25 maio 2007

Diálogo (VII - e último)

- Na próxima sessão da Loja vais ser iniciado. É altura de tirar as últimas dúvidas.

- Não sei se serão as últimas, ou apenas as que sobram das primeiras, mas são três.

- Vamos lá, então.

- Primeira: sei que vou entrar numa Loja onde tu estás. E se não gostar? Fico amarrado a essa Loja para sempre?

-
Salvo circunstâncias excepcionais, o candidato é dirigido para a Loja do seu primeiro proponente. As razões disso são evidentes: o proponente é o elemento de ligação entre o candidato e o grupo onde se vai inserir e facilitará a sua integração nele; por outro lado, essa foi a Loja que procedeu às inquirições, que avaliou o candidato e recolheu os elementos que lhe possibilitarão providenciar pela harmoniosa integração do novo elemento. Mas o maçon não está preso à Loja em que foi iniciado, a sua Loja-mãe. Uma vez que tenha sido elevado a Mestre, poderá mudar de Loja ou filiar-se em mais do que uma Loja.

- E antes disso?

- Normalmente, o Aprendiz e o Companheiro não mudam de Loja, quer porque estão em plena formação, que deve decorrer sem sobressaltos, quer porque nem sequer tem o suficiente conhecimento da da Obediência para conscientemente optar. Mas esta não é uma regra absoluta: já houve vários casos, por diferentes razões (mudança de localidade de residência, por exemplo) em que ocorreu a mudança de Loja de Aprendiz ou de Companheiro. Evidentemente que, nesses casos, deve formar-se uma conjunção de vontades, do próprio, dos Veneráveis Mestres da Loja de origem e da Loja de destino e não haver objecção da Grande Loja.

- Segunda questão: como faço o pagamento da jóia de iniciação?

- No próprio dia, antes de eu te conduzir às instalações onde vais ser iniciado, entregas-me o cheque. Eu tratarei de o entregar ao Tesoureiro da Loja e depois de te dar o respectivo recibo...

- Dá para descontar no IRS?

- Querias... Vai sonhando... Mas, continuando com o assunto do pagamento da jóia, isso é tratado antes de seres conduzido ao Templo para que, uma vez lá, nenhum assunto de natureza profana te distraia do que vais viver. A propósito, aconselho-te a, nesse dia, não usares pulseira ou fio.

- Porquê?

- Vais ser iniciado. Deves deixar os metais à porta do Templo. Isso simboliza que a materialidade profana deve estar afastada da espiritualidade maçónica. Se não levares pulseira ou fio, não será necessário que tos retiremos... Quanto ao resto, já sabes: fatinho escuro, sapatinho preto, camisinha brança, gravata preta... Ou seja, por uma vez na vida vais-te vestir decentemente..

-Conversa sem piadinha não é conversa, já vi.. Nem te respondo. Prefiro colocar a terceira questão...

- Força!

- Como vai ser a Iniciação?

- A essa não te respondo! A Iniciação é para ser vivida, não é para ser contada!

Rui Bandeira

24 maio 2007

A carta-patente da Loja

Ontem foi um grande dia para a Loja Mestre Affonso Domingues. Ontem regressou à Loja a sua carta-patente!

A carta-patente é o documento que proclama e certifica a criação, pela forma tradicional e regularmente reconhecida, de uma Loja maçónica. É, obviamente, um documento importantíssimo para qualquer Loja maçónica, em termos históricos, mas também em termos rituais, pois uma Loja maçónica Regular deve, salvo motivos imponderáveis, reunir na presença da sua carta-patente, como testemunho directo da sua criação dentro dos limites e princípios da Regularidade.

A imagem que ilustra este texto é a de uma carta-patente respeitante à criação de uma Loja Regular chilena, a Loja Pentalpha, em 16 de Setembro de 1965, ao Oriente de Santiago do Chile e sob os auspícios da Grande Logia de Chile. Não é, por ora, possível publicar a carta-patente da Loja Mestre Affonso Domingues, não tanto por não estar ainda digitalizada (isso resolvia-se em alguns minutos...), mas porque a mesma contém nomes de maçons vivos e que não declararam publicamente essa condição, pelo que, no respeito de uma essencial regra maçónica, tem de se respeitar a reserva de sua identidade.

A carta-patente da Loja foi emitida, pelo então Grão Mestre da Grande Loge Nationale Française (GLNF), André Roux, em 30 de Junho de 1990, ainda no âmbito do Distrito de Portugal daquela Grande Loja. 30 de Junho é, assim, a data de aniversário da Loja. Recorde-se que a reinstituição da Regularidade Maçónica em Portugal processou-se através de criação de várias Lojas sob os auspícios da GLNF, que constituiram o Distrito de Portugal daquela Obediência Regular e que, ulteriormente, obtiveram a consagração da Grande Loja Regular de Portugal, hoje Grande Loja Legal de Portugal/GLRP.

Foram designados para exercer, em primeiro lugar, os ofícios de Venerável Mestre, 1.º Vigilante e 2.º Vigilante, respectivamente, os Irmãos Eduardo M., Hélder V. e José Cunha C.. Em documento anexo, figura também a lista dos Maçons fundadores da Loja, entre os quais, nada mais, nada menos, os que vieram a ser os três primeiros Grão-Mestres da GLLP/GLRP: Fernando Teixeira, Luís Nandin de Carvalho e José Anes!

Na sequência dos acontecimentos que vieram a ser conhecidos como cisão da Casa do Sino, estes documentos ficaram extraviados. Durante anos, a Loja Mestre Affonso Domingues trabalhou na presença de uma nova carta-patente, emitida pelo Grão-Mestre da GLLP/GLRP. Ontem, um Grande Oficial muito querido de todos nós visitou a nossa Loja e deu-nos a grata surpresa de nos trazer os documentos. A partir de agora, a Loja Mestre Affonso Domingues pode exibir duas cartas-patentes: a da sua criação, ainda no âmbito do Distrito de Portugal da GLNF e a emitida já pela GLLP/GLRP, de que foi Loja fundadora!

Rui Bandeira

23 maio 2007

O desejo de Shane

A solidariedade também se faz com pequenos e simples gestos.

O rapaz da foto é Shane Bernier. Vive em Lancaster, Ontario, Canadá. Sofre de leucemia linfoblástica aguda. Após 130 semanas de tratamento, a doença ressurgiu. Tem sete anos de idade. Completa oito anos no próximo dia 30 de Maio. Sabedor da gravidade do seu estado, mantém um espírito positivo. E tem um desejo: superar o número de cartões de aniversário que alguém alguma vez recebeu, relativamente a um único aniversário.

Esse desejo é uma forma de manter o seu optimismo na luta contra a doença que o mina. Por cada cartão recebido, o seu sorriso aumenta (e que bom é poder manter o sorriso na face de uma criança sofrendo de uma doença terrível!), a sua coragem cresce.

Ser solidário é também ter pequenos gestos. Enviar um cartão de aniversário (se não encontrar um na papelaria da esquina, um simples postal ilustrado também serve...), com uma pequena nota (HAPPY BIRTHDAY, SHANE é o suficiente...), porventura não alterará o curso da sua doença. Mas aumentará a sua felicidade. E fazer um rapazinho feliz com um simples e fácil gesto também é ser solidário. E também nos aquece o coração...

O aniversário de Shane Bernier é já no próximo dia 30. Ajude a inundar os serviços postais de Lancaster, Ontario, de cartões de aniversário para ele. Só lhe custa o preço do cartão e do selo. É barato o preço da felicidade. Sobretudo porque um pouco dessa felicidade ficará também no seu coração!

Os cartões devem ser enviados para

Shane Bernier
PO Box 484
Lancaster, Ontario
K0C 1N0
Canada

Trate disso JÁ! Se deixa para depois, ainda se esquece e o dia 30 está já aí!

E, já agora, ajude a divulgar este desejo. Não envie 385 mensagens de correio electrónico, basta apenas uma: No fim deste texto, está um ícone com a imagem de um sobrescrito. Clique no ícone. Na janela que se abre, ponha o seu endereço de correio electrónico no remetente, o endereço de correio electrónico da pessoa a quem decidir enviar a mensagem e, no campo de texto, basta escrever: MANDA UM AGORA! E clique no enviar. Já está!

E ainda, se me permite que abuse e se tem 18 e 45 anos, aproveite este pretexto e, depois de mandar o cartão, trate de se ir registar como dador de medula óssea. Se não puder tratar disso já, agende, para não se esquecer. Nada como um pequeno gesto de solidariedade para nos abalançarmos a um gesto um pouco maior...

Rui Bandeira

22 maio 2007

A Freemason Inn

Já anteriormente aqui dei conta da existência, na Nova Zelândia, do Masonic Hotel.

Agora dou conta da existência, nos Estados Unidos, da Freemason Inn, situada em Norfolk, Virgínia.

Tanto quanto é possível verificar através do seu sítio na Rede, trata-se um estabelecimento que se integrará na categoria do "hotel de charme", especialmente adequado para umas férias a dois...

A diária de um quarto duplo varia entre 145 e 245 dólares (107,50 - 181,63 euros, ao câmbio de hoje).

Atenção a um detalhe: a entrada no hotel deve ser feita entre as 15 e as 19 horas. Depois desta hora, só com prévia combinação e, se ocorrer depois das 22 horas, obriga a um pagamento adicional de 25 dólares (18,53 euros). Já a saída deve ocorrer até às 11 horas.

Minhas caras cunhadas: quando o vosso mais-que-tudo, meu Irmão, for aos States, se for para a Costa Leste, aproveitem para o lembrar que é uma boa altura para uma segunda lua-de-mel! Afinal de contas, como pode ele recusar uma estada na... Freemason Inn?

Rui Bandeira

21 maio 2007

O Homem e o seu Caminho

I

O Homem abeirou-se do Sábio e perguntou-lhe:

- Como encontrarei a Luz no Caminho da minha Vida?

O Sábio respondeu-lhe:

- No Caminho da tua Vida encontrarás três Portais. Lê as regras escritas em cada um deles e cumpre-as. E agora vai! Segue o teu Caminho!

- O Homem seguiu o seu Caminho. Em breve deparou com um Portal onde estava escrito:

MUDA O MUNDO

O Homem pensou que, na verdade, se havia algumas coisas no Mundo que lhe agradavam, havia muitas outras que eram objecto do seu desagrado. E começou a sua primeira luta: os seus ideais, o seu ardor e o seu poder levaram-no a confrontar-se com o Mundo, para corrigir, para conquistar, para mudar a realidade de acordo com os seus desejos. Nisso encontrou o prazer e a volúpia do conquistador, mas não trouxe Paz ao seu coração. Conseguiu mudar algumas coisas, mas muitas outras resistiram aos seus propósitos.

O Sábio perguntou-lhe então:

- Que aprendeste no teu Caminho?

O Homem respondeu:

- Aprendi a distinguir entre o que está ao meu alcance e o que se lhe escapa, o que depende e o que não depende de mim.

O Sábio retorquiu:

- Isso é bom. Usa as tuas capacidades para agires no que estiver ao teu alcance e esquece o que estiver para além delas

II

Pouco depois, o Homem encontrou o segundo Portal. Nele estava escrito:

MUDA OS OUTROS

O Homem pensou que, realmente, os outros tanto podiam ser fonte de alegria, de prazer ou de satisfação, como de dor, amargura ou frustração e rebelou-se contra tudo o que lhe pudesse desagradar nos outros. Tentou moldar as suas personalidades e corrigir os seus defeitos. Esta foi a sua segunda luta. Fê-lo com persistência, mas nunca conseguiu remover as suas dúvidas sobre a real eficácia dos seus esforços de mudar os outros.

O Sábio perguntou-lhe então:

Que aprendeste no teu Caminho?

O Homem respondeu:

- Aprendi que os outros não são a causa nem a fonte das minhas alegrias ou das minhas tristezas, da minha satisfação ou dos meus desaires. São apenas oportunidades para todos se me revelarem. É em mim que tudo tem raízes.

O Sábio retorquiu:

- Tens razão. Os outros revelam-se-te na medida do que acordam em ti. Agradece aos que fazem vibrar em ti as cordas da Alegria e da Satisfação. Mas não odeies os que te causam sofrimento ou frustração, porque, através deles, a Vida ensina-te o que te falta aprender e qual o Caminho que ainda te falta percorrer.

III

Então o Homem encontrou o terceiro Portal, onde se lia:

MUDA-TE A TI PRÓPRIO

O Homem pensou que, se na realidade era ele próprio a fonte dos seus problemas, então era em si próprio que teria de trabalhar. Começou então a sua terceira luta. Tentou moldar o seu carácter, lutar contra as suas imperfeições, acabar com os seus defeitos, mudar tudo o que lhe desagradava em si próprio, tudo o que não correspondia ao seu ideal. Teve algum sucesso, mas também alguns fracassos e duvidou das suas reais capacidades.

O Sábio perguntou-lhe então:

- Que aprendeste no teu Caminho?

O Homem respondeu:

- Aprendi que há em mim aspectos que consigo melhorar e outros que não consigo alterar.

O Sábio retorquiu:

- Isso é bom!

Mas o Homem prosseguiu:

- Sim. Mas começo a ficar cansado de lutar contra tudo, contra todos, contra mim próprio. Isto nunca terá fim? Nunca terei descanso? Quero poder parar de lutar, desistir, abandonar tudo...

O Sábio prosseguiu:

- Essa é a tua próxima lição. Mas antes de prosseguires, volta-te para trás e observa bem o Caminho que percorreste.

IV

Olhando para trás, o Homem viu à distância o terceiro Portal e reparou que, no lado de trás, estava escrito:

ACEITA-TE A TI PRÓPRIO

O Homem surpreendeu-se por não ter visto a inscrição quando passara o Portal no sentido contrário e pensou que, quando se luta, fica-se cego para tudo o que esteja para além da luta. Reparou então em tudo o que deixara cair, que deitara fora, enquanto lutara contra si próprio: os seus defeitos, as suas sombras, os seus medos, os seus limites, tudo antigas preocupações suas. Aprendeu então a reconhecê-los, a aceitá-los, a conviver com eles. Aprendeu a amar-se a si próprio sem voltar a comparar-se com os outros, sem se julgar, sem se repreender.

O Sábio perguntou-lhe então:

- Que aprendeste no teu Caminho?


O Homem respondeu:

- Aprendi que odiar ou repudiar uma parte de mim próprio é condenar-me a nunca estar de acordo comigo mesmo. Aprendi a aceitar-me a mim próprio, total e incondicionalmente.

O Sábio retorquiu:

-Isso é bom! Essa é a primeira regra da Sabedoria. Agora regressa ao segundo Portal.

V

Ao aproximar-se deste, o Homem leu, nas suas traseiras:

ACEITA OS OUTROS

Reparou então em todas as pessoas com quem tinha estado em toda a sua vida, quer nas que tinha amado ou com quem tinha tido amizade, quer nas que lhe tinham desagradado. Naqueles que tinha apoiado e naqueles contra quem tinha lutado. Mas a sua maior surpresa foi que se apercebeu que agora nem notava as suas imperfeições nem os seus defeitos, que antes tanto o incomodavam.

O Sábio perguntou-lhe então:

- Que aprendeste no teu Caminho?

O Homem respondeu:

- Aprendi que, estando em paz comigo mesmo, já nada me incomoda nos outros, nada neles temo. Aprendi a amar e a aceitar os outros, total e incondicionalmente.

O Sábio retorquiu:

- Isso é bom! Essa é a segunda regra da Sabedoria. Regressa agora ao primeiro Portal.

VI

Aproximando-se deste, o Homem leu a tardoz a inscrição:

ACEITA O MUNDO

O Homem pensou que também não vira estas palavras quando ali passara no sentido contrário. Olhou à sua volta e reconheceu o Mundo que tentara conquistar, transformar, mudar. Ficou estupefacto pelo Brilho e pela Beleza de tudo, pela sua Perfeição. No entanto, era o mesmo Mundo de antes. Que mudara? O Mundo ou a sua percepção dele?

O Sábio perguntou-lhe então:

- Que aprendeste no teu Caminho?


O Homem respondeu:

- Aprendi que o Mundo é o espelho da minha alma. Que a minha alma realmente não pode ver o Mundo, que se vê a si própria nele. Quando a minha alma está alegre, o Mundo parece-lhe alegre. Quando está triste, assim lhe parece o Mundo. O Mundo em si não é alegre nem triste: Está lá. Existe, é tudo. Não era o Mundo que me perturbava, mas a ideia que eu tinha dele. Aprendi a aceitar o Mundo sem o julgar, a aceitá-lo total e incondicionalmente.

O Sábio retorquiu:

- Essa é a terceira regra da Sabedoria! Estás agora em consonância contigo próprio, com os outros e com o Mundo.

Um profundo sentimento de Paz, de Serenidade, de Plenitude, encheu o Homem. Dentro dele, o Silêncio substituiu todo o fragor das lutas que travara.

E então o Sábio concluiu:

- Agora, estás pronto para, quando chegar o momento, passares em paz o último e desconhecido Portal, aquele que vai do Silêncio da Plenitude para a Plenitude do Silêncio.

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Adaptação de um texto de autor anónimo lido no blogue Southern Knight .

Rui Bandeira

20 maio 2007

A minha amiga Aranha

Tenho uma nova amiga.
Uma aranha ( ou aranhiço) acompanha-me literalmente para todo lado. Acho que se afeiçoou e não me larga.
Está comigo de manhá à tarde, à noite, dias de semana, fins de semana, feriados e dias santos.
Deve ser o ser vivo que está mais tempo comigo nos ultimos 3 meses.
Estranho ? se calhar nem tanto !
Uma coisa sei, a dita da aranha é do sexo feminino.
E como sei ?
Simples
Ela escolheu como casa o retrovisor exterior direito do meu carro ( ora para estar sempre em frente ao espelho é do sexo feminino) e aí constroi a sua teia. Já destrui varias teias, nao de proposito, mas com a lavagem do carro, e com a deslocação do ar quando em movimento, e ela pacientemente constroi uma nova.
Vou deixa-la na sua casa e espero que possa sobreviver. Não me incomoda.
Fico satisfeito de ter uma amiga assim, sempre ao meu lado mas sempre silenciosa e nada exigente.
Enfim coisas do nosso quotidiano

JoseSR

19 maio 2007

Até algum dia


Faleceu o Presidente da Amnistia Internacional Portugal

18-May-2007
Na madrugada do dia 18 de Maio, dia do aniversário da AI Portugal, faleceu o seu Presidente, António João Simões Monteiro.Simões Monteiro, foi membro fundador da Amnistia Internacional Portugal. Ao longo dos anos, desempenhou várias funções, nomeadamente Presidente da Direcção, Conselho Fiscal e Presidente da Mesa da Assembleia Geral, entre outros. A sua vida sempre se pautou pelas causas sociais, uma vez que estava ligado a várias organizações.
O corpo estará na Igreja de S. João de Deus, na Praça de Londres a partir das 18 horas de hoje. A missa de corpo presente será amanhã às 14h30 e o funeral seguirá para o cemitério do Alto de São João.
No dia em que se celebra o 26º aniversário da AI Portugal, que fique o lema que tantas vezes professou “Direitos Humanos, sempre!”.
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O mundo perdeu um Homem e eu perdi um Amigo.
O António João trabalhou durante muitos anos comigo.
Primeiro na APM (Associação Portuguesa de Mecanografia) que passámos para API (Associação Portuguesa de Informática) durante os anos "quentes" (1974/75).
Juntos safámos uma associação profissional que estava prestes a fechar portas e com o entusiasmo e teimosia do António João sobreviveu e conheceu algum do seu tempo de maior e melhor actividade.
Depois na Norma, também abraçando o projecto de recuperar uma empresa de enorme prestígio que a cegueira política e ideológica de 75/76 arrasou.
Foram muitos os projectos em que entrei sob orientação do António.
Incansável, imperturbável, grande, inamovível.
Excepto pela razão final.
Fica o exemplo de fraternidade, humanidade, cidadania que o António João cultivou e mostrou a quem o conheceu, a quem teve a sorte de com ele conviver.
Teve um coração do tamanho do mundo.
Um abraço.
A gente vê-se.
JPSetúbal