se "ensina". Sobretudo então. Porque, ao apontar ao Aprendiz um símbolo, ao fornecer-lhe pistas para que ele o interprete, ao executar o ritual para evidenciar um dado ensinamento ético ou moral, o Mestre está, por sua vez, ele próprio a aprender.

Aprende-se com o auxílio dos Mestres. Mas estes também aprendem com o auxílio dos Aprendizes e Companheiros. Não há alunos e professores. Há iguais descobrindo em conjunto como cada um pode ser melhor.

Aprende-se, aprende-se mesmo, coisas novas, porque a maçonaria procura pôr em prática o ideal iluminista em relação ao conhecimento. E, portanto, todos sabem que, por muito que saibam, muito mais desconhecem e podem aprender. Cada um contribui com a sua área de conhecimento para ilustração dos demais. E assim todos podem aprender um pouco de (quase) tudo. E quanto mais diversificada for a Loja, mais se pode aprender.

Por isso, em Loja tanto valor tem o Professor Doutor como o operário ou o indiferenciado. Aquele proporciona ensinamentos a estes - mas também destes recolhe ensinamentos, que complementam a sua profunda formação.

Em Loja, cada um põe em comum o que sabe e retira do bolo comum o que precisa de saber, da forma como lhe dá jeito retirar, ao ritmo a que lhe é possível retirar. Por isso em Loja não há ideologias incensadas ou proscritas ou recomendadas, não há conceitos únicos ou favorecidos ou aconselhados. Há um meio, um espaço e um tempo para cada um se melhorar a si próprio, aprendendo com os demais o que tiver de aprender, seguindo os exemplos que entender dever seguir.

Em Loja, homens livres e de bons costumes cultivam a Liberdade e, em espírito de Igualdade, Fraternalmente cooperam, no sentido de todos e cada um, permanecerem livres, em si mesmos e de preconceitos e de vícios, e sejam cada vez de melhores costumes.

Na escola que é a Loja maçónica, aprende-se e ajuda-se os outros a aprender. Mas - sobretudo! - vive-se!

Rui Bandeira

27 janeiro 2010

O ágape


Este tema já foi objeto de um texto aqui no blogue, nos idos de setembro de 2006. A estrutura de um blogue tem a desvantagem de sepultar nas profundezas dos índices os textos que vão ficando antigos - e, na voracidade do tempo que é apanágio da Sociedade de Informação, o mês passado já é tempo antigo, o ano transato já cheira a antiguidade remota... Pouco terei a acrescentar ao texto atrás referido, mas parece-me valer a pena retomar o tema e relembrar para que serve e o que significa, para os maçons, o ágape.

O ágape é a refeição que os maçons partilham logo após (de preferência) ou imediatamente antes (se assim tiver de ser) de uma reunião de Loja. É considerado a extensão dos trabalhos da Loja. Destina-se a aprofundar os laços de amizade e fraternidade entre os elementos que compõem a Loja e a debater assuntos de interesse comum, num ambiente mais descontraído e informal do que os trabalhos rituais.

Em termos de formalismo, o ágape pode ser ritual, formal com libações ou informal.

O ágape ritual processa-se com a execução de um ritual próprio, similar ao ritual dos trabalhos em Loja, com abertura, encerramento e outros momentos próprios do trabalho em Loja.

Este tipo de ágape só ocasionalmente ocorre. As condições logísticas, temporais e anímicas necessárias para um ágape deste tipo são estritas e de difícil verificação. Para garantir a sua simultânea existência, é necessário que a Loja antecipadamente deseje, programe e organize um ágape desse género. É necessário garantir um espaço adequado, exclusivamente destinado aos intervenientes no ágape. Estes terão, obrigatoriamente, de ser maçons, não sendo admitida a presença, ainda que ocasional ou por curto período, de profanos. Isto implica que o ágape decorra, ou nas instalações da Loja, ou em local cedido para acesso reservado exclusivamente para os maçons participantes. Implica também que os mantimentos a consumir sejam preparados pelos próprios maçons, na hora ou pouco antes, ou que sejam encomendados e recebidos já preparados antes de se iniciar o ágape. Implica a disponibilidade de todo o equipamento necessário para uma refeição de um considerável número de comensais: mesa de tamanho adequado, cadeiras, toalhas, pratos, copos, talheres, guardanapos, etc.. Implica prévia organização de como decorre o repasto: quem faz o quê, quando e como. Enfim, é um tipo de ágape que não é prático nem fácil organizar rotineiramente - e que, portanto, só ocorre extraordinariamente, seja para celebrar algo, seja para permitir aos seus participantes a experiência de um ágape inteiramente ritual.

Acresce ainda que, saídos de uma reunião com ritual, não apetece propriamente passar a uma refeição... igualmente ritual, com óbvia proscrição da informalidade e diminuição da descontração...

O Antigo Grão-Mestre e Grão-Mestre ad vitam da G.·. L.·. L.·. P.·./G.·. L.·. R.·. P.·. Luís Nandin de Carvalho elaborou, em 2002, adaptado de vários rituais de tradição oral, portugueses e franceses, um ritual de ágape que, segundo creio, nunca chegou a ser formalmente adotado pela Obediência, mas que é detido por várias Lojas, que o poderão, quando desejarem, executar.

O ágape formal com libações não é ritualizado, exceto quanto a estas, mas seguem-se tradicionalmente algumas regras, designadamente quanto à posição na mesa do Venerável Mestre (e, quando possível, também dos Vigilantes), quanto à invocação inicial e mais um ou outro aspeto, variável de Loja para Loja. As libações, isto é, os brindes, são obrigatoriamente no mínimo de sete e ocorrem segundo uma ordem determinada. Este tipo de ágape pode ocorrer apenas com a presença de maçons ou também como ágape branco, isto é, com a presença de profanos.

Finalmente, o ágape absolutamente informal destina-se essencialmente ao convívio. Não ocorrem libações. É o ágape possível quando apenas se tem disponível um local público, não exclusivamente utilizado pelos maçons presentes.

Havendo condições para tal (local e tempo), pode e deve providenciar-se para que, integrado no ágape, ocorra um debate sobre qualquer tema, maçónico ou profano, ou a apresentação de uma prancha, igualmente de cariz maçónico ou profano. Obviamente que o debate ou apresentação de tema de cariz maçónico só ocorre em ágapes em que estão exclusivamente presentes maçons. Já os debates ou apresentações de temas profanos podem ocorrer em ágapes de maçons ou ágapes brancos.

Podem ser convidados profanos a proferir uma comunicação ou a intervir num debate, em ágape branco, em regra sobre temas profanos da especialidade do convidado. Pode também ocorrer que esse convidado, profano, conferencie sobre um tema de interesse maçónico - do ponto de vista do profano.

As intervenções nos ágapes são abertas a todos - isto é, não vigora no ágape a regra do silêncio de Aprendizes e Companheiros. O ágape funciona, assim, como meio importante da integração dos Aprendizes na Loja e reforço dessa integração, quanto aos Companheiros.

Rui Bandeira