Regras Gerais dos Maçons de 1723 - XXX
Após esta conversa, os Mestres, Vigilantes e todos os Irmãos podem conversar livremente, ou entreterem-se juntos, até que o jantar seja servido, devendo cada Irmão tomar o seu lugar à mesa.
Esta singela Regra aparenta ser desnecessária, ou mesmo sem dignidade suficiente para ser incluída no conjunto das Regras Gerais da Fraternidade. Com efeito, nada de especial, aparentemente, consigna.
Mas se a considerarmos com um pouco mais de atenção, não é tão inútil ou fútil como aparenta, porquanto, ao inocentemente referir que, entre a reunião preparatória da Assembleia anual e a deliberação sobre a continuidade, ou não, do Grão-Mestre em funções e o Jantar Festivo, a que se seguirá a reunião pública da Grande Loja, haverá um período de descontração, de convívio livre entre Irmãos, está também a referir o que não se pode fazer! E o que não se pode fazer é prosseguir na discussão ou comentário dos assuntos tratados na reunião preparatória ou relativos à deliberação de recondução, ou não, do Grão-Mestre em exercício.
A Maçonaria, desde a sua transformação na atual vertente especulativa que se assume como um espaço e método de aperfeiçoamento pessoal dos seus membros, incluindo-se neste conceito também a noção de escola e prática de Valores morais e correspondentes e adequados comportamentos sociais.
No seu processo de autoaperfeiçoamento, o maçom necessariamente que tem de olhar para o interior de si mesmo, de se conhecer a si próprio, mas, em simultâneo deve manter presente que o Homem é um animal social, que cada um verdadeiramente é o que é, não apenas em si e por si, mas também enquanto elemento enquadrado socialmente e socialmente interagindo. Por isso o maçom, em bom rigor, não declara ser maçom, afirma que os seus Irmãos como tal o reconhecem. O Homem não é uma ilha, não basta Ser perante si próprio apenas; o seu Ser só adquire pleno significado enquanto ator social.
Esta noção implica que o maçom permanentemente deve agir sobre si perante si, mas também perante todos aqueles com quem se relaciona. Pouco importará se alguém cultiva um coração de ouro, uma exemplar tolerância, se, por outro lado, permanece um intratável bicho-do-mato, incapaz de agir de forma a que os demais possam entrever o seu dourado coração e beneficiar da sua estimável tolerância...
A aquisição destes conceitos e, sobretudo, o adequado trabalho, em equilíbrio, nestas duas vertentes diversas, o Eu perante mim e o Eu perante os outros, não é fácil, não é algo intuitivo, inevitavelmente gera erros, recuos, hesitações, sobretudo na fase inicial de aprendizagem desse trabalho que perpetuamente se deve efetuar. Daí a absoluta necessidade do período de silêncio a que os Aprendizes e Companheiros são sujeitos - e cuja utilidade, por vezes, demora a ser entendida...
Esta singela e aparentemente inútil Regra é um afloramento de princípios de conduta social que são de evidente utilidade, não só para os maçons, como para todos os que se inserem civilizadamente na sociedade: há tempo e lugar adequados para tudo; não se deve misturar o que não deve ser misturado; os assuntos tratam-se nos lugares e momentos próprios para serem tratados.
A preparação das deliberações a assumir na Assembleia Anual tem lugar na reunião prévia. É aí que se tem de discutir o que se tiver de discutir, esclarecer o que houver para esclarecer, opinar o que cada um entenda por bem opinar. Uma vez saídos dessa reunião, não é útil, não é produtivo, não é acertado, não é socialmente adequado, continuar a discutir ou comentar, fora de local, fora de tempo, porventura na presença de quem não teve assento na reunião, os assuntos que a esta dizem respeito.
Esta atenção que os maçons cultivam, no sentido de não tratar os seus assuntos fora do local onde devem ser tratados, do tempo adequado para o fazer e apenas com a presença dos que os devem tratar, é, pelos detratores da Maçonaria, considerada como ultrajante e perigoso sigilo conspirativo. Coitados! Perdoai-lhes, senhores leitores, pois não sabem do que falam, nem sequer se apercebem de que se trata de um puro princípio de boa educação e de prática de conduta social que todos deveriam aprender e praticar desde criancinhas: que há tempos e locais próprios e adequados para tratar de tudo e que falar fora de tempo e do lugar adequado e perante quem não tem nada que ver com o assunto é, além do mais, demonstrativo de falta de educação e de desconhecimento de como as pessoas se devem comportar em Sociedade! Nem sequer se trata de sigilo versus coscuvilhice: é simplesmente boa-educação versus rudeza...
Ora vejam lá onde nos levou uma mais atenta reflexão sobre uma aparentemente insignificante Regra...
No seu processo de autoaperfeiçoamento, o maçom necessariamente que tem de olhar para o interior de si mesmo, de se conhecer a si próprio, mas, em simultâneo deve manter presente que o Homem é um animal social, que cada um verdadeiramente é o que é, não apenas em si e por si, mas também enquanto elemento enquadrado socialmente e socialmente interagindo. Por isso o maçom, em bom rigor, não declara ser maçom, afirma que os seus Irmãos como tal o reconhecem. O Homem não é uma ilha, não basta Ser perante si próprio apenas; o seu Ser só adquire pleno significado enquanto ator social.
Esta noção implica que o maçom permanentemente deve agir sobre si perante si, mas também perante todos aqueles com quem se relaciona. Pouco importará se alguém cultiva um coração de ouro, uma exemplar tolerância, se, por outro lado, permanece um intratável bicho-do-mato, incapaz de agir de forma a que os demais possam entrever o seu dourado coração e beneficiar da sua estimável tolerância...
A aquisição destes conceitos e, sobretudo, o adequado trabalho, em equilíbrio, nestas duas vertentes diversas, o Eu perante mim e o Eu perante os outros, não é fácil, não é algo intuitivo, inevitavelmente gera erros, recuos, hesitações, sobretudo na fase inicial de aprendizagem desse trabalho que perpetuamente se deve efetuar. Daí a absoluta necessidade do período de silêncio a que os Aprendizes e Companheiros são sujeitos - e cuja utilidade, por vezes, demora a ser entendida...
Esta singela e aparentemente inútil Regra é um afloramento de princípios de conduta social que são de evidente utilidade, não só para os maçons, como para todos os que se inserem civilizadamente na sociedade: há tempo e lugar adequados para tudo; não se deve misturar o que não deve ser misturado; os assuntos tratam-se nos lugares e momentos próprios para serem tratados.
A preparação das deliberações a assumir na Assembleia Anual tem lugar na reunião prévia. É aí que se tem de discutir o que se tiver de discutir, esclarecer o que houver para esclarecer, opinar o que cada um entenda por bem opinar. Uma vez saídos dessa reunião, não é útil, não é produtivo, não é acertado, não é socialmente adequado, continuar a discutir ou comentar, fora de local, fora de tempo, porventura na presença de quem não teve assento na reunião, os assuntos que a esta dizem respeito.
Esta atenção que os maçons cultivam, no sentido de não tratar os seus assuntos fora do local onde devem ser tratados, do tempo adequado para o fazer e apenas com a presença dos que os devem tratar, é, pelos detratores da Maçonaria, considerada como ultrajante e perigoso sigilo conspirativo. Coitados! Perdoai-lhes, senhores leitores, pois não sabem do que falam, nem sequer se apercebem de que se trata de um puro princípio de boa educação e de prática de conduta social que todos deveriam aprender e praticar desde criancinhas: que há tempos e locais próprios e adequados para tratar de tudo e que falar fora de tempo e do lugar adequado e perante quem não tem nada que ver com o assunto é, além do mais, demonstrativo de falta de educação e de desconhecimento de como as pessoas se devem comportar em Sociedade! Nem sequer se trata de sigilo versus coscuvilhice: é simplesmente boa-educação versus rudeza...
Ora vejam lá onde nos levou uma mais atenta reflexão sobre uma aparentemente insignificante Regra...
Fonte:
Constituição de Anderson, 1723, Introdução, Comentário e Notas de Cipriano de Oliveira, Edições Cosmos, 2011, página 143.
Rui Bandeira
11 comentários:
Caro bandeira,
Ao ler este tipo de artigos, tenho dificuldade em distingui-los das Lição de Boas Maneiras da Paula Bobone (sem qualquer menosprezo).
Quero eu dizer que, com o país em polvorosa, um blogue maçon tem a obrigação de, pelo menos, se pronunciar sobre a crise que assola o país.
Abraço
@ Diogo:
Meu caro, este seu comentário mostra-me que, tendo o Diogo, desde que começou a frequentar este espaço, percorrido já um longo caminho na compreensão do que é a maçonaria e são os maçons, ainda tem muito caminho ainda por percorrer até verdadeiramente nos entender!
Meu caro Diogo, para quem verdadeiramente souber ler este blogue desde o seu início que nele se escreve como superar a Crise e se apontam as suas profundas causas... Não é por não se escrever expressamente a palavra "crise" que as ferramentas e noções aqui expressas não são aplicáveis à presente situação em Portugal e, de forma geral, na Europa.
Esclarecendo: quanto à forma de viver e superar a Crise, neste blogue está expressa a Ética dos maçons - que é a melhor forma de de viver, em abundância ou em crise: Trabalho, Melhoria Pessoal, Solidariedade, Adaptação de comportamentos às circunstâncias,privilegiar o Ser sobre o Ter e destinar o que se Tem em primeiro lugar à satisfação das necessidades daqueles por quem somos responsáveis, etc..
Neste blogue escreve-se sobre Valores. Valores que antecedem todas as Crises, estão acima de todas as Crises, ajudam a superar todas as Crises, permanecem depois de todas as Crises.
Para apreciar comentários diários - e normalmente paroquiais - sobre a nossa crise doméstica, as manifestações, os bancos, o Euro, a UE, a senhora Merkel a forma como o Ministro das Finanças gere a escassez nacional daquilo com que se compram os melões (em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, diz o Povo), o Diogo tem as televisões eos seus comentadores do costume.
Aqui procura-se voar mais alto, ver mais longe, ir mais fundo. Aqui tem-se a noção de que o maior Universo é o interior de cada um de nós, a maior riqueza é que retiramos de nós, e só de nós, que as Crises vêm de fora e se superam com as nossas forças e esforços. Clamar contra a Crise, atirar culpas sobre as "causas da Crise", apontar quem deve pagar a Crise, pode ser muito catárquico, mas não contribui em nada para ultrapassar a Crise. O nosso esforço, o nosso trabalho, a nossa adaptação às realidades, a em suma, a nossa permanente capacidade de nos superarmossempre um pouco mais, isso sim, permitir-nos-á atravessar a Crise sem perder a Esperança e vir a alcançar a retemperadora Bonança depois da Tempestade - só que mais fortes e mais capazes!
Esta é a mensagem deste blogue desde 2006! Esta é a forma como os maçons vivem e suportam e caminham, passo a passo, caindo mas voltando a levantar-se, ajudando o próximo com um sorriso e recebendo a ajuda de que precisamos com gratidão, a Crise até a ultrapassarem.
Diogo, chorar, lamentar, acusar, culpar, não é o nosso estilo nem o nosso modo de viver. Preferimos enfrentar as realidades com os nossos Princípios e assim resolver os problemas e seguir em frente...
(continua)
Caro Bandeira,
Existe uma realidade pessoal e uma realidade exterior a nós. Por muito virtuoso, por muito adaptável e por muita força espiritual que eu possa ter, não posso fazer frente a um cataclismo apenas por uma sublimação do eu. Há fenómenos externos que implicam uma acção (violenta, se necessário) sobre pessoas ou situações.
Abraço
Quer o Diogo saber o que penso sobre as causas da Crise? Não tenho problema algum em lhe dar a minha opinião - ela não será é, porventura, a que esperaria oulhe agradaria (mas isso são outros quinhentos).
Na minha opinião, esta Crise era expectável e inevitável. Para além das razões "próximas" tão badaladas, para entreter o vulgo (o Euro, os malandros dos banqueiros, as dívidas soberanas, a especulação, a governança ou desgovernança, conforme os pontos de vista, e por aí fora...), em termos simples identifico três causas profundas para o atual estado de coisas na Europa (e os EUA não hão de estar muito longe de uma depressão também...):
1) Em termos de teoria económica era expectável. Já ouviu falar dos ciclos de Kondratiev (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_econ%C3%B4mico)? Faça então as contas: 1929, Grande depressão - anos setenta, crise do petróleo - entre 2010 e 2010, aí está primeira crise do século XXI...
2) A liberalização do comércio mundial. A parte "desenvolvida" da Humanidade (Europa, EUA e pouco mais) devia parte da sua prosperidade económica á injusta repartição da riqueza produzida em todo o Mundo. Em linguagem marxista, os "desenvolvidos" eram (são, ainda) os explorados e os sub-desenvolvidos (África, América latina, Ásia, incluindo China e India) os explorados. Com a liberalização do comércio mundial, os pratos da balança ficaram um pouco mais equilibrados e, como o "bolo"é o mesmo, para que os que tinham só migalhas dele passaraem a comer umas fatias, os que antes se alambazavam têm de modrar o seu apetite. Mas lá que custa, custa...
3) A Humanidade consome duas vezes e meia, parece, o que o planeta gera. Esta é uma situação claramente insustentável. E muito mais insustentável quando consideramos que mais de metade da Humanidade consome menos do que a sua parte do que o planeta gera e a outra menos de metade consome bem mais do que as já insustentáveis 2,5 vezes...A adaptação a esta realidade é inevitável. O consumismo em que nos deixámos cair (apesar de tudo e da Crise, os pobres europeus do século XXi têm um incrível nível de vida e um inimaginável conforto em relação aos de que dispunha a classe média no século XVIII...) é insustentável. Quer gostemos, quer não, o futuro passa por ter e gastar menos e por ser e fazer mais mais. Mas lá que a transição custa, isso custa...
O que é que a Maçonaria e o blogue A Partir Pedra têm a ver com isto?
Meu caro Diogo, faça o favor de ler os seguintes textos publicados no APartir pedra, nas seguintes datas:
29/10/2007 - Maçonaria e Ambiente - Intróito: desculpem lá, mas... (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2007/10/maonaria-e-ambiente-intrito-desculpem-l.html)
7/11/2007 - Maçonaria e Ambiente - Demografia: Infeção ou nem por isso? (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2007/11/maonaria-e-ambiente-demografia-infeco.html)
3/1/2008 - Maçonaria e Ambiente: e=mc2 (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2008/01/maonaria-e-ambiente-emc2.html)
7/1/2008 - Variações sobre e=mc2 (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2008/01/variaes-sobre-emc2.html)
14/1/2008 - Maçonaria e Ambiente: O paradigma do Valor (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2008/01/maonaria-e-ambiente-o-paradigma-do.html)
21/1/2008 - Maçonaria e Ambiente - Conclusão: Fazer diferença (http://a-partir-pedra.blogspot.pt/2008/01/maonaria-e-ambiente-concluso-fazer.html)
Não está a ver, Diogo, o que é que isto tem a ver com tão falada Crise? Leia lá outra vez e pense melhor! Utilizando um argumento que é mutas vezes, a despropósito, usado pelos teóricos da conspiração, "isto está tudo ligado"...
Concluindo: a Maçonaria não pensa a curto prazo, especula a longo prazo; não se preocupa com as crises, do momento, ocupa-se das mudanças do Homem para resolver em cada momento as crises com que deparar!
"Ver além do aparente". Esta creio eu, ser a principal oportunidade de aprendizado que a interpretação exposta no texto traz. Diante de um "singelo" exemplo descortinam-se novas situações - que porventura pudessem ser desconsideradas já que não constam objetivamente na redação da Regra Geral - que ampliam o entendimento e promovem uma compreensão mais acurada das interações entre os agentes, cenários, circunstâncias, causas e efeitos.
Acredito ser uma das práticas essenciais para os que buscam o aperfeiçoamento, o ampliar da "Visão" através do exercício contínuo da análise holística (o todo é maior do que a soma de suas partes), temperando o ato da reflexão com a contemplação, na busca pelo equilíbrio entre a razão e a emoção, e ao final do processo, compartilhar o resultado com o objetivo do mútuo progresso.
Na minha opinião, um dos grandes diferenciais dos que vivenciam em essência a Arte Real é esta união, do que primariamente se manifesta na realidade para os sentidos como dualidade, que milhares interpretam superficialmente como oposto, que alguns vislumbram como complementar e poucos integralmente experienciam como Uno.
Esta atitude sucessiva, este exercício perene, exigem (mais ou menos) do Ser compromissos (com si e com seu contexto) que canalizam suas forças para o aperfeiçoamento. O que pode aparentar mínimo, insignificante, o "apenas" diante da magnitude de alguns acontecimentos, é para o Ser que trabalha com afinco uma conquista inigualável.
Estar em equilíbrio para agir em harmonia está mutíssimo distante da indolência. O agir com vigor, firmeza e consciência está além da rudimentar agressividade. Ver o templo em todo o seu explendor ainda quando se trabalha o canteiro é tarefa para iniciados.
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei". Allan Kardec
À Glória do Grande Arquiteto do Universo
Caro Bandeira,
A «teoria económica» dá para tudo e mais alguma coisa.
1 - Os ciclos de Kondratiev não são ciclos naturais (como são as erupções solares). São decisões deliberadas de quem cria e controla o dinheiro: colocando mais dinheiro em circulação a economia floresce. Retirando dinheiro de circulação a economia afunda. Em suma, os poderosos colocam moeda em circulação como quem semeia – a economia cresce e a riqueza aumenta. Quando retiram moeda de circulação é a altura da colheita – a economia afunda-se, os preços caiem e os poderosos apoderam-se da riqueza dos Estados, empresas e famílias por tuta e meia.
2 - «A liberalização do comércio mundial». Este fator tem cada vez menos importância na economia mundial. A automação, a necessidade crescente de especialização e a troca mais facilitada de tecnologia, tornam esse fator cada vez mais irrisório.
3 – Como é que a Humanidade pode consumir duas vezes e meia o que o planeta gera? Há aqui uma impossibilidade física.
Honestamente, preferia que me respondesse diretamente a isto do que me viesse com respostas esotéricas…
Abraço
@ Diogo:
1 - Cicços de Kondratiev não são naturais.
Claro que não. A economia é uma ciência social e, sendo-o, resultam da ação humana. Agora há duas maneiras de ver a ciência económica: 1) Como ciência, agradem-nos ou não as suas conclusões; 2) Como uma banca de mercado, de onde se retira o que nos agrada e se rejeita o que não nos convém.
Eu vejo a ciência económica (como as demais ciências) da primeira forma; parece que o Diogo prefere a segunda...
2 - Liberlização do comércio mundial.
Diogo, comopode afirmar que este fator tem cada vez menos importância no comércio mundial, precisamente quando o principal problema ecinómico identificado na Europa é a sua perda de competitividade em relação à China, Índia e outras economias emergentes?
Pode preferir pôr a cabeça na areia e continuar a clamar que a culpa é só dos banqueiros, capitalistas e todos os demais figurões do género (que não são nenhuns santinhos - nisso estaremos de acordo...) e ignorar a dura realidade, refugiando-se na retórica da "luta de classes". É uma escolha. Mas corre o risco de o seu "amanhã que canta" ser cantado exclusivamente por um capitalista mandarim, acompanhado por um banqueiro indiano e por um coro de patrões das economias que um dia foram emergentes e que se preparam para ser dominantes...
3 - Comoé que a Humanidade pode consumir 2,5 vezes o que o planeta gera?
Ó Diogo, não tem acompanhado a literatura ecologista! É fácil: consumindo desregradamente sem dar ao planeta a possibilidade de regenerar as suas fontes: é assim que há cada vez menos peixe no mar, o petróleo acaba, se não for no nosso tempo de vida, no tempo de vida dos nossos filhos, a água doce diminui a olhos vistos e muitos terrenos sobre-explorados caminham para a desertificação...
E olhe, Diogo, que eu muito crítico dos exageros catastrofistas dos fundamentalistas da ecologia...
4) Essa de classificar as respostas que não lhe agradam de "esotéricas" teve piada...
Abraço.
Caro Diogo,
Me chama a atenção solicitar a outro respostas de questões que de tamanha abrangência me parecem mascarar dúvidas íntimas. Nesta instância, tais serão melhor solucionadas por você mesmo.
"Não se pode ensinar nada a um homem; só é possivel ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si - Galileu Galilei"
Um grande abraço!
Caro Bandeira,
1- Quanto aos ciclos de kondratiev, tive oportunidade de dizer que são ciclos deliberadamente provocados pelo homem com o objetivo de lucro. Não são resultado de imponderáveis. São deliberados.
2 – A tecnologia evolui de forma tão rápida que a mão-de-obra tem cada vez menos peso (barata ou não). Donde, a questão está na distribuição da riqueza ao invés da sua produção.
3 – O planeta pode produzir (n)mil vezes mais do que produz agora. Basta utilizar a tecnologia apropriada.
4 - Em relação ao esoterismo julgo que temos de ser pragmáticos e apostar mais no conhecimento cientifico.
Abraço
Caro Jocelino,
As respostas não estão todas dentro de nós.
E o galileu estava errado – é possível ensinar um homem.
Abraço
Saúdo-os, Caros Senhores:
Permitam-me, no devido respeito, que partcipe neste interessante diálogo. A economia, como qualquer Ciência Social, é influenciada pela dinâmica conjuntural; Logo, é ciclica. Concordam? Por outro lado, creio que as economias não prosperam pelo facto de se injectar +/- dinheiro no mercado. As economias evoluem em função das tecnoestruturas empresariais (+/- adaptadas às exigências do mercado)e à capacidade de empreender o investimento (que não é somente financeiro). De acordo?
Quanto á crise... Prefiro comungar do entendimento que Mestre Rui Bandeira exprime. Há várias filosofias construidas acerca das causas e dos +/- previsíveis efeitos. Todavia - como testemunham os resultados - bastante falíveis. Porquê? Devido ao elevado ritmo - por um lado - e à elevada imprevisibilidade - por outro - das alterações conjunturais advindas, essencialmente, da constante persistência do ser Humano na insaciável busca do maior lucro possível, obtido - não raras vezes! - com fortes abalos nos recusos da Mãe Terra. Assim, creio ser adequado o recorrermos à observação, e profunda meditação, desta questão crucial ao sustentar das mínimas condições de vida sustentável na Terra. Porque não a via(s) eso(exo)térica(s)?
Albert Einstein afirmou:
_"A religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.
Grato pela atenção prestada,
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