Entre o Nono e o Décimo Veneravel
Só hoje decidi. Ao ler o post do Rui A Ultrapassagem . Comecei por escrever na zona de comentários mas decidi passar para aqui.
Começou por recusar ser 1º Vigilante quando convidado pelo Vítor. Recusou ser 1º Vigilante quando convidado por mim, escolhendo em ambas as alturas ser 2º Vigilante.
Não teve a possibilidade de repetir a dose em 1º Vigilante por força das circunstancias ( bem até que foi duas vezes pois o Jean P.G teve mandato e meio com duas eleições.)
Tentou ser Venerável dois anos consecutivos, mas aí a coisa foi mais difícil.
A Generalidade da Loja não foi nisso, e sobretudo ele Luís sabia bem que eu não iria nisso. Foi público e muito notório que fui um dos maiores críticos ao tipo de gestão do Luís, e as nossas discordâncias eram constantes e audíveis.
Reconheço que o meu mau feitio imperou, quem me conhece sabe que gosto das coisas feitas à minha maneira, mas que não sou Ditatorial (excepto em caso de força maior).
Esses anos da Loja vivi-os com algum distanciamento pois tinha acabado de mudar de emprego tendo na altura assumido funções num hospital, e tinha mudado de casa mas por força das obras fui obrigado a viver em Colares durante um ano, pelo que me sobrou muito pouco tempo para a Loja.
Não guardo grande saudade do Veneralato do Luís, e não fiquei admirado com a manipulação feita. Esse era o estilo. Sempre com um discurso de decisão democrática, sempre com uma decisão autocrática e muitas vezes não orientada ao que seriam os melhores interesses da Loja.
Por isso especulo aqui o seguinte:
Luís sabia que se tentasse ser reeleito teria uma oposição feroz, e que provavelmente não o seria uma vez que a reeleição obriga a um resultado de pelo menos 2/3 dos votos favoráveis.. Ficando numa situação insustentável.
Terá pensado que seria estrategicamente melhor afastar-se e não promover aquele "que ele pensava ser o seu Delfim" , criando assim um hiato de 1 ano antes de poder tentar retomar o poder.
Luís sabia que Rui Bandeira me conteria, porque somos amigos e porque eu nunca iria tornar difícil o Veneralato do Rui.
Comigo fora das contas ele tinha um ano de descanso e poderia preparar o futuro.
Só que feriu o "seu Delfim" e não contou, nem poderia contar, com as eleições para Grão Mestre que ocorreram durante o mandato do João D.P. .
Não contou com mais algumas coisas. Tomou-se “amores” por Ruy F. e por Gustavo P. , e sem querer ser muito mau, creio que incumbiu o primeiro de travar uma guerrilha comigo. A coisa correu mal.
Luís esqueceu-se de uma coisa fundamental, eu tinha sido o Venerável da Guerra e travar uma “guerrinha” com Ruy F. foi fácil, tendo acabado Ruy por sair da Loja
Gustavo P. acabou mal, praticamente expulso da Loja, e mais tarde expulso da Maçonaria.
E no que respeita à eleição para Grão Mestre, Luís encontrou-se frente a frente com João D.P., Luís era um dos 3 subscritores de uma candidatura e João um dos subscritores da candidatura oponente.
Eu era o “juiz”. Por assim dizer. Desempenhava funções de Grande Orador da Grande Loja e era o responsável pelo escrutínio.
Temos então que a estratégia de Luís fracassou.
Ao provocar a ultrapassagem perdeu aquele que ele achava ser o seu Delfim.
Ao mandar outros batalhar comigo, perdeu os seus aliados.
Acertou na premissa que Rui Bandeira me conteria. Mas o Veneralato só durou um ano e no ano seguinte, estando eu nas colunas e ele como guarda interno ficámos empatados na prioridade do uso da palavra e eu não me tinha esquecido.
Não podia prever a evolução da Grande Loja e com isso teve que defrontar João .D.P. , se é certo que ganhou a eleição o candidato de Luís e que com isso ele ficou como Grande Orador, também é certo que passado pouco tempo o Grão Mestre o destitui sem apelo nem agravo por incumprimento de funções. Ou seja aquele que poderia ter sido o seu trunfo ele também não o aproveitou.
Falhou também a sua tentativa de ser o único responsável pela instrução dos aprendizes. Essa função estava acometida aos Vigilantes e estes desempenharam-na.
Era uma estratégia que teoricamente ( leia-se esotericamente) estava bem montada, mas que esbarrou numa série de problemas reais e em tipos com mau feitio, que tendo dado tudo o que tinham para conter as agressões externas não iam nunca dar de barato a destruição interna.
Terminando a especulação, que como qualquer especulação apenas reflecte o que eu penso, retomo a realidade
Hoje Luís não aparece nas sessões há uns 4 anos. Soube que está tentar regularizar a sua situação de quotas para poder sair com alguma dignidade.
Como pessoa Luís estava sempre pronto a ajudar. Como Venerável Mestre foi na minha opinião um desastre.
Ainda hoje a Loja não tem um membro que seja da linha esotérica como o eram Luís e Ruy F.
Não sei porquê, ou se calhar até sei.