07 novembro 2016
31 outubro 2016
Os Landmarks da Maçonaria Regular: a Regra em 12 pontos
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
Marcadores: Landmarks
24 outubro 2016
"O lugar do Aprendiz" (republicação)
O texto de hoje, da autoria do Rui Bandeira, versa sobre a localização do sítio no interior de um templo maçónico onde deve se sentar o Aprendiz.
O Aprendiz, em qualquer Rito maçónico, ocupará um lugar na Coluna do Norte, e isso é algo que aprende logo no dia da sua Iniciação. Mas deixo para o Rui, que explica muito bem -como é hábito - esta questão.
Este texto foi publicado na sua versão original em Novembro de 2007 e pode ser consultado aqui também e nas seguintes linhas transcritas :
O local onde uma Loja maçónica se reúne é pelos maçons designado de Templo. Dentro do Templo, e no decorrer de uma reunião de Loja, tudo existe segundo uma ordem determinada e todos têm assento em locais definidos. O sentido de ordem, a segurança que psicologicamente é transmitida a quem se encontra num local ordenado, onde tudo e todos estão no seu lugar, ajudam à criação de uma atmosfera de confiança, descontracção e concentração que é preciosa, quer para o bom desenrolar da sessão, quer para o conforto de todos, quer para a predisposição para atender aos assuntos do espírito, deixando-se efectivamente os metais à porta do Templo.
Como todos os outros obreiros, o Aprendiz tem o seu lugar determinado. Ou, melhor dizendo, uma zona da sala destinada a que ele ali se coloque e assista a tudo o que se passa. Esse lugar, essa zona, situa-se nas cadeiras traseiras do lado Norte da sala.
O lado Norte aqui em causa é, como quase tudo em Maçonaria, simbólico. Pode, portanto, corresponder ou não ao Norte geográfico. Normalmente, as salas onde decorrem as reuniões de Lojas têm a forma rectangular, com a entrada colocada num dos lados mais pequenos. E quando não tem essa forma, utilizam-se os adereços necessários para que o local onde decorre a reunião tenha essa disposição. O lado onde se situa a entrada é, por convenção, designado de Ocidente. Logo, o lado oposto, onde se coloca a Cadeira de Salomão, é o Oriente. A generalidade dos obreiros toma assento nos lados direito e esquerdo da entrada. Convencionado que está que a entrada se situa no Ocidente, o lado direito de quem entra é, portanto, o Sul e o lado esquerdo de quem entra é o Norte.
Portanto, o Aprendiz toma assento na segunda fila do lado esquerdo de quem entra. Como sempre, esta disposição tem um significado simbólico. Para ser entendido, há que ter presente que a Maçonaria nasceu no hemisfério Norte. Neste hemisfério, o que está situado a Norte é menos ensolarado, menos iluminado. Em termos de Maçonaria, o Aprendiz ainda está na fase de transição da vida profana para a vivência maçónica. Está em processo de aprendizagem dos símbolos, dos princípios, da vivência, da Maçonaria. Está no início do percurso que todos os maçons procuram fazer, do seu aperfeiçoamento, da busca do Conhecimento do significado da Vida e da Morte, da Criação, do Universo, do Material e do Imaterial. Está, como os maçons dizem, no início do caminho para a Luz. O Sol nasce a Oriente. Simbolicamente a Luz que o maçon busca encontra-se a Oriente. Daí que seja no lado que simboliza o Oriente que se encontra a Cadeira de Salomão, onde toma assento o Venerável Mestre, que conduz a Loja e os seus Obreiros na busca, individual e colectiva, do aperfeiçoamento e do Conhecimento, na busca da Luz. O Conhecimento, para quem não está preparado, pode ser nefasto, pode ser incompreendido ou mal compreendido e, logo, recusado, afastado, distorcido. Portanto, o acesso à Luz deve ser gradual, em função da capacidade, da preparação, do Caminhante. Consequentemente, aquele que está ainda menos preparado, aquele que está ainda na fase inicial da sua Jornada, deve ser protegido do excesso de Luz, para que nele se não torne nefasto o que deve ser benfazejo. Assim, deve tomar assento na zona mais protegida da Luz, ou seja, no Norte.
Quanto ao facto de tomar assento nas cadeiras traseiras, e não na primeira fila, tal deve-se, quer ao facto de, quanto mais ao Norte estiver, mais protegido estar da Luz em excesso, quer, muito mais prosaicamente, ao facto de o Aprendiz ainda ter uma reduzida intervenção nos trabalhos e ser conveniente deixar a primeira fila ser ocupada por quem pode intervir ou necessita de circular pela sala...
Esta regra só tem uma excepção: no dia da Iniciação, finda a respectiva cerimónia, o nóvel Aprendiz toma assento, até ao final da sessão (e só nessa sessão), na primeira fila do Norte. Também por uma razão muito prática: não faz sentido ser colocado mais atrás, porventura obrigando outros obreiros a desviarem-se para lhe dar passagem, para o que resta da sessão. Dá muito mais jeito manter reservado um lugar na primeira fila que, a seu tempo, será então ocupado pelorecém-iniciado. Afinal, depois do turbilhão de emoções que constitui a Iniciação, sabe bem sentar-se pertinho, pertinho, no primeiro lugar disponível e facilmente acessível...
A partir da´sessão seguinte, e durante todo o tempo em que for Aprendiz, tomará, então assento na zona que lhe está destinada, os assentos traseiros do lado Norte. Protegido na sua zona, subtraído a movimentações, o Aprendiz está sossegado, em plenas condições de se concentrar, de tudo observar, de tudo apreender. Em Maçonaria, o Aprendiz é um Homem do Norte...
Rui Bandeira"
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17 outubro 2016
O outro Afonso Domingues
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Marcadores: Mestre Affonso Domingues
10 outubro 2016
Léxico maçónico: Ágape (republicação)
Este texto que hoje é republicado e que pode ser acessado no seu original aqui é da autoria do Rui Bandeira e já foi alvo de uma consideração póstuma que foi publicada uns anos mais tarde neste mesmo blogue e que também pode ser consultada aqui .
O Ágape ritual é uma das componentes mais belas do próprio ritual maçónico. Nele se vive e prolonga a fraternidade vivida na Cadeia de União.
Ele é um prologo da vivência em Loja e onde todos, também ao mesmo nível, podem falar, sem estarem a violar qualquer preceito maçónico ou até mesmo por estarem subscritos ao "silêncio" referente ao grau a que alguns dos elementos da Loja possam estar remetidos durante a execução de uma sessão maçónica e ao mesmo tempo para aproveitar para tomar uma refeição em conjunto.
Assim, depois desta pequena introdução ao tema de hoje, deixo-Vos com o texto na íntegra:
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Marcadores: ágape, Maçonaria explicada
03 outubro 2016
Pompa e circunstância
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Marcadores: aperfeiçoamento, Formalismos
26 setembro 2016
Sessão de Equinócio de Outono de 2016 e Celebração do 25ºAniversário da Grande Loja Legal de Portugal/ GLRP
Se assim formos reconhecidos, profanamente posso afirmar, "que nada nos poderá parar..."
Pois só nos tornando melhores, podemos melhorar os outros e o Mundo... Dixit
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Marcadores: aniversário, Grande Loja
22 setembro 2016
1717? 1721? Por enquanto, ainda 1717...
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Marcadores: História da Maçonaria, UGLE
19 setembro 2016
Sobre Esoterismos (republicação)
Hoje republico um texto da autoria do José Ruah dos idos de 2007, texto este em que o seu autor aborda "esoterismos "vários...
Foi, à época, a sua resposta a um comentador e leitor habitual do blogue, o "simple", e feita de uma forma interessante e lúdica.
Ficam nas linhas abaixo transcritas o referido texto para ser consultado:
O esoterismo está em minha opinião no feitio de cada um.
Eu sou cartesiano, racionalista, e sigo linhas de pensamento lógicas sendo também um pouco Maniqueísta. É a minha formação, é a minha forma de ser na sociedade civil, sou assim em casa com a família.
De vez em quando, se a situação o exige visto a minha capa de politico e passo a admitir alguns tons de cinzento e situações menos lógicas.
Acredito que a Maçonaria tem origens definidas e que com os landmarks, os regulamentos, os rituais, a prática se pode muito bem responder a toda e qualquer questão que se levante.
Mas hoje estou aqui para falar de Esoterismo. Sendo este um tema de grande importância na Maçonaria, decidi contudo fazer uma abordagem ligeira, ou talvez não.
Creio que o esoterismo se pode dividir em categorias (cá está a minha faceta lógica) e a melhor maneira que encontrei de as explicar foi com a apresentação de exemplos. Uns são totalmente inventados para este efeito, outros são reais. Temos então as seguintes categorias (classificação é minha e inventada agora mas se estivesse em publico diria “ segundo uma antiga tradição … [juntando em voz baixa e para o lado “que acabo de inventar” ] ) de esoterismo:
Esohisterismo
Enoterismo
Esoterismo Complexo
Esoterismo Simples
Esoterismo Super Simples
EsoHisterismo
1) A Razão pela qual numa loja existe o pavimento mosaico advém do cosmos e da superposiçao da Lua em Marte, com uma incidência de Vénus as 10h34min do dia 23 de Março do ano de 1658, como é evidente para qualquer mortal.
2) Mozart foi iniciado em 14 de Dezembro de 1784.
José Ruah (eu próprio) foi Iniciado em 14 de Dezembro de 1991
Se repararmos nos anos e aplicarmos a regra dos 9 fora, temos que:
1784 = 2
1991 = 2
Mozart tinha 28 anos quando foi iniciado
José Ruah 27
Pela mesma regra
28 = 1
27 = 0
(o que é uma absoluta verdade)
Mozart demorou exactamente 1 mês a chegar a Mestre.
José Ruah demorou exactamente 9 meses a chegar a Mestre.
Novamente
1= 1
9 = 0
Mozart foi organista da sua Loja
José Ruah é organista suplente da sua Loja
Mozart compunha magistralmente e tocava ainda melhor ( tal qual indicam os 1 acima)
José Ruah também (campainhas de portas e Cds conforme querem dizer os 0 acima)
Mozart morre exactamente 200 anos e 9 dias antes da iniciação de José Ruah. Como 0 9 equivale a Zero podemos dizer que a Iniciação de José Ruah aparece na celebração dos 200 anos do falecimento de Mozart.
Logo e tendo em conta esta demonstração, José Ruah é seguramente uma nova forma de Mozart.
Enoterismo
É uma corrente intermitente, com uma correlação positiva aos Ágapes, ou mais propriamente ao fim dos mesmos.
Revela-se na verborreia e na capacidade inventiva que proporciona o ENO (ou produto similar – do grego e significa vinho) propelido pelos canhões bem carregados que são presença imprescindível nos ágapes.
De entre estes posso destacar o J e o B que têm um valor esotérico importante e um potencial enotérico de aproximadamente 40º/vol.
Poderia aqui citar umas quantas destas “ pérolas” mas os leitores poderão imaginá-las.
Esoterismo Complexo
1) Visão Crística / Messiânica transpondo rituais religiosos para cima dos rituais Maçónicos, e pensando que com isso vão conseguir definir novos arquétipos e encontrar o Santo Graal.
2) Tentativa de basear a Maçonaria na Cabala, usando para tal aquilo que se convencionou ser a Cabala Cristã, que é uma adaptação da Cabala Judaica (a original).
A estes eu costumo fazer apenas uma só pergunta: “ O meu irmão é então um entendido em Hebraico antigo e Aramaico? “, a resposta é invariavelmente não.
Temos que perceber o que é a Cabala, e saber que ela só pode ser interpretada na sua língua original pois assenta na construção frásica de uma língua e numa tradução numérica de um alfabeto específico.
Atente-se que nas línguas latinas o alfabeto contem vogais e consoantes e começa por A, B, C, …
Em hebraico o alfabeto só tem consoantes, tem várias letras com o mesmo som mas com valores gramaticais e numéricos diferentes e começa por Alef, Bet, Guimel (A, B, G) tal como o grego (alfa, beta, gama).
Traduzindo para números
Alef = A = 1
Bet = B = 2
Guimel = G = 3
Mas a letra G no alfabeto latino é a 7ª letra e A é uma vogal e Alef uma Consoante.
É fácil de depreender que quaisquer traduções e adaptações têm muito do dedo de quem traduziu, suprindo a impossibilidade de tradução de um sem número de conceitos. E estas traduções feitas por gente do Clero em épocas remotas, tinham por objectivo demonstrar determinadas verdades que careciam de demonstração.
Esoterismo Simples
1) Os que tendo lido os escritos de Jean Baptiste Willermoz, e René Guenon, partem do princípio que a Maçonaria começou e acabou nos dizeres destes, seguramente sabedores e cultos, escritores.
2) Os que por serem profundamente, e convictamente espirituais, se preparam para o ritual e quase entram numa fase de pré transe ou tentam uma espécie de elevação da alma durante as sessões.
Esoterismo Super Simples
Os que genuinamente fazem pesquisa nas mais variadas fontes e que produzem conhecimento sobre prováveis origens das coisas e que permitem aos demais poderem enriquecer-se com este conhecimento.
Não podemos esquecer que mesmo os mais racionais como eu também acreditam/aceitam algumas coisas como sejam, a origem esotérica da Maçonaria associada à construção de Templo de Jerusalém sob a égide do Rei Salomão e a “expertise” do Mestre Hiram entre outras.
Ora com estas linhas/classificações todas é fácil de perceber que numa Grande Loja temos gente para todos os gostos, e por isso temos Lojas para vários gostos.
Eu seria muito infeliz numa Loja puramente esotérica onde se discute a génese da vírgula na 3ª página do ritual linha 23. Tentando-se saber se advém de uma conjuntura cósmica, ou de uma interpretação cabalística. Para mim vem seguramente de uma necessidade gramatical ou de um erro de redacção do autor.
Outros seriam muito infelizes em lojas onde se discutam coisas práticas como o que vamos fazer para interagir com a sociedade de que forma e com que dinheiro. Porque estes assuntos têm pouco a ver com a noção transcendental de Willermoz, e seguramente não contribuem para a elevação do espírito.
Na generalidade gostamos todos da vertente enotérica, uns porque a praticam outros porque se riem até não poder mais com o que ouvem.
Tentando concluir.
Numa Grande Loja existem (coexistem) irmãos com inúmeras tendências esotéricas. Naturalmente acontece a agregação dos Irmãos da mesma tendência, normalmente as mais extremas) formando assim uma Loja com um determinado perfil.
No entanto a generalidade das Lojas têm um pouco de tudo, pois dessa forma consegue-se um contrapeso que permite um equilíbrio ideal ao desenvolvimento.
É contudo necessário perceber que estamos a falar de pessoas, e por muito que se queira (até eu que quero fazer passar-me por 100% racionalista) cada uma delas tem um pouco de cada coisa.
Diz o povo que “ De Sábios e Loucos todos temos um pouco”, e na Maçonaria isto também é verdade.
No entanto a experiência diz-me que só existe o caminho para o Esoterismo. Ou seja os racionais podem ficar um pouco esotéricos, os esotéricos super simples só evoluem para simples e daí para complexos. Não há na história nenhum que tenha feito o caminho ao contrário ou seja de Esotérico para Racional.
Devo portanto concluir que o estádio de elevação espiritual atingido pelo esoterismo deve ser muito bom, porque os que vão não voltam mais, eu cá como ainda não fui não posso dizer muito mais sobre o assunto.
Como podem já ver só esta conclusão em si tem valor esotérico, concluo portanto que já devo começar a ficar “contaminado”.
Provavelmente este não é o texto mais explicativo sobre o esoterismo, mas foi o que saiu.
Ainda me diverti a calcular a comparação com o Mozart, e posso desde já garantir que os factos são todos verdadeiros, quer a data de iniciação, quer o tempo entre graus, quer a idade, quer os 200 anos e 9 dias.
Dizem os mais esotéricos que não há coincidências. Dizem os deterministas e logo mais racionais que tudo está determinado.
Não restam então quaisquer dúvidas que os extremos se tocam e que na verdade entre os mais racionais e os mais esotéricos não há grandes diferenças.
Como diria Fernando Pessa – “ E esta hein !!!”
José Ruah"
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Marcadores: Esoterismo
12 setembro 2016
O Malhete
Termino hoje uma pequena série dedicada a referenciar blogues dedicados à temática da Maçonaria, aos quais, aqui no A Partir Pedra, reconhecemos qualidade e interesse. Para nós, blogues de qualidade de temática idêntica à nossa não são concorrência nem ameaça. São blogues irmãos, todos difundindo um ideal comum e fonte de ensinamentos e inspiração.
Ttata-se de um blogue que contém uma mescla de textos informativos e de divulgação, designadamente relativamente a ativida maçónica, e textos de estudo e análise.
Luiz Sérgio Castro recolhe e publica textos de vários conhecidos e apreciados Irmãos que se dedicam à escrita sobre temas maónicos. A título de exemplo, e sem desprimor para os que injustamente não mencione, uma rápida resenha do blogue permite-nos encontrar textos de João Anatalino, Kennio Ismail, Barbosa Nunes e Hercule Spoladore.
Também são neste blogue republicados textos recolhidos em outros blogues. Numa também sumária busca, encontram-se textos anteriormente publicados em O Ponto dentro do Círculo, No Esquadro, MS Maçom e também no A Partir Pedra. Também o informativo diário JB News serviu de fonte para publicação neste blogue.
Este blogue é assim a modos que uma compilação do que, segundo o critério do seu responsável, de melhor se escreve sobre maçonaria em língua portuguesa, para além da vertente informativa que decorre da sua associação ao jornal eletrónico com o mesmo nome.
Consulta-se com prazer e proveito e é um dos blogues que periodicamente espreito. Gosto nele ainda particularmente da sua divisa. Consultar este blogue é relembrá-la. Tê-la sempre presente ajuda a ter os pés assentes na terra e a cabeça no sítio: Se extinguirmos a vaidade, a Maçonaria será perfeita
E como aos meus Irmãos desejo que possam ter pelo menos tanto como eu, aqui deixo a referência ao O Malhete.
Rui Bandeira
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05 setembro 2016
Porque são secretos os rituais maçónicos (republicação)...
Na republicação textual de hoje, publico um texto do Paulo M. que aborda a questão do secretismo dos rituais maçónicos na qual dá uma opinião simples e facilmente compreensível por quem não" anda nestas andanças", mas consentânea na sua plenitude e com a qual eu concordo também.
O seu original foi publicado neste blogue à cerca de seis anos e quanto a mim mantém, e manterá, a sua atualidade por vários anos; aliás há coisas que são (quase) imutáveis e esta posição que o autor toma sobre este assunto em específico é de forma clara uma delas.
Sendo assim e findo este intróito passarei à republicação do texto nas linhas abaixo escritas...
Identicamente, os rituais maçónicos determinam e regulam uma série de acontecimentos que sucedem durante uma reunião (a que os maçons chamam "sessão"), no sentido de conferir alguma ordem aos trabalhos - precisamente do mesmo modo que numa sala de aula. Assim, fazem parte dos rituais procedimentos meramente administrativos como o são a chamada ou a leitura da ata da sessão anterior. Estes procedimentos nada têm de secreto, e poderia dizer-se que só não se referem por não o merecerem, de tão enfadonhos que são...
Por outro lado, os rituais também são uma espécie de "peças de teatro", no sentido em que há vários "atores" com "falas" e ações bem definidas e pré-determinadas. Estas ações são um pouco mais elaboradas do que é costume noutras circunstâncias do nosso dia-a-dia, e muito do que se diz e faz é simbólico. O simbolismo, em si, não é oculto; já o significado que lhe é atribuído em determinado contexto pode sê-lo. Há coisas que estão à vista desde o primeiro dia em que se entra num templo maçónico e que nunca são explicadas, antes sendo deixadas - como tantas outras - à interpretação e interiorização de cada um. De outras é dada uma explicação em determinado contexto, como na cerimónia de Iniciação - em que se passa de Profano a Aprendiz - na passagem de Aprendiz a Companheiro, ou na de Companheiro a Mestre. Esses "rituais secretos" nada têm de interessante para quem esteja fora do contexto. Imaginem um músico a assistir a uma secretíssima reunião de alta finança num banco; ou uma pessoa como eu, avessa a futebol, a assistir às secretíssimas reuniões do Mourinho com a sua equipa em vésperas de um grande jogo... Para essas pessoas, pouca ou nenhuma valia teria esse conhecimento.
Então porquê o secretismo? Por uma razão: porque, para aqueles a quem interessa, há um momento certo para se saber. E porque é que há esse "momento certo", e não se pode saber logo? Procurei um bom paralelismo que o explicasse, e creio que o encontrei: imaginem-se a ler um bom livro policial, daqueles bem elaborados; ou a ver um bom filme de suspense. Agora imaginem que alguém chega, e vos diz: "Ah, conheço, já vi, foi o mordomo na biblioteca com o candelabro." Pior: imaginem que vo-lo dizem mesmo antes de iniciarem o livro ou o filme. Acham que irão retirar o mesmo prazer, ler com o mesmo empenho, analisar com o mesmo estímulo? Claro que não. A experiência ficou arruinada pelo conhecimento prévio. O mesmo se passa com os rituais maçónicos. Por isso se recomenda a quem pretenda ingressar a Maçonaria que não leia, não procure, não se informe. Mas, se o fizer, apenas a si mesmo se prejudica - na mesma medida de alguém que, sorrateiramente, ludibriando-se a si mesmo, ardendo de curiosidade, fosse ler as últimas páginas do tal romance policial.
Por isso, e se não pretendem alguma vez ser admitidos na Maçonaria - ou se pretendem mas querem garantir que a experiência fique irremediavelmente arruinada - então basta procurarem que, com o auxílio do nosso "amigo" Google, terão, com alguma diligência e arte, acesso a dezenas de versões de rituais maçónicos de diversas épocas, locais e obediências.
Encontrarão também, se as procurarem, partituras de obras musicais famosas, e mesmo vídeos das mesmas. Mas - ah! - só quem já cantou num coro ou tocou numa orquestra sabe o quão diferente é estar de fora a ver, ou participar de dentro. Tentem que vos expliquem a diferença, e serão unânimes: "não dá para explicar, tens que viver a experiência para a compreenderes". Com um ritual maçónico - já o adivinharam - passa-se o mesmo. Não se explica, não se revela, não se estuda - vive-se, ou não se entende.
Paulo M."
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29 agosto 2016
Arte Real - Trabalhos Maçônicos
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