23 outubro 2006

Sabedoria


Não é Conhecimento. Há, por esse mundo fora, muito analfabeto mais sabedor que muito doutor.

Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria.

Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante.

Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.

Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada.

Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir.

Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar.

Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância.

Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.

O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático.

Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise.

Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã.

Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.

Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida.

Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante.

É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.

Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade.

Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!

Rui Bandeira

20 outubro 2006

Do Zénite ao Nadir


O local onde os maçons se reúnem é por estes designado de Templo.

Embora tal não seja absolutamente necessário, por regra esse local está profusamente recheado (decorado, dizem os maçons) de objectos e referências que constituem símbolos. A observação desses símbolos, a atribuição do seu significado e a elaboração sobre o mesmo é uma permanente tarefa do maçon.
O Templo físico, o local de reunião é, no entanto, muito mais do que apenas isso.
Como em quase tudo em Maçonaria, o que é aparente esconde um outro significado, que por sua vez pode revelar um terceiro.
Assim, o Templo físico é simultaneamente o local de reunião, apenas entre maçons, mas também simboliza todo o Universo. Por isso dizem os maçons que as suas dimensões vão do Ocidente ao Oriente e do Zénite (o ponto mais alto das alturas) ao Nadir (o ponto mais profundo das profundezas). Simboliza assim todo o Espaço, afinal o local onde existe e vive e trabalha e produz e evolui toda a Humanidade em geral e o maçon em particular. Tal como o maçon deve ter uma impoluta conduta dentro do Templo / local de reunião , deve mantê-la em qualquer local onde se encontre, pois, onde quer que esteja, está em local que é produto da Criação, ou seja, onde quer que o maçon se encontre, está dentro do Templo Universal criado pelo Grande Arquitecto do Universo.
Mas ainda um terceiro significado simbólico existe no Templo: este é o local físico de reunião dos maçons, simboliza todo o Universo, mas também - e principalmente - simboliza o que o maçon permanentemente deve construir: o seu próprio Templo Interior, local apto a condignamente albergar a partícula de Divindade que, se lograr descobrir a Luz, verá brilhar dentro de si.
Esse templo interior deve ser construido com base nas três colunas da maçonaria: a Sabedoria, a Força e a Beleza, pilares de sustentação do mesmo.
Por isso, nos Templos maçónicos estão, além do mais, presentes três colunas, a cada uma se atribuindo um desses significados (ver imagem).
Rui Bandeira

19 outubro 2006

Regresso à Malaposta

Volto à Malaposta para Vos re-desafiar a ir até lá ver a exposição dos belos trabalhos dos Funcionários-Artistas, que com grande entusiasmo pela oportunidade, apresentam os seus trabalhos.
E na maioria das obras é evidente a sensibilidade e a capacidade criadora dos seus autores.


"Magic Flute" de Zycu e Tapeçaria da colecção particular da autora, Helena Leitão

"My Sun" - Acrílico sobre tela de Deedee

Trago-vos 3 belos exemplos dos trabalhos expostos.

A não perder.

Além de tudo o mais é de borla, grátis, gratuito... daqueles que mesmo que queiram pagar, não conseguem !

JPSetúbal

E que tal uma "suecada maçónica"?


Pois é, meus caros, já podem jogar ás cartas com cartas de jogar decoradas com a representação daquele lugar que vai do Ocidente ao Oriente e do Zénite ao Nadir.
Cada baralho de cartas custa seis euros, mais portes de envio.
Descobri esta oferta no sítio da loja na Rede Masonic Art que, apesar da sua designação em inglês, é uma empresa alemã.
O sítio pode ser consultado em alemão, inglês e francês e é exclusivamente dedicado à venda de mercadorias relacionadas com a Maçonaria e organizações para macónicas (Rosa-Cruzes, Cavaleiros Templários), incluindo uma organização para-maçónica alemã que esteve em voga aquando da febre do Código da Vinci: os Illuminati.
O sítio apresenta uma vasta panóplia de objectos de alguma forma decorados com motivos relacionados com a Maçonaria e a para-maçonaria.
Mas eu cá gostei foi dos baralhos de cartas: pelo menos, aumenta-se as hipóteses de não haver discussões por causa do jogo... Afinal, quem vai ousar perder a calma à sombra do templo?
Rui Bandeira

18 outubro 2006

Vídeo de promoção da Maçonaria

A Maçonaria americana é realmente outra coisa!

O vídeo que podem ver abaixo é um eficaz aproveitamento das virtualidades da tecnologia do som e imagem.

Numa sociedade em que tudo se anuncia, tudo se divulga, porque não divulgar a Maçonaria?

É um vídeo longo e em inglês, mas vale a pena vê-lo!

Rui Bandeira

17 outubro 2006

Portal maçónico


Já com mais de um milhão de visitas, o Portal Maçónico é um local de divulgação e porta de entrada para um significativo número de páginas na Rede que se reclamam do ideário ou de temática maçónica.
Criado por iniciativa particular, este Portal não efectua qualquer discriminação entre organizações, seja em termos de regularidade ou irregularidade, seja em termos de antiguidade ou de origem. Creio ser esta uma postura correcta de independência e equidistância.
O Portal referencia, assim, quer o GOL, quer a GLLP/GLRP, quer as suas dissidências GLRP ou GLNP. Referencia organizações que se reclamam de mçaónicas, masculinas, femininas e mistas. Referencia organizações que se reclamam de maçónicas situadas um pouco por todo o Mundo.
Tem o que me parece ser o mais completo directório em língua portuguesa de organizações ligadas ou que se reclamam da maçonaria, organizado por estricta ordem alfabética. Só para se ter a noção, estão referenciadas 172 Grandes Lojas de todo o Mundo, entre as quais, naturalmente, a GLLP/GLRP. Na categoria Lojas, estão referenciados sítios de 81 Lojas, entre as quais o da RL Mestre Affonso Domingues.
Também o A Partir Pedra está referenciado neste portal, nas categorias Esoterismo e Boletins on line, à míngua da existência de uma categoria específica para blogues. Uma melhoria a fazer...
Aspecto negativo é a permeabilidade a inscrições abusivas de menções de cariz publicitário, situação merecedora de correcção num aperfeiçoamento técnico a fazer ao Portal.
Para além do directório, o Portal tem uma secção de Artigos e Pranchas, um Forum Maçónico, uma secção de postais virtuais, um Livro de Visitas e capítulos em que procura informar o que é a Maçonaria, as suas origens, a sua organização, símbolos, landmarks, graus do Rito Escocês Antigo e Aceite, etc.. Realmente muita informação, acessível a qualquer visitante.
O Portal Maçónico é, sem dúvida, um local valioso para consultar elementos relativos à maçonaria.
Rui Bandeira

13 outubro 2006

O "Bancário Padeiro" ou o "Padeiro Bancário" ?

Queridos visitantes-leitores interessados nas nossas notícias.
Hoje recebi por "mail" uma carta curiosa, bem escrita e com um conteúdo que sendo óbvio para a maioria, passa ao lado das preocupações de quase todos nós.
O texto foi dirigido, segundo consta, ao BES, mas podem fazer cópias e enviar a todos os bancos porque acertam sem dúvida. Se não fôr no padeiro será no merceeiro. Vale o mesmo !
Farei a transcrição tal qual e depois, se tiverem encontrado alguma surpresa, não arrepelem os cabelos (se forem carecas é uma preocupação a menos ...), nem tratem mal o cão que, coitado, não é banqueiro.

CARTA ABERTA AO BES
Exmos Senhores Administradores do BES
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. > Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.
Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.> Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. > Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro". Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1 EUR .
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.> A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.> Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma? Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

E agora... não fiquem com o fim de semana estragado !

JPSetúbal

Livraria Maçónica na Rede


A Télélivre é uma livraria belga que utiliza a Rede para efectuar vendas dos seus produtos - livros. Até aqui nada de novo, para quem se habituou a digitar www.amazon.com e aceder ao maior supermercado virtual de livros.
A novidade é que a Télélivre criou uma Livraria Virtual Maçónica, que autonomizou em sítio próprio, a La Cale Sèche (nome curioso; traduzido, quer dizer "A Doca Seca"), cujo logotipo aqui se reproduz.
Para quem utilizar confortavelmente a língua francesa (mas não só; encontrei referência a um livro em castelhano, por exemplo), este sítio é um local cómodo para pesquisar e encomendar livros sobre a temática maçónica, exclusiva aqui.
Presentemente, estão referenciados 1.350 títulos, com a vantagem adicional de o sítio os ter agrupado em vários sub-temas, facilitando a pesquisa do que nos interesse. Clicando, na parte superior esquerda do sítio, em "Livres (1350)", abre-se uma página que apresenta diversas categorias. Por exemplo, Esoterismo (17 livros), Ensaisos (54), Religiões (25) ou, simplesmente, Maçonaria (1212 livros; aqui a ajuda não é muito grande...).
Um sítio para ter referenciado, para quando se quiser procurar um livro de temática maçónica.
Rui Bandeira

12 outubro 2006

César Romero na Escudero - Galeria de Artes e Letras


César Romero nasceu em Feira de Santana, Baía, no ano de 1950. Autodidacta, iniciou-se em artes plásticas no ano de 1967. Vive em Salvador desde 1966.

Participou em várias exposições internacionais a convite ou através de Salões: Washington, Hannover, Colónia, Berlim, Barcelona, Madrid, Bilbao, Lisboa, Caynne, Fort-de-France, Santiago, Buenos Aires, Paris, Granada e Marsailhes.

Possui trabalhos em vinte e oito museus brasileiros.

Realizou cartazes e marcas para empresas e eventos nacionais e internacionais, projectos visuais para capas de discos e livros, estampas para tecidos de várias etiquetas, ilustrações para contos, livros, novelas, poemas e jornais.

Teve trabalhos seus integrados em projectos de decorações e cenários para vinte novelas e alguns programas especiais da Rede Globo de Televisão.


Desde ontem, e até 31 de Outubro, entre as 15 e as 20 horas, todos os dias excepto Domingo, uma exposição comemorativa dos seus 40 anos de actividade artística (mais ou menos, já que só em 2007 perfará esse tempo...), intitulada "BRamante" está aberta ao público na nossa galeria de arte preferida, a Escudero - Galeria de Artes e Letras, na Avenida Maria Helena Vieira da Silva, n.º 37 - B, Quinta do Lambert, em Lisboa.

A imagem acima reproduz uma das obras expostas e espero que sirva de motivação para uma visita à exposição.

Rui Bandeira

11 outubro 2006

Primavera no Outono

Como muitos dos urbanos dos tempos actuais, o meu primeiro contacto diário com as notícias do dia ocorre através do rádio do automóvel, durante o percurso matinal casa-escola da criança-trabalho. Muitas vezes, é um hábito que me deixa um sabor amargo, pois vou ouvindo má notícia atrás de má notícia, num deprimente encadeado das feridas que a Humanidade se vai inflingindo pelo globo fora.
Mas hoje foi a excepção que confirma a regra! De uma assentada, uma sucessão de boas notícias carregou-me as baterias do moral para o dia todo, espero.
I - Assinatura do protocolo MIT - Universidades e Politécnicos portugueses
Para além da boa notícia em si, a estação de rádio passou declarações do Ministro da Ciência e do Ensino Superior, centradas exclusivamente na exposição das possibilidades de evolução, melhoria e qualificação das instituições de Ensino Superior portuguesas, e de dois responsáveis de Escolas Superiores, expondo os projectos que iam desenvolver nas suas escolas, os objectivos fixados e a melhoria qualitativa procurada. Ou seja, nem um, nem outros, se puseram em bicos de pés, ninguém se pôs com lamúrias, todos mostraram a sua confiança na capacidade para evoluir, a saudável e realista humildade de reconhecer o benefício da cooperação com um dos expoentes do avanço científico e tecnológico no planeta. Discursos optimistas, mas realçando que o Futuro se ganha com Dedicação, Trabalho e Competência.
1 a 0!
II - Empresa de consultoria divulga estudo de reestruturação da PSP, em que propõe a redução do número de Comandos para metade.
Um jornalista da estação de rádio anuncia que vai passar o comentário de um responsável da Associação Sindical dos Oficiais da Polícia. Encolho-me todo no carro! Lá vem a cassette sindicalista do costume... Receio infundado: sim senhor, todos reconhecem que é necessária uma reorganização da PSP, no quadro da reorganização das Forças de Segurança, ainda não conhecem o projecto em concreto, mas, logo que a ele tenham acesso vão estudá-lo e colaborar com os responsáveis políticos, no sentido de ser encontrada e fixada a melhor organização estrutural da PSP, que possa corresponder às necessidades das populações que a PSP serve, aos interesses da PSP e expectativas dos seus elementos. Mais uma vez sem lamúrias e com uma postura de realismo, interesse e cooperação. Olho para o painel do rádio: a estação emissora é portuguesa, as palavras foram ditas em português.
2 a 0!
III - Escola António Sérgio no Cacém integra alunos de 18 nacionalidades
Diz o jornalista que a escola é exemplar na integração de estudantes de todas as proveniências. Presentemente, tem alunos de 18 nacionalidades. Todos falam portugês. Entrevistam alguns, vários africanos dos PALOP, um chinês, um romeno, uma ucraniana. Reconhecem-se diferenças nos sotaques, mas... todos falam português escorreito. A jornalista pergunta à estudante ucraniana como aprendeu a falar tão bem português. Resposta: "com a ajuda dos professores e dos colegas". Simples... A jornalista entrevista uma professora, que refere ser a integração de alunos de todas as proveniências uma das prioridades da escola, que se faz essa integração evitando encapsulamentos de grupos da mesma origem, distribuindo os alunos das diferentes origens pelas turmas, que o sucesso da integração permite que todos se enriqueçam, através do contacto com as diversas experiências, usos e tradições, e realça os bons resultados escolares conseguidos. Outra vez sem lamúrias, todos orgulhosos do trabalho que vão fazendo.
3 a 0!
Há dias assim! Nem parecia que estava em Portugal. Ou melhor, afinal, a pouco e pouco, talvez Portugal se vá, finalmente, convencendo que não é a lamúria, a estreiteza de espírito, a mesquinhez, o medo e a inércia que resolvem os nossos problemas: são o Trabalho, a Visão, a Cooperação, a Disciplina e a Grandeza de Espírito que nos levarão aonde queremos!
Talvez três andorinhas não cheguem para fazer uma Primavera. Mas estas três notícias positivas, todas seguidas num noticiário radiofónico, deram-me um libertador e perfumado ar de Primavera neste Outono.
E, afinal, 3 a0 já dá para ir à fase final e discutir o título. Viu-se ontem...
Um bem disposto e optimista abraço do
Rui Bandeira

10 outubro 2006

A MALAPOSTA

À entrada de Odivelas, quem entra pelo lado do Carriche ou da Póvoa Sto. Adrião, díficilmente deixa de reparar na Malaposta, agora Teatro (ou melhor, Casa de Cultura de todas as artes), antes local de recolha das Mala-Postas, das mudas de cavalos, rápidas porque a carga da carruagem não podia esperar ou mais sossegadas porque os ocupantes, cansados de jornada longa, resolviam ali descansar, comendo e muitas vezes pernoitando, aproveitando alguma companhia garrida que por ali estivesse disponivel.

É um belo espaço, orgulho dos "Odivelenses", no qual muita história (e muitas estórias) se mostra, e se conta, e se dança, e se canta...
Em exposição que estará disponível a partir do próximo dia 17, serão os próprios funcionários e colaboradores da casa a mostrarem as Suas habilidades, eles também artistas de corpo inteiro, e pelo que se verá, artistas de grande mérito, aos quais só falta mesmo o reconhecimento do público ou talvez melhor, o conhecimento do público.
Em boa verdade não se pode reconhecer (avaliar) o que não é conhecido !
Pois a partir de 17 p.f. (15 horas) venham até Odivelas, à Malaposta, ver uma exposição diferente, porque constituida pelos trabalhos dos que, habitualmente, só trabalham nos bastidores.

MALAPOSTA

A voz dos artistas toma o lugar na viagem que o destino lhe comete.

Viaja, essa voz, através da voz das actrizes e dos actores,
ou das telas pintadas
ou através das melodias cantadas
e dos palcos pisados ao sabor da palavra e da literatura
ou ao sabor do voo dos corpos
dançantes.

Num edifício feito de três casas unidas por um delta
morou desde sempre a alma
de quem entrega a mensagem. De quem sabe fazer
chegar a carta onde mora o sonho e a vertigem da vida.

Esqueceremos o tempo em que foi de morte o cheiro destas pedras
que pisamos. Destes palcos que admiramos e pisamos. E
destas cadeiras onde nos sentamos. A alma do holocausto dos
animais perdoará a fraqueza do homem não artista.

Lembraremos para todo o sempre o longínquo passado das
Mala-Postas correndo pelas estradas dos campos,
entre as árvores, levando de terra em terra, de cidade
em cidade, a mensagem que tem de ser lavada e entregue.

E lembraremos o presente erigido pelos amantes da arte.
Pelos artistas que servem a arte apenas porque por ela
apaixonados desde o berço.

O futuro da Malaposta (sem hífen, agora) é o sorriso das estrelas e a
harmonia de cada coração. É D. Dinis a entrar pelos portões
e a perguntar onde fica o auditório onde irá fazer o seu recital
de cantigas de amor e de amigo.

O futuro deste edifício de três casas unidas por um delta
assenta nos poetas
e nos músicos. Nos bailarinos e nos pintores. Naqueles que
esculpem a pedra e em todas as actrizes e actores
que pisam os palcos
para levarem a mensagem ao público
como antigamente o correio-mor levava as cartas dos amantes e
dos sonhadores.

A voz de um artista é a voz do coração da sua arte.
E a junção de todas as artes dá forma e substância
ao grande coração da vida: onde cantam as vozes sublimes
de cada modo de ser artista e arte.

As Mala-Postas de outros tempos são a herança antiga
que queremos receber,
a memória que gostamos de contar.

A Malaposta dos nossos dias,
dias de todas as artes dentro de uma casa com arte,
é a memória, como herança, que queremos deixar ao futuro.

MÁRIO MÁXIMO

Por antecipação aqui Vos deixo um "cheirinho" do que encontrarão os que forem até à Malaposta a partir de dia 17.

JPSetúbal

Um olhar para a "concorrência"


Aqui no A Partir Pedra procuramos estar atentos a tudo o que se relacione com a Maçonaria.
E obviamente que vamos estando atentos à "concorrência".
Também com assento no blogspot.com, mas oriundo do Brasil, é interessante ir dando uma olhada no Blog do Maçom.
Não tem tanta frequência de actualização como o nosso A Partir Pedra ( na altura em que escrevo, o seu último texto é de 28 de Setembro, o anterior de 17 de Setembro e o anterior a este de 8 do mesmo mês), mas trata-se de um blogue de evidente interesse, tanto mais que permite fazer o contraponto sobre como se vê esta coisa de um blogue sobre temas maçónicos em ambos os lados do Atlântico.
Tem textos deliciosos de humor (o do churrasco do ponto de vista feminino eu já conhecia; a "carta de um profano a outro" é de gargalhadas) e textos que procuram tratar com seriedade temas que são caros aos maçons.
Para aguçar a curiosidade, eis os títulos dos últimos textos:

"O que é um Churrasco ?"
"Um Poema de Chaplin"
"Carta de um Profano a Outro"
"O Palácio e o Templo"
"A Marca que Deixamos nas Pessoas"
"Carta de um Maçom a seu Filho"
"Prece de um Maçom"
"E Afinal o que é Ser Maçom"
"A Sabedoria do Fogo"
"As Sete Lágrimas de um Maçom"
Este blogue merece indubitavelmenyte a nossa atenção e, atento o ritmo de actualização, uma espreitadela uma ou duas vezes por mês.
Rui Bandeira

09 outubro 2006

Maçonaria e Religião - 2

Reforçando o Post do Rui Bandeira aqui fica a transcrição do que está escrito na Pagina da Grande Loja Unida de Inglaterra, tida como o referencial máximo da Maçonaria Regular Mundial.


Freemasonry: Your Questions Answered
Q
Aren't you a religion or a rival to religion?
A
Emphatically not. Freemasonry requires a belief in God and its principles are common to many of the world's great religions. Freemasonry does not try to replace religion or substitute for it. Every candidate is exhorted to practise his religion and to regard its holy book as the unerring standard of truth. Freemasonry does not instruct its members in what their religious beliefs should be, nor does it offer sacrements. Freemasonry deals in relations between men; religion deals in a man's relationship with his God.

Q
Why do you call it the VSL and not the Bible?
A
To the majority of Freemasons the Volume of the sacred Law is the Bible. There are many in Freemasonry, however, who are not Christian and to them the Bible is not their sacred book and they will make their promises on the book which is regarded as sacred to their religion. The Bible will always be present in an English lodge but as the organisation welcomes men of many different faiths, it is called the Volume of the Sacred Law. Thus, when the Volume of the Sacred Law is referred to in ceremonies, to a non-Christian it will be the holy book of his religion and to a Christian it will be the Bible.

Q
Why do you call God the Great Architect?
A
Freemasonry embraces all men who believe in God. Its membership includes Christians, Jews, Hindus, Sikhs, Muslims, Parsees and others. The use of descriptions such as the Great Architect prevents disharmony. The Great Architect is not a specific Masonic god or an attempt to combine all gods into one. Thus, men of differing religions pray together without offense being given to any of them.

Q
Why don't some churches like Freemasonry?
A
There are elements within certain churches who misunderstand Freemasonry and confuse secular rituals with religious liturgy. Although the Methodist Conference and the General Synod of the Anglican Church have occasionally criticised Freemasonry, in both Churches there are many Masons and indeed others who are dismayed that the Churches should attack Freemasonry, an organisation which has always encouraged its members to be active in their own religion.

Q
Why will Freemasonry not accept Roman Catholics as members?
A
It does. The prime qualification for admission into Freemasonry has always been a belief in God. How that belief is expressed is entirely up to the individual. Four Grand Masters of English Freemasonry have been Roman Catholics. There are many Roman Catholic Freemasons.



Queiram desculpar por ser em Inglês, mas o nosso Governo tem como plano por todos a falar inglês e por isso aqui fica a minha modesta contribuição.
JoseSR

Maçonaria e Religião


A Maçonaria NÃO É uma religião.
A Maçonaria não aconselha, ou impõe, ou favorece, a prática de qualquer religião em particular.
A Maçonaria Regular nem sequer pretende que os seus membros pratiquem qualquer religião. Basta-lhe que os seus membros sejam crentes num Criador, qualquer que seja a forma como se corporiza tal crença (ver artigo "O processo iniciático maçónico, de 3 de Outubro).
A Maçonaria não pretende substituir-se à religião.
A Maçonaria Regular convive com todas as religiões e todas as respectivas estruturas de enquadramento e a todas aceita e respeita.
A Maçonaria Regular promove o convívio, a aceitação e o respeito mútuo de crentes de todas as religiões, incluindo os simplesmente crentes no Criador, ainda que não se revejam em nenhuma religião estabelecida.
As Lojas da Maçonaria Regular reunem sempre na presença do Livro Sagrado ou dos Livros Sagrados das religiões professadas pelos seus membros (por exemplo: presentemente são membros da Loja Mestre Affonso Domingues, para além de crentes não ligados a religião em particular, crentes da religião católica, crentes de igrejas cristãs nascidas da Reforma e crentes da religião judaica; consequentemente, a Loja reune na presença da Bíblia, Livro Sagrado para os católicos e demais cristãos, e da Torah, Livro Sagrado do Judaísmo).
A Maçonaria viabiliza um processo de aperfeiçoamento e evolução espiritual dos seus membros, tendo como base de partida a crença de cada um.
Sendo assim, porque é a Maçonaria por vezes diabolizada, atacada, por Igrejas religiosas?
Porque a religião organizada exclui onde a Maçonaria inclui. Isto é: para algumas religiões, a salvação é exclusiva para os seus crentes; para as respectivas igrejas, tal salvação só pode ocorrer em relação aos que se acolhem no seu seio; os demais são "infiéis", insusceptíveis de salvação. Não admira, assim, que essas estruturas não vejam com bons olhos uma organização que entende que TODOS os crentes são dignos, são iguais e são igualmente aptos a crescerem espiritualmente.
Para a Maçonaria, nenhuma religião ou Igreja é um problema. Pelo contrário, a crença religiosa, organizada ou não, é a base do trabalho que o maçon deve realizar para se aperfeiçoar.
A Religião baseia-se na Fé. A Maçonaria aceita qualquer Fé e trabalha-a com a Razão.
A Maçonaria Regular considera-se assim complementar e não conflitual com a religião.
Rui Bandeira

07 outubro 2006

Templo maçónico em marfim e osso


Esta imagem, como outras que o mostram de outro ângulo ou focam diversos detalhes, é a da reprodução, em marfim e osso, da representação de um templo maçónico.

Descobri-a no sítio http://www.lecurieux.com, onde está à venda.

A peça representada é definida como uma "excepcional interpretação de um templo maçónico em marfim e osso muito finamente esculpida, à maneira dos templos de amor muito em voga na viragem do século XVIII para o século XIX" e referida como estando em muito bom estado, com uma ligeira falha numa das frisas da base.

A altura total da peça são 30 cm e a sua base mede 16,7 cm por 12,5 cm.

Aponta-se a sua confecção como originária de Inglaterra, cerca de 1810.

No sítio não é mencionado o preço de venda.

O vendedor é o antiquário parisiense Serge Davoudian. No sítio mencionado estão referenciados o seu endereço e contactos telefónicos e de correio electrónico.

Rui Bandeira

04 outubro 2006

Sítio de fotografias de temática maçónica


Jean-Luc Adde é um fotógrafo parisiense que, como muitos outros profissionais da fotografia, tem o seu sítio pessoal na Net, onde exibe alguns dos seus trabalhos. Até aqui, nada de especial. Quem tiver a curiosidade de visitar o seu sítio, aqui, terá a possibilidade de visualizar vários trabalhos do fotógrafo de indesmentível - e esperada! - qualidade. Poderá mesmo baixar para o seu disco rígido as imagens que pretender. Mas atenção ao aviso expresso de que as imagens estão sujeitas ao regime legal de protecção dos direitos de autor. Podem vê-las, podem guardá-las para as ver quando quiserem. Não podem utilizá-las sem autorização do seu autor. Daí que tenha escolhido para ilustrar este texto, não uma das fotografias de Jean-Luc Adde, mas uma imagem de promoção de uma sua exposição em Bruxelas, que razoavelmente entendo ser de presumir de utilização autorizada em menções de divulgação do sítio e do trabalho deste fotógrafo.

A menção deste sítio neste blogue não se fundamenta, porém, no exclusivo interesse de divulgação do mesmo (pese embora a sua evidente qualidade). Em bom rigor, se aqui fosse dar conta de todos os interessantes sítios na Net de todos os fotógrafos, à razão de um por dia, levaria vários anos a fazê-lo - e possivelmente este seria um forte candidato ao blogue mais monótono do mundo...

A referência a este sítio justifica-se por outra razão: é que Jean-Luc Adde, para além do seu interessante sítio profissional tem ainda um outro sítio, bem mais discreto, no qual disponibiliza um conjunto de notáveis fotografias de temática maçónica. Esta é a imagem de abertura desse sítio:


Ao contrário do seu sítio profissional, as fotos aqui disponibilizadas, quando se clica para as copiar para o nosso disco rígido, não apresentam a advertência de que estão protegidas por copyright. Presumo, aaim, que Jean-Luc Adde permite a livre utilização das mesmas, designadamente para ilustrar pranchas maçónicas. A qualidade das imagens rivaliza com a das do seu sítio profissional. A sua temática é, para os maçons, mais interessante.

Este é um bom exemplo de como um profissional sabe separar a sua actividade profissional da sua vida maçónica, distinguindo bem os diferentes planos de uma e de outra.

Uma última chamada de atenção para as ligações que o sítio proporciona a diferentes sítios de temática maçónica. Entre as mais de 100 imagens e estas ligações, este sítio ganhou o direito à entrada na minha lista de favoritos - e talvez também de quem ler este texto...

Rui Bandeira

03 outubro 2006

O processo iniciático maçónico

Os maçons não discutem Religião em Loja. No entanto, na Maçonaria Regular, apenas são admitidos maçons homens livres e de bons costumes, sendo um desses, obrigatoriamente, a crença num Criador.

Para a Maçonaria e para os maçons, é absolutamente indiferente que nome cada um dá à Divindade em que crê: Deus, Jeovah, Alá (aliás, consabidamente, três nomes para a mesma Entidade), Brahma ou Tao. O que importa é a real existência da crença, porquanto só a partir dela e com ela se pode percorrer o caminho esotérico que leva ao aperfeiçoamento espiritual individual, segundo o método maçónico de confrontação, percepção e estudo dos símbolos e utilização da sua compreensão como bases ou patamares sucessivos para a comprensão de realidades e conceitos sucessivamente mais complexos, na busca da Luz, ou seja, a compreensão do Divino e, assim, do significado da Vida e da Morte física, do nosso papel no Mundo e na Criação, da nossa relação com o Criador.

O processo iniciático maçónico aglutina, assim, a Crença e a Razão, o Conhecimento Empírico e a Experimentação, a Observação e a Especulação, e é um processo sempre individualmente realizado, pelos caminhos e pela forma de cada um, segundo as suas capacidades, necessidades e disponibilidade, mas também sempre com o auxílio, a força, a cumplicidade, a disponibilidade do grupo em que se insere, a Loja.

Trata-se, assim, de um processo simultaneamente baseado na Crença e na Razão, no individual e no colectivo, que conduz ao aperfeiçoamento espiritual e, por via dele, ao aperfeiçoamento moral e social.

Pela sua natureza e pela complexidade dos conceitos a intuir, muitas vezes mais do que compreender, é um processo demorado e, sobretudo, em que não é realmente possível queimar etapas. Cada passo é essencial para pisar terreno que permita o passo seguinte. Pretender saltar ou efectuar acrobacias, ainda que vistosas, só tem como resultado a queda no abismo do Erro, conducente ao vale da Ignorância.

Em Maçonaria nada se diz, nada se ensina, tudo se sugere, tudo se simboliza, assim tudo se aprende, cada um segundo a sua real necessidade e através das suas capacidades. E assim cada um segue o seu caminho, este intuindo isto, aquele algo de diverso, como peregrinos que vão fazendo cada um o seu caminho, embora todos desejando chegar ao mesmo santuário. O grupo, a Loja, fornece a cada um a escolha dos meios de transporte, aponta a direcção, ajuda a organizar a jornada, mas é exclusivamente a cada um que cabe escolher o seu caminho - se é que porventura não será o Caminho que se abre a cada um...

Cada um estará no seu estágio de aperfeiçoamento e seguirá no seu ritmo. Simbolicamente (cá está, em Maçonaria o símbolo é - quase - tudo!), cada um se situa em graus de evolução diferentes, uns ainda Aprendizes, outros Companheiros, outros já Mestres. Os Aprendizes ainda dependem, quase totalmente, do apoio e suporte da Loja, pois ainda estão a procurar reconhecer o mapa, a procurar descobrir a direcção, a aprender a ler os sinais indicadores e a reconhecer os enganos. Os Companheiros já sabem para onde querem ir, que direcção seguir, mas dependem do auxílio dos mais experientes para decidir quais os percursos que mais lhes convêm e como os percorrer. Os Mestres, esses, já conseguem saber, por si, como e quando e por onde devem prosseguir sua caminhada, já conseguirão corrigir erro na determinação da via e têm capacidade para retomar sua orientação. Mas sempre verão com satisfação o auxílio de seus Irmãos na busca que realizam, ao mesmo tempo que cumprem seu dever de auxiliar e orientar todos os seus Irmãos, qualquer que seja o seu Grau ou Qualidade.

Não nos enganemos, porém: o grau "administrativo" que cada Loja atribui a cada um de seus Obreiros é apenas simbólico, ilustrativo. Por se ser Mestre de uma Loja, não se quer dizer que se seja realmente Mestre no Caminho Iniciático Maçónico. E alguns Aprendizes ou Companheiros de Loja sinto que percorrem bem mais seguramente seu caminho do que alguns Mestres como tal definidos na Loja...

Grande erro seria confundir o Grau que ao maçon é "administrativamente" atribuído em Loja (afinal dependendo do decurso do tempo, temperado com alguma assiduidade e a execução de alguns trabalhos não demasiadamente exigentes...) com o grau de evolução que realmente esse maçon apresenta: afinal seria cometer o erro mais básico que o mais jovem Aprendiz pode cometer (e que, naturalmente, é normal e expectável que cometa), o de confundir o Símbolo com a Realidade que esse símbolo simultaneamente oculta e revela!

Resumindo: ser maçon não é só reunir em Loja, usar avental e luvas brancas, ter preocupações sociais e tratar os demais como e por Irmãos; é, claro, também tudo isso, mas é muito mais do que isso, é percorrer o tal caminho, buscar, pelo seu modo e a seu jeito, a sua Luz, assim, a pouco e pouco, se reconciliando com a Vida e, sobretudo, com a inevitabilidade da Morte física. Não será exactamente, como escreveu Camões, se ir "das leis da Morte libertando", mas talvez esse percurso permita, em paz connosco e com tudo o que nos rodeia, libertarmo-nos do medo da dita.

A cada um que foi iniciado maçon foi reconhecido por uma Loja maçónica a capacidade, a virtualidade, a potencialidade, para seguir esta via iniciática, através do método maçónico.

Se o fará ou não, é com cada um. Se o quiser fazer, quando o fará, ainda é com cada qual. Uma Loja maçónica é, antes do mais, um espaço de liberdade ("um Maçon livre, numa Loja livre" é um inalienável princípio básico na Maçonaria) e apenas disponibiliza o seu auxílio, nada impõe, a ninguém critica.

Mas, pelo menos, vai sempre lembrando, para que cada um possa ouvir quando quiser ouvir, entender quando puder entender, aceitar quando lhe apetecer aceitar, que (sempre!) o Caminho faz-se caminhando.

Rui Bandeira

30 setembro 2006

THIS IS... MUSIC !

A meus muito queridos Manos;
A minhas muito amadas Cunhadas;
A todos os nossos apaixonados leitores;
2006 – Ano extraordinário de comemorações musicais, grandes nomes da música universal de sempre, de cá e de lá, são lembrados, comemorados, trabalhados, tocados e ouvidos durante este ano (claro que nos outros, também !).
Vem este apontamento na sequência dos textos misteriosos, verdadeiramente cifrados, “maçonicamente” codificados que meus queridos, amados, apaixonados, idolatrados irmão RB e cunhada PatBR têm vindo a postar, animando “musicalmente” este “A PARTIR PEDRA”.

Em 2006 temos:
- 250 anos do nascimento de Mozart;
- 150 anos da morte de Schumann;
- 100 anos do nascimento de Lopes Graça;
- 100 anos do nascimento de Armando José Fernandes;
- 100 anos do nascimento de Luis Sousa Rodrigues
- 100 anos do nascimento de Dimitri Chostakovitch
- 20 anos da morte de Ruy Coelho;
- 25 anos de carreira dos GNR;
- 40 anos de carreira de “5 minutos de Jazz”, programa de rádio de José Duarte;
- ... (mais alguns !)

Matutei, matutei, ... e encontrei ! Está aqui a explicação, é o ano da música !!!
Pus as minhas capacidades em campo e com a ajuda de alguns amigos “paperazzi” consegui o que nem os próprios sonham, a foto dos dois (RB e PatBR) em plena função, codificando toda a informação que desde há 2 dias vão “blogando” dia e noite.

Então, aqui os apresento em 2 momentos dos ensaios, dando-nos música:

APRESENTAÇÃO NOS MANIQUES

NO PALCO DOS CASTIÇOS

A primeira foto foi conseguida durante um ensaio no palco emprestado pelos “Castiços da Lourinhã” e na segunda os nossos dois artistas estão em ensaio geral no “Grupo JET7 dos Maniques da Linha”.
Esta modestíssima homenagem ao V. lirismo não chega nem às antevésperas das Vs. melodiosas sonoridades, não ouvidas, mas lidas, quiçá com muito maior vantagem para os nossos duros canais auditivos (mais ainda com a vantagem de não perturbarem a tranquila paz do “cãozinho” do José que certamente muitos sinais de alegre jovialidade transmitiria a todos os felizardos do prédio onde vive, perante sons tão suaves e bem timbrados).

Por isso, e por tudo isso, eu Vos agradeço, na certeza de que comigo estará a grande maioria dos que penosamente vão lendo os dislates das nossas corriqueiras e nada buriladas letras (excepção feita, pois naturalmente à orgia literária dos últimos 2 dias), a trabalheira que tiveram na codificação para suporte escrito das melodias extraordinárias com que a V. enorme musicalidade quis brindar estes pobres mortais, nada dados a tão etéreas artes.

Como diria o poeta, “é música, é música !”.


Do V. tão modesto, lento e australopithecus admirador e, a partir de agora também, embevecido servo.



PS – Fazem favor não se ponham a puxar por mim com comentários e comentários aos comentários, porque eu esgotei aqui o meu latim todo !

JPSetúbal

28 setembro 2006

Carta aberta às cunhadas - A resposta! E a réplica... E ainda a tréplica!



Meu querido cunhado,
Em meu nome (mas certamente as minhas queridas cunhadas subscrevem) agradeço as tuas doces palavras. Modéstia à parte, mas nós, vossas “musas inspiradoras” sabemos que tudo o que vocês, nossos inestimáveis maridos, fazem, é sempre, sempre por nós e para nós. Muito obrigado! Sei também, ó amores das nossas vidas, que se não conseguem ser tão pontuais aos compromissos familiares, como são às sessões, é apenas porque pretendem que nós, vossas dedicadas esposas, aperfeiçoemos à nossa capacidade de espera e a nossa tolerância... muito obrigado! Sabemos também, nossos amados esposos, que é para vós um tremendo sacrifício, abdicarem da nossa agradável companhia, para irem às sessões... é com certeza um fardo pesado de suportar! Sabemos que preferiam passar um agradável serão em casa a dar banho aos nossos rebentos...a dar-lhes jantar...a aturar as suas adoráveis birras...a ler a história antes de dormir...a arrumar o nosso doce lar...e a fazer todas aquelas tarefas tão agradáveis que tão carinhosamente nos deixam fazer sozinhas. Muito obrigado! Nossos queridos maridos, nós, vossas companheiras e “centro das vossas vidas” reconhecemos que vocês, nossos mais-que-tudo, não são perfeitos...mas para nós, que vos amamos com todo o nosso ser (e mais algum!!!), vemos apenas virtudes e...algumas (pequenas?!) imperfeições! Obviamente que vocês, ó cactos do nosso deserto, podem contar sempre com o nosso apoio e com toda a nossa compreensão...assim como nós, flores da vossa Primavera, estamos certas que podemos contar sempre, sempre convosco para tudo (?). Bem hajam nossos amados eternos! Um beijo grande para todos e um especial para ti Rui.



Na caixa de comentários ao texto "Carta aberta às cunhadas", a PatBR (ou, mais simplesmente, a Patrícia) colocou esta notável, inteligente e estimulante resposta.

Qualquer administrador de blogue que se preze só pode, pois, fazer o que aqui faço: colocar esta pérola de engenho, arte e ironia no corpo principal do blogue, para que não passe despercebido.

Posto isto, é tempo de replicar!

Patrícia, minha nunca suficientemente admirada cunhada:

Foi com indizível prazer que li a resposta que te dignaste dar ao pobre amontoado de palavras que, sem grande talento, mas com o propósito de as tornar minimamente dignas de vós, ínclitas cunhadas, consegui laboriosamente alinhavar.

E, antes do mais, tenho que cometer o puro acto de justiça de eu, Mestre Maçon, humildemente me inclinar perante ti, Mestra da Ironia!

Porém, algumas pequenas imprecisões, quais sinais de beauté, salpicam tua admirável prosa. Perdoa-me que tenha a ousadia de tas apontar.

Em primeiro lugar, tua inenarrável condescendência perante nós fez-te afirmar algo que, hélas, não corresponde à realidade dos factos: infelizmente, não é exacto que nós, simples maçons percorrendo humildemente a via da superação de nossos defeitos, tenhamos já logrado superar o nosso lusitano defeito da falta de pontualidade e que sejamos pontuais às sessões. Asseguro-te que a nossa falta de pontualidade é igual em todo o lado...

E se e quando, porventura, começares a notar uma melhoria da pontualidade do teu mais-que-tudo aos seus compromissos familiares, então aí está: começa a notar-se - finalmente!- um passo dado na dura vereda da busca da melhoria!

Em segundo lugar, equivocas-te quando duvidas do nosso apego a "um agradável serão em casa a dar banho aos nossos rebentos...a dar-lhes jantar...a aturar as suas adoráveis birras...a ler a história antes de dormir...a arrumar o nosso doce lar...e a fazer todas aquelas tarefas tão agradáveis que tão carinhosamente nos deixam fazer sozinhas". Tudo isso são actividades que cada vez mais apreciamos, símbolos da singela vida em família. E asseguro-te que, se muitas vezes as deixamos para vós, é apenas com o intuito de vos permitir o deleite de sua execução. (Não, por quem és, não agradeças, não é preciso, nós somos assim, amamo-vos...)

Em terceiro e último lugar, fiquei um pouco estupefacto com a bela imagem, a nós aplicada de "cactos do vosso deserto". Que quis tua nobre reflexão dizer com tão inesperada mensagem?

Será que pretendeste dizer que... picamos? Se assim for, garanto-te que vamos urgentemente providenciar para que o escanhoado de nossa barba seja mais perfeito, para evitar tão inditoso inconveniente!

Ou será que somos "cactos do vosso deserto" porque, no meio da desolação e do calor, saciais vossa sede em nós? Se assim for, é mui mais gentil essa ideia...

Enfim, pequenas correcções que espero que te não enfades que as tenha ousado fazer!


----------------------------------XXXX--------------------------------
Agora a sério, minha cara.

Concede-me o direito de exibir o defeito do meu autoritarismo e toma nota.

Com esta acutilante resposta taco a taco, a frescura de tua prosa e o brilho de tua ironia, não mais te é permitido que te limites a ler os textos que aqui colocamos.

ESTÁS INTIMADA A EXERCER A FUNÇÃO DE COMENTADORA OFICIAL DO BLOGUE!!!!

E não ouses deixar de comentar!

Um beijo!

Rui Bandeira

PatBR disse...

Querido cunhado,

Aceito com humildade as tuas correcções, mas julgo
serem necessárias algumas explicações...

Em primeiro lugar, e no que
respeita à pontualidade, devo então um pedido de desculpas - julguei-vos todos,
meus queridos cunhados, pelo comportamento do meu muito amado marido... pelo que
sei (ou julgo saber!!!) ele costuma ser pontual às sessões!

Feita a
primeira exlicação passo então à segunda...
Nada a comentar...tens razão!
Somos umas sortudas! Só não agradeço novamente porque disseste para não o
fazer!!!...

Terceira e última explicação... o cacto do nosso deserto...

Oh meu muito querido cunhado, devias envergonhar-te de, numa primeira
análise, teres interpretado tão injustamente as minhas palavras.
Senti-me
verdadeiramente aliviada, por perceber no parágrafo seguinte que tinhas
percebido, finalmente, o verdadeiro significado da imagem que quis transmitir.
Até porque nós, vossas dedicadas esposas, gostamos de tudo em vós, até do
“escanhoado” de vossa barba!!!

Por último, agradeço os teus rasgados
elogios e retribo em dose dobrada... óh Mestre dos Mestres da Ironia!

Beijos

27 setembro 2006

Carta aberta às cunhadas

(Os maçons tratam-se entre si por Irmãos; assim sendo, as mulheres dos maçons são por estes coloquialmente referidas por "cunhadas")

Queridas e nunca suficientemente exaltadas companheiras de nossas vidas:

Bem sabemos nós que vós, luzes de nossos olhos, apreciais a nossa companhia - quase tanto como nós apreciamos a vossa.

Bem sabemos nós que vós, calores de nossos corações, desejaríeis que nós não nos apartássemos de vosso regaço para participar nas nossas reuniões, para assegurar o cumprimento das tarefas que a Loja nos confia.

Asseguramo-vos que muitas vezes a nossa alma nos pesa pela necessidade daquele nosso apartamento de vós para o cumprimento de nossas obrigações maçónicas.

Perguntais então, certamente, vós, regaço de nosso contentamento: se assim é, porque vos apartais de nossa companhia?

A resposta, para além de nosso zelo no cumprimento de nossas obrigações, como Homens de Honra que nos prezamos de ser - uma das razões, aliás, porque merecemos a ventura do vosso afecto... -, é porque também vós, centro de nossas vidas, beneficiareis de nossos trabalhos maçónicos!

O propósito da Maçonaria é possibilitar, auxiliar, potenciar o aperfeiçoamento de seus cultores. Aperfeiçoamento espiritual, mas também social, pessoal e profissional.

Com a ajuda de seus Irmãos e com a prática de seus trabalhos, o Maçon busca ficar melhor marido, melhor pai, melhor filho, melhor profissional, enfim, melhor pessoa.

Dedicamo-nos com zelo a nossos trabalhos maçónicos, mesmo com sacrifício de algumas horas na vossa desejada companhia, porque desejamos, buscamos, atingir essa melhoria.

E dela também vós, criaturas de nossos sonhos realizados, consequentemente beneficiareis.

Ou seja, se, para realizar nossos trabalhos, nos apartamos de vós, enlevos de nossas almas, também é por vós e por Amor de vós, deleites de nossas existências, que o fazemos. Doce sacrifício que gostosamente vos dedicamos!

Porém, dirá talvez vosso espírito crítico, sempre tão acerado em relação a nós: se assim é, porque não sois então melhores, que os não vemos ser?

Se isto assim o disser, ó musas inspiradoras de nossa existência, vosso espírito demasiado crítico ferir-nos-á dolorosamente com a injustiça de tal afirmação! E o amargo fel de tal injustiça só é atenuado por nossa certeza de que tal aleivosia tem origem no Amor que vós, consolo de nossos trabalhos, nos dedicais, que vos fez idealizar nossa imagem ao ponto de crerem ser impossível que nós sejamos algum dia melhores do que vós, mel de nossa existência, nos julgásteis ser!

Porém, asseguramo-vos que é verdade que procuramos nosso aperfeiçoamento e que aspiramos a que, focada vossa atenção para este nosso propósito, vós, luar que ilumina nossas noites, consigais ver os porventura pequeninos, quiçá ínfimos, progressos que vamos conseguindo e que connosco compartilheis nossa esperança em, talvez após longo tempo - mais do que nosso voluntarismo gostaria, mas na medida que nossas fraquezas nos impõem -, seja visível e gratificante nossa melhoria.

Uma última objecção vosso amoroso espírito porventura fará: se é tão demorado o caminho, se tantos sacrifícios e durante tanto tempo o mesmo implica, para quê percorrê-lo, se vós, flores de nossa Primavera, nos amais com nossos defeitos?

A resposta a esta legítima pergunta é que o Homem, se não busca aperfeiçoar-se, se não luta para se sublimar a caminho do mais perto da Perfeição que suas capacidades lhe permitirem, infelizmente vê sua fraca natureza arrastá-lo em suave, mas sempre descendente, declínio. E, se as duras realidades da Vida nos mostram que o declínio físico é inevitável, o declínio moral e espiritual, esse, pode e deve e é evitado com nosso trabalho.

Tal como a criança que se diverte andando em sua bicicleta, se parar, cai, também nós, se cessássemos nossa jornada para melhorarmos, pioraríamos.

E, se tal ocorresse, desgraçadamente poderíamos sofrer a mais dura das punições: a perda de vosso Amor!

Portanto, ó Sóis de nossas vidas, ficai cientes que, se nos apartamos de vós para nossos trabalhos maçónicos, o fazemos também, mesmo principalmente, para continuar a merecer vossas graças e vosso Amor por nós!

E portanto, perdoai-nos estes momentos de necessário afastamento, apoiai-nos no cumprimento de nossos deveres e, muito justamente, beneficiai, ao longo do tempo, dos nossos esforços para sermos melhores, esforços que a vós, faróis de nossa jornada, dedicamos.

É isto que, em nome de todos os seus Irmãos da Loja Mestre Affonso Dominguas apeteceu escrever a

Rui Bandeira

26 setembro 2006

Maracaju News - Maracaju já tem os mais belos idosos


Este último post do RBandeira levou-me a postar uma notícia chegada do Brasil onde o exemplo de participação cívica é claro.
Neste caso trata-se de intervenção da Maçonaria Feminina, que por cá também existe mas ainda mais escondida do que as obediências masculinas, mas para o caso tanto faz.
Interessa ver como a Maçonaria existe e é participante activa em acções de caracter social.
Não procuramos a ribalta (a luz dos holofotes aquece demasiado...) mas convém que a sociedade perceba que pode e deve contar connosco.
Aqui fica a notícia.

Segunda-feira, 25 de Setembro de 2006 10:06
O Projeto Conviver de Maracaju, através da Secretaria de Assistência Social, realizou, no último sábado, 24 de setembro, na sede social da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil, o Concurso da mais bela e mais belo idoso do projeto Conviver de Maracaju e Distrito de Vista Alegre. Os jurados do concurso foram: o Gerente da Uems de Maracaju José Fernando Campos, a representante da Bella Idade Syra Corrêa, o Secretário de Saúde, José Marcondes, a Empresária Fabiana de Carvalho Lima, o Vereador Édio Antônio Resende de Castro, a Escrevente Judicial Valéria do Couto, o Auditor Nelson Gerotti, a Presdidente do Lions Club de Maracaju, Edilamar Krutul, a Secretária de Educação Martha Krolow, a Chefe de Gabinete Mariema Michelleto, o empresário Kadi e a representante da Maçonaria Elvirana Lucchiari.O Mais Belo Idoso da terceira idade escolhido pelo corpo de jurados foi: Walfrido Garcia Pereira e a mais bela idosa Ramona Couto Adão, que estarão representando Maracaju no concurso estadual e a Miss Simpatia foi para Nair Barbosa Ferreira. Na seqüência houve um baile animado pela dupla Elvis e Júnior. O Prefeito Dr. Maurílio e a primeira dama Leila Gonçalves Azambuja, o vice- prefeito Nenê da Vista Alegre, a Secretária de Assistência Social Ilca Barbosa Torquato, o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Paulo Koster, o Gerente de Transporte Vanderlei Roque e o vereador Valdenir Portela, prestigiaram o evento, que contou com a participação de cerca de 600 pessoas.APMM

JPSetúbal

25 setembro 2006

Uma rádio só para maçons (mesmo!) - 2


No último texto, dei notícia da existência da Rádio Temple, sem comentários (é assim que eu gostava que a imprensa procedesse sempre: separar a notícia do comentário, para que o leitor percebesse sem dificuldade o que é facto e o que é opinião...).

Hoje, apetece-me comentar o assunto.

A minha opinião é que não concordo com esta ideia de uma rádio só para maçons. Pela mesma razão de que não concordaria com um blogue só para maçons.

Uma das razões que faz muita gente desconfiar, temer, imaginar mundos e fundos acerca da Maçonaria e dos maçons é, precisamente, esta fama - e, em muitos casos, como neste se vê, o proveito - de secretismo, de espírito de seita.

Na minha modesta opinião, a única coisa que deve ser exclsivamente reservada aos maçons é o que é transmitido e o que é tratado em Loja.

Fora de Loja, nada há que justifique este secretismo, esta discriminação de quem não é maçon.

Obviamente que em nenhum debate transmitido na Rádio Temple se vão divulgar modos de reconhecimento mútuo...

E não percebo porque não há-de um não maçon ouvir a transmissão de uma versão da Flauta Mágica, ou uma peça de jazz, na Rádio Temple...

Acho que este encerrar da Rádio Temple a ouvidos de quem não seja maçon, para além de estulto e, na prática, irrealizável (ou será que o maçon subscritor do serviço da Rádio Temple tem que se encerrar num qualquer cómodo esconso e à prova de som para ouvir a dita rádio? Não se está mesmo a ver que, em muitos casos, e com toda a naturalidade, haverá muito bom maçon que ouvirá a Rádio Temple na presença de sua mulher?), é um verdadeiro tiro no pé.

A ideia de uma rádio de matriz maçónica é uma excelente ideia, até para divulgar o nosso ideário. Perder todas virtualidades de um poderoso meio de comunicação, como continua a ser a rádio (e como creio que cada vez mais será a rádio pela Internet, com verdadeiro alcance global) é, creio, deitar fora mais de metade do interesse da boa ideia.

Mas, enfim, os promotores da dita rádio lá sabem...

Nós, aqui, gostamos muito de ter este blogue lido por maçons e por não maçons!

Rui Bandeira

22 setembro 2006

Uma rádio só para maçons (mesmo!)


Está em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana, uma rádio via Internet destinada exclusivamente a maçons, a Rádio Temple.

Trata-se de uma rádio de língua francesa, que usa como frase de apresentação a expressão "Radio Temple, il est toujours midi quelque part " (Rádio Templo, é sempre meio dia em qualquer lado).

Para aceder à emissão desta rádio, é necessário pagar uma contribuição anual de 25 euros e comprovar a qualidade de maçon. Para tal, o interessado terá de enviar uma mensagem de correio electrónico para o endereço tuileur@radiotemple.com, com as seguintes informações: nome, morada, número de telefone, endereço de correio electrónico, identificação da Obediência maçónica em que se está filiado, Oriente da mesma, Loja em que se está integrado, grau do maçon e dias de reunião da sua Loja. Após a necessária verificação destes elementos (junto da Loja ou da Grande Loja) por parte dos responsáveis pela rádio, o interessado receberá uma mensagem de correio electrónico de confirmação, acompanhada de um código de acesso à audição da emissão.

A Rádio Temple tem por objectivo informar e divertir os seus ouvintes, acolhendo as contribuições voluntárias de todos os que as desejem prestar, num espírito de respeito mútuo, fraternidade e tolerância. Emite programas de debate, entretenimento, reportagens e crónicas, além de informações práticas e música clássica, francófona e jazz.

Mais informações aqui.

Rui Bandeira

20 setembro 2006

Notícias cá do burgo

Nas minhas deambulações noticiosas vou apanhando as minhas surpresas, e esta é uma delas.
O Cinema Português começou pela mão de um maçon !
Recordê-mo-lo então.

Porto não assinala morte do pioneiro do cinema português
Joana de Belém


O pioneiro do cinema português faleceu há 75 anos mas o Porto, cidade onde Aurélio da Paz dos Reis nasceu e morreu, não organizou qualquer iniciativa para assinalar a data. A autarquia não tem programado nenhum evento nem recebeu qualquer pedido de apoio relacionado com a passagem, hoje, dos 75 anos da morte do primeiro cineasta português, disse fonte da Câmara contactada pela agência Lusa."É incrível, é uma anormalidade que já passa a ser normal no Porto", disse ao DN Manoel de Oliveira. "Foi um feito notável [ter sido o primeiro realizador português pouco depois da invenção do cinema pelos irmãos Lumière] e é lamentável, muito triste, esquecerem-se das pessoas com tal mérito", acrescentou o cineasta.Aurélio da Paz dos Reis, que nasceu a 28 de Julho de 1862 e morreu a 19 de Setembro de 1931, foi um activo republicano que se destacou em áreas tão diversas como a política, a floricultura, a fotografia e o cinema.Em 1896, apenas um ano após a exibição de La Sortie de La Usine Lumière pelos irmãos Lumière, compra em França uma máquina de filmar e projectar que utiliza para a realização de pequenos filmes. Saída do Pessoal da Fábrica Confiança, guardado pela Cinemateca Portuguesa desde 1982, marca o nascimento do cinema português.Captados no Porto e Braga, os filmes de Paz dos Reis ostentam títulos hoje impensáveis, como Cortejo Eclesiástico Saindo da Sé do Porto no Aniversário da Sagração do Eminentíssimo Cardeal D. Américo e Chegada de Um Comboio Americano a Cadouços. Mercado do Porto, Rio Douro, Costumes da Aldeia, Jogo do Pau, Azenhas no Rio Ave, Feira de Gado na Corujeira, O Zé-Pereira na Romaria de Santo Tirso, Torre de Belém, Marinha no Tejo - Saída de Dois Vapores e A Rua do Ouro integram o espólio de 33 fitas realizadas pelo portuense.Liberal e maçon, participou na revolta do Porto, a 31 de Janeiro de 1891, e foi um grande defensor da República, desempenhando funções na Câmara do Porto (1914-1922) como vice-secretário e vice-presidente do Senado.
JPSetúbal

Notícias do Brasil

Pois como de costume cá estou a desestabilizar...
Desta vez por causa do "léxico" maçónico (!) temos aqui umas sugestões cheia de piada.
Mesmo à brasileira !

Em sessão branca, que uniu todas as lojas maçônicas de Santa Maria, a Revolução Farroupilha foi relembrada
Ranice Pedrazzi

Homens pilchados, peões e prendas e um clima festivo. Assim começou a primeira sessão branca da Maçonaria em homenagem aos 171 anos do início da Revolução Farroupilha, um movimento idealizado pela sociedade secreta da qual fazia parte Bento Gonçalves da Silva.
Realizada na Estância do Minuano, a sessão foi presidida pelo venerável da Loja Luz e Trabalho, Tarcísio Moro, que destacou que todos os anos, as lojas realizam sessões especiais fechadas na semana farroupilha, mas este ano, a exemplo do que já acontece na semana do aniversário do município, as lojas se uniram para realizar a sessão aberta ao público.
A sessão seguiu o cerimonial de uma sessão branca, mas com uma importante adaptação. Todo o texto foi alterado, com a utilização de expressões características do modo de falar sul-riograndense. Assim, o Grande Arquiteto do Universo foi chamado Grande Patrão da Estância Universal e o início dos trabalhos foi anunciado com a frase “vão iniciar as lidas do rodeio”.Houve uma retomada da história da Revolução Farroupilha, com destaque para o episódio da tomada de Porto Alegre e proclamação da República pelo general Antonio Neto.
JPSetúbal

Léxico maçónico: Ágape


Nos vários textos anteriores, foi várias vezes mencionado o termo "ágape", aliás num deles definido como refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja.
Em circunstâncias ideais, as instalações onde decorrem reuniões de Lojas devem estar preparadas para ter uma sala, de tamanho adequado e devidamente mobilada, onde possa ser servida e consumida a refeição, e ainda local para a confecção desta.
Durante um ágape, são efectuados pelo menos sete brindes, dedicados ao Presidente da República, a todos os Chefes de Estado que protegem a Maçonaria, ao Grão-Mestre, ao Venerável Mestre da Loja, aos demais Oficiais da Loja, aos Visitantes (ou, nos ágapes brancos, às senhoras presentes) e a todos os Maçons, onde quer que se encontrem.
O ágape branco é um ágape em que estão presentes não maçons, em regra familiares e amigos. No ágape branco, o cerimonial é aligeirado ao mínimo, mantendo-se apenas os brindes.
O ágape ritual é considerado o prolongamento dos trabalhos em Loja. Nele, os Aprendizes e Companheiros têm oportunidade de exprimir as suas opiniões, relativamente aos assuntos debatidos em Loja (já que, em sessão de Loja, os Aprendizes e Companheiros devem observar a regra do silêncio, para mais concentradamente poderem dedicar a sua atenção ao que vêm e ouvem) ou colocados em discussão no próprio ágape.
Quando existem condições de privacidade que o permitam, o Venerável Mestre, no início do ágape, informa qual o tema sobre o qual todos os elementos presentes devem emitir as suas considerações, pela forma que entenderem. Seguidamente, cada um dos elementos presentes deve, à vez, levantar-se, apresentar-se e proferir uma alocução breve sobre o tema indicado. Esta rotina possibilita o melhor conhecimento mútuo de todos os membros de uma Loja (pois cada um expõe, em plena liberdade e perante a atenção silenciosa dos demais os seus pontos de vista), facilita a integração dos membros mais recentes (que verificam a prática da igualdade entre maçons e a aceitação das diferenças de opinião entre eles) e contribui para a superação do receio de falar em público de que sofrem algumas pessoas.
Quando existem condições para a refeição ser preparada e consumida nas instalações da Loja, por regra é nomeado um elemento da Loja, que fica com a responsabilidade de dirigir a preparação da refeição e do local onde a mesma vai ser consumida.
Quando não existem as condições de privacidade entendidas necessárias, o ritual do ágape reduz-se aos brindes ou é, mesmo, eliminado, servindo a refeição apenas (e já é bom!) para possibilitar a sã convivência entre os elementos da Loja.
Os ágapes em muito contribuem para a criação e o fortalecimento dos laços de amizade e solidariedade entre os maçons.
Rui Bandeira

19 setembro 2006

Gastronomia Maçónica - 7

Ao Setimo POST ( sera acaso) posso dizer que

AFINAL EXISTE GASTRONOMIA MAÇONICA - eu sabia !!!!!!

Descobri este blog de um Maçon Frances.

http://latelier.rmcinfo.fr/


E para prova imediata aqui fica uma das receitas do dito, que poderá ser a do jantar mencionado no post anterior


Le Gigot D'agneau de 7 Heures dit du ( Maitre Maçon). (RECETTES)
posté le vendredi 28 juillet 2006 14:10

INGREDIENTS : 1 GIGOT DE "KG, 3 CAROTTES, 3 BRANCHES DE THYM , 3 PETITES TETES D'AIL , 3X5CL DE VIN BLANC , 3X5X7 GR DE BEURRE, 3X5X7 CL DE BOUILLON DE BOEUF , 5 FEUILLES DE LAURIER , 7 TOMATES , 7 OIGNONS , 7X3 CL D'HUILE D'OLIVE.
TEMPS DE PREPARATION: Apprentissage : 3° , Compagnonnage : 5 ° , Maitrise 7 °
TEMPS DE CUISSON : 7 heures
PREPARATION : Desosser et garder l'os pour la réalisation du fond . Piquer le gigot de languettes d'ail . Faire chauffer le beurre et l'huile dans une braisiére , bien dorer le gigot sur toutes les faces ,puis l'envelopper dans un chiffon humide et bien le ficeler.Dans la braisiére , faire revenir les os du gigot et les parures. Ajouter les oignons et les carottes en gros dés . Quand les légumes sont dorés , ajouter 3 verres de vin blanc et 7verres de bouillon. Placer le gigot dans une grande cocotte ovale puis verser dessus le contenu de la braisiére .Ajouter les tomates concassées, 3 brins de thym , 5 feuilles de laurier , 3 cuilléres à café de gros sel , 3 puis 5 puis 7 grains de poivre.Porter à ébullition, puis ajouter suffisament d'eau bouillante pour couvrir le gigot. Poser le couvercle sur la cocotte et le lutter avec de la farine malaxée avec un peu d'eau afin de le rendre hermétique


JoseSR

Gastronomia Maçónica - 6

Certo concordamos que não Há.

Mas quero que venha a haver é essa a diferença. Quanto aos pratos talvez nao tao sofisticados, mas para os dois Co-blogueiros Rui Bandeira e JPSetubal e só mesmo para eles porque o trabalho de escrita deve ser recompensado, ( e vai ter que ser so para eles porque na minha mesa so cabem 4 pessoas) eu proponho-me a preparar um jantar, durante o qual discuteremos o Inicio da Gastronomia Maçonica.

JoseSR

Gastronomia maçónica - 5

Meu caro JPSetúbal, não quero que te falte nada! A cunhada Patrícia certamente que explicaria melhor, mas não quis deixar de procurar esclarecer as tuas dúvidas e... fui procurar na Net!

Quanto ao "pavão com aipo", presumo que não tenhas qualquer dúvida quanto ao pavão, simpático bichinho que nos acostumámos a ver, com a sua bela plumagem, e que nos esquecemos que ... também é comestível e que, na Idade Média, não estavam para esquisitices...

Admito então que a tua dúvida esteja no aipo, pelo que transcrevo este texto, que encontrei aqui, acompanhado de imagem do dito cujo:

As pessoas em regime alimentar (dieta) geralmente comem bastante aipo, uma vez que ele contém baixas calorias até mesmo para os padrões geralmente verificados em vegetais. Dois talos contêm menos de 10 calorias. No entanto, seu alto teor de fibras dá a sensação de saciedade.
O aipo ainda é uma boa fonte de potássio, contribui também com pequenas quantidades de vitamina C e uma boa quantidade de folato e vitamina A. Embora não contenha muitos nutrientes, o aipo acrescenta um sabor especial a uma variado número de receitas - desde sopas e guisados a saladas e recheios de aves.
As folhas de aipo não são geralmente aproveitadas, embora constituam a parte mais nutritiva da planta, pois contêm mais cálcio, ferro, potássio e vitaminas A e C do que os talos. As folhas devem ser utilizadas em sopas e saladas por seu sabor.


Passando agora à "perdiz trimolette", aprendi aqui que se trata de um prato medieval (pois...!), e que a receita é a seguinte (tradução minha do inglês, desculpem lá...):

Preparar as perdizes, assá-las no espeto até estarem quase prontas, retirá-las do espeto, parti-las ou deixá-las inteiras (a gosto) e colocá-las num tacho, em lume brando. Cortar cebolas tão finas quanto se conseguir, fritá-las num pouco de gordura, colocá-las sobre as perdizes, mexendo o tacho frequentemente. Pegar em alguns fígados de frango e num pouco de pão, assá-los bem na grelha, embebê-los num caldo de carne, depois filtrar através de uma gaze de algodão, e colocar no tacho das perdizes. Seguidamente, pegar em pó de canela, um pouco de gengibre, alguns dentes de alho inteiros, grãos de pimenta (em quantidade um pouco mais generosa) e pimenta em pó e empapar tudo em bom vinho. Feito isto, colocar tudo no tacho, polvilhar com um pouco de acúcar e tapar o tacho muito bem, para que nenhum vapor escape. Quando quiser retirar o tacho do lume, juntar apenas um pouco de vinagre, mas não o deixe ferver.

E pronto, estamos todos esclarecidos! Só falta saber quem é o voluntário para cozinhar o petisco...

Para terminar: interessante como se vai no quinto texto acerca de uma coisa que todos concordam não existir...

Rui Bandeira

Gastronomia maçónica - 4














É o que se poderá dizer com propriedade que também quero meter a colherada !
O nosso JoséSr levantou uma “lebre” (a propósito de gastronomia...) que me pôs a pensar (gaita, alguma vez havia de ser !) e a procurar informação sobre a questão das comidas e das bebidas dos maçons.
Em boa verdade não me parece que os maçons sejam, ou alguma tivessem sido, de grandes comezainas e de grandes sofisticações alimentares.
Os ágapes são por definição uma extensão dos trabalhos em Loja, portanto com muito mais de espiritual do que de “carnal” no verdadeiro sentido do termo, e mesmo os ágapes comemorativos, fora dos dias de sessão de trabalho em Loja, são sempre levados à condição de trabalho maçónico, muito mais importantes como ocasião de convívio humano do que como oportunidade de empaturramento.
E como diz o JoséSR, os brindes definem o sentido da reunião.
Pensemos um pouco, meus caros JoséSr e RBandeira.
Qual de Vocês, após um dia a carregar e a partir pedras, a endireitá-las, pô-las à forma necessária, assentá-las, ... estaria com estaleca para grandes repastos, molhos esquisitos, sabores variados ?
Mais ainda com a certeza de que no dia seguinte teriam dose idêntica, e depois mais outra, e já na véspera havia sido assim...
Claro que há que contar com o dia de descanso, mas não me parece mesmo assim que a preocupação destes obreiros se virasse para os cozinhados, e realmente não encontrei até agora qualquer referência a receitas, pratos ou coisa parecida que se pudesse relacionar especificamente com a maçonaria.
Sem esta relação estabelecida e apenas a título de exemplo do que encontrei sobre os primórdios da gastronomia organizada, deixo para experiência, o menu que Guillaume Tirel (Taillevent) preparou para Monsenhor d’Estampes em “1300 e troca o passo” (morreu em 1395, portanto teve de ser antes !):
- 1º Serviço
Capão em caldo de canela;
Galinhas com ervas;
Couves novas e ervilhas de caça.
- 2º Serviço
Assado excelente;
Pavões com aipo;
Pâté de capão.
- 3º Serviço
Perdizes à trimolette;
Pombos estufados;
Pâté de caça;
Gelatina e lesches
- 4º Serviço
Bolo;
Creme frio;
Pâtés de peras;
Amêndoas em açúcar;
Nozes e peras cruas.
É mesmo uma "refeição e peras".

Não há referência às bebidas, mas acredito que não fossem grande coisa.
Afinal ainda não haviam os “Alentejos” nem os “Dão” !!!
Desta “coisa” fica-me uma curiosidade danada... como será aquela treta das “perdizes à trimolette” e dos “pavões com aipo” ?
Sugestão final, perguntar pelo assunto à cunhada Patrícia. Ela é especialista !

JPSetúbal

18 setembro 2006

Gastronomia Maçónica - 3

Pois é !!

Estou de acordo com quase tudo o que o Rui diz. Também creio que não há gastronomia Maçonica, que para comer uns petiscos com uns gajos porreiros não é preciso grande coisa, etc.

Mas só estou de acordo com quase tudo. Não espirito que aguente um estomago vazio.

Mas um estomago não se deve encher sem preceito. E é aqui que penso que entra a Maçonaria. Criar um preceito para que os estomagos nos agapes se encham com a mesura do comedimento que deve ter um Maçon.

Não estou aqui a dizer que temos que ter um repasto frugal, tipo uma folha de alface , meio rabanete, um tomate Cherry com uma azeitona espetada num palito. ( com um pouco de vinagre balsamico, azeite de qualidade uma pitada de sal e uma volta de moinho de pimenta fica um "amuse bouche" simpatico)

Mas um repasto após uma sessão em que tentamos elevar a nossa espiritualidade, tem que permitir que no final quando vamos para casa sobre alguma coisa (dessa espiritualidade). Não é por acaso que existem Brindes rituais e sobretudo não é por acaso que o ultimo "brinde" ( nao tanto brinde mas reflexão ou mesmo talvez desejo) nos alerta para os nossos Irmaos por esse mundo fora.

Ora chegar a um restaurante, abancar e comer sem mais ( é bom claro que sim ) mas acaba com qualquer espiritualidade.

Lembro-me que nos idos de sei lá quando no Seculo passado, quando jantavamos naquele restaurante no beco dos passarinhos, o jantar era quase invariavelmente Bacalhau à Bras e Entrecosto no Tacho . Todos comiam a mesma coisa ( ou quase todos porque o Entrecosto por razoes varias não era de aceitaçao Universal), e não eramos menos felizes por isso.

Acho que se compartia mais o Agape.

Talvez seja impressao minha mas os nossos agapes nos " Pregos" são bem mais simpaticos que os outros, talvez porque todos comam a mesma coisa ( bem ha sempre uns que querem a carne mal passada e outros que a querem para la de muito passada mas....) e bebam a mesma coisa.

Aliás no nosso almoço do Solsticio de Inverno ha sempre o cuidado de ter um Menu que seja igual para todos.

A Gastronomia MAçonica pode nao existir, admito que apresentar um bife em esquadro com um Ovo em compasso pode ser dificil, mas poderemos fazer com que exista.

E com isso passar aos agapes ( talvez nao todos porque entendo que é dificil arranjar espaço) uma espiritualidade diferente, estabelecendo preceito de Agape.

Bem sei que este assunto não para tratamento geral.

Agora umas receitinhas !!!!

E se para mais nada servirem, serviram para aguçar o vosso engenho criativo.

JoseSR

Gastronomia Maçónica - 2


No seu texto sobre este tema, que nos deixou aqui há dias, o JoséSR mencionou que, na Net, apenas encontrara, a propósito de gastronomia maçónica, a referência a um livro em espanhol. Provavelmente será "La cocina masónica", de Jose Juan Iglesias del Castillo, referenciado aqui.

Posso ainda mencionar um outro livro, este em francês: "La cuisine des francs maçons", de Edmond Outin, editora Dervy, 205 páginas, custo em França, € 25,00, mencionado neste local.
Posto isto, devo frisar que, na minha modesta opinião, "gastronomia maçónica" é coisa que não existe. Não existem, que eu saiba, pratos especificamente maçónicos. Aliás, parece-me que o livro em espanhol será uma tentativa de "construir" algo em torno do tema, mais do que recensão de algo que exista...
Há cerca de dois milénios, alguém proferiu uma frase que ainda hoje é frequentemente utilizada: "a César o que é de César, a Deus o que é de Deus". Parece-me que podemos lembrar esta frase a propósito deste tema: Maçonaria respeita ao espírito, gastronomia respeita, claramente, à matéria...
É claro que os maçons sabem a importância do ágape (refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja) no cimentar das relações fraternais. Mas o que importa é, não o que se come, mas o convívio, o contacto, entre maçons.
De resto, tenho para mim que a internacionalmente sublinhada grande importância do ágape em maçonaria é particularmente acutilante na cultura anglo-saxónica, de matriz individualista e em que cada um foi educado a meter-se só nos seus assuntos e a deixar em paz os outros. Cá pelas nossas bandas, com o nosso gregarismo de matriz mediterrânica, o problema é conseguir que não se metam nos nossos assuntos.
Ou dito de outra forma: para os anglo-saxões, é importante estimular o convívio e levar os maçons a estabelecê-lo, sentando-se em conjunto à mesa; cá pelos nossos lados (e felizmente!), o problema nunca será sentar à mesa, será o de conseguir que o pessoal se levante dela!
Por aqui, não há cá "gastronomia maçónica", há "gastronomia" e ponto final.
No nosso canto, não é preciso ser maçon para apreciar uns bons petiscos e uns bons copos (na conta certa...), na companhia de uns tipos porreiros...

Rui Bandeira

17 setembro 2006

"Lugar ao Sul"


Desde há anos (não sei quantos!) que regularmente ouço a Antena1, aos Sábados de manhã.
A razão desta fidelidade tem a ver com o programa que, tenho para mim, é o melhor programa da rádio portuguesa, de todas as rádios portuguesas, da autoria de um extraordinário radialista, de seu nome Rafael Correia, que faz o “Lugar ao Sul”.

Este “Lugar ao Sul” tem sido um tanto maltratado ao longo dos anos pelos responsaveis da programação da Antena1, com horários a mudarem com frequência excessiva e algumas vezes atirando o programa para a madrugada de Sábado (das 7 às 8 da manhã), hora imprória para consumo.

Mas por agora está bem colocado no período das 9 às 10, e é bom que assim se mantenha, porque os portugueses mais urbanos tem o direito (ou será o dever ?), de conhecerem o seu País a sério, com os seus poetas, os seus músicos, as suas pequenas e grandes estórias que Rafael Correia inscreve semanalmente na história contemporânea de Portugal.

Esperemos que a Direcção da estação pública tome as decisões necessárias à protecção desta informação, coleccionada ao longo de anos e que é preciosa e irrepetível.

Por portas e travessas descobri que há um grupo na “Net” dedicado à música portuguesa tradicional e à poesia, especialmente referente aos amigos do “Lugar ao Sul”: http://www.grupos.com.br/ e depois clicar sucessivamente em “Artes & Entretenimento” e “Rádio”, e aí estamos com os “Amigos do Lugar ao Sul” (só não entendo porque teve de ser usado um endereço brasileiro).

Queridos “blogueiros” ouçam a Antena 1, ao Sábado (das 9 às 10 da manhã), e depois digam-me se vale a pena.
JPSetúbal