14 agosto 2013
07 agosto 2013
Maçonaria: história, lenda e mitos (republicação)
Quer para os seus cultores, quer para os seus detratores, a Maçonaria significa mais do que o seu dia a dia apresenta aos que nela buscam ferramentas para o seu aperfeiçoamento pessoal. A Maçonaria, instituição com centenas de anos, influenciou tanta gente de valor, tanto progresso da humanidade, tanta evolução da sociedade, que progressivamente ganhou uma aura - de prestígio, de honra, de valor, para os seus cultores; de perigo, de conspiração, de influência malfazeja, para os seus detratores - que supera, creio, a realidade. E esta é já muito gratificante!
A Maçonaria ultrapassa hoje os maçons e o seu conjunto. Confere-se-lhe poder e influência superiores aos que realmente detém. O principal objetivo da Maçonaria - o aperfeiçoamento moral e espiritual dos seus membros - parece demasiado modesto, quer em relação aos feitos passados, quer à alegada capacidade presente, quer aos (ansiados ou temidos, consoante os casos) propósitos futuros. Não duvido que a Maçonaria, pela elevada craveira dos seus milhões de membros, possua potencialidades de influenciar grandes mudanças e progressos (ou, segundo os seus detratores, diabólicos planos e retrocessos...). Interrogo-me se deseja desenvolver e aplicar, enquanto organização, essa potencialidade (ao invés de, formados, melhorados, mudados os seus membros debons para melhores, ser cada um destes a contribuir, por si, para o progresso e a melhoria, material e espiritual, da sociedade em que se insere). Duvido, muito fortemente, que, se o desejasse, fosse uma opção sensata.
Mas, para o bem e para o mal, bem vistas a realidade e as ilusões, a Maçonaria é vista, por cultores e detratores, com uma dimensão e influência superiores às que efetivamente detém. Resulta, a meu ver, esta situação, do facto de a Maçonaria, pelas circunstâncias em que cresceu e se desenvolveu, ter constituído e constituir um ponto de convergência de três planos distintos: o plano histórico, ou real, o plano lendário, ou surreal, e o plano mítico, ou imaginário.
Esta convergência destes três planos, que em princípio se teriam por contraditórios e inconciliáveis, é, por exemplo, claramente aparente, quando se busca informação sobre as origens da Maçonaria: no plano histórico, a Maçonaria tem as suas origens nas associações medievais e pós-medievais de construtores em pedra, em especial segundo a forma e prática que assumiram nas Ilhas Britânicas; no plano lendário, a origem da Maçonaria remonta à época da construção do Templo de Salomão; no plano mítico, surgem-nos as mais variadas e fantasiosas origens: desde os Templários, aos sacerdotes e mistérios egípcios, ao culto mitraico, encontramos origens míticas da Maçonaria, para todos os gostos e paladares.
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, esta mistura de planos inconciliáveis não constitui um mal, um defeito. Na minha opinião, é uma mais-valia. Porque permite que na Maçonaria confluam os planos da avaliação racional, do sonho e da imaginação. Tendemos a esquecer que a Razão, sendo obviamente importante, sendo essencial, não é tudo, que o Instinto, a Inteligência Emocional, a Imaginação, constituem também dimensões essenciais do todo que cada ser humano é e todos têm um papel na sua evolução, na sua melhoria, no seu aperfeiçoamento. Um ser exclusivamente racional tende a hipervalorizar a lógica e a ser frio, a esquecer o sentimento. A capacidade racional do homem deve ser complementada pelos outros planos e valências referidos, sob pena de a queda no hiperrealismo significar o enlear no imobilismo. Inerentes à evolução, ao progresso, pessoal e social, estão as capacidades de sonhar, de imaginar. Por cada mil sonhos loucos, um revelar-se-á, não só viável, como meritório; o produto da mais desbragada imaginação normalmente são castelos na areia, ou flutuando no ar, mas, de quando em vez, o jogo entre a mente humana e a sua imaginação faz com que surja uma situação em que o Mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança...
Portanto, uma das riquezas da Maçonaria, a razão por que esta é tida com mais capacidade do que a que detém, é esta confluência em si dos três planos: histórico ou real, lendário ou surreal e mítico ou imaginário.
Nos próximos textos, procurarei referir-me a cada um destes três planos, em relação à Maçonaria.
Rui Bandeira
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31 julho 2013
Ajudam-se uns aos outros...
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Marcadores: solidariedade
24 julho 2013
Justiça: Realidade ou Utopia?
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17 julho 2013
Dos Operativos aos Especulativos: o catalisador
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Marcadores: História da Maçonaria, maçonaria
10 julho 2013
Dos Operativos aos Especulativos: Vitrúvio
No texto anterior, expus o meu entendimento de que a tese clássica sobre a evolução da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa necessita de ser completada, designadamente com a indicação do que terá ocorrido que tenha funcionado como propiciador e ou acelerador dessa transformação. A meu ver, houve, não um, mas dois fatores catalisadores. Um longínquo, temporal e geograficamente. Outro breve, dramático e gerador de brusca evolução.
A propósito do Livro 9: gnomónica é a ciência responsável por desenvolver teorias e reunir conhecimentos sobre a divisão do arco dia, ou trajectória do Sol acima do horizonte, através da utilização de projecções sobre superfícies específicas. Esta ciência é muito útil para a concepção e construção de relógios de sol, bem como cartografia (Projecção gnomónica) - definição retirada de http://tradutor.babylon.com/portugues/Gnom%C3%B3nica/. Era uma antiga ciência caldeia. O seu nome deriva de gnómon, que em grego significa "saber", "conhecer" e tratava sobre o universo, os planetas, as constelações, astrologia e a sua interpretação pelo homem. Vitrúvio escreveu no Livro I: "a partir da astrologia, o arquiteto conhece os pontos cardeais: oriente, ocidente, sul e norte; e também a estrutura do céu, dos equinócios, dos solstícios e dos movimentos orbitais dos astros. Se se ignora a Astrologia (termo que engloba a Astronomia), é absolutamente impossível que conheça a disposição e estrutura dos relógios" (de sol, obviamente). Na Mesopotâmia, o primeiro instrumento astronómico conhecido foi o mais simples, o gnómon, um pilar de pedra que terminava em ponta, com uma altura aproximada de 2,5 metros. A pedra espetada na terra recebia a luz do sol e gerava sombra, projetada no solo ou numa parede.
Em cerca de meio século, algo mudou - e drasticamente. É aqui que entra o segundo catalisador que referi no início deste texto. Mas essa é matéria para o próximo texto...
Bibliografia
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03 julho 2013
Dos Operativos aos Especulativos: um elo perdido
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_inglesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_II_de_Inglaterra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Gloriosa
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26 junho 2013
Os "Taus" não são Taus ?
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19 junho 2013
Passagem, Elevação, Receção ou Colação? Elevação, Exaltação, Colação ou Receção?
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12 junho 2013
Os limites da Tolerância
Quando se fala de Tolerância, é frequente vir à baila a questão dos seus limites. Existe alguma tendência para se considerar existir algo de contraditório entre a Tolerância e a consideração de existência de limites à mesma. A meu ver, esta é uma falsa questão, que um pouco de reflexão facilmente resolve.
Temos o dever de tolerar, de aceitar, a diferença - no estilo, nas ideias, nas crenças, no aspeto ou nas condições individuais. Por outro lado, temos o direito e o dever de ajuizar, de exercer o nosso sentido crítico, relativamente a ações concretas.
Ninguém vive isolado da Sociedade e todos têm de cumprir as regras sociais que viabilizam a sã convivência de todos com todos. Consequentemente, é uma simples questão de bom senso que devemos aceitar, valorizar, integrar as diferenças. Quem é diferente, tem direito a sê-lo. Quem pensa diferente, tem o direito de assim fazer. Mas, por outro lado, o direito à diferença não legitima a atuação desconforme com as regras sociais, legais, morais, em vigor na Sociedade em causa. Ninguém pode pretender só gozar das vantagens sem suportar os inconvenientes. Quem vive em Sociedade tem o direito de exigir que esta e os demais aceitem as suas diferentes ideias, conceções, condição. Mas tem o correlativo dever de respeitar as normas sociais, legais e morais vigentes. Se o não quiser fazer, deve afastar-se para onde vigorem normas que esteja disposto a seguir.
As Sociedades evoluem e é bom que assim seja. Também por isso é inestimável e rica a diferença. Também por isso devemos aceitá-la e aceitar que quem defende ideias ou conceções ou condições diversas da norma procure convencer os demais da bondade das suas escolhas. Isso é Liberdade, isso é Democracia. Nem uma, nem outra subsistem sem a indispensável Tolerância da Diversidade. Mas precisamente por isso - afinal porque quem quer e merece ser respeitado tem o dever de respeitar - o direito de defesa das ideias e convicções, o direito a tentar convencer os demais, o direito a pregar a evolução pretendida, não se confunde com qualquer pretensão de agir como se pretende, se em contrário da lei, do consenso social, da postura moral da Sociedade em que se está inserido.
Resumindo: a Tolerância obriga a respeitar a Diversidade e a diferença; impõe a aceitação da divulgação, da busca de convencimento, mesmo da propaganda das ideias ou conceções diversas. Mas não que se aceitem condutas prevaricadoras do que está legal e socialmente vigente - enquanto o estiver. Por isso entendo que os domínios da Tolerância e do Juízo sobre os atos concretos são diferentes. As ideias, as conceções, as condições confrontam-se, debatem-se, mutuamente se influenciam, enfim interagem no domínio da Liberdade e, assim, da mútua Tolerância. Os atos, esses, necessariamente que têm de respeitar o estabelecido enquanto estabelecido estiver. Se assim não for, o que é aplicável à violação do consenso social não é a Tolerância - é a Justiça, seja sobre a forma de Justiça formal, seja enquanto censura social seja no domínio do juízo individual.
Portanto, onde tem lugar a Tolerância, esta não tem limites. Onde há limites, sejam legais, sejam de normas sociais ou morais, não se está no domínio da Tolerância, mas no domínio do tão justo quanto possível juízo concreto sobre atos concretos.
Rui Bandeira
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Marcadores: cidadania, tolerância
05 junho 2013
Igualdade, Diversidade e Tolerância
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Marcadores: diversidade, igualdade, tolerância
29 maio 2013
A coberto e a descoberto
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Marcadores: liberdade de expressão, maçonaria, preconceito
22 maio 2013
O Mestre Maçom perante a Sociedade
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Marcadores: Mestre
15 maio 2013
O Mestre Maçom perante si próprio
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Marcadores: Mestre
08 maio 2013
O Mestre Maçom perante a Loja
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Marcadores: Mestre