Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o QUATRO
A representação gráfica do QUATRO, a tétrade, a forma geométrica que, segundo os pitagóricos, representa este número, obtém-se pela forma ilustrada pela imagem que encima este texto.
Recordemos que o UM (que determina o ponto) e o DOIS (que determina a linha) são facetas do Princípio Criador, aquele estático, potencial, este dinâmico, a concretização da potência original, e que os pitagóricos entendiam que estes dois números eram os progenitores de todos os demais números básicos (até DEZ). O "filho" primogénito era o TRÊS, que determina o triângulo equilátero, primeiro polígono regular. O QUATRO determina o quadrado.
A forma mais simples de o desenhar, partindo doa intersecção dos dois círculos (a vesica piscis) é traçar uma linha horizontal unindo os centros dos dois círculos (figura do DOIS) e uma linha vertical ligando os dois pontos de interseção dos dois círculos. Seguidamente, com centro no ponto de interseção destas duas linhas, traça~se um círculo unindo os dois centros dos dois círculos iniciais. Finalmente, ligam-se os quatro pontos de interseção entre o círculo menor e as linhas horizontal e vertical previamente traçadas, desenhando-se um quadrado perfeito, inscrito nesse círculo menor.
QUATRO é o primeiro número formado, quer pela adição, quer pela multiplicação de iguais (DOIS mais DOIS e também DOIS vezes DOIS). Assim, os pitagóricos consideravam o QUATRO o primeiro número par e o primeiro número "feminino". O quadrado de lado par, segundo eles, representava a Justiça, pois é o primeiro número divisível de qualquer maneira em partes iguais (Quatro é igual a DOIS mais DOIS e também a UM mais Um mais Um mais UM).
Mas, se observarmos com atenção a imagem, vemos que o quadrado, combinado com os dois segmentos de reta que o cruzam diagonalmente, nos dão a perceção de volume, figurando uma pirâmide quadrangular. O QUATRO, para os pitagóricos, prossegue a evolução dos conceitos geométricos, espelho da Criação: ponto, linha, superfície, agora volume. Neste sentido, o QUATRO pitagórico representa o Universo resultante do ato criador, que tudo conteve, contém e irá conter.
Em termos de Maçonaria, não conheço qualquer referência particular ao número QUATRO. Porventura pela complexidade doa sua representação gráfica, pela reduzida relevância do quadrado na simbologia maçónica ou pela simbologia "feminina"atribuída pelos pitagóricos ao QUATRO, este valor não mereceu particular interesse na Maçonaria.
Na minha opinião, este facto (que se repetirá em relação a outros dos números básicos dos pitagóricos) não afasta - e, mesmo, corrobora - a tese que venho explanando de que os ensinamentos maçónicos, no que toca aos números, derivam e são uma corruptela da filosofia pitagórica. Mas reconheço que, à míngua de comprovação documental histórica, esta tese vale o que vale. Pode ser bene trovata, mas não tenho meios nem conhecimentos bastantes para poder provar ser vera...
Fonte:
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
Recordemos que o UM (que determina o ponto) e o DOIS (que determina a linha) são facetas do Princípio Criador, aquele estático, potencial, este dinâmico, a concretização da potência original, e que os pitagóricos entendiam que estes dois números eram os progenitores de todos os demais números básicos (até DEZ). O "filho" primogénito era o TRÊS, que determina o triângulo equilátero, primeiro polígono regular. O QUATRO determina o quadrado.
A forma mais simples de o desenhar, partindo doa intersecção dos dois círculos (a vesica piscis) é traçar uma linha horizontal unindo os centros dos dois círculos (figura do DOIS) e uma linha vertical ligando os dois pontos de interseção dos dois círculos. Seguidamente, com centro no ponto de interseção destas duas linhas, traça~se um círculo unindo os dois centros dos dois círculos iniciais. Finalmente, ligam-se os quatro pontos de interseção entre o círculo menor e as linhas horizontal e vertical previamente traçadas, desenhando-se um quadrado perfeito, inscrito nesse círculo menor.
QUATRO é o primeiro número formado, quer pela adição, quer pela multiplicação de iguais (DOIS mais DOIS e também DOIS vezes DOIS). Assim, os pitagóricos consideravam o QUATRO o primeiro número par e o primeiro número "feminino". O quadrado de lado par, segundo eles, representava a Justiça, pois é o primeiro número divisível de qualquer maneira em partes iguais (Quatro é igual a DOIS mais DOIS e também a UM mais Um mais Um mais UM).
Mas, se observarmos com atenção a imagem, vemos que o quadrado, combinado com os dois segmentos de reta que o cruzam diagonalmente, nos dão a perceção de volume, figurando uma pirâmide quadrangular. O QUATRO, para os pitagóricos, prossegue a evolução dos conceitos geométricos, espelho da Criação: ponto, linha, superfície, agora volume. Neste sentido, o QUATRO pitagórico representa o Universo resultante do ato criador, que tudo conteve, contém e irá conter.
Em termos de Maçonaria, não conheço qualquer referência particular ao número QUATRO. Porventura pela complexidade doa sua representação gráfica, pela reduzida relevância do quadrado na simbologia maçónica ou pela simbologia "feminina"atribuída pelos pitagóricos ao QUATRO, este valor não mereceu particular interesse na Maçonaria.
Na minha opinião, este facto (que se repetirá em relação a outros dos números básicos dos pitagóricos) não afasta - e, mesmo, corrobora - a tese que venho explanando de que os ensinamentos maçónicos, no que toca aos números, derivam e são uma corruptela da filosofia pitagórica. Mas reconheço que, à míngua de comprovação documental histórica, esta tese vale o que vale. Pode ser bene trovata, mas não tenho meios nem conhecimentos bastantes para poder provar ser vera...
Fonte:
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
8 comentários:
Caro M.´. Rui Bandeira,
Perdoe-me pela análise superficial, mas a vesica piscis faz parte do partido construtivo da imagem que identifica visualmente a R.´.L.´. Mestre Affonso Domingues? O significado deste símbolo é desvelado apenas aos seus O.`.?
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto!
@ Jocelino:
Como pode ver no símbolo da Loja que está no campo superior direito do blogue, esse símbolo não inclui a vesica piscis, nem tal forma constituiu etapa da construção da imagem.
O significado do símbolo da Loja nada tem de secreto ou reservado aos seus obreiros. Um dia destes dedicarei um texto a esse símbolo e aos elementos nele contidos.
@ Rui Bandeira:
Agradeço a tolerância. Aguardo os textos.
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto!
@ Jocelino Neto a sua questão no Post "Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o Três" foi apagada. Deixou ela de fazer sentido e ou não se apercebeu desse apagar?
Penso que esse apagão foi motivado pelo sistema da Google, a quando a actualização do mesmo, se o apagar foi de sua iniciativa respeito o mesmo e a resposta ficará para um dia que ela volte a ser aplicada.
@Rui Bandeira, mais uma prenda sua para todos aqueles que acompanham os seus textos e de todos os outros Mestres que aqui deixam o seu registo escrito.
Bem-haja todas as pessoas de bem.
Caro Marcos Amaro,
Não me apercebi desta falha de sistema da Google. Agradeço sua atenção e por coerência reutilizarei o espaço para comentários do post em questão.
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto.
Tenho considerado muito interessantes os posts sobre a escola pitagórica.
Agora, sem querer ser desrespeitoso, estar a escrever em linguagem cifrada numa caixa de comentários aberta, tal como faz Jocelino Neto, não me parece muito correcto. É necessário estar a brincar aos agentes secretos?
@Diogo:
Não há nada de "cifrado" na mensagem do Jocelino Neto. A vesica piscis é fácil de encontrar (e confesso que não a conhecia, mas viva o Google...). «R.'. L.'.» quer dizer "Respeitável Loja". «O.'.» são os Obreiros - ou seja, aqueles que constituem a Loja.
Como vê, nada de oculto - trata-se de simples abreviaturas. Certamente não achará que escrever "V. Ex.ª" em vez de "Vossa Excelência" ou "PhD" em vez de "Doctor of Philosophy" é recorrer a linguagem cifrada...
@Paulo M.
Agradeço sinceramente tua lucidez e generosidade.
@Diogo
Creio que possa ter interpretado o uso da apócope como arrogância de minha parte. Longe disto. Entretanto, se lhe causou algum desconforto e consequente prejuízo no entendimento de minha mensagem, peço-lhe desculpas. Prometo-lhe analisar melhor minhas atitudes.
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto.
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