09 março 2009

Filme em debate

A Loja Maçônica de Pesquisas Quatuor Coronati Pedro Campos de Miranda, de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, vai apresentar, no próximo dia 11 de março, quarta-feira, no Templo Nobre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, sito na Avenida do Brasil, n.º 478, Santa Efigênia, Belo Horizonte, o polémico documentário do National Geographic Freemasons on trial, em versão dobrada em português.

Este documentário foi já transmitido, há dois anos, no canal National Geographic de Portugal, então com o título, bem menos exato, de Dentro da maçonaria e foi objeto de um minidebate entre o JPSetúbal e eu próprio sobre o seu teor (ver National Geographic, National Geographic -2 , National Geographic - 3 e National Geographic - 4).

Após a visualização do filme, haverá lugar a um debate entre os presentes. A avaliar pelo minidebate que ocorreu entre nós aqui no A Partir Pedra, não faltará pano para mangas nem animação nesse debate...

A reunião será reservada apenas a Mestres maçons. Não será uma sessão ritual, mas a admissão é condicionada à comprovação do grau maçónico exigido, através da respetiva palavra de passe.

Rui Bandeira

08 março 2009

Eleição do Muito Respeitavel Grão Mestre




O processo eleitoral para a escolha do Grão Mestre da GLLP para os próximos 2 anos ficou hoje concluido com o escrutinio e proclamação do novo titular.

Novo titular, pois não tanto. O Muito Respeitavel Irmão Mário Martin Guia, que havia apresentado a sua candidatura para um 2º mandato consecutivo, foi novamente eleito e consequentemente proclamado como Grão Mestre Eleito.

A sua tomada de posse ocorrerá em futuro próximo e dela daremos aqui nota.

A Muito Respeitavel Irmão Mario Martin Guia desejamos um segundo mandato com, pelo menos, tanto sucesso quanto o primeiro.

José Ruah

06 março 2009

A ADDHU apresenta INOCENTE SILÊNCIO na Comuna Teatro de Pesquisa

Mais uma vez venho ter com todos Vós (hoje já é a segunda...).
A questão é que o Fim de Semana além de dever servir para lavar o "coiro" (veja-se o post anterior) pode muito bem servir igualmente para lavar a cabeça (por dentro...), pelo que depois de me preocupar com o primeiro aqui estou para tratar do segundo.

Então sugiro que aproveitem este Fim de Semana para tratarem do espírito, aproveitando para ajudar quem precisa de ser ajudado.

E há, pelo menos, duas alternativas:

1 - No Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas, têm o Festival dos Sentidos

É uma organização da CEDEMA em colaboração com a Malaposta. Para quem não saiba a CEDEMA é uma Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos, uma IPSS, que de 2 em 2 anos realiza este Festival dos Sentidos (vejam o programa deste ano na Agenda do http://www.odivelas.com/).

Desde 3ªfeira que têm passado pelo Auditório da Malaposta (mas não apenas pelo Auditório), grandes nomes, neste caso correspondendo a grandes momentos que é uma pena perderem-se (Olga Prats, St.Dominic Gospel Choir, Joel Xavier, a Roda do Choro de Lisboa, além de Teatro e Cinema para todos os gostos.
Ainda podem aproveitar hoje para ver e ouvir as Sopranos Isabel Silva Pereira e Glória Saraiva com Mercedes Cabanach ao piano, o Grupo de Danças e Cantares de Goa e o Coro da Assembleia da República (não, não é o que atua durante as sessões no hemiciclo, é mesmo o outro, o que canta bem...) e amanhã uma noite de música com os Raptórica (Rap e Hip-Hop), os Rendimento Mínimo (Rock) e os Nobody's Bizness (Blues).
Pelo que vi até agora (Olga Prats, Joel Xavier e a Roda do Choro de Lisboa) é mesmo de não perder ! É música no seu melhor.

2 - A ADDHU apresenta INOCENTE SILÊNCIO na Comuna Teatro de Pesquisa

















Subiu ontem ao palco da Comuna a peça “Inocente Silêncio” de Laura Vasconcelos numa produção da Associação de Defesa dos Direitos Humanos, com o apoio de João Mota e do Gabinete de produção do Teatro da Comuna.

A ADDHU, ONGD registada pelo IPAD, MNE de Portugal, nasceu do empenho na luta pela libertação da Birmânia e da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi. A sua fundadora, Laura Vasconcellos, escritora e professora universitária, após uma viagem a esse país em 1997 regressou com a determinação de responder aos apelos que lhe foram feitos aquando da sua visita de “be our voice outside” (sê a nossa voz lá fora).
Para isso começou por escrever um livro baseado na sua experiência pessoal, publicado em 2005 pela Editora Guimarães cujo título é “Do Outro Lado do Mundo – Cartas da Birmânia”.
Foi a partir da publicação desse livro que Laura Vasconcellos intensificou a sua actividade como activista pela defesa dos direitos humanos na Birmânia: a realização de sessões de pedidos de assinatura das carta dirigidas, numa primeira fase, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da Birmânia e, mais recentemente, dirigidas ao Secretário-Geral das Nações Unidas; a participação em entrevistas na RTPN e na TVI onde divulgou a situação desse país e a necessidade de acção, bem como no Jornal de Letras no mês de Agosto de 2006; a participação em Julho de 2006 por convite da organização, no Segundo Fórum Internacional dos Direitos Humanos realizado em Nantes, França e sobretudo trabalho de contacto directo com o cidadão de forma a informá-lo e a sensibilizá-lo para a situação vivida na Birmânia pelo povo e pela Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi têm sido as acções levadas a cabo pela fundadora da agora criada associação ADDHU que espera, assim, poder alargar a sua acção a outros países da Ásia, bem como do resto do mundo.

Por sua vez a ADDHU tem por objecto social a concepção, execução e apoio a programas e projectos de informação, educação e desenvolvimento destinados a promover as liberdades e a protecção dos direitos do cidadão em todos os seus aspectos, no respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. (http://www.addhu.org/).

Ficam com muito para se entreterem além de que só Vos fica bem ajudar a quem precisa.
E há muito para ajudar !

Fazem o favor de não me deixar ficar mal.

JPSetúbal

6ª feira X fim de Semana

Hoje é 6ª feira, dia de Euromilhões...

Se fosse a Vocês não falharia, jogava mesmo, e forte, a ver se sai o Euromilhões e se também conseguem ficar "excêntricos".

Eu é o que farei, pois então !!!

E se ficar excêntrico vão ter que me aturar (é uma ameaça, não é uma promessa !)

Bem, excêntrico já eu estou, com o centro de gravidade deslocado para uma zona impensável há uns anos (!), mas não é essa excentricidade que me entusiasma, é a outra, aquela que, a acontecer, me vai permitir comprar este blog e pô-lo só com folclore... de Trás-os-Montes pois claro !

Entretanto, e até porque essas cabecinhas pensadoras andam muito à boa vida, aqui vai um "boneco" para entreter... e pensar.

Já em pequenino me tinham que fazer bonecos para eu perceber, mas não estou só, não. E esse é o mal, porque um só ainda se come, mas começando a ser muitos é uma chatice. E a precisar de bonecos para perceber, de facto, há muitos. Há mesmo muitos... muitos... E se um já é demais, o que acontece quando são muitos ? E se se juntam todos ? É outra chatice muito maior !

Vá lá, vejam o boneco a ver se percebem, e depois vão tomar banho... porcalhões... ao menos no fim de semana !

Grande abraço a todos e façam o favor de ser felizes. Limpinhos, já agora....

JPSetúbal

05 março 2009

Oriente

Em comentário ao ligeirinho texto ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!, Diogo perguntou o que é o Grande Oriente e porquê Oriente.

Vou procurar esclarecer o melhor que posso e sei. Para tanto, há que inverter a ordem das respostas, isto é, esclarecer primeiro o que, em Maçonaria, é o "Oriente" e seguidamente avançar para a expressão "Grande Oriente".

Tenha-se presente que a Maçonaria, como instituição de natureza especulativa, debruçando-se sobre símbolos(e símbolo é algo que não é, mas que representa o que é), facilmente consolida o uso de expressões em associação livre, sendo corrente (diria até que inevitável) que surja o uso de palavras ou expressões com significado maçónico que é diverso do entendimento comum, embora partindo dele. Entendido isto, é fácil seguir um percurso que, partindo do significado comum de "Oriente", conduz ao seu significado maçónico.

PRIMEIRO PASSO: Oriente é o ponto cardeal onde surge o Sol todas as manhãs. Oriente é, pois, o local onde as trevas da noite são primeiro vencidas pela luz do Astro-Rei. É, assim, o ponto de onde nasce a Luz.

SEGUNDO PASSO: Por sua vez, a Luz natural ou física permite que os nossos olhos vejam as coisas do mundo físico. Então, similarmente, o que permite que a nossa mente, o nosso espírito vejam o que é imaterial, ou simbólico, ou produto do pensamento, é também Luz. Portanto, Luz sinónimo de Conhecimento.

TERCEIRO PASSO: O Oriente é o local onde nasce a Luz do Conhecimento. A Luz do Conhecimento obtém-se em Loja. O local onde reúne a Loja é, pois, o Oriente de onde provém a Luz do Conhecimento que cada obreiro busca, através do seu trabalho e do contributo dos seus Irmãos.

Por estes três passos se entra então na noção de como, partindo-se do significado comum de Oriente, ponto cardeal, se chega à noção maçónica de Oriente, lugar de obtenção de Conhecimento. Daqui resulta que, por exemplo, os maçons da Loja Mestre Affonso Domingues dizem que esta foi fundada ao Oriente de Cascais (local da sua fundação) e reúne presentemente ao Oriente de Lisboa, local onde os seus obreiros se reúnem e buscam aperfeiçoar-se e melhorar os seus conhecimentos, através do método maçónico de estudo de e especulação sobre símbolos.

Já quanto à expressão Grande Oriente, a mesma surge num processo semelhante.

A Maçonaria Moderna ou Especulativa surge nas Ilhas Britânicas, através da evolução de associações locais de profissionais da construção em pedra (Lojas), decorrente da admissão nelas de intelectuais não profissionais da construção, fortemente influenciados pelos então nascentes princípios do Iluminismo. Vão-se, assim, ao longo do século XVII e início do século XVIII transformando várias Lojas operativas em Lojas especulativas, cultivando o ideário Iluminista, fortemente influenciadas pelo Racionalismo e impregnadas da filosofia de Locke, particularmente sobre o conceito de Tolerância. Em 1717, quatro Lojas de Londres agruparam-se numa organização coordenadora das suas atividades, que denominaram Grande Loja de Londres. A partir daí, temos então que um grupo de maçons se organiza em Loja e um grupo de Lojas organiza-se numa Grande Loja.

Em 1725, inicia-se a expansão da Maçonaria para França, com a criação das primeiras Lojas. Em 1737, é criada a Grande Loge de France, que, no entanto, apenas agrupa uma pequena parte das Lojas existentes naquele País. No período de 1755-1766, os Veneráveis Mestres das Lojas de Paris reúnem-se numa "Grande Loja dos Mestres do Oriente de Paris, dito de França". Temos então uma tentativa de criação de uma Grande Loja, com a peculiaridade de associar os conceitos de "Grande Loja" e de "Oriente". Esta tentativa falha e cessa em 1766.

Em 1773, efetua-se uma nova tentativa de dotar a maçonaria francesa de um centro comum e de uma autoridade reconhecida por todas, ou quase, as Lojas então existentes. Realizam-se 17 reuniões de representantes de quase todas as Lojas então existentes, que culminam com a criação do Grand Orient de France. Porquê Grand Orient? Desde logo, porque esta era uma organização diversa da ainda existente, embora de reduzida dimensão, Grande Loge de France. Havia que escolher outra designação. Se tradicionalmente as Lojas se agrupavam numa Grande Loja, parecia natural que, não podendo ou querendo usar-se essa designação, se optasse por designar a organização que pretendia agrupar (quase) todas as Lojas do Oriente (local, país) de França por... Grande Oriente de França.

Muito rapidamente, o Grande Oriente de França, envolvido na Revolução Francesa, evolui para posições de intervenção social e política (ao contrário da Maçonaria de inspiração anglo-saxónica). Napoleão Bonaparte usa os seus exércitos como focos de difusão da maçonaria, sempre na conceção mais interventiva na sociedade. Por onde passam os seus exércitos, mais tarde ou mais cedo criam-se Grandes Orientes locais: Grande Oriente de Itália, de Espanha, de Portugal, etc.. Por sua vez, os Grandes Orientes posteriormente criados por estes também assumem a mesma designação. Temos assim o Grande Oriente do Brasil e os vários Grandes Orientes por toda a América Latina.

De um modo geral , podemos dizer que, onde a Maçonaria se implanta por influência do Grande Oriente de França ou dos Grandes Orientes criados na sequência da expansão bonapartista, a estrutura coordenadora nacional tende a assumir a designação de Grande Oriente. Onde a Maçonaria é introduzida através da influência mais direta da Maçonaria anglo-saxónica (todo o Império britânico, o Norte da Europa e a Europa central, a África não francófona e um pouco por todo o mundo), a estrutura coordenadora nacional local tende a assumir a designação de Grande Loja.

Em Portugal, após uma fase inicial em que reuniram algumas Lojas de inspiração britânica, sem coordenação (reinava então ainda a Santa Inquisição...), a Maçonaria acaba por se implantar sob a influência dos exércitos bonapartistas e dos militares portugueses que integraram os exércitos bonapartistas. Gomes Freire de Andrade foi Grão-Mestre do Grande Oriente português. Entretanto, o mundo maçónico dividira-se entre duas correntes, a Regular e a Liberal (ver, a este respeito, por exemplo, o texto Começo de resposta a outra pergunta). O Grande Oriente Lusitano(GOL) integra-se na tendência Liberal, na esteira do Grande Oriente de França. Muito recentemente, há escassos vinte anos (o que, em Maçonaria, é muito pouco), um grupo de maçons chamou a si o encargo de introduzir em Portugal a Maçonaria Regular, que consideram a vertente original da Maçonaria, e agruparam-se em várias Lojas que, por sua vez, vieram a constituir a então designada Grande Loja Regular de Portugal, hoje Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (GLLP/GLRP), único Corpo Maçónico internacionalmente reconhecido como representando a Maçonaria Regular em Portugal. A Loja Mestre Affonso Domingues é loja fundadora desta Grande Loja, sendo a nº 5 do seu registo.

Rui Bandeira

04 março 2009

Retrato caricatural do estado da Justiça

Faço hoje uma pausa na temática habitual deste blogue, para dar conta de um extraordinário documento que mão amiga hoje me fez chegar. Apesar da minha profissão de Advogado, recebi-o a título pessoal e posso por isso divulgá-o, sem estar peado pelo segredo profissional (pois é, a minha vida são só segredos...).

Costumo dizer, em jeito de brincadeira, que, como Advogado, sou especialista em ideias gerais. Sei um pouco de muito e a fundo de quase nada. Tenho de saber um pouco de construção civil, para poder intervir em processos referentes a litígios relacionados com obras, sei um pouco de anatomia e fisiologia humanas, para intervir em processos relacionados com erro ou negligência médica, ou acidentes, e por aí fora... Mas de muito pouco sei verdadeiramente algo a fundo, de A a Z ou, como se diz mais popularmente, de cabo a rabo. Em resumo, muita parra e pouca uva, é o que é... Mas, de uma forma geral, o jurista é suposto ter o que se chama uma cultura eclética, porque o Direito a quase todos os campos abrange e respeita.

A tão falada crise da Justiça já deu origem a variados diagnósticos de dezenas de iluminados. Pena é que, havendo tantos diagnósticos, haja tão poucas soluções ou curas - pelo menos, das que resultem e que vejamos que resultam, antes de o doente morrer de velho... Ele é que a culpa é das leis de processo, que só atrapalham e permitem todos os atrasos e mais alguns, ele é que o problema está nos malandros dos Advogados, que usam e abusam de truques para atrasar os processos em favor dos seus clientes, ele é que a culpa é dos Juízes, que não trabalham, ele é, afinal, que a culpa é de tudo e de todos, que casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

Tenho para mim que as causas são múltiplas e variadas, que todos os que trabalham na Justiça não estão, nem isentos de culpas,nem angelicalmente puros, enfim, que muitos, das várias profissões jurídicas trabalham muito e bem - e todos vêm o seu esforço prejudicado pela brutal quebra de eficiência que o insuficiente dimensionamento do sistema e as culpas no cartório de uns quantos calaceiros e ou incompetentes causam.

Mas, acima de tudo, tenho para mim que muito do que de deficiente há na Justiça resulta de males que lhe foram transmitidos do exterior. Desde logo, uma assinalável quebra na cultura geral média de quem opera na Justiça (juízes, procuradores, advogados). Que obriga a um esforço acrescido e a mais tempo gasto a estudar o que se não sabe de todo e se devia saber um bocadinho, porque é assunto sobre que se tem de intervir ou decidir. E gera erros escusados, por vezes infantis, com subsequentes perdas de tempo, trabalho e feitio, para serem emendados. Ou então injustiças flagrantes...

O documento que abaixo publico ilustra este meu entendimento. Trata-se de uma cópia de um despacho exarado numa execução (processo pelo qual se dá cumprimento, coativamente, a uma condenação anterior; se uma sentença condenou A a pagar X a B e A não paga, B executa a sentença e o Tribunal coordena as ações necessárias para apreender bens de A, transformá-los em liquidez e entregar a B a quantia a que este tem direito).

Repare-se, antes do mais, que se trata de um despacho de poucas linhas (e sobre questão jurídica não particularmente complexa ou duvidosa...). Mas veja-se que, tendo o processo tido conclusão (isto é, apresentação ao juiz para decisão) em 10 de novembro, só em 12 de dezembro, ou seja, mais de um mês depois, é proferido...

Mas, sobretudo, queiram os caros amigos fazer o favor de verificar o que foi pedido e comparar com o que, candidamente, foi decidido. Santa ignorância!

Assim se demonstra que até se pode ser um eminente conhecedor de direito, saber de cor, de trás para a frente e de frente para trás, todas as leis, decretos-leis, portarias e quejandas minudências, ser um craque na correta interpretação de todas as normas, palavras, vírgulas e pontos finais, mas isso não chega - nem lá perto anda! - para se ser um sofrível jurista. Tudo isso tem de ser acompanhado de cultura geral, conhecimentos, ainda que superficiais (mas que deem para perceber quando é preciso procurar e estudar mais a fundo determinado assunto e que permitam saber onde e como procurar), de tantas matérias quanto possível. E OBRIGATORIAMENTE DE CONHECIMENTOS MÍNIMOS DE MATEMÁTICA!!!!

Este erro porventura já foi emendado. Mais requerimento, menos promoção, lá se deve ter proferido despacho emendando a mão. Não sem mais algum trabalho e tempo perdido, é certo... A divulgação deste erro não é feita para achincalhar ninguém, para apontar o dedo a nenhuma classe. Este erro foi feito por um juiz, mas eu já vi erros iguais ou piores cometidos por procuradores e por advogados. Nem é feita a título de curiosidade ou de humor, que seria bacoco. Esta divulgação é feita para que se perceba que a crise da Justiça cava muito mais fundo do que umas leis de processo complexas, uns magistrados mais lentos ou menos diligentes, uns advogados mais chicaneiros e cheios de truques. A crise da Justiça, como outras da nossa sociedade, também é potenciada por uma quebra de qualidade na formação das nossas gentes, de que agora estamos a sofrer os efeitos, aqui como na falta de médicos ou na dificuldade de encontrar um canalizador de jeito e disponível para vir fazer uma reparação nos canos lá de casa, sem nos levar os olhos da cara por isso. Quero crer que se está já a remediar o erro e que a nova geração já não sofrerá deste mal. Oxalá!

Ah! E, para que não haja dúvidas, isto não tem nada a ver com políticas nem politiquices, nem com velhas ou novas senhoras. Erros, más escolhas, opções deficientes, sempre se fizeram, as velhas senhoras como as novas, os políticos assim como os políticos assado. Isto tem só a ver com tomarmos consciência das causas do que nos aflige, para podermos tentar remediar o que se puder, como se puder e tão depressa quanto se puder. Isto tem a ver, não com culpas ou recriminações ou aproveitamentos, mas com algo simples mas que, por vezes, nos esquecemos de ter em consideração: os erros cometem-se (sempre!); e pagam-se (sempre!); pagamos menos e por menos tempo quando conseguimos detetar o erro e emendá-lo. O passado já passou e nada podemos fazer quanto a ele. O futuro é o que fizermos dele no presente. De preferência, cometendo cada vez menos erros de palmatória!

Clique na imagem para a ampliar, se necessário.
Rui Bandeira

03 março 2009

ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!

A Maçonaria é uma Fraternidade. Fraternidade pressupõe convívio. Amizade. Vivenciar em conjunto momentos de alegria e boa disposição. E humor!

Desengane-se quem porventura pense que os maçons são um grupo de sisudos, constantemente embrenhados em esotéricos pensamentos e elaborados exercícios de aperfeiçoamento. Os maçons são, acima de tudo, homens normais, que tentam ser bons e buscam ser melhores, mas sempre e só normalíssimos homens, de carne e osso e sangue, com alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, dedicando-se ao trabalho, mas também ao lazer, ao estudo, mas também à descontração. E forjam os seus laços de amizade e união no convívio, em que o respeito mútuo se mistura com a brincadeira. E sabem, e praticam-no, que há alturas em que se trabalha e não se brinca e há momentos em que se brinca e não se trabalha.

O humor também é cultivado e apreciado entre os maçons. As melhore anedotas de maçons que ouvi... foram inventadas por maçons. E, como todos aqueles que são equilibrados sabem, uma muito saudável forma de humor é exercê-lo sobre nós mesmos. Portanto, aqui vai!

ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!

Estudos feitos por investigadores do fenómeno maçónico, que rejeitaram suspeitas de serem antimaçons, não obstante admitirem integrar o D. I. O. G. O. (Departamento de Investigação da Ordem do Grande Arquiteto e seus Obreiros), trouxeram à luz do dia que a encoberta instituição da Maçonaria afinal não passa de uma sinistra organização, que viola descaradamente as leis laborais e atenta contra os mais elementares direitos dos trabalhadores.

Segundo o A Partir Pedra apurou, da aprofundada investigação resultaram algumas embaraçosas perguntas:
  • Se a lei laboral estipula que o horário de trabalho é de oito horas diárias e 40 horas semanais, porque é que a Maçonaria obriga os seus Obreiros a trabalhar desde o meio-dia até à meia-noite, todos os dias do ano?
  • Sendo proibido o trabalho infantil e estando assente que assim se considera o trabalho de menores de 14 anos, como é possível que a Maçonaria permita em suas Lojas Obreiros com menos de 4 (quatro) anos?
  • Sendo do conhecimento comum que as normas de Higiene e Segurança do Trabalho impõem o uso de equipamento de proteção individual, como se justifica que a Maçonaria permita que os seus Obreiros trabalhem partindo, aparelhando e polindo pedras brutas, usando apenas um avental, sem óculos, máscaras e outros equipamentos de proteção?
  • A Maçonaria paga subsídio de trabalho noturno pelo trabalho realizado após as 22:00 horas?
  • Verificando-se que a Maçonaria não tem representação de classe (sindicato), com que critérios estabelece, sem audição das Centrais Sindicais, o Aumento de Salário de seus Obreiros?
  • Porque a Maçonaria permite um Grande Arquiteto na direção de seus trabalhos que, ao que se saiba, não se encontra inscrito na Ordem dos Arquitetos?
  • O ágape servido aos Irmãos é computado como pagamento de salário em espécie?
  • Como pode o V. M. aceitar a manifestação dos obreiros de que estão satisfeitos, apenas através de um batimento da mão no avental? Por acaso é emitido recibo ou alguma declaração escrita?
  • As Colunas possuem projeto de segurança aprovado e certificado e sinalização de segurança adequada?
Perguntas baseadas em trabalho elaborado por "John Gotheyra" e publicado na página 19 da revista Cultural Maçónica brasileira "Engenho e Arte", nº. 1, de outubro de 1998, complementado pelo Irmão R. B. P., da A.R.L.S. Acácia de Avaré nº 590, G.L.E.S.P. e com adaptação livre para publicação neste blogue efetuada por

Rui Bandeira