26 outubro 2006
25 outubro 2006
MIA COUTO e o mendigo Sexta-Feira
Mia Couto é um dos nomes enormes da escrita de língua portuguesa e este texto que me chegou via mão amiga, é mais um terrível soco no estômago, só possível por quem tenha experiência deste pugilato da vida.
Diàriamente chegam-nos notícias assustadoras sobre a sensibilidade que os agentes políticos (que têm a responsabilidade de encontrar as soluções) mostram na abordagem aos vários temas reflectidos no texto.
O que vemos como propostas de solução para as inquietações que Mia Couto nos propõe ?
Na parte que toca aos futebolistas vemos o estatuto de excepção, absolutamente imoral, de que gozam e cujos dirigentes defendem com unhas e dentes, mostrando todo o desprezo com que olham para o mundo à volta e todo o embevecimento com que olham para o umbigo próprio.
Podemos pôr em equação a questão do tempo de vida profissional, o facto das situações mais chocantes serem uma minoria no “universo” do número de jogadores em actividade, e mais as razões extraordinárias que um político, dos actuais, apontou esta semana dizendo que “coitados dos jogadores a quem não são ensinados hábitos de poupança e que têm de deixar a escola muito cedo”, considerando a partir daí muito bem que os impostos que eu pago todos os anos com o fruto de muitas, muitas, muitas horas de trabalho sirva para compensar os “coitadinhos dos jogadores de futebol”.
Todas estas razões podem ser equacionadas porque o resultado final da incógnita será sempre a imoralidade total com que são gastos a maior parte dos muitos milhões que se gastam naquela actividade.
E quanto a estes aspectos é preciso que se afirme que a maior parte dos beneficiados são gente mal formada, péssimos desportistas, sem qualquer espécie de respeito pelos companheiros de profissão, que encaram calmamente e impunemente como inimigos a abater.
E não vale a pena contar a estória da “saída da escola” e mais uma centena de razões muito válidas para os defensores desse “status quo”, porque isso não pode justificar a forma como se tratam uns aos outros.
Ao menos isso.
Há uma ou duas semanas cantaram-se umas loas em homenagem a Jorge Costa que abandonou a actividade profissional de futebolista.
Reafirmo a minha opinião de há muitos anos.
Jorge Costa, como vários outros (João Pinto, Petit, Sá Pinto,...) são personagens que nunca deveriam ter pisado um campo desportivo (qualquer que fosse) porque nunca souberam merecer a condição de desportistas.
Outras notícias que nos chegam dão-nos conta do agravamento generalizado das condições de vida para os mais desprotegidos da sociedade.
Sob a capa do aperto financeiro em que o país se encontra estamos a assistir a um verdadeiro assalto aos mais fracos.
As últimas notícias falam dos aumentos dos lucros dos bancos (38%, 46% ...), enquanto o ministro das finanças anuncia que até ao fim do ano os bancos continuarão, legalmente, a não ter de pagar uns tantos milhões de imposto que seriam devidos se a Administração Fiscal tivesse actuado em tempo util.
Por outro lado deixa uma vaga promessa (esta classificação de “vaga” é muito subjectiva, mas é a minha interpretação !) de que a partir do próximo ano começará a aproximação da forma de tributação das “empresas bancos”, ao tipo de tributação das outras empresas (aquelas que não desviam lucros para as Ilhas Cayman ou outras parecidas).
Continua a ser interpretação pessoal mas a minha expectativa é a de que essa aproximação, se alguma vez existir, será feita muito lentamente, muito lentamente, tão lentamente que ao fim de um ano ou dois já ninguém se lembrará nem falará do assunto que de tão lento que evolui ficará definitivamente parado sem ninguém dar por nada, a não ser claro os beneficiados directos.
Dentro do mesmo princípio irão aumentar os descontos sobre os recibos verdes, tal como já aumentaram os descontos para os funcionários do Estado e para os reformados.
Na saúde os utentes passam a comparticipar mais nas despesas em que já comparticipavam e passam a comparticipar em outras onde isso ainda não acontecia.
Usando a pena de Mia Couto, “o que me dói doutor, é não poder haver uma ilha Cayman para cada português receber aí o seu salário, a sua pensão, e assim deixar, legalmente, de pagar impostos cuja utilização tem sido feita em favor dos que não pagam, dos que se consideram merecedores de todas as benesses, legalmente e sempre, sempre com boa-fé já se vê”.
O mendigo Sexta-Feira assinala os penalties contra o destino.
Mas o responsável pela batota do jogo não é o destino.
São homens, e são homens com nome, com identidade, com residência, com localização possível e fácil.
Então porque se não marcam esses penalties ?
Publicado por Rui Bandeira às 01:50 2 comments
24 outubro 2006
Força
A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. A acção do maçon deve beneficiar da Força.
Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar esta característica de que devem estar dotados os maçons e o comportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar, fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio do maçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito e acidentado, caminho da virtude.
Publicado por Rui Bandeira às 10:39 1 comments
23 outubro 2006
Sabedoria
Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria.
Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante.
Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.
Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada.
Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir.
Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar.
Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância.
Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.
O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático.
Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise.
Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã.
Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.
Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida.
Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante.
É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.
Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade.
Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 09:52 1 comments
20 outubro 2006
Do Zénite ao Nadir
Embora tal não seja absolutamente necessário, por regra esse local está profusamente recheado (decorado, dizem os maçons) de objectos e referências que constituem símbolos. A observação desses símbolos, a atribuição do seu significado e a elaboração sobre o mesmo é uma permanente tarefa do maçon.
Publicado por Rui Bandeira às 11:37 4 comments
19 outubro 2006
Regresso à Malaposta
Volto à Malaposta para Vos re-desafiar a ir até lá ver a exposição dos belos trabalhos dos Funcionários-Artistas, que com grande entusiasmo pela oportunidade, apresentam os seus trabalhos.
E na maioria das obras é evidente a sensibilidade e a capacidade criadora dos seus autores.
"Magic Flute" de Zycu e Tapeçaria da colecção particular da autora, Helena Leitão
"My Sun" - Acrílico sobre tela de Deedee
Trago-vos 3 belos exemplos dos trabalhos expostos.
A não perder.
Além de tudo o mais é de borla, grátis, gratuito... daqueles que mesmo que queiram pagar, não conseguem !
JPSetúbal
Publicado por Rui Bandeira às 20:34 1 comments
E que tal uma "suecada maçónica"?
Pois é, meus caros, já podem jogar ás cartas com cartas de jogar decoradas com a representação daquele lugar que vai do Ocidente ao Oriente e do Zénite ao Nadir.
Publicado por Rui Bandeira às 10:50 0 comments
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18 outubro 2006
Vídeo de promoção da Maçonaria
A Maçonaria americana é realmente outra coisa!
O vídeo que podem ver abaixo é um eficaz aproveitamento das virtualidades da tecnologia do som e imagem.
Numa sociedade em que tudo se anuncia, tudo se divulga, porque não divulgar a Maçonaria?
É um vídeo longo e em inglês, mas vale a pena vê-lo!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 16:03 1 comments
17 outubro 2006
Portal maçónico
Já com mais de um milhão de visitas, o Portal Maçónico é um local de divulgação e porta de entrada para um significativo número de páginas na Rede que se reclamam do ideário ou de temática maçónica.
Publicado por Rui Bandeira às 10:09 0 comments
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13 outubro 2006
O "Bancário Padeiro" ou o "Padeiro Bancário" ?
Hoje recebi por "mail" uma carta curiosa, bem escrita e com um conteúdo que sendo óbvio para a maioria, passa ao lado das preocupações de quase todos nós.
O texto foi dirigido, segundo consta, ao BES, mas podem fazer cópias e enviar a todos os bancos porque acertam sem dúvida. Se não fôr no padeiro será no merceeiro. Vale o mesmo !
Farei a transcrição tal qual e depois, se tiverem encontrado alguma surpresa, não arrepelem os cabelos (se forem carecas é uma preocupação a menos ...), nem tratem mal o cão que, coitado, não é banqueiro.
CARTA ABERTA AO BES
Exmos Senhores Administradores do BES
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. > Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.
Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.> Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. > Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro". Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1 EUR .
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.> A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.> Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma? Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.
E agora... não fiquem com o fim de semana estragado !
JPSetúbal
Publicado por Rui Bandeira às 23:47 1 comments
Livraria Maçónica na Rede
A Télélivre é uma livraria belga que utiliza a Rede para efectuar vendas dos seus produtos - livros. Até aqui nada de novo, para quem se habituou a digitar www.amazon.com e aceder ao maior supermercado virtual de livros.
Publicado por Rui Bandeira às 10:35 2 comments
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12 outubro 2006
César Romero na Escudero - Galeria de Artes e Letras
Participou em várias exposições internacionais a convite ou através de Salões: Washington, Hannover, Colónia, Berlim, Barcelona, Madrid, Bilbao, Lisboa, Caynne, Fort-de-France, Santiago, Buenos Aires, Paris, Granada e Marsailhes.
Possui trabalhos em vinte e oito museus brasileiros.
Realizou cartazes e marcas para empresas e eventos nacionais e internacionais, projectos visuais para capas de discos e livros, estampas para tecidos de várias etiquetas, ilustrações para contos, livros, novelas, poemas e jornais.
Teve trabalhos seus integrados em projectos de decorações e cenários para vinte novelas e alguns programas especiais da Rede Globo de Televisão.
Desde ontem, e até 31 de Outubro, entre as 15 e as 20 horas, todos os dias excepto Domingo, uma exposição comemorativa dos seus 40 anos de actividade artística (mais ou menos, já que só em 2007 perfará esse tempo...), intitulada "BRamante" está aberta ao público na nossa galeria de arte preferida, a Escudero - Galeria de Artes e Letras, na Avenida Maria Helena Vieira da Silva, n.º 37 - B, Quinta do Lambert, em Lisboa.
A imagem acima reproduz uma das obras expostas e espero que sirva de motivação para uma visita à exposição.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 18:42 0 comments
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11 outubro 2006
Primavera no Outono
Publicado por Rui Bandeira às 11:06 0 comments
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10 outubro 2006
A MALAPOSTA
À entrada de Odivelas, quem entra pelo lado do Carriche ou da Póvoa Sto. Adrião, díficilmente deixa de reparar na Malaposta, agora Teatro (ou melhor, Casa de Cultura de todas as artes), antes local de recolha das Mala-Postas, das mudas de cavalos, rápidas porque a carga da carruagem não podia esperar ou mais sossegadas porque os ocupantes, cansados de jornada longa, resolviam ali descansar, comendo e muitas vezes pernoitando, aproveitando alguma companhia garrida que por ali estivesse disponivel.
É um belo espaço, orgulho dos "Odivelenses", no qual muita história (e muitas estórias) se mostra, e se conta, e se dança, e se canta...
Em exposição que estará disponível a partir do próximo dia 17, serão os próprios funcionários e colaboradores da casa a mostrarem as Suas habilidades, eles também artistas de corpo inteiro, e pelo que se verá, artistas de grande mérito, aos quais só falta mesmo o reconhecimento do público ou talvez melhor, o conhecimento do público.
Em boa verdade não se pode reconhecer (avaliar) o que não é conhecido !
Pois a partir de 17 p.f. (15 horas) venham até Odivelas, à Malaposta, ver uma exposição diferente, porque constituida pelos trabalhos dos que, habitualmente, só trabalham nos bastidores.
MALAPOSTA
A voz dos artistas toma o lugar na viagem que o destino lhe comete.
Viaja, essa voz, através da voz das actrizes e dos actores,
ou das telas pintadas
ou através das melodias cantadas
e dos palcos pisados ao sabor da palavra e da literatura
ou ao sabor do voo dos corpos
dançantes.
Num edifício feito de três casas unidas por um delta
morou desde sempre a alma
de quem entrega a mensagem. De quem sabe fazer
chegar a carta onde mora o sonho e a vertigem da vida.
Esqueceremos o tempo em que foi de morte o cheiro destas pedras
que pisamos. Destes palcos que admiramos e pisamos. E
destas cadeiras onde nos sentamos. A alma do holocausto dos
animais perdoará a fraqueza do homem não artista.
Lembraremos para todo o sempre o longínquo passado das
Mala-Postas correndo pelas estradas dos campos,
entre as árvores, levando de terra em terra, de cidade
em cidade, a mensagem que tem de ser lavada e entregue.
E lembraremos o presente erigido pelos amantes da arte.
Pelos artistas que servem a arte apenas porque por ela
apaixonados desde o berço.
O futuro da Malaposta (sem hífen, agora) é o sorriso das estrelas e a
harmonia de cada coração. É D. Dinis a entrar pelos portões
e a perguntar onde fica o auditório onde irá fazer o seu recital
de cantigas de amor e de amigo.
O futuro deste edifício de três casas unidas por um delta
assenta nos poetas
e nos músicos. Nos bailarinos e nos pintores. Naqueles que
esculpem a pedra e em todas as actrizes e actores
que pisam os palcos
para levarem a mensagem ao público
como antigamente o correio-mor levava as cartas dos amantes e
dos sonhadores.
A voz de um artista é a voz do coração da sua arte.
E a junção de todas as artes dá forma e substância
ao grande coração da vida: onde cantam as vozes sublimes
de cada modo de ser artista e arte.
As Mala-Postas de outros tempos são a herança antiga
que queremos receber,
a memória que gostamos de contar.
A Malaposta dos nossos dias,
dias de todas as artes dentro de uma casa com arte,
é a memória, como herança, que queremos deixar ao futuro.
MÁRIO MÁXIMO
Por antecipação aqui Vos deixo um "cheirinho" do que encontrarão os que forem até à Malaposta a partir de dia 17.
JPSetúbal
Publicado por Rui Bandeira às 16:45 0 comments
Um olhar para a "concorrência"
"O que é um Churrasco ?"
"Um Poema de Chaplin"
"Carta de um Profano a Outro"
"O Palácio e o Templo"
"A Marca que Deixamos nas Pessoas"
"Carta de um Maçom a seu Filho"
"Prece de um Maçom"
"E Afinal o que é Ser Maçom"
"A Sabedoria do Fogo"
"As Sete Lágrimas de um Maçom"
Publicado por Rui Bandeira às 11:23 1 comments
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09 outubro 2006
Maçonaria e Religião - 2
Reforçando o Post do Rui Bandeira aqui fica a transcrição do que está escrito na Pagina da Grande Loja Unida de Inglaterra, tida como o referencial máximo da Maçonaria Regular Mundial.
Freemasonry: Your Questions Answered
Q
Aren't you a religion or a rival to religion?
A
Emphatically not. Freemasonry requires a belief in God and its principles are common to many of the world's great religions. Freemasonry does not try to replace religion or substitute for it. Every candidate is exhorted to practise his religion and to regard its holy book as the unerring standard of truth. Freemasonry does not instruct its members in what their religious beliefs should be, nor does it offer sacrements. Freemasonry deals in relations between men; religion deals in a man's relationship with his God.
Q
Why do you call it the VSL and not the Bible?
A
To the majority of Freemasons the Volume of the sacred Law is the Bible. There are many in Freemasonry, however, who are not Christian and to them the Bible is not their sacred book and they will make their promises on the book which is regarded as sacred to their religion. The Bible will always be present in an English lodge but as the organisation welcomes men of many different faiths, it is called the Volume of the Sacred Law. Thus, when the Volume of the Sacred Law is referred to in ceremonies, to a non-Christian it will be the holy book of his religion and to a Christian it will be the Bible.
Q
Why do you call God the Great Architect?
A
Freemasonry embraces all men who believe in God. Its membership includes Christians, Jews, Hindus, Sikhs, Muslims, Parsees and others. The use of descriptions such as the Great Architect prevents disharmony. The Great Architect is not a specific Masonic god or an attempt to combine all gods into one. Thus, men of differing religions pray together without offense being given to any of them.
Q
Why don't some churches like Freemasonry?
A
There are elements within certain churches who misunderstand Freemasonry and confuse secular rituals with religious liturgy. Although the Methodist Conference and the General Synod of the Anglican Church have occasionally criticised Freemasonry, in both Churches there are many Masons and indeed others who are dismayed that the Churches should attack Freemasonry, an organisation which has always encouraged its members to be active in their own religion.
Q
Why will Freemasonry not accept Roman Catholics as members?
A
It does. The prime qualification for admission into Freemasonry has always been a belief in God. How that belief is expressed is entirely up to the individual. Four Grand Masters of English Freemasonry have been Roman Catholics. There are many Roman Catholic Freemasons.
Publicado por Rui Bandeira às 23:42 0 comments
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Maçonaria e Religião
Publicado por Rui Bandeira às 09:22 0 comments
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07 outubro 2006
Templo maçónico em marfim e osso
Esta imagem, como outras que o mostram de outro ângulo ou focam diversos detalhes, é a da reprodução, em marfim e osso, da representação de um templo maçónico.
Descobri-a no sítio http://www.lecurieux.com, onde está à venda.
A peça representada é definida como uma "excepcional interpretação de um templo maçónico em marfim e osso muito finamente esculpida, à maneira dos templos de amor muito em voga na viragem do século XVIII para o século XIX" e referida como estando em muito bom estado, com uma ligeira falha numa das frisas da base.
A altura total da peça são 30 cm e a sua base mede 16,7 cm por 12,5 cm.
Aponta-se a sua confecção como originária de Inglaterra, cerca de 1810.
No sítio não é mencionado o preço de venda.
O vendedor é o antiquário parisiense Serge Davoudian. No sítio mencionado estão referenciados o seu endereço e contactos telefónicos e de correio electrónico.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 23:25 0 comments
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04 outubro 2006
Sítio de fotografias de temática maçónica
Jean-Luc Adde é um fotógrafo parisiense que, como muitos outros profissionais da fotografia, tem o seu sítio pessoal na Net, onde exibe alguns dos seus trabalhos. Até aqui, nada de especial. Quem tiver a curiosidade de visitar o seu sítio, aqui, terá a possibilidade de visualizar vários trabalhos do fotógrafo de indesmentível - e esperada! - qualidade. Poderá mesmo baixar para o seu disco rígido as imagens que pretender. Mas atenção ao aviso expresso de que as imagens estão sujeitas ao regime legal de protecção dos direitos de autor. Podem vê-las, podem guardá-las para as ver quando quiserem. Não podem utilizá-las sem autorização do seu autor. Daí que tenha escolhido para ilustrar este texto, não uma das fotografias de Jean-Luc Adde, mas uma imagem de promoção de uma sua exposição em Bruxelas, que razoavelmente entendo ser de presumir de utilização autorizada em menções de divulgação do sítio e do trabalho deste fotógrafo.
A menção deste sítio neste blogue não se fundamenta, porém, no exclusivo interesse de divulgação do mesmo (pese embora a sua evidente qualidade). Em bom rigor, se aqui fosse dar conta de todos os interessantes sítios na Net de todos os fotógrafos, à razão de um por dia, levaria vários anos a fazê-lo - e possivelmente este seria um forte candidato ao blogue mais monótono do mundo...
A referência a este sítio justifica-se por outra razão: é que Jean-Luc Adde, para além do seu interessante sítio profissional tem ainda um outro sítio, bem mais discreto, no qual disponibiliza um conjunto de notáveis fotografias de temática maçónica. Esta é a imagem de abertura desse sítio:
Ao contrário do seu sítio profissional, as fotos aqui disponibilizadas, quando se clica para as copiar para o nosso disco rígido, não apresentam a advertência de que estão protegidas por copyright. Presumo, aaim, que Jean-Luc Adde permite a livre utilização das mesmas, designadamente para ilustrar pranchas maçónicas. A qualidade das imagens rivaliza com a das do seu sítio profissional. A sua temática é, para os maçons, mais interessante.
Este é um bom exemplo de como um profissional sabe separar a sua actividade profissional da sua vida maçónica, distinguindo bem os diferentes planos de uma e de outra.
Uma última chamada de atenção para as ligações que o sítio proporciona a diferentes sítios de temática maçónica. Entre as mais de 100 imagens e estas ligações, este sítio ganhou o direito à entrada na minha lista de favoritos - e talvez também de quem ler este texto...
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 11:11 0 comments
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03 outubro 2006
O processo iniciático maçónico
Para a Maçonaria e para os maçons, é absolutamente indiferente que nome cada um dá à Divindade em que crê: Deus, Jeovah, Alá (aliás, consabidamente, três nomes para a mesma Entidade), Brahma ou Tao. O que importa é a real existência da crença, porquanto só a partir dela e com ela se pode percorrer o caminho esotérico que leva ao aperfeiçoamento espiritual individual, segundo o método maçónico de confrontação, percepção e estudo dos símbolos e utilização da sua compreensão como bases ou patamares sucessivos para a comprensão de realidades e conceitos sucessivamente mais complexos, na busca da Luz, ou seja, a compreensão do Divino e, assim, do significado da Vida e da Morte física, do nosso papel no Mundo e na Criação, da nossa relação com o Criador.
O processo iniciático maçónico aglutina, assim, a Crença e a Razão, o Conhecimento Empírico e a Experimentação, a Observação e a Especulação, e é um processo sempre individualmente realizado, pelos caminhos e pela forma de cada um, segundo as suas capacidades, necessidades e disponibilidade, mas também sempre com o auxílio, a força, a cumplicidade, a disponibilidade do grupo em que se insere, a Loja.
Trata-se, assim, de um processo simultaneamente baseado na Crença e na Razão, no individual e no colectivo, que conduz ao aperfeiçoamento espiritual e, por via dele, ao aperfeiçoamento moral e social.
Pela sua natureza e pela complexidade dos conceitos a intuir, muitas vezes mais do que compreender, é um processo demorado e, sobretudo, em que não é realmente possível queimar etapas. Cada passo é essencial para pisar terreno que permita o passo seguinte. Pretender saltar ou efectuar acrobacias, ainda que vistosas, só tem como resultado a queda no abismo do Erro, conducente ao vale da Ignorância.
Em Maçonaria nada se diz, nada se ensina, tudo se sugere, tudo se simboliza, assim tudo se aprende, cada um segundo a sua real necessidade e através das suas capacidades. E assim cada um segue o seu caminho, este intuindo isto, aquele algo de diverso, como peregrinos que vão fazendo cada um o seu caminho, embora todos desejando chegar ao mesmo santuário. O grupo, a Loja, fornece a cada um a escolha dos meios de transporte, aponta a direcção, ajuda a organizar a jornada, mas é exclusivamente a cada um que cabe escolher o seu caminho - se é que porventura não será o Caminho que se abre a cada um...
Cada um estará no seu estágio de aperfeiçoamento e seguirá no seu ritmo. Simbolicamente (cá está, em Maçonaria o símbolo é - quase - tudo!), cada um se situa em graus de evolução diferentes, uns ainda Aprendizes, outros Companheiros, outros já Mestres. Os Aprendizes ainda dependem, quase totalmente, do apoio e suporte da Loja, pois ainda estão a procurar reconhecer o mapa, a procurar descobrir a direcção, a aprender a ler os sinais indicadores e a reconhecer os enganos. Os Companheiros já sabem para onde querem ir, que direcção seguir, mas dependem do auxílio dos mais experientes para decidir quais os percursos que mais lhes convêm e como os percorrer. Os Mestres, esses, já conseguem saber, por si, como e quando e por onde devem prosseguir sua caminhada, já conseguirão corrigir erro na determinação da via e têm capacidade para retomar sua orientação. Mas sempre verão com satisfação o auxílio de seus Irmãos na busca que realizam, ao mesmo tempo que cumprem seu dever de auxiliar e orientar todos os seus Irmãos, qualquer que seja o seu Grau ou Qualidade.
Não nos enganemos, porém: o grau "administrativo" que cada Loja atribui a cada um de seus Obreiros é apenas simbólico, ilustrativo. Por se ser Mestre de uma Loja, não se quer dizer que se seja realmente Mestre no Caminho Iniciático Maçónico. E alguns Aprendizes ou Companheiros de Loja sinto que percorrem bem mais seguramente seu caminho do que alguns Mestres como tal definidos na Loja...
Grande erro seria confundir o Grau que ao maçon é "administrativamente" atribuído em Loja (afinal dependendo do decurso do tempo, temperado com alguma assiduidade e a execução de alguns trabalhos não demasiadamente exigentes...) com o grau de evolução que realmente esse maçon apresenta: afinal seria cometer o erro mais básico que o mais jovem Aprendiz pode cometer (e que, naturalmente, é normal e expectável que cometa), o de confundir o Símbolo com a Realidade que esse símbolo simultaneamente oculta e revela!
Resumindo: ser maçon não é só reunir em Loja, usar avental e luvas brancas, ter preocupações sociais e tratar os demais como e por Irmãos; é, claro, também tudo isso, mas é muito mais do que isso, é percorrer o tal caminho, buscar, pelo seu modo e a seu jeito, a sua Luz, assim, a pouco e pouco, se reconciliando com a Vida e, sobretudo, com a inevitabilidade da Morte física. Não será exactamente, como escreveu Camões, se ir "das leis da Morte libertando", mas talvez esse percurso permita, em paz connosco e com tudo o que nos rodeia, libertarmo-nos do medo da dita.
A cada um que foi iniciado maçon foi reconhecido por uma Loja maçónica a capacidade, a virtualidade, a potencialidade, para seguir esta via iniciática, através do método maçónico.
Se o fará ou não, é com cada um. Se o quiser fazer, quando o fará, ainda é com cada qual. Uma Loja maçónica é, antes do mais, um espaço de liberdade ("um Maçon livre, numa Loja livre" é um inalienável princípio básico na Maçonaria) e apenas disponibiliza o seu auxílio, nada impõe, a ninguém critica.
Mas, pelo menos, vai sempre lembrando, para que cada um possa ouvir quando quiser ouvir, entender quando puder entender, aceitar quando lhe apetecer aceitar, que (sempre!) o Caminho faz-se caminhando.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 11:37 0 comments
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