04 setembro 2007

O dia do maçom no Brasil

Não escrevi em Agosto, mas não deixei de estar atento ao que se passa em relação à maçonaria no mundo lusófono e não só. Entre outras coisas, aprendi que no Brasil se assinala no dia 20 de Agosto o Dia do Maçom. Li notícias sobre diversas iniciativas de várias instituições maçónicas brasileiras, de eventos e homenagens, enfim, do que é expectável nestes dias comemorativos. De entre os vários textos a que tive acesso, um deles me chamou particularmente a atenção. Trata-se de um artigo publicado no diário electrónico de Mato Grosso do Sul Agora MS, escrito por Paulo Rocaro, escritor, jornalista, presidente do Clube de Imprensa de Ponta Porã e director da Sodema (Sociedade de Defesa do Meio Ambiente) no Estado de Mato Grosso do Sul. O citado jornal electrónico expressamente autoriza a reprodução de todos os seus textos, desde que expressamente citada a fonte. Usando dessa autorização, porque o texto me agradou e porque entendo que fica bem no A Partir Pedra, com a devida vénia reproduzo o texto em causa, integralmente e sem qualquer edição, isto é, mantendo a ortografia original.

O dia 20 de agosto constitui-se em importante data para uma das mais antigas e respeitadas sociedades do mundo: a Maçonaria. Comemora-se, com fugaz lembrança o Dia do Maçom, revelando atividades nos templos maçônicos que se rendem à beleza e perfeição. É o apogeu de uma luta geral tanto por uma beleza estética quanto interior, sem discrepâncias no conjunto harmonioso de paz social.

Como disse certa vez uma importante liderança maçônica, o homem é um laboratório onde se processam experiências espetaculares, na sua busca incessante pelo aperfeiçoamento das idéias e por sua satisfação pessoal, profissional e material. Desde os primórdios da humanidade o homem procura a sua satisfação espiritual, como elemento essencial ao seu bem-estar, ao lazer, ao entretenimento, ao trabalho, enfim, à sua afirmação no meio social.

E para que ele alcance esse desiderato, torna-se imprescindível a fé. O homem não busca apenas satisfazer as suas necessidades materiais. Para viver, plenamente, busca a satisfação espiritual. Cheio de poder, posto que é dotado de inteligência – esta explosiva força criadora – o homem transforma o mundo. E chega a uma conclusão derradeira, inapelável: Deus existe!

Mas, de tanto investigar, termina por concluir que algo deve ser melhorado ainda neste mundo de Deus. A beleza interior é a única coisa que o tempo não pode prejudicar. As filosofias desfazem-se como areia; as crenças passam uma após outra, mas o que é belo é um prazer para todas as estações, uma possessão para toda a eternidade.

Para o homem da cidade, ser feliz se traduz em “ter as coisas”: apartamento, rádio, geladeira, televisão, bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia e noite e se gaba de ser bem-sucedido.

Para uma minoria, mais para lá, para os lados do interior, o conceito de felicidade é muito mais subjetivo: ser feliz não é ter coisas; ser feliz, é ser livre, não precisar se matar de tanto trabalhar. E, principalmente, não trabalhar obrigado. Conjeturando o trabalho que é desenvolvido pela Maçonaria, podemos concluir que a questão interior não se limita ao espaço que se produz.

Ou seja, o maçom dedica-se, religiosamente, à tarefa de explorar no homem o que ele tem de melhor, seu poder de fazer deste mundo um lugar melhor para se viver. Estudo maçônico não significa superficialidade. Ele é alvo de dissecação, quase que uma obsessão pelo bem maior da humanidade: a família. Com ou sem rituais, mas com fé no Grande Arquiteto do Universo, o que se busca em meio às paredes dos templos é o direcionamento do cidadão para uma vida digna.

Lembra-me o grande pensador Blaise Pascal (1623-1662): “Quando considero a duração mínima de minha vida, absorvida pela eternidade precedente e seguinte, o espaço diminuto que ocupo, e mesmo o que vejo, abismado na infinita imensidão dos espaços que ignoro e que me ignoram, assusto-me e assombro-me de me ver aqui antes que lá, pois não há razão por que antes aqui do que lá, antes no presente do que então. Quem me pôs aqui? Pela ordem e conduta de quem este lugar e este espaço me foram destinados?”

Este grande símbolo daquele século, questiona: “O que é o homem na natureza? Um nada, se comparado ao infinito: um tudo, se comparado ao nada; um meio entre nada e tudo. Infinitamente afastado da compreensão dos extremos, o fim das coisas e seu princípio estão para ele invisivelmente escondidos num segredo impenetrável, igualmente incapaz de ver o nada de onde é tirado e o infinito pelo qual é absorvido”.

Nesse contexto, vive a Maçonaria em meio a acontecimentos importantes, admitidos como verdadeiros, com a finalidade de obter do passado maiores probabilidades para o futuro, no desenvolvimento da atividade espontânea do homem. A história tem por fontes a experiência própria, a narração das pessoas presentes aos fatos ou que poderão ter conhecimento deles e os monumentos que os atestam.

Para que a História se torne uma ciência, as tradições vagas e sem nexo não lhe bastam. Precisa de fatos verificados, observados, classificados e bem descritos. Portanto, a História da Maçonaria se resume ao tópico central de sua missão, quando encara o homem como fonte inesgotável de sabedoria, imbuído da vontade férrea de atingir seus objetivos, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Dezenas, quem sabe milhares de Irmãos tiveram as suas vidas ceifadas lutando por uma causa nobre, a de difundir, de propagar no universo os fundamentos da notável Instituição Maçônica, que se assentam nos princípios de Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

Ao se propor a enfrentar o desafio de serem trabalhadores de ofício social, os maçons têm em seus alicerces uma história de luta, sacrifício, dissabor, incompreensão, censura de governos déspotas, da igreja de outrora (e de alguns de seus setores retógrados de hoje) e, principalmente, da rede de intrigas urdidas, de uns contra os outros, o que resultou numa divisão do todo.

Contudo, o importante é que prevaleceu a Maçonaria como instituição séria, respeitada, admirada e consagrada como uma sociedade secreta, na qual se pratica o bem sem olhar a quem, forja-se masmorras ao vício, nutre-se o ideal de melhor servir à humanidade. É onde se pratica filantropia na última acepção da palavra. Dignifica-se o homem.

Ouvi certa vez o pronunciamento de um venerável, sobre a missão alçada a pontos importantes da nação, em que deixou claro que é desta forma que inspira-se confiança aos obreiros da Maçonaria; levanta-se templos à virtude; reúne-se em nome da democracia, da liberdade, da fraternidade e da igualdade entre todos os povos, exaltando-se o nome de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, como inspiração divina e como proteção dos trabalhos.

No dia em que se comemora o Dia do Maçom, a esperança é de que este continue levando à compreensão de todos os homens livres e conscientes a certeza plena de que é possível se viver sem os princípios da Maçonaria, mas nunca sem praticar nenhum ato maçônico. Afinal, ser maçom é um estado de espírito, é viver em paz com sua consciência, é, essencialmente, praticar o bem à humanidade, palavra de ordem de todo bom e verdadeiro Maçom.

Embora com atraso, esta é a minha forma de assinalar o dia do Maçom no Brasil.

Rui Bandeira

03 setembro 2007

Organização do jogo

Uma das minhas frases favoritas é a que menciona que O cemitério está cheio de insubstituíveis. Este blogue, no mês passado, ilustrou-a na perfeição. Como anunciei, cumpri o meu dever de tirar férias e não escrevi uma linha. Mas a minha falta não se fez sentir, muito graças ao esforço do José Ruah, que assegurou 21 dos 23 textos publicados em Agosto (os outros dois foram publicados pelo JPSetúbal, também fresquinho após o regresso das suas férias nórdicas), mantendo assim a média de um texto por dia útil.

Muito obrigado pela referência ao meu aniversário e antecipado pedido de desculpas pelo meu mais do que provável esquecimento de referenciar os aniversários dos outros autores de textos do blogue...

Quanto à simpática referência à minha dita condição de "médio organizador de jogo" deste blogue, não posso deixar de rectificar: infelizmente nasci com dois pés esquerdos, quer para o futebol, quer para a dança, e qualquer deles é (ainda) pior do que o pé direito do Óscar Cardozo (e nada têm a ver com o fabuloso pé esquerdo dele...); quanto às minhas supostas capacidades de organização do blogue, a prova está nos quinze meses anteriores: revelei-me muito mais adepto da táctica do "todos ao molho e fé em Deus" e na manutenção de um espaço de criatividade e liberdade do que da organização...

Quanto ao futuro, antes do mais uma novidade e um desejo. A novidade é que, se se confirmar o anúncio que directamente me foi feito por um Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues, já este mês este blogue vai passar a ter mais um autor de textos a publicar com frequência. O desejo é que, graças a este "reforço" (a custo zero!!!) e ao que espero seja uma cadência de produtividade de cada autor frequente de... digamos... não quero exagerar... nem ser irrealista... pelo menos um texto por semana, espero este ano poder escrever uma média de apenas dois textos por semana, ou seja, cerca de 100 textos até ao final de Julho.

Se assim for, tenho o plano de trabalho para todo este ano praticamente feito: vou continuar, à cadência tendencial de um texto semanal, a série Memória da Loja, até a conduzir até ao Venerável Mestre que exerceu funções no ano maçónico de 2005 - 2006. Depois disso, a actualização será anual, deixando de fora os mandatos do ex-Venerável Mestre e do Venerável Mestre em exercício. Memória não é história, mas pressupõe algum distanciamento e o mínimo dos mínimos é um ano...; tendo no ano transacto publicado uma série de textos sobre o percurso de um profano enquanto candidato, tenciono este ano publicar uma outra série de textos relativo ao percurso de um maçon desde a sua iniciação até ser Mestre, porventura Mestre Instalado, de uma Loja azul; continuarei, embora talvez com menos regularidade, a publicar textos sobre maçons ilustres, sítios maçónicos, outros blogues maçónicos, Lojas de Investigação e curiosidades maçónicas; publicarei, é claro, sempre que tal se justifique, notícias ou referências de actualidade; tenciono descaradamente aproveitar a boa ideia que o José Ruah teve de lançar o seu estival Desafio e escrever alguns textos desenvolvendo pelo menos alguns dos temas colocados pelos leitores deste blogue; finalmente, é claro que sempre acabarei por escrever alguma coisa sobre coisas de que agora não faço a mínima ideia e que, oportunamente, me dará na bolha de escrever...

Como vêem, neste blogue a "organização do jogo" é simples. Agora basta resguardar a baliza, meter velocidade nas alas e ser eficiente na área para termos uma época em que o nosso desempenho agrade ao nosso público. Esse o nosso objectivo!

Rui Bandeira

02 setembro 2007

Viva a Vanessa !


Estou a alinhavar estas ideias já no dia 2 de Setembro, embora para mim em termos de trabalho ainda seja dia 1 e hoje, dia 1, tivemos outra alegria desportiva.
Para emparceirar com o Campeão do Mundo do triplo-salto aí temos, de novo, a enorme Vanessa Fernandes a saltar para o 1º lugar do podium do triatlo, ela também Campeã do Mundo.
Tal como fizemos com o Nelson Évora, daqui vão os parabéns para a Vanessa Fernandes (de todos os 3 do A-Partir-Pedra) que foi responsável por mais uma vez (e são tão poucas, infelizmente) a Bandeira Nacional ter subido mais alto em simultâneo com a Portuguesa a tocar para 60.000 alemães verem e ouvirem (e aplaudirem !).

Há aqui uma óbvia simpatia pelo número 3.
Nós somos 3 e estamos a dar os parabéns ao Nelson que deu 3 saltos e à Vanessa que cumpriu 3 provas.
O 3 tem significado maçónico, sim !, mas trata-se apenas de uma coincidência curiosa.


JPSetúbal

31 agosto 2007

Desafio Final

Acaba hoje o mes de agosto e consequentemente o desafio que lancei aqui.

Se nos primeiros 15 dias a coisa correu bem e o debate foi animado, ja na segunda quinzena a coisa foi muito mais morna a roçar o frio mesmo.

No final resta fazer o balanço final dizendo que nao tendo sido uma iniciativa de grande sucesso também nao foi um insucessso total.

No entanto confesso estava à espera de mais. Sei que o mes de Agosto é muito fraco , muita gente de ferias, etc, mas ...

Inciando-se Setembro, volta o nosso medio organizador de jogo ( assim comparado ao Rui Costa de ha uns anos) de seu nome - também - Rui.

Fica a equipa completa.

Setembro será um mês de grande actividade maçónica, aqui na Grande Loja e nas Lojas. é o mês de tomada de posse dos Veneraveis de cada Loja.

É o mes da renovaçao e das ideias e planos de acçao para o ano seguinte.

Quanto às perguntas e respostas evidentemente que continuaremos a responder a todas as questões que nos forem postas.

Muito obrigado aos "perguntadores" que permitiram que este blog se mantivesse com um nivel de actividade normal durante o mes de Agosto

Jose Ruah

27 agosto 2007

Desafio - Passagem de Grau

Hoje como estou com tempo e disponibilidade respondo já:

O Profano disse...
Caro josé...Já que a "época das perguntas" ainda não encerrou, e ainda bem :)

Venho fazer uma que talvez por ser um pouco "quente demais ou secreta talvez", me arrisco a ficar sem resposta ou com uma que não seja totalmente a que esperava.

Mas aceito e compreendo se a mesma não for respondida tal o assunto que aborda.
e passo a perguntar:

Pelo que sei e posso estar errado, em sessões de Loja, os Aprendizes e os Companheiros não fazem "uso da palavra". Correcto?

Se sim, então como podem eles serem avaliados para "serem aumentados de salário" ( já que não "falam")?
É atravez de "pranchas" que façam e que demonstram os ensinamentos adquiridos ou atravez de exames próprios e adequados ao "aumento de salário"?
Sei que a resposta será pouco "discreta", mas se possível agradeço desde já.
abr...prof...

Olha que excelente ideia - Fazer um exame para passar de grau. !

Nunca me tinha ocorrido esse metodo. Caro amigo gostei, e embora sabendo que dificilmente ( quase impossivel) o porei em prática vou pensar seriamente nisso. (estou a falar a serio)

Como pode calcular o exame nao faz parte da norma.

Está de facto certo quando diz que os companheiros e os aprendizes nao podem falar.

Mas podem escrever, pintar, desenhar, executar e sobretudo pensar. E com isto produzir trabalho a ser apresentado formalmente.

Dependendo de cada loja, e na minha optica as duas formas sao admissiveis, o Aprendiz ou o companheiro usam da palavra para apresentar o seu trabalho da seguinte maneira:

1 - Os trabalhos sao suspensos para o efeito de apresentaçao - com os trabalhos suspensos podem usar da palavra.

2- O Veneravel Mestre concede autorizaçao especial de uso de palavra para efeito de apresentaçao de trabalho.


Em qualquer dos casos uma vez finda a apresentaçao a palavra nao lhe é mais concedida, nem para defesa do trabalho das apreciaçoes feitas pelos mestres presentes.


Depois temos as avaliações complementares, assiduidade, interesse demonstrado nas discussoes pos sessão, presenças nas sessoes de instruçao e respectivo desempenho, etc.

Enfim nao é por falta de metodos de avaliação que um aprendiz ou um companheiro não passam de grau.

José Ruah

O triplo ....Nelson

Não se trata de nenhum ritual novo.

Apenas o tributo deste Blog ao NELSON EVORA pela sua brilhante vitória no Campeonato do Mundo de Atletismo em Osaka, na disciplina de Triplo Salto.

Este nosso País vê-se assim projectado uma vez mais na alta roda do atletismo mundial.


Venha agora a medalha no Salto em Comprimento.

A Partir Pedra

Desafio - sera que falhei alguma pergunta ?

Caros leitores


Estou em divida com algum de vocês ?

Eu acho que não , pois repondi a tudo até agora. Mas como o aviso de novos comentários vai para o mail do Rui e ele está de ferias, pode ter havido um ou outro que nao me apercebi.

Se assim for, por favor repitam a pergunta neste post.

Novas perguntas, ainda estao em tempo uma vez que o prazo acaba a 31 de Agosto.


José Ruah

Desta vez é que foi

Em primeiro lugar as minhas desculpas pela ausencia.

Desta vez nao anunciei, nao fosse o Diabo tece-las, e a coisa aconteceu. Na Sexta passada la fui à pesca. O mesmo grupo da semana anterior acrescido do meu enteado.

Saimos pela fresca, e fui sempre a levar com vento na cara e estava mesmo frio.

Descontando alguns enjoos, entre osquais o do redactor, a coisa correu muito bem, e passadas 3 horas quando voltamos traziamos uma quantidade apreciavel de peixe.

Feitas as contas eram para cima de 100 unidades e com um peso estimado de cerca de 15 a 20 kg.

Directos da Ericeira para Colares, onde fizemos a contablizaçao do produto e a respectiva separaçao, em partes parecidas.

A primeira parte foi a parte do Almoço. Sargos e garoupas pequenas. Tudo para cima do carvão depois de devidamente arranjados e passados por sal.

Depois a separaçao para que cada um levasse para casa uma porçao da pescaria.

Mas aqui entre nós, o Mestre Assador esmerou-se e dos que foram parar à grelha sobrou nada e passaram pelo estreito com uma facilidade .....

Vamos ver se em Setembro ainda se consegue ir mais uma vez.

José Ruah

26 agosto 2007

Entrevista do MRGM


Esta semana o “Sol” publicou uma entrevista com o Muito Respeitável Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Irmão Mário Martin Guia.
É um documento importante que, sugerimos, seja lido atentamente por todos quantos estão interessados nos “segredos” da Maçonaria regular.
Ali o MRGM define políticas, indica caminhos, esclarece as dúvidas mais imediatas relativas às politiquices que, com grande frequência, têm servido de pretexto para “julgamentos definitivos” sobre a Maçonaria e os Maçons.

Como ele diz ainda há muita gente que considera os Maçons como “mata-padres”, particularmente no que se refere à Igreja Católica Apostólica Romana, cujo obscurantismo divulgado não deixa o seu povo sequer, olhar para o lado, não vá descobrir alguma verdade diferente da de Roma, ou pior do que isso, descobrir que a igreja de Roma tem sido ao longo dos séculos, essa sim, mata-maçons.

Temas como a Universidade Moderna, a admissão na Maçonaria, as relações com outras obediências e finalmente o contrato de arrendamento de instalações condignas ficam ali abordados e suficientemente esclarecidos.

Claro que não evitará que as ideias fantasiosas sobre os “mistérios”da maçonaria continuem a ser cultivadas pelos que não querem ver e/ou por todos os que publicitando toda a tolerância do mundo acabam por, com a sua actuação diária, acertar machadadas mortais no que é de facto tolerância, igualdade, ecumenismo.

JPSetúbal

21 agosto 2007

Sabiam que

O dia de hoje para além de ser como ja foi dito o do Aniversario do Rui também ficou celebre pelos factos ( entre outros ) que seguem:


21/08/1560 O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe observa um eclipse do sol

21/08/1806 Os trabalhos maçônicos são suspensos no Brasil devido a perseguição

21/08/1896 Conde de Peña-Ramiro (governador de Madrid) ordena a invasão do Gran Oriente Español

21/08/1914 Eclipse Solar

21/08/1939 Alemanha e Rússia firmam um pacto de não agressão

21/08/1940 Morte de Leon Trotsky no México (o atentado foi em 20/08/1940)

21/08/1948 Fundação da Loja Pátria e Liberdade - Teresina

21/08/1956 Fundação da Loja Deus, Ordem e Progresso - Palmeiras de Goiás - GO

21/08/1985 Fundação da loja 'Salgado Filho' - Belo Horizonte - MG

21/08/2005 Inaugurada a praça Mafalda (personagem do cartunista Quino) em Buenos Aires


Até Amanhã

José Ruah

Ele está de férias mas...

não quer dizer que o tempo fique estagnado.

Hoje a semelhança dos anos anteriores nesta mesma data celebra-se o aniversário do RUI

sim do Bandeira, esse mesmo que escreve aqui 11 meses por ano.

Rui - Muitos Parabens, contes muitos mais.


Abraço cá dos co blogueiros

JPSetubal e Jose Ruah

REGRESSADO !

Ora bem, como de costume tudo o que é bom acaba depressa.
Assim foi desta vez, também.
Foram 3 semanas (+/-) por fora de Lisboa, o suficiente para regressar com a sensação de desconforto “vamos a ver como isto está…”.
Claro que está na mesma (afinal 3 semanas dão para alterar o quê ?) mas esta sensação estranha e desconfortável de uma expectativa de alterações, que não tem nada de razoável, faz com que percorra o caminho de regresso até casa com olhos mais abertos e atentos do que é costume, para concluir logo de seguida
– “que chatice, está tudo na mesma !”

Outra sensação que me assalta é a de que estive longe muito tempo (há que tempos não passava por aqui…), outra imagem inteiramente subjectiva, sem qualquer base real (foram só (!) 3 semanas) mas que sinto, sempre que regresso seja lá de onde for.

Tudo misturado com a saudadezinha bem portuguesa, sentimentalona, vinda da falta das rotinas diárias, contactos com os meus Irmãos, os Amigos, o Blog, os tempos de “net” com outros compromissos que me enchem o que sobra do dia a dia com a “canalha míuda…” (só netos são 5 !).

Já dei uma olhada pelo “A-Partir-Pedra” e constatei que o nosso querido Zé Ruha fartou-se de … partir pedra, pois claro, salvando a honra do convento (salvo seja), posta que foi em risco pelo “abandono” dos 2 parceiros da equipa que Lhe deixaram a criança nos braços.
E Ele não só não a adormeceu, como a manteve tão desperta como sempre, alimentando-a e mudando-lhe sempre atempadamente a fralda.

Mas verdade que sinto a falta destes contactos, das nossas sessões, das boas, vivas e alegres discussões nos ágapes.
Para já o “A-Partir-Pedra”.
Para dizer que estou de volta (é uma ameaça…) e para confirmar o conteúdo do meu post “Férias…Férias !” com o qual Vos disse o meu “até ao meu regresso”.

Neste tempo passado fora andei alguns dias pelo norte da Europa e meus caros Amigos, o que escrevi antes mantenho, Lisboa é a Capital do mundo (!).
Conheci outras 3 capitais (Estocolmo, Oslo e Copenhaga), anunciadas como lindíssimas, fascinantes, e blá-blá… e blá-blá….
Mas com franqueza, é preciso ter lata para fazer este jogo de comparações em que as regras não estão definidas de forma a dar oportunidades iguais a todos os jogadores, neste caso as supostas cidades postas em confronto.
O que é que Copenhaga tem de especial ? A doca ? A doninha raquítica a que chamam sereia ?
O render da guarda do Palácio, coisa pífia, sem geito nem garbo ? Ou os ladrões que me ficaram com a câmara e o telemóvel ?
Para os que ainda não visitaram Copenhaga e esperam chegar e tropeçar a cada passo com loiras a atirarem-se para o chão, desiludam-se. Não vão nessa porque, mesmo dando o desconto que é devido pelo susto que apanhavam quando me viam, nem muitas nem tão espectaculares assim…
No meu texto ante-férias só faltou botar a opinião que tenho há muito, e que mais uma vez confirmei… As portuguesas são muito bonitas !

Bem, sobre Copenhaga estamos aviados.
As outras… (Oslo e Estocolmo) ainda são mais fáceis de aviar.
Oslo e Estocolmo não fazem parte deste campeonato, não são cidades !
São extraordinários jardins dentro dos quais também plantaram algumas (coisa pouca !) “casitas”, onde um pobre estrangeiro tem sempre um sorriso amável à espera, onde às 5 da matina já não se pode dormir porque é dia (mesmo, mesmo, estamos em Agosto), onde uma fila grande de automóveis tem 5 carros em andamento, onde o vermelho é para parar e o verde para andar e vejam só, onde nos passeios só se vêm pessoas !
Portanto estão a ver, não vale comparar, uma coisa são cidades e outra bem diferente são estes jardins alcunhados de cidade, Capitais dos respectivos países. São de outro campeonato !

E por aqui ficamos com estas aviadas, também.

E, se conhecem o meu feitio, não esperam com certeza que tenha passado por lá impunemente.
Era o que faltava ! Gastei-lhes as 2 semanas de Sol que tinham para este ano ! Andei por lá com vinte e muitos graus, Sol que queimava, a ter de fugir para as sombras. No dia a seguir à nossa saída choveu que se fartou… Vimos no “Meteo” da zona. Bem feito !

JPSetúbal

19 agosto 2007

Desafio - Da Justiça Maçonica

Escrevo hoje (Domingo) porque sei de antemão que amanhã segunda será muito dificil encontrar tempo para postar, e como meu compromisso é 1 post por dia excepto fim de Semana e Feriado.

O nosso leitor Simple ( de identidade blogueira apenas) é tudo menos simples nas suas perguntas.

Cabe-me a mim dar respostas simples a perguntas complicadas.

A pergunta (com respectiva introduçao e considerandos)

Simple disse...
Caros: Já que prorrogaram o prazo, aqui seguem mais umas.

Li não sei bem onde (tenho que passar a ser mais organizado com os meus bookmarks...) que um maçon deverá resolver eventuais litígios com outros maçons dentro da Maçonaria, sem recurso aos tribunais civis.
Deverá, em princípio, aceitar a mediação do Mestre, mas encontrei referências a um tal "Tribunal Maçónico".
Ora, tanto quanto sei, a Maçonaria Regular pauta-se pelo escrupuloso cumprimento do ordenamento jurídico dos países em que se encontra implantada.
Assim, deveriam bastar-lhe os tribunais civis - a não ser que, à semelhança dos tribunais desportivos, as partes optem explicitamente por um sistema próprio.
Assim sendo, ficam as questões:- A Maçonaria Regular tem um Tribunal?- Para que serve?- Se existe, em que medida pode o seu âmbito colidir com o dos tribunais civis?- Os processos também demoram anos a ser julgados, acabando por prescrever? ;)Um abraço,Simple Aureole


Antes de mais uma correção.

Não prorrogaram ( plural) o prazo - prorroguei (singular) o prazo, logo Caros tem um s a mais.

Em todas as organizaçoes há a necessidade de regular determinado tipo de acçoes e de comportamentos, nomeadamente estipulando quais as consequencias do nao cumprimento.

Exemplo: O pagamento de quota pecuniaria é obrigatório. O nao pagamento tem uma repercussão.

Na Maçonaria Regular isto acontece também.

APenas posso falar do caso da GLLP, pois as estruturas sao distintas ( o poderão ser) de Grande Loja para Grande Loja.

Em Portugal existe um orgao eleito que administra a Justiça maçónica. Actua como primeira instancia quando o nao cumprimento é a um determinado nivel hierarquico, ou como orgao de recurso para decisões aplicadas em Loja.

Das decisões deste Orgao cabe recurso para o pleno da Grande Loja, ou seja para a Assembleia de Grande Loja.

Em caso algum saõ apreciados processos do foro civil, sendo apenas apreciados os resultantes do incumprimento das normas Maçonicas.

Os procedimentos de justiça têm tempos de resoluçao que estão fixos em regulamento próprio e que consequentemente impedem o arrastar no tempo dos ditos processos.

Concluindo:
A Maçonaria Regular administra justiça maçonica apenas.
Sendo de foro interno, nao creio que colida com a Lei Civil.
Os prazos estao estipulados para nao permitir o arrastamento dos processos.
De todas as decisões cabe recurso ao Orgao acima, sendo a decisao definitiva e sem recurso a proferida pela Asembleia de Grande Loja - orgão máximo da Grande LOja.


José Ruah

17 agosto 2007

Foi diferente ou o relato de uma pescaria

Pois caros eis-me de volta.

O Dia até correu muito bem, apenas que foi diferente do pensado.

Chegados à Ericeira pela fresca, 7h00, e estava bem fresco a essa hora, o Mestre da Embarcaçao ( sim que ha muito mais Mestres que aquilo que se pensa) disse-nos que face ao vento e à ondulaçao e estado do mar não iriamos sair.

E nao serviu de nada tentar convencê-lo. Nao saimos e pronto. O melhor que conseguimos foi marcar outra data para a Semana, e solicitar-lhe que fizesse o favor de nos telefonar na vespera a confirmar.

Posto isto o retorno à base, casa dos meus pais em Colares, era a solução. Pelo caminho decidimos que se o dia era de peixe e que se nao o tinhamos conseguido no mar o conseguiriamos seguramente no Mercado.

Eu fiquei na base e o restante da comitiva, Pai + Sobrinhos + 2 amigos da familia, foram nessa expedição.

Retornados com umas sardinhas, bem gordas e com optimo aspecto, foi altura de o Mestre Assador ( eu proprio) entrar em acção.

Foi um daqueles almoços em que saimos da mesa lá para as 5 da tarde, já nem tanto por estarmos a comer mas porque a conversa fluiu.

No retorno a casa a dificuldade de guiar, porque o sono era grande fruto do cansaço ( nunca do alcool porque praticamente nao bebo), mas la cheguei.

Veremos com corre a proxima.

Jose Ruah

15 agosto 2007

Descanso

Caros Leitores


Acabei de decretar, e acreditem tenho poderes para isso. Foi um voto por unanimidade.

AS decisoes sobre o blog sao tomadas por maioria entre o Rui Bandeira, o JPSetubal e eu. ( na verdade sao sempre unanimes)

Ora estando eles ausentes sobrei eu.

Amanha quinta feira 16 de Agosto este blog ( se nenhum dos demais escritores decidir postar) está fechado.

A razão é simples, vou à pesca com a familia ( Pai e Sobrinhos). Vamos logo pela fresca ( 6H00 ) ali para a Ericeira onde embarcaremos num sumptuoso Navio.

A esperança é estar ai pelas 15H em frente ao assador a dar o devido destino ao produto.

Depois vos contarei.

Até lá vao escrevendo as vossas perguntas que eu responderei .

José Ruah

14 agosto 2007

Desafio - primeiro balanço

Passadas as duas semanas sobre o lançamento do Desafio, e em jeito de balanço, creio que a coisa correu bem.

Até hoje ( e com este) sao 11 posts e 27 comentarios.

Quatro leitores perguntadores : Profano, Escriba, Helio e Simple

Varios temas tratados, alguns melhor outros pior, outros nada, mas é mesmo assim.

Aos meus perguntadores o agradecimento que se impoe.

Aos leitores a pergunta - porque razao nao passam a perguntadores ?


Assim sendo e face à experiencia vou prolongar até ao final do mês este desafio.



José Ruah

13 agosto 2007

Desafio - falar ou nao falar

Depois e um fim de semana em que nao escrevi, à semelhança do anterior, aqui volto para responder aquela que penso ser a unica questão pendente neste momento.

O nosso leitor Simple disse...

Caro José:

(...)
Já agora, ouvi dizer que, em algumas Lojas, os Aprendizes passam o primeiro ano em silêncio (durante os trabalhos), e só após este período lhes é dada palavra. Mais, que quem fala tem que adoptar uma posição fisicamente incómoda de forma a não se alongar demasiado no discurso. É verdade? Quer contar-nos mais sobre isto?Um abraço,Simple Aureole


Temos aqui duas questões:

Quem pode usar da palavra ?

Quando pode, como pode, e quanto tempo pode?


Apenas os obreiros com o grau de Mestre podem fazer uso da palavra. Isto quer dizer que um obreiro nao usara da palavra durante o tempo que passar na condiçao de Não Mestre e isso pode ser 1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 Ano, 1 decada ou 1 Seculo.


Quanto à segunda pergunta.

A minha ja longa experiencia destas andanças permite-me dizer que a unica maneira de controlar os tempos de intervençao falada individual ( exceptuando a dictatorial) é o auto controlo.

As posiçoes desconfortaveis são mitos. Embora para falar seja necessario esperar pelo momento em que a palavra pode ser concedida, e solicitar essa mesma palavra, usando-a de pé e com respeito e educaçao.

Jose Ruah

10 agosto 2007

Desafio - Resposta sobre a subtileza

O nosso Leitor Escriba disse...

Meu caro José, antes de mais quero agradecer a atenção que dispensaste a esta minha questão. No que concerne á segunda, a da subtileza, tem que ver com uma reportagem que deu na Sic Noticias, onde aparecia o Grão Mestre do GOL e um ex-Grão Mestre da GLRP, onde explicaram as diferenças entre as obediências. Essa explicação remeteu para uma pesquisa onde encontrei a tal enfase das obediências em motes diferentes, o GOL na Liberdade, Igualdade e Fraternidade e a GLRP na Sabedoria Força e Beleza. Isto terá que ver com a GLRP ser mais conservadora, não sei se será o termo, pois o GOL existe há muito mais tempo. De não ter percebido bem a nuance dos motes é que decorreu esta minha iniciativa de aqui colocar a questão. No GOL iniciam-se ateus e agnósticos, nas palavras do seu Grão Mestre, na GLRP não. Não sei se me fiz entender bem, mas foi o que se arranjou.


Começaria por recomendar a leitura de textos publicados aqui no blog e que poderá encontrar procurando nos "labels" Antigos Deveres , Landmarks .

Mas na verdade a nuance tem a ver com a Regularidade sendo que de facto a Grande Loja, ao ser mais retritiva na admissão, no sentido de apenas admitir quem acredite num Ser Supremo, e ser também mais restritiva no que concerna à discussão de temas politicos e religiosos em Sessão de Loja, está mais virada para os valores tradicionais que para os valores emergentes da Revoluçao Francesa.

Não que estes nao sejam praticados, apenas que ritualisticamente e no posicionamento A Sabedoria, Força e Beleza sejam mais o mote.


Jose Ruah

09 agosto 2007

Desafio - resposta Simple ou talvez nao

O nosso leitor Simple disse...

Tanto quanto consegui apurar, e parafraseando o Shrek que dizia que "os ogres são como as cebolas, às camadas", a maçonaria também é assim: a cada grau são desvendados novos "segrados". Ora, por não a entender, faz-me confusão a razão de ser de tal realidade, e foi acima de tudo essa a razão da minha pergunta sobre o segredo.
De facto, a maioria dos "ramos de conhecimento" (à falta de melhor termo), seja este de natureza científica, religiosa, filosófica, etc, desvenda integralmente todo o seu conteúdo.
Este pode, porém, ser inútil a quem não tenha os conhecimentos prévios para o entender, mas essa questão é outra, e não impede o acesso à informação.
O único exemplo de "religião" que conheço em que este conhecimento "por camadas" e respectivo segredo existe é o da Cientologia, que me absterei de comentar, apenas dizendo que não creio ter a Maçonaria absolutamente nada que ver com a mesma, pelo que estranho o facto de partilharem deste "método" de transmissão de conhecimento.
Em suma: para além do segredo sobre os sinais de reconhecimento e sobre a identidade dos irmãos - que são sobejmente conhecidos e entendidos - de que aproveita e para que serve o segredo entre graus?
Um abraço,
Simple Aureole

Pois é ! ir buscar razões complicadas para explicar coisas simples dá, na minha modesta opinião, muito trabalho e confusão.

Como funcionavam as confrarias dos Maçons Operativos ?

Exactamente assim, os segredos eram comunicados passo a passo, e assim se mantinha uma cadeia de comando.
Apenas havia um Mestre em cada Loja operativa.

Ora a Maçonaria especulativa reclama-se a continuadora da Maçonaria Operativa, que coisa mais normal que a de manter os mesmos costumes e tradições.

A Maçonaria incorporou também os esoterismos de Ordens de Cavalaria, que como sabemos se regiam por hierarquias bastantes rigidas com o conhecimento dos segredos a ser numa " need to know basis".

Ofereço-lhe aqui uma explicaçao absolutamente simples.

José Ruah

08 agosto 2007

Desafio - esta é uma resposta Breve

O Nosso Leitor Helio disse...

M.’.Q.’.I.’.
Espero que as férias estejam a ser justas e perfeitas.
Entretanto coloco mais uma questão que julgo importante ser esclarecida .
Os mações vêm de uma Loja de S. João.Ora bem, de que S. João estamos a falar?
De S. João Baptista, de S. João Evangelista, ou, será, de S. João Esmoleiro ou de Jerusalém.Qual a história deste santo e qual a sua relação com a maçonaria?TAFApolo


Aqui vai resposta breve - Não sei responder e duvido que venha a saber. Esta é uma das mais esotericas questões em Maçonaria.

Maçons muito mais iluminados que eu produziram vasta obra sobre o assunto, e ao fim destes anos todos as mesmas questões subsistem.

Carissimo não serei eu o desmancha prazeres que vai desvendar essa fonte de tratados e pranchas. Há que pensar que aprendizes, companheiros e mestres precisam sempre de um tema para fazerem um prancha !

José Ruah

07 agosto 2007

Desafio - Mais e mais respostas

Num comentário às respostas que dei às primeiras perguntas O Profano disse...


Agradecido.Outra questão,uma "coisa" que também me causa alguma confusão: se um Mestre aumentar for "aumentado de salário" e pertencer a uma Loja Azul, passa a pertencer á loja do "cor seguinte" ( não tenho a certeza se vermelha?!)ou permance nas duas Lojas ao mesmo tempo?

abr...prof...



É uma duvida pertinente mas que se esclarece com razoavel facilidade.

Usarei o caso Portugues que não é diferente ( na essencia) dos demais paises.

Existem 2 Planos na Maçonaria.

Independentes entre si e simultaneamente ligados e dependentes.

Num primeiro Nivel existe a Grande Loja que administra os 3 primeiros graus da Maçonaria - Aprendiz; Companheiro ; Mestre - e que chamaremos de maçonaria Azul.

Num Segundo Nivel existem os Corpos Rituais - Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escoces Antigo e Aceite, Priorado Independente da Lusitania no regime Escoces Rectificado e o Rito de York com os seus Capitulos,Comendas, Mosteiros - que administram os respectivos graus e que são considerados Filosóficos.

Estas entidades todas, são todas independentes umas das outras, sendo no entanto todas dependentes umas das outras. Existem convenios que determinam que os Altos Graus apenas podem recrutar maçons que pertençam à Grande Loja e que tenham as suas obrigaçoes em dia.

Existem outros tratados internacionais de reconhecimento mutuo entre as varias organizaçoes, sendo que a Grande Loja apenas reconhece os Corpos Rituais enquanto estes forem reconhecidos pelos seus congeneres Internacionais que estao reconhecidos pelas Grandes Lojas com as quais a Grande Loja tem reconhecimento mutuo, e vice-versa ( uma especie de anuncio ao Porto Ferreira).

Posto isto temos que a porta de Entrada é a Grande Loja e que aí o percurso máximo é Mestre Maçon - grau 3.

Os Mestres têm duas qualidades, os que já foram Instalados enquanto Veneravel Mestre de uma Loja e os que ainda nao o foram.

É necessario entender que grau é diferente de qualidade, todavia a qualidade de Mestre Instalado uma vez adquirida nao mais se perde pelo que muitos tendem a confundir com uma especie de "meio grau".

Atingido o grau de Mestre o obreiro pode optar por ficar apenas nas Lojas Azuis ou por enveredar por uma corrente de Graus Filosoficos. Neste ultimo caso deverá solicitar a admissão nesses graus ( também chamados de Altos Graus) e aí fazer o percurso definido pelo Sistema que escolheu, REAA; RER;York.

Nunca em qualquer circunstancia, numa Obediencia Regular, os graus obtidos nestes Sistemas servem para o que quer que seja numa Cerimonia sob Auspicios da Grande Loja. No caso pratico eu sou Grau 32 do REAA e isso nao me serve de nada quando em Sessão da Mestre Affonso Domingues onde sou Mestre com a qualidade de Instalado tal qual mais uma serie de obreiros.

Da mesma forma quando em Sessão num Consistorio de 32º, o facto de ter sido Veneravel de uma Loja Azul não adianta nem atrasa.

A confusão seguinte vem com os Grandes Oficiais da Grande Loja. Ser grande Ofcial é desempenhar um cargo Administrativo/Ritual na Grande Loja. É mais uma qualidade, embora esta seja transitoria e dure normalmente o tempo equivalente ao mandato do Grao Mestre.

Um grande oficial activo pode no fim do seu mandato ser nomeado Grande Oficial Honorário ad Vitam, ficando assim com essa qualidade.

Aos Grandes Oficiais estão reservadas algumas prerrogativas, perfeitamente regulamentadas, quando assistem a sessões de loja que não a deles, e têm que desempenhar papel activo quando em sessão de Grande Loja.

Tudo isto para lhe dizer que Mestre é o pior emprego de todos. Não tem mais aumentos de salário e cada ano que passa pode ser chamado a desempnhar funções e assumir responsabilidades maiores, e sempre como disse sem mais aumentos no salário.

José Ruah

06 agosto 2007

Desafio - Ainda mais respostas

O nosso leitor Escriba ( nao me tinha esquecido de si caro amigo) deixou a seguinte pergunta


Meu caro José,
Correndo o risco de a minha questão partir de uma premissa completamente errada, vou deixar aqui a mesma. Tenho a ideia de que a Maçonaria não continental ( e por continental quero dizer dos paises do continente europeu), dos EUA, do Reino Unido ou da América do Sul, por exemplo, tem uma vertente filantrópica ou de benemerência muito forte, sendo até a sua expressão maior e o seu propósito, aos olhos do mundo.
Já na da Europa continental, existe muito mais outro tipo de preocupação muito mais, digamos, iniciática, no sentido de caminho a percorrer, muito trabalho filosófico, trabalho Maçónico, uma preocupação com outro tipo de intervenção mais ao nivel do crescimento espiritual do individuo. Porquê, a existir, esta diferença?
A outra questão prende-se com uma subtil, ou não, diferença que encontro entre obediências, umas muito mais da Força, Sabedoria e Beleza e outras mais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Serão visões antagónicas, complementam-se, serão formas diferentes de viver a Maçonaria ou será isto tudo apenas do calor que me está a provocar alucinações?

Abraços a todos



Caro

Em primeiro lugar a desculpa de nao ter respondido logo, mas na Sexta o JpSetubal escreveu, no fim de semana descansei, e o objectivo é tentar por um Post por dia, por isso só hoje respondo.

Em segundo o agradecimento pelos abraços, e a garantia que o calor podendo causar alucinações, nao tem nada a ver com as perguntas e duvidas.

Sobre os temas que pergunta transmito a minha opinião.

Concordo com a noção de que a Maçonaria do Novo Mundo dá mais enfase, pelo menos na demosntraçao publica, aos assuntos relativos à beneficiencia e à acçao social que a Maçonaria COntinental.

Existe também uma preocupaçao inciatica, tanto quanto pude perceber das pesquisas que fiz, no Novo Mundo.

Mas se virmos bem, a Maçonaria Continental também tem um sem numero de acçoes sociais e de benemerencia. Apenas não as publicita tanto.

Por outro lado há que separar uma outra coisa. Os Ritos seguidos. E com este terceiro elemento aumentamos a confusão.

Os ritos Anglo sáxonicos ( York e Emulaçao) são "pobres" em caracteristicas iniciaticas nos 3 primeiros graus, remetendo para os graus filosoficos esta vertente , nomeadamente para o Arco Real e para o Scotish Rite.

Os ritos Europeus ( Escoces Antigo e Aceite, Escoces Rectificado e Franceses) são muito mais ricos esotericamente nos 3 primeiros graus.

Quando procuramos ler sobre Maçonaria, caímos quase sempre sobre Sites de Grande Loja ou Grande Oriente, pelo que as nossas pesquisas acabam por ficar um pouco enviesadas.

Creio que, com maior enfase publico nuns assuntos ou noutros, com caminho esoterico maior ou menor ou pelo menos em fases de evoluçao diferentes, Tanto a Maçonaria COntinental quanto a Nao Continental estão emepnhadas nas duas vertentes com igual vigor. A diferença como disse está no enfase externo.


Quanto à subtil diferença. não consigo perceber a sua pergunta pelo que se me puder dar melhor explicaçao sobre o que pretende agradeço.


José Ruah

03 agosto 2007

FÉRIAS... FÉRIAS !

Agosto, 40º (ou mais), 3/4 do País está a "ronronar"...
Àmanhã vou eu !
Na verdade já ando a ronronar há algum tempo, com uma falta de imaginação ainda maior do que a habitual e uma mandrice de todo o tamanho.
Àmanhã deixo Lisboa, mais propriamente Odivelas, mas há sempre um pouco de nostalgia quando me afasto desta cidade extraordinária, capital do melhor País do mundo !
Portugal e Lisboa são respectivamente o melhor País e a mais bonita cidade do mundo !
Praga monumental ?
Paris capital do mundo ?
Amesterdão cosmopolita ?
Nova Iorque enorme ?
...
Tretas (!), os publicitários são uns exagerados !
Onde têm eles luz (e não me refiro ao estádio, embora fosse verdade também) (?), onde têm o Tejo (?), onde têm os azulejos (?), onde têm o alto de Sta. Catarina (?), e o Rossio (?), ... e a Torre de Belém (?) ...
Não têm, não têm mas gostavam de ter !
E quanto a Portugal ?
Um jornalista bem conhecido dos semanários portugueses e da televisão escreveu há algum tempo um texto que, Amigo que também foi de férias, me mandou à laia de "não te esqueças disto !".

Aqui fica, no meio dos Vs. ronronanços, para "não se esquecerem disto !":
Portugal vale a pena

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia. Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.

E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar.

E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de existências ("stocks"), dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência.
Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial.
Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.
E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia.
Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis.
E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services.
E, obviamente, Portugal Telecom Inovação.
Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.
É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso, do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha.
E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar


E depois disto, vejam como devagar... 'devagarzinho'... se atravessam os grandes obstáculos da vida.

Concordemos que é preciso ser um "ganda maluco" para se entrar numa aventura destas.












Cuidado, não corram riscos !

Um abraço para todos.
Um TAF aos Irmãos correligionários.

JPSetúbal

02 agosto 2007

Desafio - Respostas - Pavimento Mosaico

O nosso leitor Helio/Apolo deixou a seguinte questão:

M.'.Q.'.I.'.
Gostaria muito de ver tratada a simbologia e principalmente as origens do Pavimento em Mosaico (Chão em xadrez).


Quanto à simbologia em geral é assunto tão vasto que sem ter guidelines nao me aventurarei por aí, até porque a verternte esotérica não é a minha area na Maçonaria.

Quanto a pavimento mosaico penso que a explicação dada na pagina da Loja Mestre Affonso Domingues é esclarecedora. Nas minhas pesquisas nao encontrei exlicaçoes muito diferentes desta.

Pode encontrar o texto aqui escolhendo a opçao "Simbolos Maçónicos " e clicando sobre o simbolo pavimento mosaico.


José Ruah

Desafio - mais respostas

O nosso leitor Simple deixou esta pergunta reflexão.

A Maçonaria revela pouquíssimo sobre si mesma aos não-iniciados. Por outro lado, as regras de admissão ditam que "if you want to be one, ask one". Das duas anteriores decorre que quem quiser ser maçon tem que querer ser algo que não sabe bem o que é. Em alternativa, o candidato terá que "escarafunchar" sozinho e descobrir por si mesmo a partir das escassas e contraditórias fontes existentes.A Maçonaria diz ser uma "via de melhoramento" do homem. Contudo, a natureza desse "melhoramento" é cuidadosamente ocultada dos profanos. Porquê? Em suma: de que serve, ou que objectivo serve, todo este secretismo?


Temos então algumas questões aqui:

Quais as regras de Admissão ?
A Maçonaria revela muito ou pouco aos não iniciados?

Quais os metodos de pesquisa ?
Ocultaçao da "via de melhoramento", porquê?

Porquê o secretismo ?


O nosso leitor parte de uma premissa que sendo verdadeira não é Universal, nem espelha a totalidade do processo.

"if you want to be one, ask one".

Esta é a forma Americana. Não é a forma Europeia. E mesmo sendo a Americana deve ser interpretada apenas como relativa ao primeiro passo.

Comecemos pelo segundo passo que se constitui como tronco comum ao "recrutamento" de novos membros. Todos os candidatos são apresentados por um ou dois "padrinhos".

O primeiro passo regula apenas a forma de abordagem, o padrinho aborda um futuro candidato sondando-o e convidando-o ou o candidato tem interesse e dá o primeiro passo de contacto.

A Maçonaria Americana espera que o Candidato dê o primeiro passo, a Europeia utiliza o metodo de escolha e abordagem. ( embora quer num sitio quer no outro se convide ou se dê continuidade a candidaturas espontaneas)

Devo acrescentar que a Maçonaria Americana está gradualmente a modificar esta abordagem, uma vez que tem tido um decrescimo de admissoes nos ultimos anos.

Isto pode ser percebido quando se consultam sites de Grandes Lojas Americanas - How to Join.

Ora se entendermos correctamente o segundo passo, o dos padrinhos, respondemos a mais questões nomeadamente sobre a qualidade de informaçao revelada e os metodos de pesquisa.
Os padrinhos terão como missão explicar ao candidato ao que vai e direccioná-lo nas suas pesquisas , alem de alijá-lo das suas duvidas.

Quanto ao melhoramento , esse é um caminho individual e consequentemente nao pode ser revelado nem ocultado pois é sentido por cada um individualmente, à medida que vai aprendendo e progredindo.

Quanto ao Secretismo, permito-me discordar. Se é certo que as organizaçoes maçónicas não publicam tudo, mas também quais as organizaçoes que o fazem hoje dia , também é verdade que com a actual sociedade de informação grande parte das coisas estão disponiveis para consulta seja na Net seja em livro.

Sobre o Segredo Maçónico poderá consultar O Segredo em Maçonaria (post meu de há uns meses atrás) bem como as etiquetas deste Blog Segredo Maçónico

Espero ter respondido as suas questões.

Jose Ruah

P.S. vou tentar seguir uma certa ordem cronologica nas respostas, tentando escrever um ( no máximo dois) post por dia.

01 agosto 2007

Desafio - primeiras respostas

Começam as respostas,


Um dos nossos leitores mais assiduos, O Profano colocou as seguintes questões. ( em verde porque ele é do SCP), às quais se responde em preto.


º Quais as razões de existirem vários Ritos dentro da Ordem Macónica?

São essencialmente razões históricas, esotericas e geograficas. Sobre este assunto existem inumeras teses. Proponho que faça umaspesquisas adicionais sobre o tema e que voltemos a este assunto mais tarde.

ºNa Câmara das Reflexões, o "testamento" assinado por um Candidato, pode prejudica-lo se depois o mesmo no futuro, quiser "adormecer"?

Não o prejudica nunca ! Adormecer é um direito e acontece quando o Irmao por seu desejo o faz, liquidando as suas obrigaçoes para com a Loja e saindo com a folha limpa.


ºO Grão Mestre, Os Grandes Oficiais e os Veneraveis de Loja ocupam esses cargos a tempo inteiro, ou continuam a fazer o seu trabalho "normal" no seu Emprego?

Era bom era ser remunerado !!!!! A norma em Portugal é que o desempenho destes cargos é feito de forma gratuita e apenas consome um pouco mais de tempo. Todos continuam normalmente com as suas ocupaçoes profissionais. A excepção feita aos reformados que por terem essa condiçao podem dedicar mais tempo.
Nalguns países todavia o cargo de Grande Secretério é um emprego em full time e consequentemente remunerado.



ºQuantos obreiros tem a Respeitavel Loja Mestre Affonso Domingues no total?

Num dos meus ultimos textos dou esta resposta. A Loja Mestre Affonso Domingues tem mantido um quadro de obreiros de cerca de 40 membros.


ºNão tendo eu reparado, talvez, qual ou quais os ritos que se efectuam na respectiva Loja?

Em cada Loja só se pratica um Rito. É o rito escolhido no momento da consagraçao da LOja ( por norma) ou outro para o qual a Loja tenha decidido mudar. Estas mudanças são dificeis do ponto de vista administrativo e ritual pelo que são muito raras.

Na RLMAD o rito desde o inicio é o Rito Escoces Antigo e Aceite - primeiros 3 graus . Mas de facto anda muito Distraido porque este topico foi ja tema de varios Posts neste Blog.


Aguardo nova serie de perguntas


José Ruah

31 julho 2007

O Dever de Escrever - O Desafio

Para o Rui o dever de ferias e muito bem, porque ele tem sido de facto a força motriz deste blog. Na estatistica individual devera seguramente ter contribuido com mais de 50 % dos textos.

Para os que ficam ( e nao sei se sao os ou o porque nao faço a minima por onde anda o JPSetubal ) o Dever de escrever.

Não que com isso se pretenda recuperar na estatistica de textos, mas porque ao longo deste ano e pouco fomos "angariando" leitores assiduos que nos merecem o maior respeito.

É certo que estes ultimos dias com o calor que está tem sido dificil encontrar inspiração ( já transpiração ....) para escrever.

Todavia e correndo riscos imensos mas porque gosto de os correr e sobretudo porque gosto de desafios lanço aqui


UM DESAFIO

Estimados leitores no espaço reservado aos comentários escrevam as vossas perguntas. Escrevam os temas que gostariam de ver tratados.

As regras são as seguintes:

Serão apenas consideradas perguntas sobre Maçonaria.
Os temas sugeridos também só serão considerados se forem temas Maçonicos.

AS respostas serão tão prontas quanto possivel.

Não serão em caso algum respondidas perguntas cuja resposta implique revelar dados pessoais, ou informaçoes reservadas.

Este Desafio é válido por 15 dias, podendo ser prolongado ou não.


Aqui vos espero.

José Ruah


P.S. leitores nao registados , basta fazerem registo de conta google para poderem comentar.

27 julho 2007

O dever de férias

Costuma-se falar mais do direito a férias. Mas é característica do humano necessitar de um período de repouso, de saída da rotina, para manter um bom rendimento na actividade a que se dedica.

Para quem se preocupa em usar eficazmente as suas capacidades em tudo o que faz, ter férias é também um dever. Um dever perante si, para reconstituir a sua capacidade de trabalho, um dever perante os demais, para poder manter um rendimento adequado.

Desde que me abalancei a iniciar e manter este blogue, sempre me propus manter uma apreciável regularidade na produção de textos e a qualidade de escrita tão boa quanto me seja possível.

O blogue é uma actividade lateral à minha actividade profissional e à minha vida familiar e social mas, como tudo o que se faz, deve-se fazer bem feito.

Desde o início do blogue, há catorze meses, que a ele tenho dedicado parte apreciável das minhas energias. Mesmo durante os períodos de férias da minha actividade profissional, arranjei maneira de ir sempre escrevendo e publicando.

Pois bem: chegou a altura de eu tirar uma férias do blogue. Nas últimas semanas , começo a sentir a perda de alguma frescura, de alguma espontaneidade, na escrita. Não é que me faltem temas. Pelo contrário, tenho temas para vários meses de textos. Mas, nas últimas semanas, comecei a notar um certo cansaço, um como que escrever por dever e não por prazer. Em resumo, as baterias da escrita precisam de ser recarregadas, chegou o momento de eu cumprir o meu dever de tirar férias do blogue.

Durante um mês e mais uns diazinhos, não irei publicar uma linha, uma palavra, uma letra. Nem em textos, nem em comentários. Continuarei a ler, com prazer, o que os demais elementos que aqui escrevem publicarem, pois tenho os meios técnicos para aceder ao blogue onde quer que esteja. Mas não vou escrever nada de nada de nada.

Conheço-me: as primeiras duas semanas vão-me saber mais do que bem; à terceira, vai começar a fugir-me o pezinho para a dança; à quarta, vou estar com a cabeça a fervilhar, com uma vontade louca de voltar a escrever... O ciclo recomeçará, em melhor.

Portanto, meus caros, pelo respeito que todos vocês que fazem o favor de me ler me merecem, adeuzinho e até 3 de Setembro!

Rui Bandeira

26 julho 2007

Será só Semantica ?

Anda aqui uma duvida existencial a assolar-me o espirito (maçónico é claro !), há já uns tempos.


A sigla com que terminamos os nossos textos e que nos fala dos abraços

T F A ou T A F

Triplo e Fraterno Abraço
(triplice e fraternal abraç0)

ou

Triplo Abraço Fraterno


É Triplo e Fraterno o Abraço ?

ou só o Tiplo Abraço é que é Fraterno ?

Se eu der um só abraço e usar o TAF e nao o TFA entao o meu abraço não é fraterno ? E se eu o der a um Irmão ?


Pronto já larguei mais uma "bizantinice" como lhe chama o Rui !!

Eu prefiro TFA


José Ruah

25 julho 2007

Garibaldi: selos comemorativos com logotipo maçónico

Os Correios do Brasil e do Uruguai lançaram no passado dia 4 de Julho dois selos assinalando o bicentenário do nascimento de Giuseppe Garibaldi, conhecido maçon do século XIX que lutou pela unificação da Itália e, no Brasil, apoiou a Revolução Farroupilha. Garibaldi nasceu no dia 4 de julho de 1807 em Nizza (hoje conhecida como Nice).

Criação de Márcia Mattos, o selo brasileiro retrata, em primeiro plano, Giuseppe Garibaldi a cavalo, levando a bandeira dos revolucionários gaúchos, simbolizando a importância de seu papel na Revolução Farroupilha.

Em segundo plano,vê-se o barco Seival, com o qual, após atravessar os pampas gaúchos, obteve vitória na conquista de Laguna, no Estado de Santa Catarina, ocasião em que foi proclamada a República Juliana. Ao fundo, uma vista da cidade de Porto Alegre, na época. No canto superior direito, o logotipo da Maçonaria, de que era obreiro. Para acriaçãodo selo, foram utilizadas as técnicas de lápis, aguarela e computação gráfica.

O selo uruguaio apresenta o rosto de Giuseppe Garibaldi nas cores verde e branca e uma linha vermelha, simbolizando as cores da bandeira da República Italiana, em homenagem à Itália, pela qual Garibaldi combateu.

À esquerda, uma fragata do século XIX, em que tremula a bandeira do Uruguai, lembrando a actuação de Garibaldi como Comandante da Frota na defesa do Governo daquele país. A concepção é de Menck Freire.

Mais informações e contactos para aquisiçãp aqui e ali.

Rui Bandeira

24 julho 2007

O fim da infância

Os minutos seguintes foram dos mais complicados da história da Loja. Quase 40 Homens adultos nos braços uns do outros – não importava que caminho tinham votado – chorando.

José Ruah, in Um dia fui Venerável Mestre da Mestre Affonso Domingues - 2


Nesta passagem, José Ruah não exagerou nem um bocadinho! Foi assim mesmo que se passou! No entanto, ao longo de duas reuniões, com várias horas, dois grupos de membros da Loja esgrimiram razões, arremessaram argumentos, prouraram influenciar os aparentemente indecisos para a sua posição, sabendo ambos que a maioria, num ou noutro sentido, seria muito pequena. Foi uma luta leal, mas uma luta dura! Assim sendo, como foi possível que, minutos após a decisão, que determinou vencedores e vencidos, não existissem nem uns, nem outros, mas apenas Irmãos chorando as circunstâncias, despedindo-se uns dos outros, mutuamente se desejando felicidades e esperando que um dia se reunissem os que então se separavam?

A resposta está em que a Loja Mestre Affonso Domingues teve, então em escassos sete anos de existência, a felicidade e a arte de viver a Maçonaria bem vivida e, assim, criar o que é, não apenas o mais importante, mas o básico, o essencial, numa Loja Maçónica: o cimento da união na diversidade, a argamassa da fraternidade na diferença. Esses escassos sete anos bem vividos permitiram aprender - e praticar! - que discordar não implica querelar, que o respeito do outro implica a aceitação do seu pensamento, ainda que diferente do nosso, que o meu Irmão é meu Irmão não apenas quando concorda comigo, mas também quando nos opomos. E que a oposição não implica zanga, nem desrespeito, nem quebra de afectividade. Numa palavra, a Loja teve a oportunidade de aprender a Tolerância!

Um episódio anterior aos eventos de 1996 / 1997 ajuda a entender o espírito que se criara na Loja.

Ocorreu já não sei bem quando, creio que dois ou três anos antes, talvez no Veneralato do Manuel A. G.. Então, a Loja ainda se reunia nas instalações do Monte Estoril, junto ao Jardim dos Passarinhos, como nós designávamos o local. A sala onde decorriam as reuniões era muito pequena: acomodava confortavelmenteaté 15 / 20 elementos, mas, acima desse número, era francamente exígua. A Loja estava numa fase pujante, recuperada da sua fase de cansaço. A presença de obreiros nas sessões de Loja ultrapassava sistemática e significativamente o "máximo suportável" naquele espaço e era sistematicamente muito difícil "arrumar" toda a gente e conseguir garantir o mínimo de espaço para que o Mestre de Cerimónias e os outros Oficiais de Loja que necessitavam de o fazer circulassem. Várias vezes houve em que se não pôde sentar toda a gente. Resumindo, estávamos com Loja a mais e espaço a menos!

Nestas circunstâncias, era inevitável que se debatesse as medidas a tomar para ultrapassar o problema, tanto mais que, então, não se descortinava para breve a disponibilização de mais desafogadas instalações. Rapidamente se chegou à conclusão que se tinha que dividir a Loja. Essa necessidade foi consensualmente aceite. Decidido então esse passo, havia só um pequeno, mínimo, insignificante detalhe a resolver para que se executasse a consensual e necessária solução: definir quais seriam os obreiros que sairiam da Mestre Affonso Domingues e criariam a nova Loja, filha da anterior.

Aqui chegados, chegou a ser cómico de ver! Todos, mas virtualmente todos, os que, minutos antes, tinham facilmente chegado à conclusão da inevitabilidade da divisão da Loja em duas, assim que perceberam o que implicava a decisão... começaram a olhar para o lado, a assobiar para dentro, a demonstrar um súbito e irresistível interesse pela posição dos respectivos dedos nas respectivas mãos! Quando tocou a saber-se quem é que iria então sair e criar a nova Loja, ninguém se chegou à frente!

Ao fim de alguns minutos de expectante silêncio, alguém - já não me lembro quem, talvez o Venerável Mestre - declarou o óbvio: se ninguám se dispõe a sair para outra loja, então não se pode dividir a Mestre Affonso Domingues em duas...

Mal estas palavras foram ditas, pareceu que se libertou algo no ambiente: os olhares ausentes tornaram-se presentes, as caras fechadas abriram-se, as posturas hirtas descontrairam-se! E alegremente toda a gente concluiu que realmente o melhor era não dividir a Loja, que a falta de espaço não era um problema tão difícil assim, que, com mais um jeitinho ainda se acomodavam mais uns quantos, etc., etc....

E nunca mais se falou na falta de espaço nem em dividir a Loja - ideias disparatadas, obviamente!

Dois anos depois, as circunstâncias fizeram que o problema do espaço fosse o menor dos nossos problemas. Mas sempre tive para mim que o que, naquelas duas reuniões esteve, para os NOSSOS obreiros, verdadeiramente em causa não foi quem se mantinha fiel ao Grão-Mestre e quem concordava com a sua destituição. Isso foram detalhes... cada um tomou a sua decisão e só tinha de prestar contas à sua conciência. O que verdadeiramente esteve então em causa foi decidir quem ficava e quem saía!

E o que todos choraram então foi a raiva e foi a frustração de, desta vez, o problema não ter sido só de espaço (esse resolvia-se outra vez, aperta daqui, encosta dacolá...), ter sido bem mais grave, bem mais fora do nosso controlo, bem impossível de ser resolvido por nós! Foi o termos descoberto que afinal nem tudo podia ser resolvido com a nossa Cadeia de União...

Na vida chega sempre um momento assim, o momento em que somos obrigados, muito a contragosto, a aceitar que não podemos tudo. Então, chora-se de raiva, de frustração, de desgosto. Mas cresce-se!

E foi assim que a Loja Mestre Affonso Domingues saiu da infância!

Rui Bandeira

23 julho 2007

Um dia fui Veneravel Mestre da Mestre Affonso Domingues - 3

Com a devida desculpa de nao publicar com maior intervalo mas terei amanha segunda feira uma quase total impossibilidade de o faze. Por isso aqui fica a 3º e ultima parte das minhas memorias relativas ao ano em que fui Veneravel Mestre da Mestre Affonso Domingues.
Restava cumprir a minha palavra.

Convoquei de imediato uma sessão ritual da Loja, para uma sala do Hotel Penta (era assim o nome na altura), informei a grande Secretaria desse facto e solicitei a presença de um Grande Oficial para que logo após a votação fosse imediatamente instalado o candidato eleito.

Não dei qualquer hipótese ao J.P.G. , que era o 1º Vigilante na altura. Ele tentou demover-me, dizendo que faltavam uns meses para acabar o ano, que estávamos em Março e em Julho haveria eleições, etc. etc.

Não podia ser. Além da palavra e compromisso assumidos e ainda sou dos que foi educado dando valor à palavra de honra, havia um outro factor fundamental.

Eu tinha sido um “Comandante de Guerra” e a Loja precisava de um “Comandante de Paz”. Eu, não por vontade própria, mas por força das circunstâncias tinha ficado ligado à separação, ao infortúnio, à tristeza.

A Loja não podia a ficar a viver no meu Mundo, precisava de avançar firme e sólidamente, e o J.PG. , que como disse no inicio havia sido convidado porque o 2º Vigilante no mandato anterior me solicitou o favor de ficar mais um ano enquanto tal, era essa pessoa.


A Sessão decorreu sem grandes sobressaltos, a Loja estava farta de sobressaltos. A ordem de trabalhos foi a normal, foram então lidos todos os decretos emanados pelo Grão Mestre, toda a correspondência existente.

Apresentei então uma prancha – chamemos-lhe assim – na qual expliquei tudo o que se havia passado e lembro-me de terminar dizendo que a História me julgaria pelo que havia decidido e pelas acções que tomei.

Posto isto foi feita a votação da única candidatura existente que foi votada unanimemente, pelo que passei o malhete ao Grande Oficial presente, um amigo R. Cruz na altura Vice Grão Mestre, para que procedesse à Instalação do Novo Venerável Mestre.

A Sessão terminou, tendo-se seguido um jantar no próprio hotel com a presença das nossas mulheres.

No fim do jantar informei o J.P.G que me iria ausentar dos trabalhos de Loja durante um período cuja duração desconhecia. Continuaria a pagar as quotas, não deixando de ser membro da Loja, mas apenas não apareceria nas sessões.

Ter sido “Comandante de Guerra” e não querer ser “ Eminência Parda” conjuntamente com o facto de provocar a Instalação de um novo Venerável ser a única maneira de poder garantir que o poder passava de mão para mão sem que com isso eu ficasse impedido de prosseguir no caminho da Regularidade foram as razões da minha decisão de afastamento. A razão de não poder ser só Venerável de uma parte foi a que achei que seria melhor percebida e a que daria menos discussão.

Baseada nas razões anteriores esta ausência tinha um duplo objectivo.

Permitir-me-ia afastar de todos os problemas da Loja, mas sobretudo permitiria ao novo Venerável e à Loja poderem reiniciar o caminho sem a minha presença e logo com mais liberdade de acção.

Voltei passados 9 meses, tendo combinado com o J.P.G que chegaria atrasado e que entraria de forma ritual, com resposta ao inquérito usual nessas circunstâncias.
Foi-me indicado um lugar nas colunas e não no Oriente como era de direito, mas era assim que tinha que ser.

Só na sessão seguinte é que ocupei o meu lugar de Ex-Veneravel, na cadeira à esquerda da do Venerável.


Epilogo

A Fraternidade e o Espírito Maçónico que a Loja passou aos seus Membros verificou-se.

Aqueles que não seguiram o caminho da Loja cumpriram escrupulosamente a palavra dada e mesmo intimados a por a funcionar a Loja Mestre Affonso Domingues, à semelhança do que acontecia com outras Lojas, recusaram fundamentando com a palavra dada.

Alguns voltaram à Loja, mas ficaram apenas um ou dois anos. Outros abandonaram a vida Maçónica activa, mas continuam a ser Maçons no seu espírito, e no nosso.

Alguns comparecem à refeição (almoço ou jantar) que a Loja organiza pelo Solstício de Inverno.

Todos, estou seguro, guardam a medalha da Loja em local de destaque, nem que seja só nos seus corações.

Tudo o que levei a cabo naquele ano de 1996 /1997 nao teria sido possível se aqueles que eu tinha escolhido para me acompanharem na gestão da Loja não tivessem confiado nas minhas decisões e não me tivessem apoiado.

Nos nossos rituais, iniciação no 1º grau, é mencionado um princípio muito importante:

“No entanto, reflicta que nem os adultos isolados e plenamente desenvolvidos podem efectuar sozinhos qualquer grande empreendimento. Pôde fazer sem dificuldade a
sua viagem com o passo firme de um homem maduro mas foi-lhe certamente bem útil a companhia de um homem experiente que se comportou como um Irmão. “

Isto aconteceu na altura e acontece hoje.

Cabe referenciar que aquele que foi o meu quadro de Oficiais na altura da convulsão, ficou praticamente todo com a Loja e se a memória não me atraiçoa, quase todos foram Veneráveis Mestre da Loja. Fica assim uma palavra para:

J.P.G. ; Luís D.P. ; Rui Bandeira ; António P. ; João D.P. ; que foram Veneráveis e para Acácio R. que teve papel fundamental como Grande Secretário da GLLP/ GLRP e Rui.D.R. que tem sido apenas obreiro.
Tenho que salientar que aquele que escolhi como Mestre Organista, A.B., continua hoje a ser o Mestre Organista da Loja e provavelmente continuará a sê-lo enquanto quiser.

A Loja Mestre Affonso Domingues continua. Tem vindo nestes 10 anos a fazer o seu trabalho de forma irrepreensível, sempre mantendo o espírito que a caracterizou desde o início.

Este ano como no ano anterior e espera-se à semelhança do que acontecerá para o ano que vem, na primeira sessão do mês de Julho a Loja elegeu mais um Venerável Mestre, o 18.º

A Loja tem neste momento no seu quadro mais de 40 Obreiros (numero mais ou menos constante nos últimos 5/6 anos), é uma das maiores da GLLP/ GLRP, tem uma frequência média às sessões de 20 Obreiros com a particularidade de uns só virem à sessão de sábado e outros só virem à sessão de quarta-feira (o que extrapolado se todos viessem sempre seriam frequências de 25 a 30 obreiros por sessão).

Nas ultimas eleições para Grão Mestre votaram 20 Mestres do quadro em 29 possíveis.

Estão nos passos perdidos 2 ou 3 candidatos para serem admitidos, e prevê-se que ingressem na Loja, vindos de outras Lojas mais 2 ou 3 membros.

A Loja continua com os projectos de Solidariedade que acarinhou desde sempre, ajuda a instituições carenciadas, grupo de dadores de sangue e outros. Não negligenciou nunca os planos de formação dos aprendizes e companheiros. Mantém um rigor ritual invejável.
Produz por ano uma dezena de pranchas como mínimo. Mantém uma actividade social com as famílias.
Discute todos os assuntos internamente, e apresenta-se sempre em Grande Loja com opinião formada sobre os assuntos em discussão, votando de acordo com o que foi determinado internamente e não para fazer jeitos a A ou B.
Dirimiu sempre os problemas surgidos internamente, nos graus apropriados e soube sempre encontrar uma solução.

Por tudo isto e por mais um sem numero de coisas posso, sem falsas modéstias nem vaidade, afirmar que a História já me julgou e que as minhas decisões foram as correctas.

Mas mesmo assim precisei de 10 anos para conseguir escrever estas memórias.

Foi de facto um Veneralato muito diferente. Muito diferente dos anteriores, felizmente muito diferente dos posteriores, mas sobretudo muito diferente do que eu tinha planeado e eu tinha pensado em fazer um Veneralato diferente!!!

Um dia fui Venerável da Melhor Loja Maçónica que conheço. Na verdade só dirigi 5 sessões em 22 possíveis, não fiz nada do que tinha planeado fazer e fiz tudo o que tive que fazer.

Ser Maçon é isso mesmo, fazer o que se tem que fazer.

Revelo aqui um segredo.

Um dia vou querer ser Venerável da Loja Mestre Affonso Domingues, mas esse dia ainda está muito, mas mesmo muito, distante.


José Ruah


Fica assim concluido este texto que reflecte as minhas memorias de um ano muito complicado para a Maçonaria Regular em Portugal. Quis o Grande Arquitecto que fosse eu o Veneravel Mestre da Mestre Affonso Domingues.