13 outubro 2017

A CÉLULA

Era uma vez uma CÉLULA… era uma vez uma célula pequenininha… muito pequenininha… tão pequenininha que mal se via, mesmo ao microscópio. E para complicar a vida ao observador… ou bisbilhoteiro que é o que os observadores são, esta célula nunca estava quieta. Além de pequenininha… era uma célula viva, posta assim a funcionar pela Mãe. A Mãe Natureza… naturalmente, pois claro. E a Mãe Natureza ao pô-la na vida deixou-a com regras. Todas as células vivas têm regras ! Para poderem conviver umas com as outras.. e esta também tinha regras, naturalmente.

As regras das células são todas mais ou menos iguais, embora as células sejam diferentes umas das outras. As células são diferentes umas das outras, mas as regras são iguais. E a regra base manda que a célula se mantenha viva. Todas as células têm essa regra base. A regra base, como já disse, comum a todas as células implica que têm de se alimentar para continuar a viver. Desta forma a nossa célula, a inicial, a que começou esta história, naturalmente, começou a alimentar-se como lhe tinham dito para fazer. E começou a alimentar-se… e alimentou-se… almocinho para aqui, jantarinho para acolá… deu às tantas porque os números da roupa começavam a apertar. É que a nossa célula (bom, as outras células também, claro !) não andam nuas… longe disso, têm um vestidinho de membrana que lhes aconchega as partes. E começou a sentir que a sua membrana começava a ficar apertada. Ela alimentava-se normalmente, almocinho aqui, jantarinho acolá, e ia engordando. Como tudo tem um limite a nossa célula acabou por ter um problema grave para resolver, que era, naturalmente, a adaptação da sua membrana ao aumento de volume. E a única solução que encontrou foi… sabem qual foi ?... dividir-se em duas. Dividiu-se em duas… de tal maneira que ficaram duas, com metade do tamanho da primeira. E assim voltou a nossa célula a caber, sem dificuldade, na sua membranazinha. E as regras que estavam definidas para aquela célula inicial, foram copiadas inteirinhas para a 2ª célula, saída da divisão que se fizera, naturalmente ! Agora ambas tinham que se alimentar para continuarem vivas… e assim aconteceu… almocinho aqui, jantarinho acolá, e naturalmente, as coisas voltaram a acontecer como previsto. Engordaram, cresceram, tiveram dificuldades com as membranas respetivas e, naturalmente, voltaram a encontrar como solução a sua divisão, cada uma delas em mais 2 células, que continuavam com as mesmas regras… e por aí fora… E, vitória, vitória, acabou a história.
 

Ora bem, MQII:. vem esta história a propósito do nosso último ano e de algumas coisas que tenho ouvido e que não gosto de ouvir.

O último ano desta nossa RLMAD foi tudo menos… fácil. Foi o ano em que vimos sair vários Irmãos, cada um com a sua razão para o fazer. O que aconteceu é que, naturalmente, eles não conheciam a história da célula. Então, e por esse desconhecimento, levantou-se alguma poeira… A verdade porém, é que o ano também foi “muito ventoso” e isso não ajudou nada. É verdade, é !

E entrámos em novo Veneralato com a RLMAD… mais ligeira, talvez mais leve… Talvez cabendo melhor na sua membrana… Melhor ? Pior ? Não sei, e nem sequer faz sentido a dúvida. Entrámos em novo Veneralato com a MAD de sempre. A grande MAD a que nos orgulhamos de pertencer, com as dissonâncias e as concordâncias de sempre, com menos obreiros ? Claro que sim ! Mas qual é o espanto ? Não tem sido assim desde sempre ? Desde sempre a MAD cresceu, desenvolveu-se com o crescimento das suas oficinas, aumentou os seus quadros, até que às tantas é chegada a altura de ver partir alguns dos que “nasceram e cresceram no seu seio”. É a lei da Natureza. As células, todas as células, nascem, alimentam-se, aumentam mais ou menos o seu tamanho e entram, naturalmente, em processo de auto-divisão, originando novas células, que por sua vez se irão alimentar, crescer e subdividir, multiplicando-se, criando novos seres, novos corpos, e isso é a “Mãe Natureza” no seu funcionamento. É a regra dos seres vivos e significa exatamente isso mesmo. A MAD é um ser vivo. Ponto. Três notas finais:

1º -Não gosto de ouvir aquela dos que “só fazem falta os que cá estão”. Meus Irmãos, todos fazemos falta ! Não há Irmãos a menos, mas muito menos há Irmãos a mais. E se julgamos que há, comecemos a seleção por nós próprios, e se concluirmos que estamos a mais, pois saiamos ! Se a conclusão for outra, é nossa obrigação não julgar a legitimidade dos restantes.

2º -Não gosto de ouvir “Somos poucos, mas bons…”. A Célula, as Células que de nós saíram são formadas por maus ? Mas se é assim fomos nós (os bons) que formámos os maus ?

Liberdade, Igualdade, Fraternidade. São a base e não incluem julgamentos destes.
3º -Também percebi que se temeu, e parece-me mesmo que ouvi anunciar a possível não continuidade da MAD. Não acredito que realmente tenha ouvido tal coisa. Naturalmente foi engano meu. A dificuldade de ouvido enganou-me. Meus Irmãos, isto é osso velho, duro de roer, e para esses boatos, se acontecessem o que, naturalmente, não acredito, só vos quero recordar o que a lenda de Herculano pôs na boca do nosso Patrono, “a abóbada não caiu, a abóbada não cairá” !
(apresentado em 11/10/2017)
JPSetúbal

1 comentário:

Nuno Raimundo disse...

Na vida sempre me ensinaram que não existem insubstituíveis.
Alguém irá fazer ou ocupar sempre o que outro deixou para trás ou por fazer, mas será feito!
Se bem, se menos bem, isso é o que menos importa, porque será sempre concretizado.
E nunca e nem nada deixará de persistir ou perdurar enquanto houver vontade para tal!
Quanto a boatos, esses levam-os os ventos... porque, por vezes, são mal assoprados.

TAF