Trago-vos hoje mais uma história recebida por correio eletrónico, cuja autoria desconheço, como habitualmente escrita à minha maneira. Em época de dificuldade, de temor, de confusão, de insegurança, como a que vai sendo a presente, é importante que cada um de nós renove a confiança em si próprio e nas suas capacidades. Se é certo que o ambiente, a conjuntura, nos afetam, não é menos verdade que cada um de nós também afeta o ambiente e a conjuntura. A soma de muitos pessimismos e desânimos só pode dar desastre. O resultado da adição de muitas confianças, propósitos de trabalho e fé nas respetivas capacidades, pelo contrário, mais tarde ou mais cedo redundará em progresso e superação das dificuldades.
Um conferencista famoso começou um conferência, numa sala com 200 pessoas, exibindo na mão direita uma nota de cem euros. Perguntou:
- Qual de vós quer esta nota?
Na assistência, todos ergueram a mão.
Então o conferencista disse:
- Tenciono dar esta nota a um de vós esta noite, mas, primeiro, deixem-me fazer isto...
Então, ele amarrotou totalmente a nota.
Seguidamente, perguntou outra vez:
- Quem ainda quer esta nota?
Todos os assistentes ergueram de novo a mão. O conferencista continuou:
- E se eu fizer isto...
Deixou cair a nota no chão e começou a pisá-la e esfregá-la. Depois, pegou na nota, agora já imunda, além de amarrotada, e perguntou:
- E agora? Quem ainda vai querer esta nota de cem euros?
Todos voltaram a erguer as mãos. Então, o conferencista voltou-se para a plateia e explicou o seguinte:
- Não importa o que eu tenha feito ao dinheiro. Vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece connosco... Muitas vezes, em nossas vidas, somos amarrotados, pisados e ficamos sentindo-nos sem importância. Mas não importa! Jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amarrotados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa ! Nada disso altera a importância que temos! O valor das nossas vidas não é o que aparentamos ser, mas o que fizemos e sabemos!
Não importa a crise, não importa que nos atormentemos com os baixos, esquecidos dos altos que já vivemos. O nosso valor é intrínseco. Só temos que confiar nele e fazer o melhor que formos capazes o que temos que fazer. E o valor que efetivamente temos é reconhecido por quem dele beneficiou. Cada um de nós não será famoso no mundo, mas seguramente é lembrado e recordado por todos aqueles a quem tocou.
Leitor, agora faça este teste:
Quem são as dez pessoas mais ricas do mundo? (Tirando o tio Bill e talvez mais um ou dois, não é capaz de se lembrar, pois não?)
Quem foram as cinco últimas vencedoras dos concurso Miss Universo? (Pois é... Nem do nome de uma se consegue lembrar... E, no entanto, quando viu as fotografias de cada uma delas seguramente as achou memoráveis...)
Nomeie os dez últimos vencedores de qualquer um dos Prémios Nobel, à sua escolha. (Eu facilitei... Até deixei escolher o que mais lhe conviesse... Mas nem assim lá foi, pois não?)
Nomeie os dez últimos vencedores do Óscar de melhor ator ou melhor atriz. (Mesmo os mais cinéfilos, aposto que não conseguiram...).
Pois é... Bem vistas as coisas, ninguém se lembra verdadeira e duradouramente dos melhores de ontem. Os aplausos terminam! Os troféus ficam cheios de pó! Os vencedores são esquecidos!
Agora, caro leitor, faça o seguinte:
Recorde três professores que ajudaram na sua verdadeira formação. (Fácil, não é?)
Nomeie três amigos que já o ajudaram nos momentos difíceis. (Ridiculamente simples, não é?)
Pense em algumas pessoas que o fizeram sentir alguém especial. (Também é fácil - e agradável - lembrá-lo, pois não é?)
Nomeie cinco pessoas com quem passe o seu tempo. (A dificuldade é só nomear cinco...)
As pessoas que marcam a nossa vida não são as que têm as melhores credenciais, mais dinheiro ou os melhores prémios... São aquelas que se preocupam connosco, que cuidam de nós, aquelas que, de algum modo, estão ao nosso lado. Essas, por muito simples ou modestas que sejam, têm o seu valor. E, para nós, se bem pensarmos, valem mais do que os famosos e aclamados vencedores.
Que cada um preze o seu valor. Que dê o seu melhor. Gordo, magro, alto baixo, novo, velho, o valor que cada um tem é seu e ninguém lho tira. Haverá sempre alguém que o reconhece, porque o viu, porque dele beneficiou. Cada um de nós aspira a ver reconhecido o seu valor. Pois bem, é simples: use-o o melhor que puder em benefício de tantos quantos puder. Se assim fizer, mais reconhecerão esse valor. E o próprio dele não deve duvidar!
Crise? Qual crise? Só existem as crises que nós nos convencemos que existem... Façam o favor de aproveitar o vosso valor, de contribuir para a felicidade comum e... já agora... façam o favor de ser felizes!
Rui Bandeira