09 maio 2016
02 maio 2016
Esquadro e compasso (republicação)
Hoje faço a republicação de uma reflexão singela que o Rui Bandeira efetuou em Dezembro de 2013 e que pode ser consultado no seu original aqui.
É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral. Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento. Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.
Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.
Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).
E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!
O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.
Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns. Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles. Todos os significados simbólicos são bem-vindos! Cada um é também livre de, se quiser, nada partilhar, guardando para si as conclusões que nesse momento tire. Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um!
Rui Bandeira"
Publicado por Nuno Raimundo às 12:00 0 comments
Marcadores: Simbolismo
25 abril 2016
Desde há 42 anos - para sempre!
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
Marcadores: 25 de Abril
18 abril 2016
Sobre o Método Maçónico (III)...
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 0 comments
Marcadores: Maçonaria explicada, método maçónico, Pensamento
11 abril 2016
Afinal é só isto ?
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 6 comments
Marcadores: maçonaria
06 abril 2016
Caminhos ...
Os passos são dados em silêncio, sem alarmismos, sem falsos
moralismos e sempre sem afrontamentos.
Publicado por Daniel Martins às 10:00 0 comments
28 março 2016
Luís Manuel Douwens Prats, maçom esotérico
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 1 comments
Marcadores: In memoriam
21 março 2016
"Qualidades maçónicas"
Sempre que em maçonês se fala em "qualidades maçónicas", não se está a abordar nenhum adjetivo em concreto mas antes funções e cargos ocupados por membros dos quadros de obreiros das lojas maçónicas.
- Venerável Mestre: o Mestre que dirige a Loja.
- 1ºVigilante: Auxilia na direção da Loja e é responsável
pela formação de Companheiros e "Coluna do Sul".
- 2ªVigilante: Auxilia na direção da Loja e é responsável
pela formação dos Aprendizes e "Coluna do Norte".
- Secretário: Ocupa-se dos habituais "trabalhos de
secretaria" (correspondência, registo de presenças, elaboração de
Atas...)
- Orador: Certifica-se que os trabalhos de Loja decorrem
de forma correta e regulamentar.
- Tesoureiro: Gere as "economias &
finanças" da Loja.
- Mestre de Cerimónias: Cargo Ritual.
- Experto: Cargo Ritual.
- Hospitaleiro: Cargo Ritual e responsável pela gestão do
Tronco da Viúva".
- Organista: Responsável pelas sonoridades ambientes e
rituais da Loja. É o chamado "DJ de serviço".
- Guarda Interno: Certifica-se da cobertura
da Loja; isto é, pela sua "segurança".
- Arquivista: Responsável pela gestão do Arquivo da Loja.
- Mestre Instalado: Mestres que ocuparam a direção de Loja no passado. Pode-se considerar que são "conselheiros" do Venerável Mestre, por assim dizer.
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 8 comments
Marcadores: Maçonaria explicada, Ofícios da Loja
14 março 2016
Um auspicioso começo
No primeiro parágrafo, está o atalho para o texto original, em italiano. Pode também ler-se o referido texto numa tradução para castelhano, efetuada por um elemento da Loja espanhola Manuel Iradier, da cidade de Vitoria - Gasteiz, que aqui fica disponível através do atalho https://logiamanueliradier.wordpress.com/2016/02/24/queridos-hermanos-masones/
Designadamente, refere o Grão-Mestre do Grande Oriente de Itália que ficou "satisfeito ao saber que, sem preconceito e com a ampla visão cultural que o distingue, (o Cardeal Ravasi) falou sem ideias preconcebidas da Maçonaria indo para além dos esclarecimentos e posições oficiais e escritos da Igreja, amplamente conhecidos, e reconhecido que entre as duas instituições existem também valores comuns que as unem, sem que isso anule as visões diversas e a demarcação das claras diferenças" (tradução minha).
A terminar, frisou que "a Maçonaria não é inimiga da Igreja, de nenhuma igreja, e tem sido sempre a casa do diálogo e da tolerância. Não se opõe a qualquer religião e deixa os irmãos livres de seguir a sua fé. Mas os tempos mudam e a Humanidade está ameaçada por grandes perigos, como o terrorismo fundamentalista, a decadência de valores, a globalização desenfreada. A grandeza das instituições seculares, espirituais e religiosas a que o homem adere, procurando vias pessoais de melhoria e elevação, está em saber lidar com estes desafios delicados, participando na e partilhando a resolução das necessidades e dos problemas que surgem. E igualmente em ter a coragem de ir além de "hostilidade, insultos, preconceitos recíprocos", como no caso da Igreja e Maçonaria" (tradução minha).
Pode ler-se o texto original da resposta em http://www.grandeoriente.it/wp-content/uploads/2016/02/Agenparl-22.06.2016.pdf .
Toda a longa viagem começa com um primeiro e, por vezes pequeno, passo. Espero que o passo dado pelo Cardeal Ravasi, e logo acompanhado pelo Grão-Mestre do Grande Oriente de Itália seja efetivamente o início da longa viagem que ponha termo às mencionadas "hostilidade, insultos, preconceitos recíprocos" e permita inaugurar uma era de cooperação entre as duas instituições, não especialmente em benefício de nenhuma delas, mas a bem da Humanidade.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 3 comments
Marcadores: Igreja Católica, maçonaria, Maçonaria Regular
07 março 2016
"Assombrações maçónicas…"
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 0 comments
Marcadores: Ética, maçonaria, maçonaria e poder, reflexão
29 fevereiro 2016
"Será a Maçonaria para ricos?!"
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 0 comments
Marcadores: Maçonaria explicada, metais
22 fevereiro 2016
O trabalho fora de Loja
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
Marcadores: Loja, Ofícios da Loja
15 fevereiro 2016
"Dilemas...maçónicos"
Isto é deveras importante, pois é normal sempre surgirem opiniões adversas que colidam com o interesse de quem tem de decidir o que fazer e/ou o caminho a tomar. Pois a vida é feita de ações/atitudes, tanto que as palavras são usualmente levadas pelo vento.
Mais que tudo, o importante é se estar confortável (como já afirmei) com a decisão e que nos sintamos bem no local onde estivermos ou no sítio onde viermos a estar a pertencer. Nada será mais relevante que isso.
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 2 comments
Marcadores: livre arbítrio, reflexão