Relacionamento “inter-frates”
O
texto que hoje publico é motivado por um agradável convívio entre pessoas que
observam os mesmos princípios e costumes de vida em que tive o prazer de
participar e para o qual fui amavelmente convidado. Aliás, pelas presenças neste encontro quase que me apraz dizer que se tratou de um “almoço de família”…
Fica
assim desta forma aqui explicitado publicamente o meu agradecimento a quem
organizou tal refeição.
Posto
isto, vou "aflorar" um pouco acerca do relacionamento maçónico entre irmãos.
Noutra
ocasião – noutro texto – já tive a
oportunidade de abordar o relacionamento entre maçons e suas famílias particulares, por isso venho agora focar-me noutro ponto deste mesmo tipo de
relacionamento.
Os
maçons consideram-se irmãos entre si, logo dessa forma, como partes integrantes
de uma “grande família”, que também é assumidamente universal.
É
habitual após a realização das reuniões/sessões maçónicas existir uma refeição
– ágape – entre quem esteve presente durante a realização dessas
reuniões/sessões onde habitualmente se convive e se tratam assuntos que nada
(em geral) tenham a haver com os assuntos tratados em maçonaria. Os irmãos
conversam, debatem, abordam temas variados sem ter a preocupação ou a obrigação
de cumprir com os preceitos que são obrigados a respeitar no interior da sua
Respeitável Loja.
Também
é habitual que membros de uma mesma Obediência visitem outras Respeitáveis
Lojas filiadas nessa mesma Obediência e assim conhecerem outros irmãos e
poderem conviver com eles, mas principalmente também conhecer os trabalhos
realizados por essas Respeitáveis Lojas, algo que é fulcral para a aprendizagem
e caminhada maçónica que o maçom se propõe a fazer.
Quanto
a visitas a outras Obediências, o mesmo já dependerá do reconhecimento que
exista entre elas. Estando vetada a visita de membros de Respeitáveis Lojas que
não sejam reconhecidas pela sua Obediência de origem, e o mesmo reciprocamente. Sendo que se tal
proibição não for observada, esse comportamento poderá ser passível
disciplinarmente mediante o regulamento que exista em vigor na Obediência em
questão.
Mas
apesar do que afirmei nos dois parágrafos anteriores, isso somente se aplica de
forma ritualista. Uma vez que nada proíbe ou impede o convívio entre pessoas
fora do “mundo da Maçonaria”. Fora das Respeitáveis Lojas é habitual irmãos da
mesma Obediência ou de Obediências “diferentes” se cruzarem e manterem relações
de amizade ou cordiais entre si.
Algo que eu considero que seja até
“saudável” que aconteça, porque muitos até são colegas académicos ou de trabalho, vizinhos e/ou até mesmo familiares na sua vida profana, e como tal não haveria outra forma de ser. Teriam sempre de se relacionar entre si. - Não há volta a dar -.
Assim e como o Homem é um “animal social” logo faria todo o
sentido que pessoas que vivem mediante determinados princípios se relacionassem entre si no
“mundo profano”.
Não será nada de estranho nem é algo que possa ser considerado
como anormal ou bizarro sequer!
Aliás
é mesmo habitual serem organizados “eventos brancos” – eventos abertos a
profanos – onde os intervenientes são membros das mais variadas organizações
maçónicas que existem bem como outras pessoas que nada têm a haver com a
Maçonaria na sua generalidade e que se calhar também nunca terão alguma ligação a ela.
Numa larga maioria das vezes, quem frequenta este tipo de eventos é gente que apenas gosta do tema "Maçonaria" e que o estuda, investiga, mas que depois não se interessa por dar o respetivo "passo".
Numa larga maioria das vezes, quem frequenta este tipo de eventos é gente que apenas gosta do tema "Maçonaria" e que o estuda, investiga, mas que depois não se interessa por dar o respetivo "passo".
Normalmente
este tipo de eventos são debates, tertúlias ou simpósios onde habitualmente a
Maçonaria é o tema principal, mas onde pode qualquer outro tema ser abordado ou
designado como foco ou temática a ser abordada.
Na prática o que é de interesse
é o salutar debate e trocas de ideias pelas partes presentes nesses encontros,
para além do convívio e o relacionamento fraternal que possa decorrer entre
maçons, demonstrando dessa maneira que na realidade “existe algo mais que nos
aproxima do que aquilo que nos separa ”.
Estes
convívios que por vezes ocorrem, permitem também a existência de um diálogo
aberto e franco sem quaisquer preconceitos que possam existir entre pessoas com
origens diferentes.
-
É através do debate de diferentes pontos de vista e de determinados conceitos que possam ser divergentes, que a
evolução na e da Maçonaria pode ser concretizada bem como o progresso da
sociedade em geral -.
No
entanto, não é obrigatório que tal aconteça a curto trecho nem a médio prazo sequer,
ou se alguma vez tal sucederá.
O
que importa reter é que os princípios que todos dizem subscrever se tornem os
pontos fulcrais da forma de viver de cada um, seja na sua vida profana, seja na
sua vida maçónica.
E se caminharem todos
lado a lado, tanto melhor… a Sociedade só terá a ganhar.
2 comentários:
grato por esta Prancha. Foi um prazer conhecer-te e a cunhada.
O prazer foi recíproco.
Grande Abraço
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