De volta...
Olá a todos,
Como creio que perceberam, estive afastado algum tempo destas lides que tanto prazer me dão. Este afastamento teve a ver com motivos de ordem exclusivamente pessoal mas que, garanto-vos, mexem claramente connosco.
Gostava de retomar, retomando um assunto que há algum tempo, foi manchete em quase todos os nossos órgãos de comunicação social - a eventual promiscuidade entre Maçonaria e poderes, sejam eles políticos, ou outros...
Qualquer sociedade dos tempos modernos é sujeita, de forma clara ou não, à influência de grupos organizados, que intencionalmente ou não procuram influenciar "a trajectória" em função dos seus interesses. Se um desses grupos puder ter um nome e esse nome for uns dos tradicionalmente identificados como "de risco", então está criada uma mistura delicada, até porque será certamente visada pela comunicação social.
Ao publicar neste blog, estou a assumir que sou maçon... e faço-o com a duplicidade de quem se sente orgulhoso de o ser, e de quem sente que quer dar... unicamente dar, sem nada receber - Infelizmente, a nossa sociedade parece não conseguir visualizar uma coisa sem a outra... possivelmente é a isto que chamam a sociedade materialista, traduzida naquela "famosa" frase - ninguém dá nada a ninguém.
Toda a polémica que ocorreu recentemente, relacionando políticos com maçons, foi um claro sinal dos tempos em que vivemos - perdemos valores, perdemos a nossa capacidade critica, engulimos tudo os que nos impingem, mas preferimos centrar-nos em identificar culpados, de preferência "culpados de estimação" - aqueles que podem sempre ser os responsáveis, até porque estão tão ocupados em fazer bem, que não têm tempo para se defender.
Não pretendo afirmar que todos os maçons são "impolutos". Por mais apertado que seja o nosso método de selecção, procurando identificar homens cuja prioridade seja crescerem e tornarem-se Homens, haverá sempre alguns erros de "Casting"... pessoas que usam o que for preciso para seu benefício pessoal. Contudo, esta incapacidade de ler as pessoas na sua totalidade, identificando as suas reais intenções, não deve e não pode levar a confundir o trigo com o joio.
Um maçon, que o é de verdade, procura melhorar, ajudar, dar a mão... contribuir para um homem melhor e para uma sociedade melhor. Compete-nos assegurar que assim é, e compete-nos impedir que a Arte Real seja utilizada para projectos individuais ou colectivos que nada tenham a ver connosco e com os ideais que defendemos.
Mensagem final deste texto que já vai longo... Estou de volta...
Fraternais abraços de
A. Jorge
15 comentários:
Um regresso auspicioso!
Estás bem aqui e aqui fazes falta.
TAF.
A. Jorge, sempre que a maçonaria é referida nos media é em termos pejorativos. Pode-me dar exemplos de acções sociais positivas levadas a cabo pela maçonaria?
Eu, por exemplo, não sendo maçon, desconto todos os meses por débito directo uma determinada quantidade de dinheiro para uma organização que apoia os sem-abrigo.
E não estou a brincar à caridadezinha – dentro das minhas possibilidades tento combater (divulgando) ao máximo o roubo que as instituições financeiras (autênticos parasitas) perpetram contra os cidadãos e que empurram tanta gente para a pobreza.
Para quê a maçonaria?
Abraço
Boas caro A.Jorge.
" mas preferimos centrar-nos em identificar culpados, de preferência "culpados de estimação"
Então mas não será suposto identificar culpados?
Relativamente a "culpados de estimação " ...poderá ser até injusto para com muitos outros maçons que tentam seguir a preceito os valores da Arte Real mas, por certo, também serão coincidencias a mais relativamente a certas pessoas que parecem, usar a Maçonaria como projecto de ordem pessoal, não será?
Muitas lojas, não serão culpadas por essa situação?
" Compete-nos assegurar que assim é, e compete-nos impedir que a Arte Real seja utilizada para projectos individuais ou colectivos que nada tenham a ver connosco e com os ideais que defendemos "
Pois, assim deveria ser.
No entanto, também é conhecido que muitas das " guerrinhas " que envolvem a Maçonaria, em algumas situações ( para não dizer a maioria) são criadas, pelos próprios maçons, arrastando o próprio nome da organização pela lama, dando-lhe mau nome, em prol desses mesmos projectos pessoais.
Por exemplo, estas ultimas noticias, foram criadas pela disputa da Ongoing e os maçons que estavam de fora disto, acabam por levar por tabela... mas depois, talvez porque não seja publicitado, a própria Ordem também não parece fazer nada para punir os responsaveis envolvidos, exactamente para separar o Trigo do joio.
Nuno
Diogo, essa pergunta não é honesta!
Uma pessoa inteligente como o Diogo é, sabe bem disso!
Se não, basta pesquisar no google, encontrará obras sociais da Maçonaria no Globo terrestre!
abraço
@ diogo - penso que as obras que a Maçonaria tem, espalhadas por esse globo falam por si. Reconheço que teriamos vantagem em as publicitar e até colocar lá uma placa a dizer "Obra dos Maçons", mas não o fazemos... somos assim... estamos centrados em fazer e não em mostrar que fazemos.
@ Streetwarrior - claro que é suposto identificar culpados (embora não seja essa a pratica vigente em Portugal), mas não "culpados de estimação". Se entre os potenciais culpados, está alguém com eventuais ligações à maçonaria, esse passa a ser o alvo e por tabela todos os restantes maçons.
Deixe-me dar-lhe alguns exemplos de organizações bastante coesas, mas onde tb acontecem certamente situações destas, sendo que quero deixar claro que admiro essas organizações e não tenho qualquer dúvida sobre a sua bondade:
- antigos alunos do Colégio Militar: um grupo muito unido por terem partilhado vivencias comuns. É normal que confiem uns nos outros e que se associem até nos negócios; mas tb é normal que possa acontecer que um membro aparaça ligado a uma situação menos clara, só que isso é visto como um acto individual.
- Membros da Opus-dei: os mesmos comentários de acima.
- Rotários: os mesmos comentários de acima.
Não lhe dá que pensar que se nestas organizações, acto menos claros, são actos individuais e no caso de estas pessoas serem maçons, passam a ser actos colectivos, alguma coisa é estranha? E o que fazer se a pessoa for simultaneamente maçon e membro de uma das organizações acima?
Recebam um abraço de
A Jorge
Boas A.Jorge.
Sim, hoje ( aprendi )partilho a sua opinião e nem sequer duvido que seja injusto para com " os Maçons" .
Tanto assim é que se perceber bem o meu comentário, assim o reconheço.
Mas,a minha observação é;
Muitas das vezes que a Maçonaria vem nos média é ela própria, alvo de rivalidade ou disputa por outros maçons com interesses pela disputa de alvos de poder.
Com isso, criou-se a imagem publica que a maçonaria, é acima de tudo, uma influente rede de contactos para lobby.
Essa é a visão que eu tenho, o que não invalida, tal como já humildemente reconheci que ,provavelmente, a maior parte (talvez mais numa vertente maçónica que outra ) que muitos não estejam lá por isso.
Continuando...
Jorge menciona outras organizações que quando 1 individuo é panhado em esquemas menos correctos, a própria organização não é mencionada ou posta em causa, sim, é verdade.
Mas quando vem á baila, Lojas Maçónicas ( Mozzart) onde agregam vários elementos que a própria ética deles prórios os deveria levar a absterem-se a participar ou negociar algo que implica imparcialidade em democracia, o que acha que a opinião publica pense?
No meu entender, penso que a Maçonaria só teria a ganhar com uma abertura á sociedade mantendo a sua descrição se assim o desejarem.
As pessoas de bem não podem ser postas em causa por acções dos menos honestos.
Sejam eles Maçons, Opus, Rotarios ou mecanicos.
A transparencia é fundamental em democracia.
À mulher de César não basta sê-lo, tem que parecer.
bem-vindo de volta.
é um gosto ler este blog.
A. Jorge, faço minhas as palavras do Streetwarrior.
Quanto aos alunos do Colégio Militar, de acordo.
Mas quanto aos membros da Opus-dei e ao Rotários as dúvidas são as mesmas. Porque será?
E não preciso reiterar a minha certeza na honestidade de todos aqueles com quem dialoguei neste blogue.
A questão é: porque é que a maçonaria e a opus-dei têm uma fama tão má?
Olá A.Jorge;
Não digo: Bem vindo. Digo: Estava demorado.
Que a Sabedoria, a Força e a Beleza acompanhem as tuas próximas postagens.
@Diogo
Se a Maçonaria tivesse tão má fama, não tinha tantos candidatos.
Para sua informação a maioria dos Maçons Nacionais luta com graves problemas financeiros, tal e qual como a maioria dos Portugueses.
A sua atitude antimaçónica é de todo descabida, e o Diogo já devia ter percebido isso, pois é uma pessoa informada e inteligente.
Que a simbologia do 25 de Abril nos dê força para resistirmos aos próximos tempos difíceis que aí vêm.
Abraços
JPA
Bom regresso então A. Jorge!
Diogo, para si também que andava afastado, pois os Diogos são parte integrante da caminhada de cada um de nós!
Abraço
@ Diogo:
Pergunta porque é que a Maçonaria e a Opus Dei têm uma fama tão má.
Respondo-lhe, obviamente segundoa minha opinião:
A Maçonaria, porque objeto de preconceituosa, persistente e agressiva campanha dos fundamentalistas religiosos, em particular ligados à Igreja Católica e , nos países de maioria protestante, às mais fundamentalistas Igrejas Evangélicas.
A Opus Dei, porque objeto de não menos preconceituosa, persistente e agressiva campanha de setores anti-clericais, que influenciaram a I República portuguesa, a República espanhola, a III República francesa, os setores de esquerda italianos.
Considero tão criticável um como o outro dos preconceitos.
No fundo - e friso em que, maçom que sou, não tenho qualquer problema em o afirmar também em relação à Opus Dei - a questão está em que as organizações que buscam a excelência sofrem os ataques de todos os medíocres que não querem ou não podem ou não conseguem fazer essa busca e, por isso, nelas nunca teriam lugar...
@ Streetwarrior:
Nuno,
A Maçonaria toma as medidas adequadas sempre que alguém dela se torna indigno.Mas é verdade que a Maçonaria, por regra, não divulga que o faz, nem quando o faz e muito menos em relação a quem faz.
Entende o Nuno que a transparência é fundamental e que à mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo.
Tem a sua razão, mas a Maçonaria já experienciou que, por muitos esforços que faça, por muito que esclareça, por muito que (se) explique, os mesmos preconceitos permanecem, a mesma seletividade ignorando o bom e acentuando o que se considera mau é a regra.
Portanto, a Maçonaria, tendo aprendido a lição de "O velhop, o Rapaz e o Burro" (consultar http://pt.scribd.com/doc/5710024/Conto-Popular-FT-o-velho-o-rapaz-e-o-burro-), segue tranquilamente o seu caminho e ignora os maldizentes.
@ R.bandeira
Sim, a massa humana no seu todo, tem destas contradições, tal como a conversa que há tempos tivemos acerca que em PT ninguém era culpado de nada, nem de beber e conduzir, acelarar,votar etc.
Não se consegue agradar a Gregos e a Troianos.
Sim, conheço a história do Velho-Rapaz-Burro por 1 livro da 4ª classe do meu pai.
Grato.
Nuno
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