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22 junho 2009

Solsticio de Verão

Este ano quase que coincidia, o dia do Solsticio com a realização da reunião de Grande Loja. Quase porque a Reunião aconteceu no sabado.

Este ano e com uma simplicidade absoluta, reunião decorreu sem sobressaltos nem problemas. Trataram-se os assuntos que careciam de atenção, resolvendo-os.

As Lojas fizeram-se representar de acordo com o definido e o Grande Templo não tinha um unico lugar vazio, estando assim presentes mais de 150 Irmãos.

O MRGM Mario Martin Guia na sua breve alocução abordou o trabalho realizado desde o inicio do seu segundo mandato, dando indicações sobre o trabalho a realizar de agora em diante.

Foi também assinalado mais um aniversário da constituição da GLLP / GLRP.


José Ruah

02 junho 2009

Da Regularidade

No sitio( como o Rui Bandeira gosta de Dizer) da GLLP publicou o Grande Correio Mor a sua nota do mês de Junho.
Dado o tema que aborda e tendo em conta também os textos trazidos aqui a semana passada penso que faz todo o sentido publicar aqui, também, esta nota.


"
Não é maçon quem quer. Não é por alguém se proclamar maçon regular que efetivamente o é. Não é por uma organização se arrogar de integrar a Maçonaria que na realidade nela se integra. Não é por uma organização se pretender ou anunciar ser regular que realmente o é.

Um maçon deve ser reconhecido como tal por seus Irmãos - os demais maçons. Um maçon é maçon regular se assim for reconhecido pelos maçons regulares. Uma Obediência, uma Grande Loja ou um Grande Oriente, é regular se como tal for reconhecida pelas Potências regulares da Maçonaria.

O ato que identifica, aceita, proclama, uma Grande Loja ou um Grande Oriente como regular é o Reconhecimento.

Alguns - geralmente aqueles que não são reconhecidos como regulares ou que se integram em organizações que não são reconhecidas como Obediências Maçónicas Regulares - por vezes clamam que o reconhecimento é um mal, uma inutilidade, uma burocracia, uma forma de algumas Potências se arrogarem poder que não têm ou não deviam ter, porque - bradam esses - ser maçon é ou deveria ser um estado de espírito, uma postura ética, e tal seria do foro íntimo de cada um. e como cada um é livre de se associar a quem quiser, como quiser, quando quiser, todas as organizações que se reclamam de maçónicas deveriam como tal ser aceites.

Convém este raciocínio a quem não é reconhecido maçon regular ou às organizações que não são aceites como regulares...

Mas a Regularidade não é uma palavra nem um conceito oco. A Maçonaria regular é uma organização iniciática que segue princípios estritos - e que devem ser escrupulosamente seguidos. Ninguém é obrigado a ser maçon regular. Mas quem o quiser ser tem de seguir e praticar os Princípios da Regularidade - e fazê-lo de forma inequívoca, de forma a que os demais maçons regulares... reconheçam que assim é!

A Maçonaria Regular é o modelo original, instituído desde tempos imemoriais e organizado na sua forma moderna desde o início do século XVIII. É o produto genuíno. Aquele por que as imitações aspiram a ser tomadas. As imitações por vezes arrogam-se de serem o produto genuíno ou, pelo menos, de serem como o produto genuíno. Mas não o são! Daí que as Grandes Lojas e Grandes Orientes efetivamente seguindo escrupulosamente os princípios da Maçonaria Regular tenham que garantir que só quem cumpra essas regras seja aceite no honroso grupo daqueles que são reconhecidos pelos seus pares como regulares.

Ser maçon regular é difícil. Ser reconhecido como maçon regular implica o contínuo e incansável cumprimento das regras da regularidade, sempre, em todos os momentos e circunstâncias. E sujeitar-se ao escrutínio dos seus pares quanto a esse contínuo e efetivo cumprimento.

Daí que não seja regular quem se afirma como tal, mas apenas quem é reconhecido como tal pelos maçons e pelas Obediências regulares. Daí a necessidade de regras, de princípios de reconhecimento. Daí a imprescindibilidade do Reconhecimento - por muito que isso desagrade a quem não é reconhecido como maçon regular!

A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP é a única Obediência maçónica portuguesa reconhecida como regular pela Maçonaria Regular Universal. Pelas sete partidas do Mundo, por quase duzentos Grandes Orientes e Grandes Lojas. E integra-se de pleno direito e de corpo inteiro nesse restrito e honroso grupo das Potências Regulares. E ela própria reconhece como regulares perto de duzentas Obediências Regulares sedeadas nas sete partidas do Mundo.

Na parte do sítio dedicada ao Reconhecimento divulgam-se os princípios universalmente seguidos para que uma Potência Maçónica seja reconhecida pelas demais como Regular e a lista das Grandes Lojas e dos Grandes Orientes que reconhecem a GLLP/GLRP e são por esta reconhecidos como Regulares.

Rui Bandeira - Grande Correio Mor - sitio da GLLP www.gllp.pt "


Editado por
José Ruah

06 maio 2009

Grande Loja - o novo Sitio da Internet


Entrou em linha ( online) anteontem o novo sitio da Internet da Grande Loja. Os "nossos" Rui Bandeira e A. Jorge, quais abelhinhas, andaram no passado mês a preparar a coisa, mais ou menos em segredo.

O resultado está à vista AQUI, e o melhor mesmo é que os nossos leitores passem por lá e digam de sua justiça, porque nós aqui somos um pouco parciais, porque do Rui e do A.Jorge conhecemos bem o trabalho e a capacidade.

Temos para nós a ideia que por trás desta nova fase está um conceito de comunicação bem mais vasto e estruturado, mas o Grande Correio Mor Rui Bandeira terá sempre a última palavra.

Os nossos votos de sucesso nesta nova fase são o minimo que podemos deixar aqui.

Os Editores do A Partir Pedra

08 março 2009

Eleição do Muito Respeitavel Grão Mestre




O processo eleitoral para a escolha do Grão Mestre da GLLP para os próximos 2 anos ficou hoje concluido com o escrutinio e proclamação do novo titular.

Novo titular, pois não tanto. O Muito Respeitavel Irmão Mário Martin Guia, que havia apresentado a sua candidatura para um 2º mandato consecutivo, foi novamente eleito e consequentemente proclamado como Grão Mestre Eleito.

A sua tomada de posse ocorrerá em futuro próximo e dela daremos aqui nota.

A Muito Respeitavel Irmão Mario Martin Guia desejamos um segundo mandato com, pelo menos, tanto sucesso quanto o primeiro.

José Ruah

11 fevereiro 2009

Começo de resposta a outra pergunta

Na sequência do texto Pergunta de profano, José Luciano, através de uma mensagem de correio eletrónico, questiona:

Escreve o Sr. em "Pergunta de Profano":

"Especulativa também porque o trabalho primordial do maçon é especular,...", e eu pergunto, será de tão especulativa que a Maçonaria se estilhaça? será do trabalho sobre a "espiritualidade e a moral" que ela se perde, tantas vezes, em caminhos tão enviesados?

Seria útil que José Luciano concretizasse um pouco mais o seu entendimento, assim limitando o risco de se estar a referir a alhos e eu a responder a bugalhos. De qualquer forma, procurarei dar a minha opinião, segundo o que alcancei da questão colocada. Se errar o tiro, José Luciano fará o favor de me corrigir o azimute, para que eu vise melhor...

A questão contém em si pressupostos com os quais não concordo: que a Maçonaria se estilhaça e que se perde, tantas vezes, em caminhos tão enviesados.

Assumindo que José Luciano classifica como estilhaçar da Maçonaria a existência de diversas Obediências, com diferentes orientações, cada uma reclamando jurisdição sobre um conjunto de Lojas maçónicas, a minha convicção é que tal não deriva de a Maçonaria ser "tão especulativa". Resulta, antes de dois fatores, um positivo, outro nem por isso: essencialmente, da incomensurável bênção de que beneficia a espécie humana, comummente designada por livre arbítrio; nalguns casos, do insuficiente êxito de alguns em polir a pedra do seu caráter, mantendo-se permeáveis e dominados por vícios como a vaidade, o desejo ou apego ao que consideram Poder, a intolerância.

Especular é uma das mais nobres caraterísticas da espécie humana. É o que nos possibilita evoluir, crescer, avançar. A Ciência Experimental nasce, em cada dia, da especulação. O processo científico resulta da elaboração de uma hipótese (especulação sobre se determinada ideia corresponde à realidade) e sua verificação ou infirmação por via experimental. A capacidade de especular, ínsita na natureza humana, é um componente essencial do Livre Arbítrio com que fomos dotados. Cada um de nós faz, em cada momento, as suas escolhas em função da sua análise das hipóteses que descortina viáveis e da probabilidade da sua ocorrência. Especular, portanto, é tão inerente à natureza humana como respirar. Nisto, a Maçonaria nada trouxe de novo ao Homem. O caráter distintivo da Maçonaria - e que eu sublinhei no texto que suscitou a colocação da questão - é o facto de essa especulação ter como ponto de partida símbolos, de cuja apreensão, estudo e compreensão cada um deve partir. Por isso também a Maçonaria, além de Especulativa, muitas vezes é designada por Simbólica.

A especulação simbólica, em si e só por si, em nada contribui, ao menos decisivamente, para a existência de diversas correntes e Obediências maçónicas. O caso mais paradigmático, o que alguns consideram a cisão entre a Maçonaria Regular e a que é designada ou se designa por Maçonaria Irregular ou Liberal ou Universal, e que eu considero antes uma natural, previsível e frutífera divisão do tronco comum em dois ramos, ambos alimentados pela mesma seiva, provinda da mesmas raízes, mas cada um inclinando-se para o lado que melhor lhe convém - e afinal ambos contribuindo para o equilíbrio do todo... -, resultou, mais do que de diversas conclusões sobre diferentes análises, da porventura inevitável consequência de diferentes ambientes, inserções e convulsões sociais. A Maçonaria de matriz anglo-saxónica, a Maçonaria Regular, implantou-se e cresceu no seio da sociedade e das classes dirigentes da sociedade, enquanto instituição integrada na ordem social existente, com o propósito de aperfeiçoar pessoas e, por essa via, contribuir para a melhoria, a evolução da sociedade em que se integrou. A Maçonaria dita Irregular ou Liberal ou Universal resulta de uma implantação em terreno que rapidamente seria sacudido pelos tumultos de uma Revolução, que tudo pôs em causa, que tudo virou e revirou, baralhou e deu de novo, desfez e refez.

É essencialmente destes dois diferentes ambientes evolutivos que - talvez inevitavelmente - resultam estas duas diferentes cambiantes da Maçonaria. A Maçonaria Regular, inserida na ordem social, procurando contribuir para a sua melhoria, permaneceu fiel à conceção original de que "no princípio era o Verbo". Acrescenta às convicções herdadas do antecedente as noções de Razão, de Ciência, de Tolerância. Evolui da Idade das Trevas para o mundo moderno através do Iluminismo e do Racionalismo, sem perder a sua ligação ancestral ao conceito do Criador. Evolui do teísmo para o deísmo, sem deixar de integrar quem se considere teísta, assimilando a noção de que o Criador existe para além das conceções individuais ou coletivas da sua natureza, identidade, aspeto, forma, caraterísticas, etc.. Com isso, integra qualquer noção individual ou coletiva do Criador como respeitável, aceitável. Institui a Tolerância como paradigma. Mas nunca perde a noção do Criador. O Homem procura aperfeiçoar-se, evoluir, porque essa é a sua natureza, assim resulta da Criação. Separando os planos do divino e do humano, não deixa de especular como o humano se aproxima, surpreende, entrevê, o divino. A Maçonaria dita Irregular, ou Liberal, ou Universal, caldeada nos tumultos sociais, confrontada com intoleráveis vícios sociais, extremas desigualdades, opressões inaceitáveis, assume um cariz muito mais interventivo. Mais do que melhorar o Homem e, por essa via, melhorar a Sociedade, entendeu que se impunha, prioritariamente, melhorar, modificar, a Sociedade, para, por essa via, poder melhorar o Homem. E, assim, evoluindo em sentindo diferente do outro ramo, intervém ativamente na política e na conformação e organização social. Mais do que simples força propiciadora de evolução, assume, sempre que o entende necessário, caráter revolucionário. E, assim, claramente que entra em rota de colisão com as forças sociais de cariz conservador das sociedades cuja modificação rápida pretende. Entre essas forças, historicamente está a Igreja Católica. O conflito é inevitável. Do questionamento da Igreja ao dos seus ministros vai um passo. Da colocação em crise do que estes representam um outro, mais curto. Do questionamento da crença, um outro, mais curto ainda. Por outro lado, a luta por valores tão absolutos, tão válidos, tão corretos, como inquestionavelmente são a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, faz-se com todos os que partilhem esses valores. Ainda que não partilhem crença... Se a Maçonaria Regular já abolira as diferenças religiosas através da capa da Tolerância perante todas as crenças, por que não estender, alargar, essa capa também a quem não tem opinião formada sobre a existência ou não de Criador? E, mais ainda, a quem entende que não existe Criador, mas partilha os valores da Liberdade, Igualdade, Fraternidade?

Na minha opinião, os diferentes ambientes de implantação da então jovem instituição, após a sua transformação de Operativa em Especulativa, explicam com clareza porque ocorrem estas duas diferentes evoluções. Que só podemos considerar naturais, senão inevitáveis. É da natureza das coisas que o que evolui em ambientes diversos evolua diferentemente. A racionalização especulativa, neste caso, vem depois. Ao analisar as diferenças, as consequências, de cada uma das conceções. Racionalização, especulação, que não pode deixar de reconhecer o que é evidente. Diferente evolução, assunção, ainda que apenas parcialmente, de diferentes conceções estruturantes da Maçonaria, seu propósito, sua inserção, implicam o reconhecimento que não se está já perante uma única realidade, mas de duas, embora muito próximas, muito parecidas, irmãs gémeas criadas em ambientes diferentes, mas por isso não menos irmãs, por isso não melhor nem pior uma do que a outra. Afinal, a Maçonaria, raiz e tronco comum, ao deitar dois ramos, ambos fortes, ambos dando frutos de natureza similar, ambos saudáveis, um de Maçonaria Regular, outro de Maçonaria Liberal (a quem uns chamam também de Irregular, outros de Universal), acaba por permitir acolher e melhorar um mais alargado leque de Homens Bons e contribuir para um positivo aperfeiçoamento social.

Estes dois ramos, tendo raízes e tronco comuns, são hoje claramente distintos. Ambos úteis. Ambos respeitáveis. Cada um partilhando com o outro muito, tanto. Cada um crescendo na direção que entende crescer, por si, sem que necessite de arrastar ou prejudicar o outro. Muito em comum e podendo comummente cooperar. Algo em separado, por cada ramo fruído e cuidado.

Não, meu caro José Luciano. O crescimento destes dois ramos autónomos da mesma árvore não é nenhum estilhaçamento, antes natural evolução. E não resulta da tendência especulativa dos maçons, antes, e simplesmente, do resultado do livre arbítrio humano, em confronto com diferentes ambientes.
Porventura reunir-se-ão estes ramos? Duvido! Questiono mesmo se seria bom, se não seria uma involução. Afinal de contas, existem porque correspondem a necessidade diferentes, possibilitando evolução e aperfeiçoamento a pessoas com diferentes formas de conceber princípios fundamentais. Cada Homem Livre e de Bons Costumes pode integrar-se no local onde se sentir mais confortável. E crescer. E melhorar. E evoluir. Para mim, isso é bom. Não um mal!

O texto já vai longo e ainda me falta responder-lhe sob outra perspetiva: a existência de diferentes Obediências que se reclamam de maçónicas, não em resultado destes diferentes ambientes propiciadores de diferente evolução, mas de outros fatores. Com a sua condescendência, deixarei isso para um próximo texto.

Rui Bandeira

16 dezembro 2008

Solsticio de Inverno

No passado sábado reuniu a GLLP em sessão de Grande Loja. Esta sessão sem grandes assuntos a serem tratados, incluia essencialmente assuntos administrativos próprios, como sejam relatórios das varias areas e o tradicional Orçamento.

O facto de sermos uma organização Maçónica, mais preocupados com o a espiritualidade não quer dizer que não tenhamos que nos preocupar com os Metais. É que o senhorio não se contenta com uma elevaçao espiritual, preferindo o pagamento da renda ( não sei porquê, mas pronto !!).

Este ano o Orçamento foi aprovado por unanimidade, e só por uma razão é que aquela voz dissonante, que sou eu, não pode estar presente por imperativos familiares. Nem mesmo o facto de este ano a apresentaçao ser feita pelo novo Grande Tesoureiro - ele proprio obreiro da Affonso Domingues e meu grande amigo e afilhado - serviria de desculpa para contrariar o meu principio de voto. O Documento não foi distribuido com a antecendencia suficiente que permita a sua analise profunda em Loja.

Fora isso tudo decorreu com em paz e harmonia estando presentes quase 200 Irmãos, preenchendo na integra o espaço disponivel.

Um pequeno detalhe o Muito Respeitavel Grão Mestre Irmao Mario Martin Guia anunciou que se iria recandidatar ao cargo para mais um mandato de 2 anos, o que foi unanimente saudado e apreciado.

Uma ultima referencia à Milu e à Sandra que com a dedicação costumeira nos ajudaram no que foi preciso.


José Ruah

04 dezembro 2008

Recandidatura, já!

Está em curso, na GLLP/GLRP, o processo eleitoral para a escolha do Mestre Maçon que exercerá a função de Grão-Mestre no biénio 2009/2010. Foram elaborados e divulgados às Lojas da Obediência os cadernos eleitorais, decorre o período da verificação da sua conformidade e, sendo caso disso, de introdução das correções pertinentes. O prazo para apresentação de candidaturas ao ofício decorrerá entre 15 e 31 de dezembro.A eleição efetuar-se-á por voto universal e secreto de todos os Mestres Maçons da Obediência, sendo as assembleias de voto as Lojas. A votação decorrerá dentro do período entre 10 de fevereiro e 5 de março de 2009. O apuramento dos resultados terá lugar no dia 7 de março de 2009.

Quando foi dado conhecimento em Loja do desencadear do processo, surpreendi-me. Já? Passaram já dois anos desde que o Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia foi eleito Grão-Mestre?

Olhei à minha volta. Todos os rostos espelhavam uma calma tranquilidade. Quase indiferença. A notícia do desencadear do processo eleitoral a ninguém agitou. Como se tivesse sido anunciada a realização de uma rotineira assembleia de Grande Loja, sem particular motivo de interesse. Daquelas reuniões em que se tratam dos aborrecidos assuntos burocráticos que, por o serem, não deixam de ter de ser resolvidos.

A explicação para tanta tranquilidade é simples: desde que se decidiu reduzir o tempo de mandato do Grão-Mestre de três para dois anos, resolveu-se que o Grão-Mestre em funções se podia, por uma única vez seguida, recandidatar ao ofício. Portanto, todos calma e tranquilamente esperam que o Muito respeitável Irmão Mário Martin Guia se recandidate, para lhe renovarem, merecidamente, a sua confiança para mais dois anos de mandato, que todos esperam tão profícuo como o primeiro biénio.

Mais tarde, disse-me quem sabe destas coisas que o Muito Respeitável Grão-Mestre hesita em se recandidatar. Que considera que a sua idade de septuagenário já na segunda metade da década aconselha a que se retire para uma merecida reforma. Logo ele, que é mais jovem do que muitos jovens de olho vivo e pé ligeiro que vejo por aí... Isso não é, desculpará o querido Mário Martin Guia, argumento que se aceite. Velhos são os trapos, o Mário está aqui para as curvas, a reforma pode esperar. E não é justo privar-nos da sua tranquila e serena liderança, quando é manifesto que praticamente todos nos sentimos muito confortáveis com ela e desejamos que prossiga por mais um biénio.

Disse-me depois quem sabe destas coisas que o Muito Respeitável Grão-Mestre pondera dar uma lição de desapego ao poder, abdicando da possibilidade de reeleição. Mas para quê dar lições desnecessárias em momento injustificado? Todos nós conhecemos o percurso de serviço e de disponibilidade do Mário ao longo de dezenas de anos. Todos nós sabemos muito bem que, em todas as funções que desempenhou, procurou servir, ajudar, não ascender a qualquer ilusório "poder". Todos nós sabemos que a função de Grão-Mestre é por si exercida nesse mesmo estado de espírito. Por isso é pacífico que deve continuar! Não precisa de provar o que temos por evidente e notório!

Disse-me finalmente quem sabe destas coisas, com alguma preocupação, que, se calhar, seria precisa uma vaga de fundo para remover as dúvidas, afastar as hesitações, do Mário em se recandidatar. Qual quê! Para marinheiro experiente, como é o Mário, a melhor garantia de viagem bonançosa é este mar chão, sereno, tranquilo, em que a Obediência navega. Mais demonstrativa de confiança do que qualquer "vaga de fundo" é esta serenidade, este sentimento generalizado de que a eleição de fevereiro-março deve ser uma simples ratificação, uma clara confirmação da confiança que todos depositam no Mário.

Portanto, meu caro Mário Martin Guia, deixa-te de bizantinices! Faz mas é o favor de, a partir do dia 15, apresentar a tua declaração de aceitação de candidatura! E não te preocupes com os proponentes. Faz assim: no dia em que fores entregar na Grande Secretaria a tua candidatura, após sair de casa, aos três primeiros Mestres que vires dá-lhes o papel a assinar. Já está! Alguma dúvida?

Além do mais, queremos todos mais dois anos de trabalho tranquilo, sereno e profícuo, enquanto aproveitamos para ir vendo, com um ar levemente divertido (pelo menos da minha parte...) as movimentações de quem se quiser posicionar para daqui a dois anos...

Rui Bandeira

28 setembro 2008

Equinócio de Outono

Dando cumprimento ao regulamento em vigor, reuniu a GLLP em sessão de Grande Loja, ontem sabado 27/9

A Sessão contou com a presença de um grande numero de Irmãos e correu de forma justa e perfeita.

Para além dos assuntos normais esta Sessão tinha a particularidade de servir para eleger e empossar o Grande Tesoureiro da Grande Loja, e este assunto é que para a Mestre Affonso Domingues assume particular relevância.

O Eleito foi PauloFR, escritor ocasional deste blog e antigo Veneravel da Mestre da Mestre Affonso Domingues, é um profissional competentissimo desta area.

Sendo este um cargo complicado de exercer, queremos manifestar ao Paulo o nosso apreço por ter acedido a candidatar-se e a melhor das sortes no desempenho das suas novas atribuições.

Nao ficaria este relatório completo sem a mais que merecida referencia à Milu e à Sandra, que mais uma vez garantiram que toda a parte administrativa estava devidamente tratada.


José Ruah

20 agosto 2008

Continuamos em Agosto mas não parece !

Tradicionalmente a maçonaria para em Agosto. Nalguns países pára mesmo em Julho e Agosto. Ou seja aos obreiros é reconhecido o direito a férias tal qual como numa qualquer Oficina, ou Loja.

Os Maçons são como os outros têm direito a Férias, a estar com as respectivas famílias e a não se preocuparem com os trabalhos rituais nem com o funcionamento da Loja.

Pois é ! Isto é Verdade mas não para todos.

Aqui este escriba está atarefadissimo com uma incumbencia do MR Grão Mestre. Quer ele que no início de Setembro esteja pronto para distribuição o novo Ritual do Grau de Companheiro para o Rito Escocês Antigo e Aceite.

E para tal chamou ao trabalho dois obreiros da sua confiança, que têm dado ao dedo. O FPC criou as versões iniciais, baseadas no Ritual existente.

Mandou-as por e-mail cá para mim, e eu estou a trabalhar na que será a versão para apresentação ao GM, já formatada, com a apresentação e aspectos finais, etc.

Preferencialmente sem erros mas sobretudo sem fontes de equivocos.

Enfim, coisas de Grande Inspector.

José Ruah

10 agosto 2008

Desfazendo uma Confusão

Um Leitor que com imaginação conseguiu um perfil de blogger chamado Anónimo, deixou-nos alguns comentários no post aqui sobre a questão da fé e da regularidade.

Começou por nos perguntar se a condição para ingressar na GLLP/GLRP era acreditar em Cristo.

Foi-lhe respondido que a questão era mais vasta, e que a única condição era acreditar na existência de um Grande Arquitecto do Universo, não tendo a questão a ver com religião mas sim com fé.


Volta o nosso leitor à carga, com as seguintes questões:

“Estou confuso, afinal o que vos diferencia da GLNP?”

E num comentário logo imediato:

“Acabei de ver uma reportagem da TVI sobre maçonaria.Se há pouco estava confuso, agora estou completamente perdido.Qual a diferencia entre GLLP, GLRP e GLNP?De todas as obediências em Portugal só consigo distinguir a particularidade do GOL que aceita mulheres e ateus sem qualquer reconhecimento por parte da regularidade inglesa, mas quanto as outras acima referidas, como distingui-las ??”


Está confuso sim senhor!

Vamos tentar resolver a confusão.

1 – Nem tudo o que se vê na televisão é de boa qualidade ou verdadeiro. Há sempre uma parte sensacionalista, uma parte invenção, uma parte show off e uma parte verdadeira e real.
Se a reportagem que viu é uma que passou originalmente há cerca de 1 ano e que refere a existência do GOL, GLLP, GLNP e GLTP então é a mesma que conheço. E será sobre esta que assento a minha opinião.

2 – Decifrando as Siglas e as datas de constituição e origens:

GOL – Grande Oriente Lusitano – fundado em 1802
Primeira Obediência em Portugal, tendo sido reconhecida pela Grande Loja Unida de Inglaterra, num primeiro tempo e perdido essa regularidade quando adoptou os princípios que regiam o Grande Oriente de França, nomeadamente a não necessidade de acreditar num Grande Arquitecto do Universo, abrindo assim a ateus e agnósticos.
É uma obediência Masculina, só admitindo homens, tendo no entanto convénios de reconhecimento com Obediências Femininas, e consequentemente direitos de visitação.

GLLP – também denominada GLLP/GLRP – Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal – fundada em 1991
Originalmente constituída apenas como GLRP, aparece pela vontade de maçons que militavam no GOL e que com a ajuda da GLNF – Grande Loja Nacional Francesa – constituem uma Grande Loja aceite e reconhecida pela Regularidade.
Em 1996 por força do que ficou conhecido pelo Golpe do Sino, dá-se uma cisão na GLRP e por uma questão legal e administrativa, a Denominação passa para GLLP.
Esta é a única Obediência Maçónica em Portugal a ser reconhecida pela Maçonaria Regular Internacional.

Mais informações em:
Regularidade Maçónica
O Nome da Grande Loja

GLNP – Grande Loja Nacional Portuguesa – fundada cerca de 1997 em Bragança
Aparece fruto da instabilidade gerada pelo Golpe do Sino, e é essencialmente radicada no Nordeste Transmontano, onde aliás tem a sua sede.
Sendo um fruto da linha regular original, adoptou os mesmos princípios, mas não obteve reconhecimento internacional por parte da Regularidade


GLTP – Grande Loja Tradicional de Portugal – Fundada em 2005 e constituída enquanto jurisdição. Os seus fundadores são oriundos da GLLP, da qual saíram após sérias divergências.
Aceita a feminilidade, e é portanto Mista.


3 – A sua primeira confusão:

A obrigatoriedade de uma religião especifica para pertencer à GLLP. Como expliquei na minha resposta, isso não existe. Existindo sim a obrigatoriedade de acreditar num Grande Arquitecto do Universo.

4 – A sua segunda confusão:

O GOL é uma obediência masculina e não aceita mulheres nos seus quadros nem nas suas Lojas. Os Maçons do GOL são considerados Maçons pelos movimentos regulares, embora não sejam reconhecidos enquanto regulares.

5 – A sua maior confusão:

É natural que as duas organizações – GLNP e GLTP – anunciem princípios parecidos aos da GLLP, pois dela derivam e saíram os seus membros constituintes. Todavia e do ponto de vista da GLLP estas associações não são consideradas sequer maçónicas, ou seja nem sequer gozam do mesmo estatuto do GOL. Mas como se pode depreender pelo acima escrito há diferenças substanciais entre os vários caminhos.

É evidente que cada pessoa tem o direito de seguir a via que melhor lhe convém e que não posso, não devo, nem quero estar a fazer juízos de valor.


É certo que este tema é passível de grandes discussões filosóficas, mas usando o principio KISS – Keep it Short & Simple – tudo assenta nos Landmarks e no cumprimento dos mesmos, e no reconhecimento por parte do Movimento Regular internacional que inclui a United Grand Lodge of England, as Grandes Lojas Americanas, a Grande Loja Nacional Francesa e mais uma infindável lista de Grandes Lojas e Grandes Orientes.

Quanto aos Landmarks poderá ler mais em :Landmarks


E com isto espero ter contribuído para a sua confusão !


José Ruah
Com a prestimosa colaboração dos autores dos posts referenciados.
Nota: todas as opiniões expressas são do autor.

30 junho 2008

Solsticio de Verão - Aniversário



Decorreu no passado Sábado a sessão de Grande Loja correspondente ao Solsticio de Verão e consequentemente o aniversário da constituição da Grande Loja.

E vão 17 anos desde a consagração pela Grande Loge Nationale Française, e vão dias bons e dias maus e outros assim assim.

O de sábado foi dia bom. Sala absolutamente cheia estando cerca de 250 Irmãos presentes.

A GLLP/GLRP foi honrada com a presença de várias potências estrangeiras a saber:

Moldova, Marrocos, Roménia, Itália, França, Espanha, Brasil e a mais importante de todas a Inglaterra. A Grande Loja Unida de Inglaterra fez-se representar pelo seu Pró Grão Mestre o Marquês de Northampton, 2ª figura da hierarquia da UGLE.

A sessão decorreu ligeira e rapidamente, sendo respeitados todos os procedimentos e protocolos.

Mas a melhor noticia foi que o Grão Mestre da GLLP/GLRP o Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia se apresentou de saúde e com toda a sua força e jovialidade, já recuperado das maleitas que lhe atormentaram a saúde nos primeiros meses deste ano.

O Jantar decorreu em ambiente agradável (segundo me disseram que eu não pude estar presente pois obrigações familiares mais importantes assim o determinaram) e de grande fraternidade.

Evidentemente que, e como sempre, a prestimosa colaboração da Milu e da Sandra foi de importância vital para que a logística do evento decorresse sem sobressaltos.

Mais um marco na história da GLLP/GLRP.



José Ruah

12 junho 2008

Futebol, Maçonaria e mais...

Não, não venho deixar nenhum texto sobre o Euro-2008 nem sobre a vitória da Selecção Portuguesa sobre a da República Checa. Isso já foi glosado em vários tons pela imprensa, pela rádio, pela televisão e pelas conversas de emprego, amigos e de café. Hoje, o tema de partida para o texto é o futebol, mas é outro e de outras paragens.

Li no jornal electrónico Midiamax - o Jornal Eletrônico do Mato Grosso do Sul uma notícia na secção de Esportes, da autoria do jornalista Jorge Franco, com um título que logo me chamou a atenção: Capital terá Copa Maçônica de Futebol Society.
Os detalhes primeiro. Que é isso de "Futebol Society"? A Wikipedia elucida-nos, nesta entrada: Futebol Society é uma variação do futebol. Jogado em campos menores, e usualmente com grama sintética (ou outros materiais artificiais). Disputado por 7 atletas de cada lado, tem regras próprias, criadas por um brasileiro, Milton Mattani. Difundido em todo o mundo, principalmente na América do Sul. Hoje, no Brasil, é a modalidade mais praticada com cerca de 12 milhões de praticantes.

Resolvido o pormenor, vamos então à notícia:

Promovido pela Prefeitura de Campo Grande, numa realização da Funesp (Fundação Municipal de Esporte), começa no dia 5 de julho, a primeira edição da Copa Maçônica de Futebol Society, competição que conta com a parceria das potências maçônicas GOMS, GOB-MS e Grande Loja Maçônica, além da Federação de Futebol Society de Mato Grosso do Sul.

A competição reunirá maçons ativos das três potências de Mato Grosso do Sul, que poderão inscrever quantas equipes pretenderem. Cada equipe será composta por 15 atletas com idade superior a 40 anos, podendo cada uma inscrever ainda até dois atletas com idade inferior a 40 anos. Um destes jogadores será, obrigatoriamente, o goleiro.

Também será permitida a fusão de duas ou mais lojas de uma mesma potência para a composição das equipes.

As inscrições poderão ser feitas na Funesp, até o dia 1º de julho, sendo que cada equipe pagará a quantia de 15 cobertores, que serão doados para a campanha do agasalho promovida pela primeira dama de Campo Grande, Maria Antonieta Trad.

O congresso técnico, que definirá a tabela de jogos e a composição dos grupos ocorrerá às 16 horas do dia 5 de julho, na praça esportiva do Belmar Fidalgo, com a presença do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e dos Grão-Mestres Herbet Xavier (Grande Oriente de Mato Grosso do Sul), Juares Vasconcelos (Grande Loja) e Gercírio Domingos Mendes (Grande Oriente do Brasil).

Para o presidente da Funesp, Carlos Alberto de Assis, esta competição visa promover a integração e a confraternização entre os maçons. "É uma forma de prestigiarmos e ao mesmo tempo agradecer a estas pessoas, que tanto fazem pelo bem estar de nossa sociedade, bem como prestamos a colaboração com a campanha do agasalho".

Brasileiro é mesmo assim: futebol, mesmo de sete, tem lugar de destaque. Mas o que me chamou a atenção na notícia foi algo diverso: a naturalidade da confraternização entre maçons de Obediências distintas. Aqui não há querelas sobre regularidade ou reconhecimento. Cada um joga no seu time e, golo daqui, defesa dacolá, todos confraternizam.

É um bom exemplo a seguir deste lado do Atlântico. É bom que todos vamos entendendo e praticando que, estando cada um integrado na sua Obediência, que tem características, aqui mais, ali menos, diferentes das outras, não tem que, não deve, ignorar ou verberar quem escolheu integrar-se noutra. Se esta é Regular, aquela Liberal, uma reconhecida internacionalmente por uns, outra por outros, e uma terceira por nenhuns, são outras questões, que nada têm a ver com o desejável amistoso trato que deve existir entre quem busca o aperfeiçoamento e a Luz - onde quer que o faça. Se um maçon vir um certo sinal pedindo ajuda, o que faz é prestar socorro, dar auxilio, providenciar alívio; não vai perguntar a quem necessita de auxílio em que Obediência está inserido. Quando é hora de prestar homenagem fúnebre a um maçon que passou ao Oriente Eterno, não importa nem em que Obediência ele se encontrava, nem se quem está ao meu lado na Cadeia de União é Regular, Liberal, Reconhecido ou não. Homens livres e de bons costumes prestam homenagem a um outro, que pousou já as suas ferramentas. É tudo! E é assim que deve ser!

Obviamente que as determinações de cada Obediência devem ser respeitadas. No meu caso, como Maçon Regular, não visito Loja que não seja Regular e não admito visitantes que não sejam maçons Regulares na minha Loja. São essas as regras que vigoram e que me comprometi a cumprir, ponto final. Mas essas regras não me impedem de, fora de Loja, confraternizar, colaborar, debater, organizar, enfim, relacionar-me com outros homens livres e de bons costumes que optaram por se inserir e trabalhar em outras Obediências. Nem, já agora, embora a minha Obediência seja exclusivamente masculina - e eu concordo com isso, e já expliquei aqui porquê -, tenho qualquer impedimento em estabelecer idêntico relacionamento com senhoras que, integradas em sua organização própria, comungam também dos ideais e objectivos maçónicos. Em resumo, homens e mulheres de boa vontade, comungando dos ideais maçónicos, têm um vasto campo de cooperação, que podem e devem aproveitar e utilizar, independentemente de cada um se inserir na sua específica Obediência e cumprir as regras que nelas vigoram.

Por isso, não se praticando por estas bandas o Futebol Society, mas praticando-se o Futsal, bem gostaria de ver organizado um campeonato de Futsal, com equipas formadas por obreiros da GLLP/GLRP, do GOL, da GLRP, da GLTP e do que mais por aí houver! Pontapé na canela aqui, golo acolá, defesa mais adiante, também assim se aprende a distinguir entre o essencial e o acessório...

Mas, atenção!, não pode ser já! É que o craque da Loja Mestre Affonso Domingues, o José Ruah, lesionou-se recentemente num renhido jogo e está fora de combate por uns tempos - e nós precisamos do nosso craque!

Rui Bandeira

09 junho 2008

Encontro das Lojas (tri)gémeas

A Loja Mestre Affonso Domingues está geminada com duas outras Lojas: A Fraternidade Atlântica, Loja da Grande Loge Nationale Française que reúne em Neuilly-Bineau e em que se integram imigrantes portugueses em França, lusodescendentes e franceses com interesse e carinho pela Língua Portuguesa, e a Rigor, Loja da GLLP/GLRP que reúne ao Oriente de Bragança.

Os nossos Irmãos gémeos da Loja Fraternidade Atlântica programaram uma visita a Portugal nos primeiros dias de Junho e tinham-nos informado que tencionavam visitar um pouco do Norte do País. Pois bem, juntou-se o útil ao agradável e a fome com a vontade de comer e preparou-se uma sessão em Bragança da Loja Rigor, com a visita dos Irmãos viajantes da Loja Fraternidade Atlântica e uma delegação da Loja Mestre Affonso Domingues. Em suma, uma reunião com a presença dos obreiros das três Lojas, unidas por duas geminações. Assim a modos que um esquadro, em que o vértice do ângulo recto é ocupado pela Loja Mestre Affonso Domingues, um dos braços pela Loja Fraternidade Atlântica e o outro pela Loja Rigor.

Antes dessa sessão, que teve lugar na passada sexta-feira, os Irmãos da Fraternidade Atlântica tinham já efectuado um passeio fluvial pelo rio Douro, do Porto até ao Pocinho. E, no dia seguinte, os nossos Irmãos da Loja Rigor organizaram e proporcionaram-lhes, como já anteriormente tinham feito aos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues, um outro passeio fluvial, agora num belo, agreste e felizmente preservado trecho do Douro Internacional, na zona fronteiriça.

A sessão foi, obviamente, dirigida pelo Venerável Mestre da Loja anfitriã, a Rigor, Irmão Jorge C., que recebeu no Oriente os Veneráveis Mestres das Lojas Fraternidade Atlântica, Irmão François B., e Mestre Affonso Domingues, Irmão JPSetúbal.

Após o passeio no Douro Internacional e agradável almoço numa quinta da região, os Irmãos da Fraternidade Atlântica viajaram para Lisboa, onde pernoitaram e eram aguardados pelos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues.

Foi já sob organização da Loja Mestre Affonso Domingues que os obreiros da Fraternidade Atlântica e suas famílias participaram num passeio pela Baixa Pombalina, guiado pelo antigo Venerável da Loja Mestre Affonso Domingues, Victor E. C., o qual esclareceu as circunstâncias e a forma como decorreu a reconstrução da cidade de Lisboa após o tríplice cataclismo de 1 de Novembro de 1755 (terramoto, maremoto e incêndio), que arrasou quase por completo a Lisboa medieval. Durante o passeio, Victor E. C., para além de ter partilhado a sua profunda erudição com todos os presentes, chamou a atenção para alguns detalhes existentes naquela zona da cidade, com interesse para os maçons.

Seguidamente, efectuou-se uma visita a uma exposição de objectos e artefactos maçónicos, pertencentes à Loja Mestre Affonso Domingues e a alguns dos seus obreiros, após o que foi tempo de ir reconfortar o estômago, num almoço de convívio em que tivemos o gosto da presença do nosso Muito amigo e Respeitável Grão-Mestre, Mário Martin Guia.

Maçonaria é ritual, mas não é só ritual. Maçonaria é estudo de símbolos, mas é mais do que isso. Maçonaria é também, e indissociavelmente, fraternidade e convívio fraternal. Que possibilita o convívio de gente, não fora a Maçonaria, desconhecida entre si, que vive e labuta em regiões tão díspares e distantes como a região de Paris, Bragança e Lisboa.

Um fim de semana alargado de convívio, boa disposição, fraternidade, cultura.

Os nossos Irmãos da Fraternidade Atlântica regressaram hoje a França. Esperamos que, parafraseando antigo e significativo brinde que os maçons costumam efectuar, tenham um bom regresso a suas casas, se for esse o seu desejo.

Rui Bandeira

01 abril 2008

Registo

No passado sábado, dia 30 de Março, teve lugar a Assembleia de Grande Loja da GLLP/GLRP do equinócio da Primavera. Como habitualmente, esta Assembleia de Grande Loja foi dedicada essencialmente a trabalhos administrativos. Estando prevista uma revisão do Regulamento Geral e do Estatuto da Associação GLLP, a Assembleia foi precedida, na manhã desse dia, por uma reunião entre a Comissão encarregada da elaboração das respectivas propostas e os representantes das Lojas, destinada a debater as propostas apresentadas e a analisar as posições transmitidas pelas Lojas. Essa reunião foi bastante profícua, tendo permitido limar algumas arestas, aperfeiçoar as propostas de alteração e expurgá-las de soluções menos adequadas, tendo-se atingido soluções consensuais que permitiram, em Assembleia, a rápida aprovação das praticamente consensuais emendas.

Ao princípio da tarde, teve lugar o também habitual Conselho de Veneráveis Mestres, reunião de todos os Veneráveis Mestres de todas as Lojas da GLLP/GLRP com a equipa do Grão-Mestrado, destinada à análise da actuação das Lojas, informação, coordenação e planificação dos trabalhos para os próximos meses. Esta reunião, que ocorre, normalmente, com uma periodicidade trimestral, é sempre um excelente meio de contacto entre os responsáveis máximos em exercício nas Lojas e de estabelecimento de plataformas e projectos de colaboração.

Ainda antes da Assembleia de Grande Loja, reuniu a Assembleia da Associação GLLP, a associação de direito civil que corporiza a personalidade jurídica da Obediência, que tratou dos indispensáveis assuntos inerentes à vida de uma associação de direito privado: debate e votação das contas do ano transacto, debate e votação do orçamento e eleições dos titulares dos órgãos sociais. Enfim, profanidades, mas profanidades necessárias...

A Assembleia de Grande Loja procedeu então à formal aprovação das alterações ao Regulamento Geral, contas e Orçamento. Burocracias, mas não só, já que estes instrumentos são essenciais à normal vida da Obediência e neles se espelham escolhas importantes sobre os caminhos que a mesma trilhará no futuro próximo.

Mas tudo isto não é o verdadeiro objectivo deste texto. Esse apresenta-se em quatro parágrafos, já de seguida.

É normal que em todas as Assembleias de Grande Loja exista um período de intervenções "a bem da Ordem", isto é, um período destinado a intervenções sem sujeição a ordem de trabalhos definida. Tradicionalmente, esse período era aproveitado pelas Lojas para a apresentação de cumprimentos ao Grão-Mestre, aos Grandes Oficiais e às demais Lojas, em intervenções protocolares espelhando o sentimento de fraternidade que a todos une. No princípio e durante algum tempo, era um intervalo agradável nos trabalhos. Mas o número de Lojas foi crescendo. O que inicialmente era uma dúzia de breves apresentações de cumprimentos, que não consumiam mais de um quarto de hora, passou a ser um penoso e longo exercício de repetitivas intervenções de dezenas de Lojas. Havia que atalhar. A Maçonaria preza as suas tradições - e a afirmação e reafirmação dos sentimentos fraternais é indubitavelmente uma delas -, mas deve evoluir e promover mudanças sempre que necessário. E, em regra, as melhores soluções acabam por ser simples, ovos de Colombo à vista de toda a gente, mas ignorados até que alguém se lembra de para elas chamar a atenção.

Desde o início do mandato do actual Grão-Mestre que se optou por uma solução que, mantendo a afirmação da fraternidade, obviou à perda de tempo e à penosidade de sucessivas intervenções parecidas de dezenas de Lojas: em cada Assembleia de Grande Loja intervém, para a tradicional apresentação de cumprimentos e manifestação de regozijo pela presença e convívio de todos, apenas UMA loja, que assegura a dita intervenção em nomes de todas as Lojas presentes. A escolha da Loja que intervém é simples e feita de forma transparente: por ordem do respectivo número no cadastro da Grande Loja.

O ano passado houve quatro sessões da Assembleia de Grande Loja. A deste fim de semana foi a quinta sessão, desde que se inaugurou, com proveito, este sistema. A Loja Mestre Affonso Domingues é a Loja n.º 5 no cadastro da GLLP/GLRP. Logo, nesta Assembleia de Grande Loja, a intervenção para a protocolar apresentação de cumprimentos foi da responsabilidade da Loja Mestre Affonso Domingues e assegurada pelo seu actual Venerável Mestre, JPSetúbal.

Não se trata de nada particularmente especial. Mas não quis deixar de aqui registar este acto. Até porque, se a GLLP/GLRP mantiver, como todos esperamos, a sua saudável evolução e o seu paulatino crescimento, em número de obreiros e de Lojas, o mais certo é que idêntica situação não volte a ser assegurada pela Loja Mestre Affonso Domingues (basta que a média de criação anual de novas Lojas não seja inferior ao número de Assembleias de Grande Loja) ou, pelo menos, só volte a ser assegurada por ela daqui a muitos e muitos anos. E isso merece registo!

Rui Bandeira

19 agosto 2007

Desafio - Da Justiça Maçonica

Escrevo hoje (Domingo) porque sei de antemão que amanhã segunda será muito dificil encontrar tempo para postar, e como meu compromisso é 1 post por dia excepto fim de Semana e Feriado.

O nosso leitor Simple ( de identidade blogueira apenas) é tudo menos simples nas suas perguntas.

Cabe-me a mim dar respostas simples a perguntas complicadas.

A pergunta (com respectiva introduçao e considerandos)

Simple disse...
Caros: Já que prorrogaram o prazo, aqui seguem mais umas.

Li não sei bem onde (tenho que passar a ser mais organizado com os meus bookmarks...) que um maçon deverá resolver eventuais litígios com outros maçons dentro da Maçonaria, sem recurso aos tribunais civis.
Deverá, em princípio, aceitar a mediação do Mestre, mas encontrei referências a um tal "Tribunal Maçónico".
Ora, tanto quanto sei, a Maçonaria Regular pauta-se pelo escrupuloso cumprimento do ordenamento jurídico dos países em que se encontra implantada.
Assim, deveriam bastar-lhe os tribunais civis - a não ser que, à semelhança dos tribunais desportivos, as partes optem explicitamente por um sistema próprio.
Assim sendo, ficam as questões:- A Maçonaria Regular tem um Tribunal?- Para que serve?- Se existe, em que medida pode o seu âmbito colidir com o dos tribunais civis?- Os processos também demoram anos a ser julgados, acabando por prescrever? ;)Um abraço,Simple Aureole


Antes de mais uma correção.

Não prorrogaram ( plural) o prazo - prorroguei (singular) o prazo, logo Caros tem um s a mais.

Em todas as organizaçoes há a necessidade de regular determinado tipo de acçoes e de comportamentos, nomeadamente estipulando quais as consequencias do nao cumprimento.

Exemplo: O pagamento de quota pecuniaria é obrigatório. O nao pagamento tem uma repercussão.

Na Maçonaria Regular isto acontece também.

APenas posso falar do caso da GLLP, pois as estruturas sao distintas ( o poderão ser) de Grande Loja para Grande Loja.

Em Portugal existe um orgao eleito que administra a Justiça maçónica. Actua como primeira instancia quando o nao cumprimento é a um determinado nivel hierarquico, ou como orgao de recurso para decisões aplicadas em Loja.

Das decisões deste Orgao cabe recurso para o pleno da Grande Loja, ou seja para a Assembleia de Grande Loja.

Em caso algum saõ apreciados processos do foro civil, sendo apenas apreciados os resultantes do incumprimento das normas Maçonicas.

Os procedimentos de justiça têm tempos de resoluçao que estão fixos em regulamento próprio e que consequentemente impedem o arrastar no tempo dos ditos processos.

Concluindo:
A Maçonaria Regular administra justiça maçonica apenas.
Sendo de foro interno, nao creio que colida com a Lei Civil.
Os prazos estao estipulados para nao permitir o arrastamento dos processos.
De todas as decisões cabe recurso ao Orgao acima, sendo a decisao definitiva e sem recurso a proferida pela Asembleia de Grande Loja - orgão máximo da Grande LOja.


José Ruah

09 maio 2007

O nome da Grande Loja

O texto de JPSetúbal Noticiário da capoeira foi objecto de um comentário algo ácido de memorias, questionando a legitimidade do uso da sigla GLRP pela Grande Loja onde se integra a Loja Mestre Affonso Domingues, a Loja em que se enquadram os maçons que escrevem este blogue.

memorias é, manifestamente, um elemento ligado à estrutura que se designa de Grande Loja Regular de Portugal e que, segundo se deduz do que escreveu, reivindica o direito ao uso exclusivo da sigla GLRP.

Não vou aqui criticar nem desmerecer daqueles que, honestamente, então tomaram opção diversa da minha. Nem na altura da cisão havida na Maçonaria Regular Portuguesa dei para esse peditório, não o vou fazer agora.

Entendo que cada pessoa tem o direito de exprimir as suas posições, as suas opiniões e, por isso, de forma alguma critico memorias por ter expressado a sua naquele comentário. E distingo a forma do fundo. Aquela não me agradou: achei-a, como em outros comentários que entretanto li de memorias, desnecessariamente azeda e agressiva, nada ilustrativa de como um maçon deve argumentar. Este, merece a explanação do meu ponto de vista sobre o assunto. Esclarecido isto, vamos então ao assunto.

A Maçonaria Regular Portuguesa nasceu do anseio de um grupo de maçons, então integrando a única estrutura do tipo maçónico existente em Portugal, o Grande Oriente Lusitano, de assumirem o estrito cumprimento dos princípios da Maçonaria Regular e de virem a obter o reconhecimento da Comunidade Maçónica Regular Internacional como tal. Foram então esses maçons liderados por aquele que veio a ser o primeiro Grão-Mestre da Maçonaria Regular, Fernando Teixeira.

Sendo princípio inalienável da Regularidade que a constituição de uma potência Maçónica Regular deriva da transmissão dessa qualidade por uma Potência Regular pré-existente, esses maçons constituíram as suas Lojas (entre as quais a Loja Mestre Affonso Domingues) sob os auspícios da Grande Loge Nationale Française (GLNF), única Potência Maçónica Regular existente em França, agrupando essas Lojas num Distrito daquela Grande Loja.

A Maçonaria que se reclama da regularidade tem como um dos seus princípios enformadores o respeito das leis do Estado em que funciona. A legislação em vigor no Estado Português dispõe que, para uma comunidade de interesses ter relevância jurídica, deve estar constituída em associação (ou, eventualmente, fundação).

Em cumprimento da legislação do Estado Português, esses maçons refundadores da Regularidade em Portugal constituíram uma associação civil de direito privado denominada Grande Loja Regular de Portugal.

A seu tempo, a Grande Loge Nationale Française acedeu ao desejo dos maçons regulares portugueses de autonomizar o seu Distrito em Portugal e consagrá-lo como Grande Loja com autoridade exclusiva sobre a Maçonaria Regular em Portugal, com a designação, similar à da associação profana já existente, de Grande Loja Regular de Portugal.

Esta nova Potência Mónica Regular foi reconhecida como tal pela generalidade das suas congéneres de todo o Mundo, designadamente pela UGLE (United Grand Lodge of England) e pelas potências maçónicas americanas (para além, obviamente, da sua Grande Loja Mãe, a GLNF), reunindo assim o consenso do reconhecimento como Potência Maçónica Regular por todas as Potências Maçónicas Regulares chaves do globo (Grã-Bretanha, Estados Unidos e França).

Assim, e sendo Grão-Mestre Fernando Teixeira e Vice-Grão-Mestre Luís Nandin de Carvalho, ficou institucionalizada a Maçonaria Regular em Portugal com uma associação de direito civil e uma Obediência Maçónica internacionalmente reconhecida, ambas utilizando o nome de Grande Loja Regular de Portugal e a sigla GLRP.

Ocorreram então, em finais de 1996, os acontecimentos que vieram a ficar conhecidos pela cisão da Casa do Sino. Para melhor entendimento das suas consequências quanto ao nome da potência Maçónica Regular Portuguesa, importa ter presente alguns detalhes.

Os calendários eleitorais civil e maçónico não são coincidentes. Normalmente, as eleições nas associações civis ocorrem no primeiro trimestre de cada ano. Na Obediência Maçónica Regular, a eleição do Grão-Mestre sucessor ocorreu no final do segundo trimestre de 1996 e a sua posse no trimestre imediato. Por outro lado, a Casa do Sino, em Cascais, então a sede da Maçonaria Regular Portuguesa, fora arrendada em nome pessoal pelo então Grão-Mestre Fernando Teixeira.

No final do ano de 1996, alguns elementos da GLRP, discordando do Grão-Mestre Luís Nandin de Carvalho, e beneficiando do beneplácito do anterior Grão-Mestre, Fernando Teixeira, ocuparam a Casa do Sino e declararam que consideravam destituído o Grão-Mestre Luís Nandin de Carvalho.

A maioria dos maçons e das Lojas, concordantes ou não com o estilo de Luís Nandin de Carvalho, tendo ou não votado nele na eleição para Grão-Mestre, não acompanhou este pronunciamento, considerando-o violador das regras da Maçonaria Regular (eu permito-me acrescentar: das regras da maçonaria, seja ela Regular ou Liberal...), e, concordando ou discordando de Luís Nandin de Carvalho, tendo ou não votado nele, manifestou o reconhecimento pela sua autoridade de Grão-Mestre da Maçonaria Regular Portuguesa, legítima e regularmente eleito e instalado, e submeteu-se à sua autoridade, rejeitando o pronunciamento.

Os ocupantes e quem os apoiou declararam vago o cargo de Grão-Mestre e vieram a eleger, entre si, outrem a quem passaram a declarar ser o seu Grão-Mestre.

Estava consumada a cisão!

Colocou-se, porém, um problema jurídico: apesar de a maioria dos maçons regulares e das Lojas Regulares se ter mantido sob a autoridade do Grão-Mestre eleito e instalado, devido à falta de sincronismo dos calendários eleitorais civil e maçónico, os dirigentes em funções da associação civil denominada Grande Loja Regular de Portugal eram elementos que tinham apoiado a ocupação da Casa do Sino e se tinham pronunciado pela destituição do Grão-Mestre a que a maioria (concordando ou não com o seu estilo, tendo ou não votado nele) de maçons e de Lojas Regulares manteve a sua lealdade.

Para a maioria dos maçons que se mantiveram fiéis ao Grão-Mestre eleito e instalado, havia duas hipóteses: entabular um longo, desgastante e desprestigiante litígio nos tribunais do Estado sobre quem tinha direito de gerir a associação civil denominada Grande Loja Regular de Portugal ou, pura e simplesmente, não entrar em disputas estéreis e constituir uma outra associação civil que desse o enquadramento institucional civil e legal à Obediência Maçónica Regular que fora posto em crise pelo pronunciamento dos que optaram por rejeitar a autoridade maçónica Regular do Grão-Mestre eleito e instalado.

Optaram por não entrar em dolorosos, desgastantes e inúteis confrontos e criaram a associação civil denominada Grande Loja Legal de Portugal. Esta associação civil passou a enquadrar legalmente a Obediência Maçónica internacionalmente reconhecida, até aí, como Grande Loja Regular de Portugal.

Quer em virtude dessa continuidade, quer pelo peso sentimental do nome que também eles tinham ajudado e habituado a respeitar e a reconhecer, decidiram que a sua designação, enquanto Obediência Maçónica e estritamente nesse âmbito, passaria a ser Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, utilizando comummente a sigla GLLP/GLRP.

É esta a Potência Maçónica Regular que manteve o reconhecimento internacional como tal, seja da UGLE, seja da GLNF, seja das Potências Maçónicas Americanas, seja da generalidade das Potências Maçónicas Regulares de todo o Mundo

Resumindo: existe (creio que existe, admito que existe) a associação civil Grande Loja Regular de Portugal, controlada pelos que, em 1996, se subtraíram à autoridade maçónica do Grão-Mestre então eleito e empossado; existe a associação civil Grande Loja Legal de Portugal, que enquadra a Potência Maçónica Regular internacionalmente reconhecida como tal em Portugal. Esta, para evitar confusões, passou a usar a denominação Grande Loja Legal de Portugal/GLRP.

Nunca, em termos civis ou profanos, desde a cisão de 1996, a entidade que enquadra legalmente a Potência Maçónica Regular internacionalmente reconhecida como tal em Portugal usou ou usa outra denominação que não a de Grande Loja Legal de Portugal. Consequentemente, nunca usurpou ou usurpa o nome de outra associação.

Em termos estritamente maçónicos, por definição subtraídos e independentes dos poderes do Estado, a Obediência Maçónica Regular internacionalmente reconhecida como tal passou a designar-se Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, abreviadamente GLLP/GLRP, constituindo o último conjunto de quatro letras a homenagem e a ligação à sua designação original, que teve de alterar em virtude de eventos dolorosos protagonizados por elementos que tomaram opções diversas dos que se mantiveram fiéis ao que entenderam ser o espírito e a prática da Regularidade Maçónica.

A Loja Mestre Affonso Domingues e os seus obreiros orgulhosamente enquadram-se na Grande Loja Legal de Portugal/GLRP e aí seguem o seu caminho na busca do seu aperfeiçoamento.

À Loja Mestre Affonso Domingues e aos seus obreiros nenhuma mossa faz, nenhum incómodo traz, que outros, que fizeram opções diferentes das deles, usem, na organização em que se agrupam, o nome que entenderem. Essa é uma contenda que não temos, que não nos interessa, que não nos motiva e que não nos afecta! O que importa não é a designação que se usa, o que interessa é o trabalho que se faz, o projecto que se segue, o caminho que se trilha!

Desejamos sinceramente que ninguém busque criar conflitos, ou levantar contendas, ou simplesmente expressar azedume a propósito de nomes ou designações. Para esse peditório, repito, não demos, não damos e nunca daremos!

E, se alguém tiver dúvidas, pergunte a quem foi da Loja Mestre Affonso Domingues e teve a opção diferente da maioria da Loja o que, então, todos nós, combinámos! E ficará a saber que, para todos, a maioria que ficou e aqueles que se foram, quem foi da Loja Mestre Affonso Domingues é sempre da Loja Mestre Affonso Domingues, esteja onde esteja, esteja com quem esteja, pense como pensar, opte como optar! Foi, é e será sempre um dos nossos! Que fique esclarecido e que ninguém tenha disso dúvidas!

Portanto, não vale a pena quem quer que seja procurar vir a este blogue relançar pretensas rivalidades. Da nossa parte, não terá quem as sustente. O que nós desejamos é, tão simplesmente, que cada um siga o seu caminho e que seja feliz nele. O que pedimos é, tão só, que não nos venham importunar no nosso caminho. E, se algum dia, os nossos caminhos se voltarem a cruzar e a unir, tanto melhor. A isso eu chamo, também, ser maçon!

Rui Bandeira

28 março 2007

Grandes Inspectores

É importante clarificar a nuance.


Nas obediencias regulares os graus Azuis ( 1º ; 2º ; 3º) e os Graus filosoficos ou Altos Graus estão separados administrativamente.


Sendo assim a Grande Loja Legal de POrtugal / GLRP titula administrativamente a Maçonaria Azul , tendo estabelecido convenios com os Organismos que titulam os Altos Graus e que são fundamentalmente 3 linhas:


Rito Escoces Antigo e Aceite

Regime Escoces Rectificado

Rito de York e suas Derivativas.


O convenio estabelecido com estas entidades especifica que apenas Maçons da GLLP/GLRP poderão pertencer a estes altos graus e que se deixarem de pertencer À GLLP/ GLRP sairão tambem dos altos Graus.


A Grande Loja no entanto tem uma estrutura administrativa que inclui 3 cargos eleitos separadamente e um certo numero de cargos nomeados pelo Grao Mestre. Entre estes estão os Grandes Inspectores em numero igual aos ritos praticados pela Grande Loja.


Estes Grandes Inspectores têm por missao fiscalizar as Lojas verificando que tudo se encontra dentro dos regulamentos e que os rituais são praticados e trabalhados de forma correcta. Devem ainda propor medidas correctivas e em casos extremos sanções.


A Unica condiçao para se ser Grande Inspector é ter sido Veneravel Mestre de uma Loja.


No Post anterior e eu referi-o em comentario ao post o Rui usou o Simbolo dos Grandes Inspectores do REAA ( altos graus). Ora para ser esse Grande Inspector é necessario ser grau 33, o que nao sou ( mas por outras razões que para aqui nao sao chamadas).



Para comparaçao encontrei a imagem de um avental de Grande Loja para o Cargo de Grande Inspector. Poderão ver no centro do Avental o Simbolo Distintivo da Função ( a figura é de um avental da G.L. N. Francesa)

Comparando com a Aguia Bicefala simbolo do 33º poderão perceber a grande diferença.
Na verdade há mais uma diferença. Uma vez 33º sempre 33º, uma vez que é um grau obtido por iniciação. Quanto à função de Grande Inspector da Grande Loja, essa é efemera terminando quando o Grao Mestre assim o desejar, não conferindo qualquer direito o prerrogativa uma vez terminada.
JoseSR

Grande Inspector do REAA

Hoje apetece-me cometer uma inconfidência! Bem sei que nós, os maçons temos fama de ser discretos (alguns dizem "secretos"), mas todos temos direito a um momento de fraqueza...

Do que se passou na sessão da Primavera da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal já o JPSetúbal deu conta. Mas houve algo, com um particular interesse para nós que ele não contou! Discreto!

Naquela sessão de Grande Loja ocorreu, já se disse, a investidura do Grão-Mestre Mário Martin Guia. Mas houve mais... Ocorreu também a ajuramentação dos Grandes Oficiais designados pelo novo Grão-Mestre.

Ora sucede que um desses Grandes Oficiais é o que exerce a função de Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. E sucede também que o ajuramentado Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite é um elemento da Loja Mestre Affonso Domingues. Até aqui, nada de anormal: a Loja Mestre Affonso Domingues é uma das lojas mais antigas da GLLP/GLRP (é a Loja n.º 5) e está habituada a que elementos que a integram façam parte do Quadro de Grandes Oficiais.Todos os que passaram por essa situação exerceram os ofícios para que foram escolhidos com espírito de serviço e dedicação. Nada de mais, realmente.

Mas a razão da inconfidência é que, neste caso, vocês, nossos caros leitores, conhecem o novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. É certo que, pessoalmente, só alguns. E de nome poucos mais. Mas se o que um homem escreve permite perscurtar um pouco da sua alma, então, meus caros, esse é o caso daqueles que costumam visitar e ler esteblogue.

O novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal é o colaborador do A Partir Pedra JoséSR!

Ele não o diria, modesto como é. Mas nós, os outros que aqui escrevemos, estamos muito satisfeitos com a escolha do M:. R:. Grão-Mestre!

Bom, só há um problema: já repararam, certamente, que apreciamos particularmente arranjar maneira de manter umas polemicazitas com o JoséSR...Isso agora, vai ficar mais complicado e fiar mais fino... Afinal de contas, Grande Inspector é Grande Inspector...

Brincadeiras à parte, JoséSR é o homem certo para a função. Poucos maçons regulares em Portugal conhecerão tão profundamente o ritual do Rito Escocês Antigo e Aceite como ele. E também poucos o executarão de forma tão conscientemente cuidada. Eu sei bem disso: há mais de quinze anos que o testemunho!

Bem executar o ritual em que se trabalha é importante para os maçons (um dia destes escreverei um texto sobre isso, sobre o ritual e sobre a sua importância). Tão importante que as Grandes Lojas têm elementos (os Grandes Inspectores dos vários ritos e os seus Assistentes) cuja função é visitar as várias lojas e observar como elas o executam, com vista a detectar possíveis falhas e ajudar os seus elementos a corrigi-las. E, não havendo falhas, a ajudar a que sejam ainda melhores.

Para uma loja, ser visitada por um Grande Inspector ou por um Assistente de Grande Inspector é uma ocasião em que todos procuram dar o seu melhor. E assim só o mero facto de serem visitadas por um desses Grandes Oficiais por si só já contribui para o aperfeiçoamento do seu trabalho ritual em sessão. Receber os conselhos (e também as críticas, se for caso disso) de um Grande Inspector é sempre uma mais-valia.

Com o JoséSR, todas as lojas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceite sabem que vão beneficiar da ajuda do melhor.

Todos nós, aqui no blogue e na Loja Mestre Affonso Domingues sabemos que o "nosso" JoséSR vai fazer um excelente trabalho!

Rui Bandeira

25 março 2007

O Dia Seguinte

Continuando o “post” anterior, do Rui, é altura para anunciar que hoje é o “dia seguinte” e assim sendo já podemos afirmar que tudo foi verdadeiramente JUSTO e PERFEITO (bem, exceptuando a treta do ar condicionado que acabou sendo condicionado demais).

O nosso querido Mário Martin Guia está instalado em sua Cadeira de Salomão, regularmente eleito e investido, com o testemunho de mais de 400 Irmãos Maçons e de muitas das obediências maçónicas regulares estrangeiras.

Com a pompa e circunstância bem merecidas estiveram presentes representações da G.L. Unida de Inglaterra (representada pelo respectivo Vice Grão-Mestre e como se sabe o Grão-Mestre é o Duque de Kent e a sua deslocação ao estrangeiro implica relações ao nível de Estado que complicam sistematicamente a sua presença nestes eventos), e das Grandes Lojas de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, de Washington D.C., da Macedónia, Nacional Francesa, da Costa do Marfim, Grandes Orientes do Brasil e de Itália e do Supremo Conselho dos Estados Unidos.
A juntar a todos estas representações tivemos a presença, que nos toca especialmente, da Respeitável Loja Fraternidade Atlântica da G. L. Nacional Francesa, que tem connosco (Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues) uma convivência de geminação, única na nossa obediência.

A sessão teve a presença de mais de 400 Irmãos Maçons e pensamos ter sido a mais assistida jamais realizada no âmbito da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (talvez por isso se sentiu tanto a fraqueza do ar condicionado…) e o jantar de gala cerca de 290 participantes.
Se estivéssemos no futebol teriam sido casas cheias !
Foi uma festa bonita, de alegria, de esperança, que a presença dos Grão-Mestres anteriores (Nandin de Carvalho, José Anes e o agora substituído Alberto Trovão do Rosário) e do candidato não ganhador (Fernando Ferrero) tornou num hino à verdadeira fraternidade maçónica.
JPSetúbal

23 março 2007

Investidura do Grão-Mestre da GLLP/GLRP

Vai ter lugar amanhã, dia 24 de Março de 2007, a partir das 17 horas, num hotel de Lisboa, a sessão da Primavera da Grande Loja /Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal.

O elemento central da ordem de trabalhos da sessão é a Investidura nas funções de Grão-Mestre do Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia, que foi eleito para o exercício desta missão no passado dia 16 de Dezembro, na sessão de Inverno da Grande Loja realizada em Tomar, em que se procedeu ao apuramento do resultado das votações ocorridas em todas as Lojas da Obediência.

Desde a data em que foi proclamada a sua eleição até à investidura que irá agora ocorrer, o Grão-Mestre eleito tomou mais profundamente conhecimento dos assuntos em andamento na Obediência, beneficiando da colaboração do Grão-Mestre em exercício, e seleccionou e escolheu os colaboradores que o irão auxiliar na condução dos destinos da Grande Loja durante o seu mandato, integrando o Quadro de Grandes Oficiais da GLLP/GLRP. O trimestre de transição entre a eleição e a investidura permitiu, assim, uma suave transição entre as duas equipas de direcção da Obediência, a que cessa as funções que frutuosamente exerceu e a que agora vai assumir a responsabilidade da gestão da GLLP/GLRP.

Na sessão de instalação estarão representadas todas as Lojas da GLLP/GLRP, os Corpos Rituais dos Altos Graus regularmente praticados em Portugal e as Grandes Lojas e Grandes Orientes internacionalmente reconhecidos como Regulares, convidados para a ocasião, e estarão presentes todos os maçons , de todos os graus e de todas as Lojas da GLLP/GLRP, que desejem fazê-lo.

Será manifestado o respeito pela Nação e seus símbolos, quer pela presença, no lugar proeminente que lhe compete, da Bandeira Nacional, quer pela, como sempre, sentida e respeitosa entoação do Hino Nacional. Seguidamente, efectuar-se-á a silenciosa homenagem à memória dos Irmãos que passaram ao Oriente Eterno.

Após a realização das operações de leitura e votação de aprovação da acta da sessão anterior, será apresentado o relatório do Grande Secretário e proceder-se-á à imposição de distinções honoríficas conferidas pela Obediência.

O final do exercício de funções do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, será, muito simbolicamente, assinalado com a apresentação por este da sua última prancha de Grão-Mestre.

Efectuar-se-á então a cerimónia de investidura do M:. R:. Grão-Mestre Mário Martin Guia, após o que este procederá à nomeação e ajuramentação do corpo de Grandes Oficiais, que o acompanhará no exercício do seu mandato.

Está prevista seguidamente a habitual concessão da palavra a Bem da Ordem, que será certamente utilizada pelos representantes das várias Lojas para saudarem o novo Grão-Mestre e manifestarem a disponibilidade das mesmas para a cooperação e colaboração nas tarefas que se perfilam no horizonte, bem como a concessão da palavra aos Muito Ilustres Visitantes.

Proferirá depois o Grão-Mestre recém-investido a sua primeira alocução nessa qualidade.

Após a apresentação da prancha do Grande Orador, circulará o Saco da Beneficência, na habitual recolha de fundos para as obras de beneficência auxiliadas pela Grande Loja, e executar-se-ão as operações de encerramento dos trabalhos.

Pelas 20 horas, no mesmo hotel, terá lugar um jantar de convívio, em honra das senhoras.

É um simples acto da mais elementar justiça, que neste blogue gostosamente se pratica, reconhecer o frutífero desempenho do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, e da equipa de Grandes Oficiais que o auxiliou, e manifestar a todos eles a gratidão pelos esforços que desenvolveram a bem da nossa Ordem.

É um simples acto de natural confiança declarar que todos depositam as maiores e mais optimistas expectativas no bom desempenho de funções pelo novo Grão-Mestre, M:. R:. I:. Mário Martin Guia, e da equipa que o acompanhará.

É um simples acto de natural satisfação consignar a naturalidade com que ocorre a transição entre dois ciclos.

Rui Bandeira