07 julho 2010

Retomando o curso...


O capítulo "comemoração dos 20 anos da Loja Mestre Affonso Domingues" está quase encerrado. O livro Loja Mestre Affonso Domingues - 20 anos de História foi lançado (muito obrigado aos muitos amigos que estiveram presentes) e está agora em curso de comercialização normal, ao preço de capa de 14 Euros. Quem ainda não adquiriu o livro, pode fazê-lo através do sítio http://esquadroecompasso.com (acedendo ao sítio, clicar em livros; ou, em "procurar produto", colocar "Mestre Affonso Domingues" ou "20 anos de história", ou ainda simplesmente "RLMAD01"), encomendando-o, ou diretamente no "showroom" da "Esquadro e Compasso", situado na Rua do Patrocínio, n.º 19 B, Lisboa (horário de abertura: 14,30-18,30 horas, de 3.ª a sábado). Pode ainda encomendar através do endereço de correio eletrónico mestreaffonsodomingues@gmail.com.

A sessão e o jantar comemorativo do 20.º aniversário da Loja ocorrerão no próximo sábado, dia 10 de julho.

E pronto! Basta de recordar o passado! Retome-se o regular curso de viver o presente e preparar o futuro!

Este blogue vai assim retomar o seu curso normal. Nas próximas semanas, tenciono responder a algumas questões colocadas pelo Diogo, na sequência de uma sua pergunta e uma resposta minha. Para que quem nos segue possa localizar-se, transcrevo aqui as pergunta e resposta iniciais:

Pergunta: Pode-me explicar uma coisa? Porque é que o olho que tudo vê – símbolo maçónico – aparece nas notas de dólar?

Resposta: Como deverá saber, grande parte dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América foram maçons, designadamente George Washington, que foi Grão-Mestre da Grande Loja do seu Estado e cuja efígie figura na nota de 1 dólar, aquela em que, no verso, está o "olho que tudo vê". Por outro lado, o "olho que tudo vê" é também uma conhecida representação do Criador. E, se reparar, no mesmo lado da nota de dólar onde está essa imagem, está a divisa "In God we trust", divisa adotada pelos USA. Quer pelo significado simbólico religioso, quer pelo significado simbólico maçónico, os criadores da nota de dólar decidiram colocar lá o símbolo. O que demonstra ainda uma outra coisa: nos EUA, a Maçonaria Americana é CRENTE e uma interventora social conhecida e reconhecida, daí que por lá uma coisa como esta seja encarada como natural - e é-o. Essa é uma das razões porque entendo que a Maçonaria Europeia do século XXI, particularmente a Maçonaria Regular Portuguesa deve rejeitar a fama e o (mau) proveito de secretismo, divulgando o que faz, porque faz, como faz e dizendo abertamente o pouco que reserva para si, e porquê - como nós procuramos fazer aqui no A Partir Pedra.

A propósito desta resposta, uma pequena correção: não consegui confirmar que George Washington tenha sido efetivamente eleito Grão-Mestre da Grande Loja da Virgínia (a colónia e, depois, o Estado americano onde residia). Conforme verifiquei na página da História dessa Grande Loja, aquando das diligências para a sua criação, foi sugerido para seu primeiro Grão-Mestre George Washington, mas declinou o convite, em virtude das suas obrigações como Comandante na Guerra da Independência dos Estados Unidos (cfr. aqui) e o primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da Virgínia veio a ser, em 1778, John Blair Jr..

George Washington veio, no entanto, a exercer funções de "acting Grand Master" (Grão-Mestre em exercício), isto é, a exercer ritualmente a função de Grão.Mestre em determinada cerimónia, em substituição do Grão-Mestre de ofício, designadamente na cerimónia da Colocação da Primeira Pedra do Capitólio, em 18 de setembro de 1793, cerimónia de que existe o conhecido quadro que se reproduz acima.

Rui Bandeira

14 comentários:

Diogo disse...

Caro Rui, o "olho que tudo vê" não é nenhuma conhecida representação do Criador. Faça uma pequena sondagem, seja aqui, seja nos EUA, ou noutro sítio qualquer.

O que significa que a Maçonaria Americana (e as outras) é e uma interventora social não reconhecida. Uma intervenção secreta à revelia do conhecimento dos cidadãos.

Não me parece nada correcto.

Abraço

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

Não seja impaciente! A partir da próxima semana, discutimos esta e outras suas objeções...

Do seu comentário acima, ficou-me uma dúvida e uma discordância aberta.

A discordância aberta é quando refere que a Maçonaria americana tem uma "intervenção secreta à revelia do conhecimento dos cidadãos". Desculpe, caro Diogo, mas esta afirmação só se pode entender à conta de enorme descnhecimento seu! Nos EUA, a Maçonaria não só não é nada secreta, como é uma interventora social amplamente reconhecida!Em qualquer cidadezinha americana, o edifício da Lojaa maçónica local é conhecido e frequentado - por vezes tem a categoria de monumento local. A condição de maçom faz parte e é menção do currículo de quem o é. Há hospitais e bibliotecas publicamente financiadas pela maçonaria americana - e disso dando conta na sua documentação dirigida ao público. A Maçonaria americana é uma instituição social como as outras, conhecida e reconhecida como as outras. Pode-se não gostar, mas negar a evidência é desonestidade intelectual... Como não o tenho por desonesto, repito: só posso compreender esta sua afirmação à conta de ignorância.

A dúvida é sobre quem, no seu entender, tem poder, estatuto ou delegação para "reconhecer" as interventoras sociais. Peço-lhe, caro Diogo, encarecidamente, que me esclareça, pois eu, que pugno pelo "reconhecimento social" da Maçonaria Regular, sabendo a quem me dirigir, logo apresentarei o formal pedido de reconhecimento...

Diogo disse...

Rui: «A Maçonaria americana é uma instituição social como as outras, conhecida e reconhecida como as outras. Pode-se não gostar, mas negar a evidência é desonestidade intelectual... Como não o tenho por desonesto, repito: só posso compreender esta sua afirmação à conta de ignorância.»

Diogo: Se assim é, tome-me por ignorante. Mas será a América assim tão diferente da Europa? Cá em Portugal, embora tenham ouvido falar, poucos sabem o que é a maçonaria.


Rui: «A dúvida é sobre quem, no seu entender, tem poder, estatuto ou delegação para "reconhecer" as interventoras sociais. Peço-lhe, caro Diogo, encarecidamente, que me esclareça, pois eu, que pugno pelo "reconhecimento social" da Maçonaria Regular, sabendo a quem me dirigir, logo apresentarei o formal pedido de reconhecimento...

Diogo: Peço-lhe que se dirija a toda a população portuguesa. Que explique o que é a Maçonaria Regular, o que é que esta pretende e quais são os meios que utiliza para atingir os seus objectivos.

Caro amigo, tenho-o nessa qualidade (pelos debates que aqui temos tido e pela honestidade que lhe reconheço), peço-lhe que me (nos) explique o porquê dos secretismos e porque existe tanta desconfiança (cá e lá fora) sobre a Maçonaria.

Não leve a mal as questões que lhe ponho. Você sabe bem que muita gente coloca precisamente as mesmas questões. As sociedades secretas não conseguem fugir a estas interrogações.

Diga-me de sua justiça.
Abraço

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

1)Que a América é, nuns casos para o bem, noutros para o mal, muito diferente da Europa parece-me uma evidência!

2)Se cá em Portugal, poucos sabem o que é a maçonaria, é porque poucos se dão ao trabalho de se informar! Este blogue e o sítio da Loja Mestre Affonso Domingues (www.rlmad.net) são a evidência disso!

3) Dirijo-me a toda a população portuguesa (e não só: a todos os falantes de português) neste blogue! Aqui se explica abundantemente o que é a Maçonaria Regular, o que esta pretende e quais são os meios que utiliza para atingir os seus objetivos. Aqui estão publicados mais de mil textos, dos quais várias centenas explicam detalhadamente tudo isso!
Agora, i pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo aquele que não quer ouvir, o pior imbecil aquele que não quer entender...

4)Diogo, insistir na tecla dos "secretismos" neste blogue não lhe parece desajustado, inútil e até um pouco ridículo? Quantas vezes se escreveu aqui que o objetivo deste blogue é precisamente desmistificar o apregoado "secretismo" da maçonaria, escrevendo abertamente sobre ela, explicando pormenorizadamente, respondendo a TODAS as perguntas que nos são colocadas (mesmo quando temos a clara noção de que são provocatórias)?
Meu caro Diogo, mais transparência do que a que usamos aqui neste blogue, já não seria esclarecimento... seria nudismo!!!

5) O Diogo insiste sempre - infundamentadamente! - na tecla de que a Maçonaria é uma sociedade secreta. Eu dezenas de vezes que pacientemente lhe vou sempre respondendo que não o é e que o melhor exemplo é este blogue e a divulgação do que é a Maçonaria que ele e o sítio da Loja Mestre Affonso Domingues fazem.
Se o Diogo faz orelhas moucas às minhas resposta e prime obsessivamente a mesma tecla, estamos numa conversa de surdos, de onde nunca sairemos...
Proponho-lhe esclarecer de uma vez por todas a questão: o Diogo que me faça e apresente aqui uma lista dos fundamentos pelos quais entende que a Maçonaria Regular é uma sociedade secreta. Eu proponho-me rebatê-los um a um. E argumentaremos (um fundamento de ca vez; o Diogo já sabe que eu entendo que misturar assuntos só serve para espalhar a confusão, não para esclarecer nada...) o que tivermos a argumentar.

No fim, certamente que chegaremos a alguma conclusão...

Diogo disse...

Rui - Que a América é, nuns casos para o bem, noutros para o mal, muito diferente da Europa parece-me uma evidência!

Diogo - Estamos a falar de Maçonaria. Sobre estas instituições a América é diferente da Europa?


Rui - Se cá em Portugal, poucos sabem o que é a maçonaria, é porque poucos se dão ao trabalho de se informar! Este blogue e o sítio da Loja Mestre Affonso Domingues (www.rlmad.net) são a evidência disso!

Diogo - Não se dará o caso da maçonaria portuguesa pouco se dar a conhecer? É verdade que a Loja Mestre Affonso Domingues tem um blogue e divulgado bastante as suas actividades. Mas outras Lojas fecham-se em grande secretismo. E todos temos lido na imprensa coisas pouco abonatórias sobre essas Lojas.


Rui - Dirijo-me a toda a população portuguesa (e não só: a todos os falantes de português) neste blogue! Aqui se explica abundantemente o que é a Maçonaria Regular, o que esta pretende e quais são os meios que utiliza para atingir os seus objectivos. Aqui estão publicados mais de mil textos, dos quais várias centenas explicam detalhadamente tudo isso! Agora, o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo aquele que não quer ouvir, o pior imbecil aquele que não quer entender...

Diogo - De acordo, Rui. O problema são as outras Lojas. Como já disse, a imprensa tem feito acusações muito graves sobre elas. Naturalmente, a Loja Mestre Affonso Domingues acaba por levar por tabela.


Rui - Diogo, insistir na tecla dos "secretismos" neste blogue não lhe parece desajustado, inútil e até um pouco ridículo? Quantas vezes se escreveu aqui que o objectivo deste blogue é precisamente desmistificar o apregoado "secretismo" da maçonaria, escrevendo abertamente sobre ela, explicando pormenorizadamente, respondendo a TODAS as perguntas que nos são colocadas (mesmo quando temos a clara noção de que são provocatórias)? Meu caro Diogo, mais transparência do que a que usamos aqui neste blogue, já não seria esclarecimento... seria nudismo!!!

Diogo - Concordo.


Rui - O Diogo insiste sempre - infundamentadamente! - na tecla de que a Maçonaria é uma sociedade secreta. Eu dezenas de vezes que pacientemente lhe vou sempre respondendo que não o é e que o melhor exemplo é este blogue e a divulgação do que é a Maçonaria que ele e o sítio da Loja Mestre Affonso Domingues fazem. Se o Diogo faz orelhas moucas às minhas resposta e prime obsessivamente a mesma tecla, estamos numa conversa de surdos, de onde nunca sairemos...
Proponho-lhe esclarecer de uma vez por todas a questão: o Diogo que me faça e apresente aqui uma lista dos fundamentos pelos quais entende que a Maçonaria Regular é uma sociedade secreta. Eu proponho-me rebatê-los um a um. E argumentaremos (um fundamento de cada vez; o Diogo já sabe que eu entendo que misturar assuntos só serve para espalhar a confusão, não para esclarecer nada...) o que tivermos a argumentar. No fim, certamente que chegaremos a alguma conclusão...

Diogo – Já lhe disse que o considero um homem extremamente honesto. Agradeço-lhe a abertura de debate e informação que aqui me propõe. Aceito o seu repto. Vou-lhe colocar algumas questões que me fazem alguma confusão na Maçonaria. Muitos mal-entendidos podem ser aqui esclarecidos.


Abraço

Nuno Raimundo disse...

Boas...

Com agrado e alguma curiosidade, vou esperar pelas perguntas, por certo pertinentes ( espero eu!), e pelas sábias respostas que merecerão.
:)

abr...prof...

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

1)Estamos a falar de Maçonaria e sua inserção na sociedade. Claramente que a Maçonaria americana é, neste aspeto, muito diferente da europeia: é uma instituição local em cada cidade! Mal comparado (muito mal, mesmo, mas permite, creio, dar uma ideia do que pretendo dizer) ser membro da Loja local é como, em Portugal, ser dos Bombeiros Voluntários da terra...
Também intrinsecamente, a Maçonaria americana é algo diferente da europeia (para o bem e para o mal), designadamente com um muito acentuado pendor social e um grande enfoque na atividade beneficente. Diria que as diferenças resultam das diferentes sociedades: a inserção social da Maçonaria americana nas instituições locais é tal, que a "obriga" a uma atividade social ímpar em relação à maçonaria europeia.

2) A Loja Mestre Affonso Domingues não tem esta atividade de divulgação e esclarecimento isolada. Tem o paoio e o beneplácito, quer da Grande Loja Legal de Portugal, quer das demais Çojas regulares. Aliás, se se der ai trabalho de consultar o sítio da GLLP/GLRP (www.gllp.pt), poderá verificar que mais outras Lojas têm sítios na Internet. Porventura não tão desenvolvidos como o da Mestre Affonso Domingues, mas cada Loja que se abalançou a criar um sítio percorrendo o seu caminho neste imenso meio de informação que é a Internet.
Também, além do A Partir Pedra, existe um blogue animado por maçons do Triângulo (Loja em constituição) de Macau, da GLLP/GLRP - ver http://luzoriente.blogspot.com. A Loja do Funchal também lançou um blogue - presentemente suspenso, por indisponibilidade do seu animador principal - ver http://joaogoncalveszarco.blogspot.com/.
O problema é que, como quem anima blogues muito bem sabe, manter um blogue, depois do entusiasmo do arranque não é fácil...
E, por outro lado, o êxito e visibilidade do A Partir Pedra também tem um pouco o efeito de eucalipto, de secar tudo á sua volta...

3) Agora, caro Diogo, onde eu pretendo que seja mais específico é:
A) Que coisas pouco abonatórias de Lojas leu na Imprensa? - casos concretos, por favor!
B) Que Lojas?
C) Que Imprensa?
É que, meu caro amigo, falar em generalidades, de alguém que disse não sei o quê sobre não sei bem quem, não é conversa que cultive.
Factos! Ponha nomes aos bois!
E eu cá pegarei, de caras ou de cernelha, os bichos que me apresentar!
Alusões vagas - para mim não servem!

4) Este espaço serve precisamente para responder às questões e esclarecer as dúvidas de quem as ponha.

Diogo disse...

Sindicato dos Magistrados do Ministério Público

CM-Supremo Tribunal é loja maçónica
Janeiro 29, 2010

Autor: Tânia Laranjo e Isabel Fonseca
Data: Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010
Pág.: 18
Temática: Sociedade

POLÉMICA - JUÍZES ADMITEM QUE ALEGAÇÕES SÃO VERDADEIRAS

Costa Pimenta, juiz de Direito, contestou a decisão de ser aposentado compulsivamente na sequência de uma inspecção e pôs em causa o que apelida de “máfia” nos tribunais

Supremo Tribunal é loja maçónica

0 Supremo Tribunal Administrativo é uma loja maçónica criada, instalada, dirigida e presidida por maçons: como, aliás, o Supremo Tribunal de justiça é uma loja maçónica, criada e instalada por maçons”. A afirmação é feita por José Costa Pimenta, juiz de Direito, que em 1998 foi alvo de um processo disciplinar que ditou a sua aposentação compulsiva e que desde essa data tem vindo a contestar o afastamento. As alegações foram proferidas num recurso para o Supremo Tribunal Administrativo, considerado improcedente no passado dia 14, e servem para contestar a decisão que determinou a aposentação.
José Costa Pimenta, autor de uma vasta obra jurídica, vai mais longe nas suas considerações e fala em pactos secretos nos tribunais. “A verdade é que as lojas maçónicas, incluindo o Supremo Tribunal Administrativo e a Relação de Lisboa, deixaram-se infiltrar pelo jesuitismo e profanos de avental, que constituíram uma máfia que opera nos tribunais portugueses” Costa Pimenta diz ainda que há “um grupo de indivíduos incluindo juízes, magistrados do MP, ministros, advogados, banqueiros, empresários, embaixadores, autarcas, homens do teatro, do cinema e da televisão, que distribuem sentenças entre si em benefício dos seus irmãos”.

...

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

Diogo, confesso que esperava muito mais de si e do seu discernimento e espírito de crítica!!! É isto que me apresenta como "prova", "indício" ou "fonte de informação"??? Diogo, uma criança de 10 anos vê logo que isto não tem qualquer fundamento...!!!1


Vamos por partes:

1) Está obviamente o Diogo familiarizado com a figura de estilo da metáfora ("acontece quando o narrador usa um termo, para representar outro ou para substitui-lo, baseando-se numa comparação de ordem pessoal ou subjetiva" - cfr. http://estudiologia.hpg.com.br/figuras.htm).

A utilização da expressão "loja maçónica" neste tesxto não refere uma Loja da Maçonaria propriamente dita, mas é metafórica, significando o que popularmente é (ainda) admitido, de "grupo em que se protegem uns aos outros".

Uma Loja Maçónica está organizada, tem nome, filiação numa Obediência Maçónica, local e dias de reunião, órgãos que a administram, etc.. Não tem nada a ver com o que o insatisfeito juiz chama ao grupo contra o qual se rebela. Podia igualmente chamar~lhes "mafiosos", ou "associação de malfeitores" ou qualquer outro epíteto desprimororso...


Repare que o dito insatisfeito afirma, mais adiante, que o STA e a Relação de Lisboa são "lojas maçónicas - e todos sabemos que não são: concordando ou discordando das suas decisões são TRIBUNAIS. Chamar~lhes "lojas maçónicas" é aplica-lhes epítetos que o interessado tem por desprimorosos o que só prova a sua ignorância!!!), mas é, manifestamente uma metáfora!!!!

Diogo: de ressabiados está o Mundo cheio!!!

Repito: se tiver notícia de atos desprimorosos de Lojas Maçónicas (no verdadeiro termo da expressão), aponte-ma, que eu, de bom grado, responderei e procurarei esclarecer!


Poupe-me é a "bocas" disparatadas de ressabiados!!! Aquele bendito senhor usou a metáfora da "loja maçónica" bem sabendo que os Tribunais e Lojas maçónicas são coisas diferentes, apenas porque está na moda atirar com expressões bombásticas para a frente, quando não se é capaz de afirmar as suas razões!!!

Não conheço o caso do dito senhor, mas, sabendo que houve decisões judiciais desfavoráveis a ele (e todos os dias os cidadãos deste País vêm os seus conflitos decididos pelos Tribunais, umas vezes favoravelmente, outras desfavoravelmente, não sendo aceitável que todos aqueles que "perdem" os processos venham para a praça pública clamar contra pretensas "lojas maçónicas" ou "máfias" que decidiram contra eles - ou então, em todos os processos judiciais só poderia haver vencedores, nunca vencidos...).

Diogo, um pouco de espírito crítico não lhe fará, certamente, mal!!! Ou, então, um pouco de respeito pelo espírito crítico daquele com quem está a dalogar....

Consideremos isto uma falsa partida, Diogo!

Aguardo um qualquer seu exemplo concreto - mas sério, por favor!

Diogo disse...

Rui - «Uma Loja Maçónica está organizada, tem nome, filiação numa Obediência Maçónica, local e dias de reunião, órgãos que a administram, etc. Não tem nada a ver com o que o insatisfeito juiz chama ao grupo contra o qual se rebela. Podia igualmente chamar-lhes "mafiosos", ou "associação de malfeitores" ou qualquer outro epíteto desprimoroso...»

Diogo – E no entanto o insatisfeito juiz chama-lhe maçónica criada, instalada, dirigida e presidida por maçons: como, aliás, o Supremo Tribunal de justiça é uma loja maçónica, criada e instalada por maçons”.


Rui - «Repare que o dito insatisfeito afirma, mais adiante, que o STA e a Relação de Lisboa são "lojas maçónicas - e todos sabemos que não são: concordando ou discordando das suas decisões são TRIBUNAIS. Chamar~lhes "lojas maçónicas" é aplica-lhes epítetos que o interessado tem por desprimorosos o que só prova a sua ignorância!!!), mas é, manifestamente uma metáfora!!!!»

Diogo – Parece-me que a metáfora que o juiz quis utilizar foi que o STA e a Relação de Lisboa estão cheios de maçons. Não que a Relação seja uma loja, mas que está cheia de maçons de várias lojas. Foi o que me pareceu.

Mas adiante.

Artur Santos Silva disse...

É de lamentar profundamente que Sr. Dr. Rui Bandeira - além de fornecer informações pouco rigorosas sobre a Maçonaria e as Lojas Maçónicas - aproveite o seu comentário para falar desprezivelmente do juiz em causa e para o insultar, chamando-lhe "ressabiado". Provavelmente o Sr. Dr. Rui Bandeira nem conhece essa pessoa e, no entanto, não se coibiu de a insultar, sabendo que a mesma não se podia defender na mesma sede. Parece que o Sr. Dr. Rui Bandeira não consegue, em grau suficiente, dominar as suas paixões. Parece ter ainda de partir muita pedra. Por esse caminho, haverá outras pessoas que talvez tenham alguns comentários a fazer sobre a pessoa do Sr. Dr. Rui Bandeira e do seu carácter. Mas não é esse bom caminho a seguir. Uma coisa é certa: maçonicamente, o comentário do Sr. Dr. Rui Bandeira parece ser um desastre, pois se um maçon não manifesta o mínimo de contenção verbal relativamente a terceiros indefesos na mesma sede, quem vai querer ser maçon? O exemplo que é dado não é dos mais positivos. Alguém até poderia retorquir que quem parece ressabiado é o Dr. Rui Bandeira, eventualmente porque o juiz em causa - que também escreve - publicou dois livros ("Salazar o maçon" e "O Relato Secreto da Implantação da República, feito por maçons e carbonários"), em que, de todos os graus da Maçonaria, revela praticamente tudo, incluindo os sinais, os toques e as palavras e os juramentos dos altos graus.
Como quer que seja, uma coisa me está a intrigar: se o juiz realmente está "ressabiado" ou "zangado" (ou lá o que for) com o sistema de justiça português (e parece que não é o único), qual é o interesse do Sr. Dr. Rui Bandeira em vir intrometer-se no caso, e atirar-se ao juiz, que nas suas alegações até considera "favorável" que os juízes das Relações e dos Supremos Tribunais pertençam à Maçonaria? Ou seja, o juiz considera que deveria haver mais juízes maçons e que os que os juízes que já são maçons deveriam sê-lo mais intensamente, pondo em prática a sua doutrina. Por isso há algo que me escapa, mas hostava de perceber, de facto.

Rui Bandeira disse...

@ Paulo:

1) Humildemente aceito que não sou perfeito e fico ansioso por conhecer as mais rigorosas informações sobre a Maçonaria e Lojas Maçónicas que aparentemente conhece. Uma nota: eu só escrevo sobre Maçonaria Regular. Outras organizações que, não integrando a Maçonaria Regular, usam designação semelhante, são outra coisa, não são Maçonaria Regular...

2)Não aproveitei para falar "desprezivelmente" do juiz em causa. Simplesmente, quem vem para a praça pública criticar e apodar do que lhe apetece apodar quem está em conflito consigo ou quem decide o conflito contra as suas expectativas, fica sujeito à crítica sobre as suas ações e palavras. O texto que me foi citado denota, repito, ressabiamento em relação a decisões judiciais desfavoráveis. E dizer isto não é insulto. Todos nós podemos - e não é desonra nenhuma! - ficar ressabiados quando as nossas expectativas saem goradas.Criticar, opinar sobre uma atitude ou um texto, mostrando discordância (sou advogado e entendo que as decisões judiciais se criticam nos Tribunais, em sede de recurso e não na praça pública; e acho lamentável que um Juiz tenha optado pelo contrário - e particularmente nos termos em que o fez!)é muito diferente de insultar. A não ser que o Meritíssimo se julgue tão acima do Vulgar Povo que qualquer manifestação de discordância e de crítica seja considerada insultuosa...
3. Não conheço o magistrado em causa e li apenas na diagonal um dos seus livros, aliás, na minha opinião, fraquinho...O que "expõe" já está "exposto" há mais de um século... E não estou nada ressabiado com o senhor. Espero que, se tem razão, veja a sua razão judicialmente reconhecida, mas pelos meios próprios - os recursos legais - não pela utilização de comentários públicos como o que me foi apresentado. Juiz que vem para a praça pública dirimir refregas judiciais não me parece o melhor paradigma dessa função (sem ofensa, não vá a sua sensibilidade escandalizar-se...).
4. Releia a troca de comentários entre o comentador deste blogue Diogo e mim próprio e verá que não fui eu que trouxe à colação o texto que comentei. E desconheço em absoluto as alegações judiciais do Magistrado em causa. Uma coisa lhe garanto: respeito as suas ideias em absoluto - o que não quer dizer que com elas concorde ou me exima de dar a minha opinião crítica, se for caso disso.
5.Ao magistrado em causa e ao Paulo (se não for a mesma pessoa)desejo boa sorte pessoal e profissional, o melhor resultado possível no seu litígio, atentas as normas legais e a Função Judicial e faço questão de frisar que a minha postura é sempre a de criticar quando entendo, aplaudir ou discordar quando julgo asado, mas sempre ações e palavras. Nunca pessoas. A estas reservo sempre o respeito que a Convivência social e a Lei me obrigam. Se porventura das minhas considerações se retirou algum sentido opinativo sobre a pessoa ou o carater de quem quer que seja,que fique esclarecido que esse sentido não é por mim perfilhado. Repito, uma pessoa pode estar ressabiada ou zangada e considerá-lo n
ao é ofensivo. É humano, é natural, ao longo da vida de todos nós há centenas de situações que nos induzem a este estado, com ou sem razão. Seria estulto formular juízos sobre pessoa que desconheço em absoluto...

Tudo de bom para si.

Artur Santos Silva disse...

Por ter respondido - raciocinando, argumentando e produzindo trabalho intelectual visivel e meritório (nem todo a gente gosta de pensar e menos ainda, de pôr por escrito aquilo em que pensa) - o Dr. Rui Bandeira marcou, de facto, muitos pontos. Ainda assim, talvez haja equívoco ao pensar que foi o juiz em causa que trouxe o texto das alegações (ou outro) para a praça pública. Na verdade, quem o publicou foi o Ministério da Justiça (uma direcção-geral não sei de quê) e o visado não parece que tenha tido qualquer interferência nisso. Dele não se conhece, por exemplo, nem textos, nem fotografias na internet, nem na capa dos seus livros. Também não lhe encontro qualquer blogue. Não aparece em lado nenhum. Sabe-se que recentemente foi entrevistado na TSF. O Jornal de Letras também publicou uma entrevista com ele. No entanto, nada de nada sobre o assunto. Por isso, se calhar não foi ele que trouxe o acórdão para a praça pública. Se for este o caso, a censura que o Dr. Rui Bandeira lhe pretende fazer, provavelmente não está bem dirigida.
Outra coisa. Realmente, já me disseram que os livros que o juiz escreveu, poderiam ser bastante melhores. No entanto, é um dos raríssimos juristas portugueses a ter uma obra de Direito traduzida e publicada no estrangeiro. É pouco. Muito pouco. No entanto, ele sempre poderá dizer, copiando (visto que o Sr. Dr. Rui Bandeira diz que ele copia o que já está escrito há mais de cem anos) o Prof. Manuel de Andrade: que outros venham e façam melhor!
Quanto à Maçonaria (ou às Maçonarias, como sugere), dificilmente eu poderia dizer algo ao Dr. Rui Bandeira que ele não saiba já. Nessa parte, abstenho-me.

Rui Bandeira disse...

@ Paulo:
Se, como refere, a publicação do texto em causa ocorreu sem autorização do seu autor, então retiro, obviamente, todas as considerações que, a esse respeito, fiz. Se assim foi, a publicação foi abusiva e o autor do texto tem todo o direito de contra ela reagir, nos termos legais.
Quanto à obra publicada, a única coisa que li - e em diagonal, como referi - foi o livro em que se defende a tese que Salazar foi maçom - tese com que não concordo e que, na minha opinião, está infundamentada. Na minha opinião, é uma especulação, talvez apelativa, mas nada mais do que isso e penso que em contradição com os factos. Daí a minha fraca opinião do livro.
Quanto ao "exposé", de facto já há mais de cem anos que estão publicados documentos semelhantes. Terá havido algum trabalho de investigação, recolha e sistematização, mas só. Nada de novo ali se publica. Quem é maçom e conhece, sabe-o por uma razão: algo do que ali está "exposto" já em tempos foi assim - mas não é assim.
Por isso, estes "exposés" não afetam nem preocupam maçons experientes: se porventura alguém se quiser valer deles para se fazer passar por maçom, não o sendo, não demora muito a ser ele o exposto...
Quanto aos livros jurídicos que o magistrado em causa tenha publicado, não me pronuncio em absoluto, porque a ese nível nada li e nada conheço. Admito que, sendo jurista,os livros de temática jurídica alguma valia tenham...
E pronto, Paulo, desfeito que espero que esteja o mal-entendido, resta-me enviar-lhe um abraço e desejar que mais vezes visite este cantinho da blogosfera e que não hesite em, sempre que o entender, comentar o que lhe aprouver, seja concordando, seja discordando, seja inquirindo.
Os autores deste blogue gostam que ele seja um espaço de diálogo e, sempre que se justifique, de debate.