21 setembro 2008

O Templo de Salomão


Um poema escrito por um Aprendiz - vale a pena ler

Esculpido foi aquele templo
No tempo de Salomão.
Como que pedra cúbica sobre pedra cúbica,
Cada pedra, cada ponta,
Aponta-me um novo mundo:
– O Templo de Salomão!

Oh! Como são belas as colunas... Ícones da maçonaria!
A fraternidade universal
Da beleza, da força e da sabedoria.
Romãs, acácias e labirintos,
Mágicos modelos templários.
Todos os nossos instintos,
enigmas
Dogmas de Zoroastro
Antigos e novos calendários.

Harmónicos e eternos rosa-cruzes,
Misteriosos, entrelaçados.
Todas as raças do mundo
Em uma só igualdade.

Herdeiros de Alexandria
Livro da lei:
Velho e Novo testamento
Palavras de Salomão
– Façam de mim o teu instrumento.

Ensinam-me a caminhar ao topo da escadaria
Régua e compasso... Geometria!
Somente corações puros
Progridem na maçonaria.

Oh! Como é fantástico adentrar ao templo:
– É saborear o gozo do crepúsculo de cada manhã,
– É aprender filosofia, arquitectura e sabedoria,
– É ouvir de nossos mestres: “A lenda de Hiram”.

Salomão!
Símbolo máximo da ciência e sabedoria suprema.
Hiram!
Arquitecto, governador da ordem e da justiça.
Assassinato foi sua sentença
Venerado combatente
Sublimes segredos
Relatos e poemas.
Só decifro em Pitágoras
Seus pentagramas e teoremas,

Porque...
Há um olho no céu:
Atravessa-me,
Impulsiona-me
Aperfeiçoa-me... Cada aresta!
Transforma-me... Um fiel irmão!... (prontidão).
Ventanias entre universos
Virtudes, razões, cantos paralelos,
Como se neles sempre existissem:
... Versos!
Transparência,
É a corrente de aprendizes
Despidos do medo
E isentos de profanas insígnias.
Inteligência,
São os companheiros e os mestres
Interligados.
Brilho em Vénus
Raio de sol
Chaves astronómicas e rectilíneas.

Nada é mais belo
Que a verdade.
Busco o princípio,
O começo!
Vasculho origens
Luz e vida,
Sonhos e silêncio.
O mundo é esse,
Assim como o vemos em nossa frente?
Cinzel, malhete, acertos, erros e ilusões?
Ou é o passado que retorna,
Simplesmente?

Não!
Não estamos sonhando,
Não criamos ilusão.

Nós arquitectamos,
Revolucionamos,
Reconstruímos pontes
Dentro de cada coração.
– Reconstruímos juntos:
“O Templo de Salomão”.

Autor: Wlidon Lopes da Silva

19/21 de Setembro


19 de Setembro




Na 6ª feira passada, 19 de Setembro, estive no velhinho "Martinho da Arcada" no jantar comemorativo dos 20 anos da nossa Loja Irmã "Fernando Pessoa".

Como era de esperar a sala estava muito bem composta, fraternalmente ocupada, tendo a noite sido preenchida por 2 sessões, uma de "comeres" e outra de "dizeres", sendo que a segunda seria sempre a mais importante, e foi ! Os "dizeres" por sua vez tiveram 3 intervenientes:

- NNF que contou a história da RLFernando Pessoa, a primeira a surgir na Obediência em que nos integramos e portanto a Nº 1 da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP;
- FQ que falou de Fernando Pessoa, da vida dos desassossegos, da obra, dos amores e desamores com a "Ofélinha" e por aí fora...;
- DR que disse alguns poemas de Fernando Pessoa.

A reunião terminou por volta da meia-noite mas, pelo menos para alguns (eu incluido), se durasse a noite toda não se teria perdido nada.

Daqui vão os PARABÉNS da redação do "A-PARTIR-PEDRA" para os nossos Manos em festa.

Mais ano menos ano (mais 2) também nós na Mestre Affonso Domingues comemoraremos os nossos 20 aninhos.

21 de Setembro

Talvez por esta aproximação Pessoana resolvi lembrar na data de hoje, 21 de Setembro, um dos momentos mais extraordinários da poesia, ela toda, universal, transportadora de sentimentos, panfletária de revoltas, o mais possível desassossegada, que Fernando Pessoa nos legou.

Faz hoje anos (45) que um barco grande, teria sido um magnifico navio de cruzeiros se não lhe tivessem adulterado a função, partiu do Tejo direito "às Áfricas", na altura longinquas, misteriosas, desconhecidamente perigosas.

É na recordação dessa partida, desse navio e principalmente de quem lá ia dentro, que copio para aqui as palavras de Fernando Pessoa.
Na época o slogan era algo diferente do actual:

- "Há mar e mar, há ir e não voltar"

Para muitos foi assim !


O Menino da Sua Mãe

No plaino abandonado

Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
-Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe

Fernando Pessoa

Um belo Domingo para todos e preparem a semana que aí vem.
Que seja alegre de muito e bom trabalho.

NOTA EXTRA - Para os nossos visitantes que não conhecem Lisboa, ou conhecem mal, vale uma explicação extra sobre o Martinho da Arcada.
O “Martinho da Arcada” é actualmente um restaurante de Lisboa, situado no antigo “Terreiro do Paço”, hoje Praça do Comércio, a oriente da praça e sob as arcadas que a rodeiam. Bem junto ao Rio Tejo.

Inaugurado em 1782 e situado sob as arcadas da Praça do Comércio, foi um dos cafés mais emblemáticos de Lisboa. Um dos seus mais distintos clientes foi o poeta Fernando Pessoa, que aqui gostava de fazer as suas refeições ou passar longas horas escrevendo. As paredes encontram-se decoradas com fotografias do poeta, a par de bonitos azulejos antigos (transcrição de “lifecooler-Guia de Boa Vida”)

Paiva Setúbal

19 setembro 2008

FAQ sobre Maçonaria


A FAQ (perguntas e respostas) sobre Maçonaria que reproduzo abaixo não é da minha autoria, sendo eu unicamente responsável pela sua adaptação. Naturalmente, são da minha responsabilidade os erros e/ou imprecisões que a minha adaptação possa ter introduzido no texto.

1. O que é a Maçonaria dos nossos dias?

A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, escolhidos pelas suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança de que com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.

2. A Maçonaria é uma sociedade secreta?

A Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido tradicional do termo. Uma sociedade secreta é aquela que tem objectivos secretos e oculta a sua existência assim como as datas e locais de suas sessões. O objectivo e propósito da Maçonaria, as suas leis, história e filosofia tem sido divulgados em livros que estão a venda em qualquer livraria. Os únicos segredos que a maçonaria conserva são as cerimónias usadas na admissão de seus membros e os meios usados pelos Maçons para se conhecerem. A Maçonaria é simplesmente discreta.

3. A Maçonaria é uma religião?

A Maçonaria não é uma religião no sentido de ser uma seita, mas é um culto que une homens de bons costumes. A Maçonaria não promove nenhum dogma que deva ser aceito tácicamente por todos, mas inculta nos homens a prática da virtude, não oferecendo panaceias para a redenção de pecados. O seu credo religioso consiste apenas em dois artigos de fé que não foram inventados por homens, mas que se encontram neles instintivamente desde os mais remotos tempos da história: A existência de Deus e a Imortalidade da Alma que tem como corolário a Irmandade dos Homens sob a Paternidade de Deus.

4. A Maçonaria é anti-religiosa?

A Maçonaria não é contra nenhuma religião. Ela ensina e pratica a tolerância, defendendo o direito do homem praticar a religião que entender. A Maçonaria não dogmatiza as particularidades do credo e da religião, mas reconhece os benefícios e a bondade assim como a verdade de todas as religiões, combatendo, ao mesmo tempo, as suas inverdades e o fanatismo.

5. A Maçonaria é ateísta ou meramente agnóstica?

A Maçonaria não é ateísta nem agnóstica. O ateu é aquele que diz não acreditar em Deus enquanto o agnóstico é aquele que não pode afirmar, conscientemente, se Deus existe ou não. Para ser aceite e ingressar na Maçonaria, o candidato deve afirmar a sua crença em Deus, O Grande Arquitecto do Universo.

6. A Maçonaria é um partido político?

A Maçonaria não é um partido político, nem tem partido. Como princípio, a maçonaria apoia o amor à Pátria, o respeito às leis e à Ordem, pugnando pelo aperfeiçoamento das condições humanas. Os maçons são aconselhados a serem cidadãos exemplares e a se afastarem de movimentos cuja tendência seja a de subverter a paz e a ordem da sociedade: São também incentivados a serem cumpridores das ordens e das leis do país em que estejam a viver, sem nunca perder o dever de amar o seu próprio país. A maçonaria promove o conceito de que não pode existir direito sem a correspondente prestação de deveres, nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem responsabilidade. Os maçons, como tal, não se envolvem em actividades de natureza politíca.

7. A Maçonaria é uma sociedade de auxílios mútuos?

A Maçonaria não é uma sociedade de auxílios mútuos, não assegurando uma fonte de rendimentos para qualquer dos seus membros, nem mesmo para os que ocupam cargos. Contudo, a Maçonaria empenha-se em que nenhum de seus membros sofra necessidades ou seja um peso para os outros. O Maçon necessitado é apoiado pelos demais membros da Ordem.

8. A Maçonaria é uma ideologia ou um "ismo"?

A Maçonaria nem é uma ideologia, nem um "ismo". Ela não se envolve com as subtilezas da filosofia política, religiosa ou social. A Maçonaria reconhece que todos os homens tem uma só origem, participam da mesma natureza e tem a mesma esperança e, por conseguinte, devem trabalhar em união para o mesmo objectivo - a felicidade e bem estar da sociedade.

9. Então o que é a Maçonaria?

A Maçonaria é uma organização mundial de homens que, através de formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente se uniram para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade. Admitindo em seu seio, homens de carácter, sem consideração à sua raça, cor ou credo, a Maçonaria esforça-se para constituir uma liga internacional de homens dedicados a viverem em paz, harmonia e afeição fraternal.

10. Qual é a missão da Maçonaria?

A missão da Maçonaria é a de "fazer amigos, aperfeiçoar suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus semelhantes como homens e irmãos".

A missão da Maçonaria ainda é a prática das virtudes e da caridade, é confortar os infelizes, não voltar as costas à miséria, restaurar a paz de espírito e a paz aos desamparados e dar novas esperanças aos desesperançados.

11. A Maçonaria obriga a juramentos anti-sociais?

A Maçonaria não obriga nenhum homem a juramentos incompatíveis com sua consciência, com as regras sociais e/ou do estado de direito, bem como da liberdade de pensar.

12. Porque é que a Maçonaria não inicia mulheres?

Tendo evoluído da Maçonaria Operativa que erguia templos no período da construção de catedrais, a Maçonaria adoptou a antiga regulamentação que provia o seguinte: "As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livres, de idade madura, sem vínculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim como homens de comportamento duvidoso ou imoral.

A regularidade da maçonaria deve-se ao facto de esta se ater aos seus princípios básicos e imutáveis regidos por Landmarks, entre os quais se inclui o que acima se disse.

13. Por que se chama templos aos locais de reunião?

Os lugares onde os maçons se reúnem são designados templos porque, embora não sendo uma religião ou reunindo-se em uma igreja, a Maçonaria preserva religiosamente os direitos de cada indivíduo praticar a religião ou credo de sua preferência, mantendo-se equidistante das diferentes seitas ou credos. A Maçonaria ensina a todos como respeitar e tolerar as diversas religiões dos seus membros.

14. A Maçonaria Universal obedece a uma autoridade máxima?

Nem mesmo num país como os Estados Unidos, composto de 50 Estados e com cerca de 4 milhões de Maçons, a Maçonaria obedece a uma autoridade suprema. A Maçonaria em cada país ou em cada estado de uma Federação é regulada e dirigida por uma Grande Loja independente e soberana. Contudo, a Maçonaria Universal tem um sistema de regularidade, que permite às diversas Organizações Maçónicas reconhecerem-se como tal, desde que respeitem as regras (Landmarks) secularmente estabelecidas.

Adaptado de: "Maçonaria - Sua História, Objectivos e Princípios" - Erwin Seignemartin (28.09.79)

O vento canta!


Esta historieta - que, como habitualmente, recebi por correio eletrónico e de que desconheço quem seja o autor - parece-me particularmente adequada para os dias que vão correndo. Anda tudo ansioso, preocupado, pessimista, ai que até um grande banco americano abriu falência, ui que o petróleo ora baixa, ora sobe outra vez, mas a gasolina e o gasóleo não baixam coisa que se veja (e, se baixarem, ei, cuidado com os gastos de combustível, olhem a poluição e o aquecimento global...). Enfim, por todo o lado, parece que toda a gente só vê perigos e não descortina possibilidades de mudanças positivas. Não é seguramente boa ideia ser um irrazoável otimista; mas também não se ganha nada em ser um embrutecido pessimista, esquecido que as crises servem para nos adaptarmos, abandonar o que está mal ou é ineficiente e passar a adotar o que melhor global e individualmente nos convém. Vamos então à história, que é pequena no tamanho, mas espero que grande na lição.

Certa vez uma fábrica de calçado desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Enviou, então, dois dos seus melhores consultores a pontos diferentes desse país para realizarem as primeiras
observações do potencial daquele futuro mercado.

Depois de alguns dias de pesquisa, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da fábrica:

"Cancelem o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos."


Sem saber desse fax, o segundo consultor enviou o seu com os seguintes dizeres:

Tripliquem o projeto da exportação de sapatos para a Índia.
Aqui ninguém usa sapatos... ainda."


MORAL DA HISTÓRIA:

A mesma situação era um tremendo obstáculo para um dos consultores e uma fantástica oportunidade para o outro. Da mesma forma, tudo na vida pode ser visto com enfoques e maneiras diferentes. A sabedoria popular traduz essa situação na seguinte frase:

OS TRISTES ACHAM QUE O VENTO GEME; OS ALEGRES ACHAM QUE O VENTO CANTA.


O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
A maneira como cada um encara a vida faz TODA a diferença.

Crise? Qual crise? Um mundo em fase de mudança, é o que é! Basta-nos estar atentos, navegar aproveitando o vento (e, quando preciso, saber também bolinar...) para chegarmos a bom porto, um pouco melhor do que aquele de onde partimos!

Rui Bandeira

18 setembro 2008

Sobre o Grande Arquiteto do Universo - 2


Há tempos, num seu comentário ao texto Maçons e controvérsia sobre religião, o simple lucidamente fazia notar que, embora aparentemente o José Ruah e eu muitas vezes pareçamos discordar, o que na realidade acontece é que normalmente estamos de acordo, simplesmente analisamos os temas de forma diferente, no fundo cada um olhando para uma das faces da mesma moeda. Tem razão o simple: o nosso pensamento é, no essencial, muito semelhante, a forma como lá chegamos ou como o expressamos é que, muitas vezes, é diferente. Hoje, o simple vai ter mais uma demonstração do acerto da sua apreciação.

No mês passado, o José Ruah escreveu um texto sobre o Grande Arquiteto do Universo, no qual, em síntese e simplificando, esclarece que esta designação constitui uma abstração em que cabe qualquer conceito de Divindade ou Criador. Daí que tenha prosseguido, esclarecendo que a Maçonaria Regular pergunta a quem a ela pretende juntar-se uma pergunta muito simples (Acredita no Grande Arquiteto do Universo?), que pede a mais simples das respostas, a escolha entre a afirmativa e a negativa.

O simple, que está sempre à procura de ir mais fundo, insistiu na concretização do conceito, lembrou que no sítio da Loja Mestre Affonso Domingues se afirma que a Maçonaria Regular é deísta, trouxe à colação um texto sobre Deísmo na edição em língua inglesa da Wikipédia e uma pretensa "teologia" básica da Maçonaria (infeliz escolha de termos...), em jeito de argumento pelo absurdo inquiriu se integraria o conceito de crente no GADU quem acreditasse que a espécie humana tinha sido criada por uma avançada espécie extra-terrestre, entretanto extinta; em resumo, procurou levar o José Ruah a aprofundar a noção de GADU que ele dera. O José Ruah, que não se deixa arrastar para discussões que considera estéreis, cartesiano e direto como sempre, limitou-se a reafirmar que nada mais entendia que se devesse acrescentar à noção que dera e deu o tema por encerrado.

Pelo contrário, eu decidi dar resposta ao "repto" do simple. Mas a introdução a este texto já permite intuir que, se formalmente faço diferente do Ruah, materialmente a resposta é exatamente a mesma: o texto original do Ruah coloca acertadamente a questão e não há, utilmente, maior definição a dar ao conceito, em termos de Maçonaria Regular.

O simple insiste em saber se não é desejável, acertado, concretizar mais o conceito de GADU, em termos de Maçonaria Regular. Mais do que responder-lhe com uma simples negativa, convido o simple a simplificar e, mais do que procurar ensinamentos através do Google, buscar entender por si próprio a razão de ser da amplitude do conceito de GADU que a Maçonaria Regular utiliza.

Deixe o simple de lado a questão do deísmo, até porque, como terá a oportunidade de verificar noutro texto, que oportunamente escreverei sobre o tema, antes de se falar sobre deísmo é necessário verificar que definição do conceito se está a utilizar. Não considere a pretensa "teologia" maçónica, até porque mais tarde espero ter a possibilidade de lhe demonstrar que, não só não há nenhuma "teologia" maçónica, como os princípios apontados no texto correspondem a um particular entendimento cultural, porventura até mais teísta do que deísta, da concepção da maçonaria. Esqueça o seu argumento pelo absurdo, até porque o mesmo nem sequer é relevante: a criação de uma espécie animal num pequeno planeta orbitando à roda de uma insignificante estrela situada na ponta de uma das miríades de galáxias existentes nem sequer merece comparação com a criação do Universo! Tomar aquela por esta seria o mesmo que confundir a primeira frase escrita por uma criança que está aprendendo a escrever com Os Lusíadas...

Quer então o simple, ou qualquer outro que este texto leia, entender a noção de GADU acolhida pela Maçonaria Regular? Não precisa de ler, não precisa de pesquisar. Basta que, numa qualquer noite sem nuvens se desloque a um local pouco iluminado - quanto menos luz, melhor! Aí chegado, ponha-se em posição que lhe seja confortável e... olhe para o alto! Só isso! Olhe, veja, repare nos incontáveis pontos luminosos que verá. Lembre-se que cada um deles é uma estrela - alguns já foram, porque, de tão distantes, a sua luz demora tanto, mas mesmo tanto, a chegar até nós, que já só é o testemunho de algo que, tendo existido, já se extinguiu. Procure abarcar o conceito de milhões de estrelas existentes numa inimaginável imensidão de Espaço e Tempo. E junte-lhes os planetas que à roda delas girarão. E mais os cometas. E... E...

Agora, sempre olhando para o Firmamento, reflita na perfeição do seu funcionamento, na profusão de leis a que chamamos naturais, muitas que dizemos da física, outras de que ainda nem sequer fazemos ideia que existem, na impensável quantidade de forças que se repelem e atraem, se cruzam, entrecruzam, mutuamente se influenciam e que não só mantêm o Universo imenso, ordenado, belo, de que está a ver uma pequena parte, como assim o mantiveram desde há milhões e milhões e milhões (e acrescente ainda milhões...) de anos e que se, como o chefe da aldeia de Astérix acima de tudo teme, o céu não nos cair em cima da cabeça, porventura o manterão assim por incontáveis milhões e milhões e milhões (e acrescente ainda milhões...) de anos. Sinta a Harmonia do Universo, que não é de agora, mas que sempre foi conhecida como assim sendo. Feche os olhos e foque a sua atenção do infinitamente grande para o infinitamente pequeno e procure imaginar a inimaginável quantidade de átomos que se agregam no impensável número de moléculas que formam o estrondosamente grande número de células do seu corpo. Considere ainda a imensidão de átomos que em outros corpos, animados e inanimados, existem... não, não pense no planeta (o número de algarismos que seria necessário para indicar a potência a que teria que ser elevado o número que matematicamente o descrevesse seria superior a todos os algarismos que todos os que viveram desde que a escrita foi criada escreveram...), pense apenas na sua rua - que digo eu? Na sua casa... Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, em todas as dimensões de medida físicas e ainda acrescidas da dimensão temporal. E tudo isto, tudo isto que a pobre mente humana tem dificuldade em conseguir imaginar que seja possível chegar a imaginar, desde há milhões e milhões e milhões (e acrescente ainda milhões...) de anos que existe, que está, que funciona, que é Belo e Imenso e Harmónico e suporta Vida (no nosso pontinho insignificante do Universo e não sabemos se mais onde...). Sempre em posição confortável, olhe, aprecie, medite, relaxe e... sinta a profunda sensação de paz e de felicidade que o leve vislumbre da Perfeição que conseguirá entrever lhe provocam!

E então... só então... coloque a si mesmo uma única pergunta: tudo isto, tudo o que vejo e não vejo, vislumbro e me está escondido, imagino e é para mim inimaginável, este Universo, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno, de imensa harmonia existente desde muito antes de haver bicho que conseguisse ter a noção de Tempo... foi criado como?

Se então responder que uma maravilha destas, cuja dimensão e perfeição nos é impossível de imaginar, só pode existir porque foi criada por uma Entidade Suprema, que criou as complexíssimas regras das complexidades que regem o Complexo Universal com tão Perfeita Harmonia, então aí tem a sua resposta: eis o Grande Arquiteto do Universo da Maçonaria Regular. Não importa que forma, que caraterísticas, que singularidades, cada um lhe atribua. É esta noção do Perfeito que Perfeitamente cria a Perfeição que conta... O resto são complicações, próprias da nossa natureza, escusados cinzentos que só servem para esmaecer o brilho intenso da Luz da Perfeição.

Foi isso o que o José Ruah, no seu estilo direto, escreveu...

Rui Bandeira

17 setembro 2008

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 - Base VI


BASE VI

DAS VOGAIS NASAIS

Na representação das vogais nasais devem observar-se os seguintes preceitos:

1º) Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim de elemento seguido de hífen, representa-se a nasalidade pelo til, se essa vogal é de timbre a; por m, se possui qualquer outro timbre e termina a palavra; e por n se é de timbre diverso de a e está seguida de s: afã, grã, Grã-Bretanha, lã, órfã, sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que são-brasense = de S. Brás de Alportel); clarim, tom, vacum, flautins, semitons, zunzuns.

2º) Os vocábulos terminados em -ã transmitem esta representação do a nasal aos advérbios em -mente que deles se formem, assim como a derivados em que entrem sufixos iniciados por z: cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo, maçãzita, manhãzinha, romãzeira.



Também esta Base em nada altera a norma anterior da escrita.

As alterações na escrita introduzidas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 são bem menores do que o alarido que à sua volta se criou fez temer. A extensão e a tecnicidade do texto também não ajudaram a que os não especialistas se informassem devidamente.

A extensão do Acordo (21 Bases) não implica grande quantidade de mudanças. Explica-se pela opção de registar todas as regras de escrita que, a partir da sua vigência, determinam a correta maneira de escrever português, pela primeira vez com um âmbito verdadeiramente universal, porque ratificado e vigorando em todos os países de expressão oficial portuguesa.

A publicação neste blogue de todas as Bases do Acordo destina-se a divulgar, não só o que muda, mas todo o código da escrita que foi fixado.

Rui Bandeira

16 setembro 2008

Mais um marco no A Partir Pedra

São neste momento 1h 40 min do dia 16 de Setembro de 2008, pelo fuso horário de Lisboa, e acabo de constatar que entre a 1h05 e a 1h11 entrou o visitante

100 000 - Cem Mil

É certo que é só mais um numero, mas é a inexoravel entrada nos 6 digitos. E isso torna o nosso trabalho muito mais complexo, pois para passar para os 7 digitos é preciso contabilizar 900 000 vistantes adicionais.

Nada que não se consiga em ainda durante este século !

Aos nossos devotos, simpaticos, atentos, fieis, assiduos e amigos leitores um Agradecimento especial porque fazem com que valha a pena continuar a porfiar e a escrever.


José Ruah