Caminhos ...
Os passos são dados em silêncio, sem alarmismos, sem falsos
moralismos e sempre sem afrontamentos.
A solidão impera entre 4 paredes, ou porque não dizer, entre
o sul e o norte, entre o oriente e o ocidente.
Os caminhos, individuais, são graduados por desvios, curva e
contra curva, retas, curva em cotovelo, cruzamentos e entroncamentos e, sempre
assim é, e sempre assim será, cada um faz o seu caminho, percorre a distância
que lhe apraz percorrer, trilha os lugares por onde passa e, sobretudo, os
lugares por onde quer passar e marcar presença. Seja ela de que índole for, ou
seja, para ser conciso, seja ela propositada ou não.
As leis existem…sim, as leis, porque no fundo são leis, os
regulamentos, as provas, as provações, as provocações, as ilusões, e muitas
outras coisas acabadas em “ões” …
Consequentemente, tudo isto seria fácil de explicar à luz de
uma dinâmica de grupo, em que a ação gera reação e por fim, em ambos os
sentidos, reflexão. Que é como quem diz, “amor com amor se paga”, ou até mesmo
numa entoação mais popularucha, “cá se fazem, cá se pagam” …
E a Maçonaria? Que tem a Maçonaria a ver com tudo isto?
Nada.
Tudo.
Aqui não há falsos moralismos, aqui não há falsas promessas,
caminhos inversos e passos dados sem concretizações imaginárias. Uma atitude
tomada em certa direção é sempre uma atitude tomada nessa direção, e essa
atitude fica escrita, fica gravada na pedra de cada um de nós.
O que hoje é
verdade, em Maçonaria, daqui a muitos anos também o será, há sempre alguém que
ouviu, que viu, que registou, que sentiu. Sempre.
O humilde silêncio inicial prepara e apruma essas
capacidades, que outrora esquecidas, sempre que necessárias, são postas ao
serviço da nossa ordem e, meu irmão, um de nós irá sempre recordar-te delas,
bem como dos teus juramentos e de muitas outras coisas mais se necessário for.
Cada um faz o seu caminho, desbasta a sua pedra bruta, vira
na direção que pretende, segue o grupo, ou caminha sozinho, mas a todos essa
decisão diz respeito. Até porque um caminho individual leva ao engrandecimento
do caminho de todos os meus irmãos.
E um templo individual não é mais do que
uma pequena partícula do grande templo coletivo que é a Maçonaria Regular em
Portugal.
“Daniel Martins”
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