13 abril 2007

As marcas da ira

Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo.

Um dia, o seu pai deu-lhe um martelo, um saco cheio de pregos e uma tábua de madeira e disse-lhe que, a partir daí, ele deveria martelar um prego na tábua de cada vez que perdesse a paciência com alguém.

No primeiro dia, o garoto colocou 37 pregos na tábua. Ao fim do dia, compreendeu que, se continuasse sem dominar o seu temperamento irado, brevemente esgotaria os pregos e o espaço na tábua.

Nos dias seguintes, à medida que ia aprendendo a controlar a sua raiva, o número de pregos martelados por dia ia progressivamente diminuindo.

O garoto ia descobrindo que lhe dava menos trabalho controlar a sua raiva do que estar a pregar pregos na tábua.

Finalmente, chegou o dia em que o garoto não perdeu a paciência nenhuma vez.

Contente, o garoto foi contar ao seu pai o sucesso que, com esforço, alcançara e como se sentia melhor em já não estar constantemente a explodir com os outros.

O pai, sorrindo, disse-lhe então que devia retirar todos os pregos que tinha cravado na tábua e mostrar-lha.

Quando o garoto executou a tarefa ordenada, o pai disse-lhe:

- Meu filho, estás de parabéns por teres dominado a tua propensão para a ira, mas ainda não é tudo. Olha agora para a tábua e repara nos buracos que os pregos que tu lhe cravaste nela deixaram. Ela nunca mais voltará a ser como era.

Portanto, lembra-te: sempre que disseres algo estando com raiva, as tuas palavras deixarão marcas em quem ouvir o que disseres, tal como as marcas dos pregos que cravaste ficaram na tábua.

Ainda que depois peças mil vezes desculpa, a cicatriz continuará.

Uma agressão verbal é tão danosa - às vezes, mais! - como uma agressão física.

Lembrem-se desta lição. Não me façam zangar!!!

Rui Bandeira

12 abril 2007

Inquérito

É Normal na maçonaria proceder a inqueritos ou inquirições. Estes são feitos aos candidatos e deles dependem a admissão do candidato.
Mas não é desses que venho aqui falar hoje.
Há uns dias fui submetido a um inquerito, totalmente inesperado. Inquerito rigoroso, prolongado e completo, feito com muito a proposito e que me levantou algumas dificuldades em conseguir responder de forma criteriosa.
Não é segredo na minha familia que sou maçon e todos sabem que escrevo neste blog. Alguns fazem o favor de consultar o blog para lerem o que aqui é escrito, outros para poderem aceder ao site da ajuda de berço e clicarem o seu donativo diário, enfim vão deixando nos seus computadores rasto.
Ora eis que um dos meus sobrinhos, garoto de quase 14 anos, se vira para mim e diz " Tio , tive a ler o teu blog, tu és o JoseSR ...."
Até aqui ...
" Tio, o que é um Maçon ? " , "isso de seres inspector quer dizer que és o dono ? ", "tens uma loja ? - és o dono ou o chefe ? ", " para que serve a Maçonaria ?", " posso ser Maçon ?"
E continuou por aí fora com uma sequencia de perguntas.
Responder a um miudo de 14 anos é uma ardua tarefa. Explicar a Maçonaria é uma ardua tarefa porque implica explicar todos os preconceitos e demonstrar a sua falsidade para se chegar ao que é verdadeiramente a Maçonaria.
E este inquerito a que fui sujeito fez-me pensar em tudo o que nos traz por aqui e perceber que se voltasse a 1991 faria o meu caminho maçónico tal qual o fiz até agora.

JoseSR

Livros

O Rui mencionou no seu post um dos ultimos livros que foi publicadosobre maçonaria. Como ja comentei ao referido post, já o estou a ler e apenas por uma coincidencia.
Não sou habitué de livrarias, apesar de gostar de passear nelas, e por isso raramente stou ao corrente dos titulos que vao saindo.
Todavia o senhor meu Pai, conhecedor desta minha faceta de Maçon, ofereceu-me esta semana 3 livros sobre o tema.
O ja referido " A Conspiração Judaico Maçónica", um segundo intitulado " A verdadeira história da Maçonaria" de Jorge Blashke e Santiago Rio e um terceiro ( que nisto da maçonaria parece o numero 3 é importante) de titulo " Maçonaria" de Jeremy Harwood.
JA folheei os 3 e pude perceber que o 3º " Maçonaria" é uma especia de revista em forma de livro, com ilustraçoes explicativas e um texto simples. Agradavel de ler, embora nao acrescentando nada ( ou muito pouco) em termos de informação para alguém que ande nisto ha ja uns anos, todavia para não iniciados é um bom "manual". É o tipo de livro que penso poder ser usado para leitura a proporcionar a um profano acabado de convidar ou o qual temos intençoes de vir a convidar.
O segundo parece-me um trabalho serio sobre o tema. Dados os seus autores serem espanhois incide bastante sobre episodios passados em Espanha e aqui ou ali tem uns erros grosseiros de tradução, mas nada que impeça a sua leitura.
O primeiro - bem o Rui já transcreveu a sinopse e a introdução e estou seguro que se os nossos leitores pedirem muito ele transcreve o resto do livro !!!!!!!!!!!!!!!

JoseSR

A Conspiração Judaico-Maçónica

Esta semana, três vezes foi chamada a minha atenção sobre o recém-publicado livro de Alain Goldschläger e Jacques Charles Lemaire A Conspiração Judaico-Maçónica. Primeiro, através de um texto lido num blogue maçónico americano; depois, através de uma mensagem de correio electrónico recebida de um Irmão adormecido, mas que continua atento (para quem não sabe: em Maçonaria, diz-se adormecido o maçon que, por qualquer razão, decide suspender a sua actividade maçónica, sem prejuízo do seu direito de, quando o entender, a retomar normalmente); a terceira, através de mensagem enviada pelo JPSetúbal.

Manifestamente que se trata de uma obra que suscitou o interesse dos maçons. À primeira vista, dir-se-ia que tal interesse se revestia de algum masoquismo, tendo em atenção o título da obra e o preconceito anti-maçónico que leva alguns a enredar a Maçonaria nas mais mirabolantes teorias da conspiração. Porém, o título está (propositadamente?) imbuído de alguma dose de equivocidade: é certo que a obra trata da conspiração judaico-maçónica, mas desmontando essa mirabolante tese:

Segundo uma sinopse divulgada:

No campo dos preconceitos que têm tido uma vida longa, o mito da conspiração judaico-maçónica é talvez o mais conhecido. Católicos conservadores, publicistas de extrema-direita, militantes fanáticos da causa árabe, incontáveis são aqueles que, desde o século XIX até aos nossos dias, avançaram com as “provas” duma pretensa colusão entre os judeus e os franco-maçons em jeito de explicação pseudo-racional de diversos acontecimentos históricos. Não se trata aqui apenas dum mito inepto concebido por polemistas de vão de escada, mas sim duma fantasmagoria criminosa, que contribuiu para justificar a matança de milhões de vítimas inocentes. O poder deste mito sobre as mentes explica-se pelas modalidades lógicas da sua exploração. Contra todas as exigências racionalistas, o pensamento conspiracionista procede por manipulações históricas e argumentativas. A presente obra tem por objecto a desconstrução dessas manipulações.

Segundo outra:

Qual o poder efectivo da maçonaria na ordem mundial? Desfazer todas as dúvidas em torno do mito de uma grande conspiração judaico-maçónica é o objectivo da mais recente – e polémica – obra de Alain Goldschläger e Jaques Charles Lemaire. Os autores põem em causa a "ingenuidade" de uma teoria que justificou, no passado, os intentos criminosos e sangrentos de fundamentalistas Católicos, Islâmicos e de Extrema-Direita.

«As conspirações existem; a conspiração, não» . Se é inquestionável que em todas as épocas do passado foram urdidas manobras para mudar uma situação política, como foram os casos de, por exemplo, o assassinato de Júlio César ou o fim «forçado» de Napoleão, os investigadores Goldschläger e Lemaire defendem que não é possível, nem historicamente plausível, falar-se numa grande conspiração mundial judaico-maçónica.

Numa obra que pretende deitar por terra uma teoria que justificou acontecimentos como o Holocausto, e demonstrar o absurdo lógico e histórico da aliança atribuída aos judeus e aos franco-maçons, os autores partem de uma análise histórica e sociológica para atribuir ao poder do mito uma "lógica de exploração", implementada através da manipulação histórica e argumentativa por parte de determinados agentes.

Segundo os autores, o mito – que teve origem no final do séc. XIX – subsiste na actualidade através dos "insuspeitos" meios da literatura e do cinema: James Bond já não defende a honra ou vida da rainha de Inglaterra, para se opor às pretensões de domínio mundial do Spectre. Por outro lado, Luke Skywalker salva as galáxias das garras do «Império do mal». Para Goldschläger e Lemaire, estas ficções arriscam-se a criar, inadvertidamente, um terreno fértil para os espíritos fracos, mais inclinados a aceitar uma explicação simplista e totalizante do real.

«A Conspiração Judaico-Maçónica » é uma obra explicativa, que pretende lançar um alerta para os perigos do desvio de pensamento e da manipulação histórica e desfazer um mito que já permitiu demasiados excessos, em nome de uma luta mobilizada pelo extremismo.

Os autores da obra são académicos respeitados. Alain Goldschläger é professor no Departamento de Francês da Universidade de Western Ontário e director do Instituto de Pesquisa sobre a Literatura do Holocausto. Jacques-Charles Lemaire é professor na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Livre de Bruxelas.

O livro foi publicado em Portugal pela editora Via Occidentalis, tem 148 páginas e o seu custo é de € 17,85. Se for adquirido através do sítio Webboom.pt, custará apenas € 16,07. Mas quem dominar a língua francesa, pode adquirir a edição em francês da mesma obra por apenas € 8,79, mais portes de envio, através do sítio francês da Amazon.

Cá por mim, acho que já tenho escolhido um dos livros para ler nas próximas férias...

Rui Bandeira

11 abril 2007

UM motivo para ser maçon

Único - Desejo de aperfeiçoamento

Só existe uma motivação válida para se pretender ser admitido maçon: o desejo de se aperfeiçoar pessoal, ética e espiritualmente.

Quem, sendo homem crente, livre e de bons costumes, tiver este desígnio e estiver disposto a utilizar o método maçónico na busca do transcendente, é bem-vindo!

Esse pode estar ciente de que nada lhe é ensinado, mas tudo pode aprender.

Esse pode confiar que nada lhe é imposto, mas que de bom grado aceitará as regras de conduta que encontrará.

Esse pode e deve estar preparado para um longo, e difícil, e trabalhoso, percurso, mas verificará que nunca fará sua jornada só, antes e sempre acompanhado por seus Irmãos.

Esse pode ficar certo que começou o seu trabalho no momento em que foi iniciado e que só o terminará no momento da sua passagem ao Oriente Eterno.

Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, tornar-se-á melhor, portar-se-á melhor, actuará melhor, em todos os aspectos da sua vida e será assim e só assim, por virtude, da sua melhoria, que será respeitado e poderá aspirar a influenciar os demais, quiçá na Política, porventura nos negócios, seguramente nas relações sociais, mas sobretudo nos corações de quem com ele privar.

Esse será solidário e benemerente, porque assim a sua condição de maçon, de homem justo e íntegro e interessado o levará a ser, com a naturalidade de quem respira e a discrição de quem dorme.

Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, poderá aspirar a Conhecer, a conhecer o que ninguém lhe pode transmitir, a conhecer o que só ele pode intuir, a entrever o Divino, a espreitar o Sentido da Vida e da Criação. E, se o conseguir, vai entender que não conseguirá por palavras transmitir esse conhecimento a mais ninguém, apenas ajudar seus Irmãos a fazerem seus percursos para poderem aspirar a intuir, a entrever, a espreitar. E então perceberá que esse é o célebre segredo e é-o devido à incapacidade humana de conseguir que deixe de o ser.

Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, terá um lampejo de compreensão do significado da Vida e da Morte e não temerá esta e assim verdadeiramente cumprirá o que Camões cantou e será um d' "aqueles que por obras valerosas /se vão da lei da Morte libertando".

Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, será, ainda que nunca nada mais sendo do que simples obreiro numa simples Loja, um verdadeiro Grão-Mestre, de si próprio, da sua consciência, de seu percurso iniciático.

Esse, ainda que nunca o tenha visto nem sentido, já usa o avental; os maçons limitar-se-ão a ajustar à sua cintura a peça visível .

Esse será o Aprendiz que eu, Mestre eternamente Aprendiz, jubilosamente ajudarei a evoluir e a tornar-se Mestre, certo que ele próprio também me ajudará a mim, Aprendiz em veste de Mestre, a dar mais um pequeno passo no meu sempre inacabado percurso.

Esse não terá a honra de ser admitido maçon; esse honrará os maçons ao consentir em se juntar a eles.

Rui Bandeira

10 abril 2007

Cinco motivos para NÃO SER maçon

1. Influência política - Poder

Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria - pelo menos a maçonaria Regular; e, mesmo quanto à Maçonaria Liberal, acho que são mais as vozes do que as nozes... - não tem mais influência junto do Poder Político do que qualquer outra instituição social. A única influência que a Maçonaria pode exercer é apenas de ordem moral, pelo exemplo dos seus membros através da aplicação dos seus princípios. Engana-se quem pensa que. ao juntar-se à Maçonaria, terá acesso aos corredores do Poder...

Aliás, uma das coisas de que o maçon rapidamente se dá conta,dentro da Ordem, é que é muito mais abrangente a ilusão do Poder, do que este propriamente dito. Ao menos em ambiente democrático, cada um exerce apenas o Poder que os demais lhe reconhecem e admitem que exerçam.

Em Loja, o detentor do Poder, o condutor, o decisor, o que detém os símbolos do Poder é o Venerável Mestre. Pois bem: como todos os que já se sentaram na Cadeira de Salomão rapidamente verificaram, a função de Venerável Mestre é aquela em que, afinal, não se tem mais direitos do que o mais recente Aprendiz e se tem mais deveres do que os restantes Mestres.

Portanto, quem busca o perfume do Poder, procure-o noutro lado, não na Maçonaria. Aqui apenas aprenderá o cumprimento dos seus deveres.

2. Influência económica - negócios e dinheiro

Quem pensar que a entrada na Maçonaria é uma porta aberta para obter contactos e negócios e o propiciar de condições para "subir na vida", pense outra vez, e pense melhor! Se for este o motivo que o faz desejar entrar na Maçonaria, poupe-se ao trabalho e às despesas. Dentro da Maçonaria fará os mesmos negócios que faria fora dela. O que todos lhe pedirão na maçonaria é que dê algo de si em prol dos outros. Dos demais receberá o que efectivamente necessite e os demais lhe possam dar, não o que deseje ou egoisticamente pense que lhe convenha. Os negócios da Maçonaria são de índole moral e espiritual. Quem deseje entrar no Templo tem que deixar os seus metais à porta deste.

3. Influência social - honrarias e reconhecimento

Na Maçonaria usam-se aventais e colares e jóias, é verdade. Mas o maçon considera tudo isso como meros penduricalhos. A única diferença entre o mais rico, bonito, bordado e colorido avental de Grande Oficial ou de Altos Graus e o simples avental branco de Aprendiz é que quem usa aquele pagou bem mais caro por ele do que o que usa este. Aliás, de todos os aventais que um maçon possa possuir, aquele que para ele tem significado é precisamente o primeiro, o mais simples, o avental branco de aprendiz. Esse é o que qualquer maçon, qualquer que seja o seu grau ou qualidade, pode sempre usar e simbolicamente deve sempre usar. Esse é o adorno que o maçon deve cuidar de manter sempre alvo e puro e, portanto, nunca conspurcado por acções censuráveis ou indignas.

O maçon gosta de usar a jóia de sua Loja, não porque seja bela ou valiosa, mas apenas e tão só porque é um dos símbolos de sua Loja e o seu uso mostra a todos os seus Irmãos o grupo fraterno em que se integra.

O maçon usa colar quando exerce uma função, não porque lhe fique bem, mas apenas e tão só como distintivo de que a está exercendo. Em bom rigor não é o maçon que usa o colar; é o colar de função que usa o maçon...

Nem na sociedade profana o estatuto de maçon atribui qualquer privilégio que não o reconhecimento das eventuais qualidades de quem o seja, nem no interior da Maçonaria o estatuto social, profissional, académico ou de fortuna diferencia um maçon de outro; o mais jovem aprendiz só tem uma maneira de se dirigir ao Muito Respeitável Grão-Mestre (apesar de formalmente lhe dar este tratamento): "meu Irmão"! E é esse mesmo o tratamento que recebe do Grão-Mestre.

Assim, aquele que porventura sonhe ser a maçonaria um local ideal para obter ou reforçar reconhecimento social, não se engane a ele, nem engane os maçons: abstenha-se de pretender ser maçon!

4. Beneficência - ajuda ao próximo

O bem intencionado que porventura procure na Maçonaria o instrumento para dar largas ao seu anseio de ajudar o próximo, de ser beneficente, se é essa a principal razão que o move, se é isso que vê na Maçonaria, também está enganado.

Não que a Solidariedade e a Beneficência não sejam prosseguidas pela Maçonaria. Claro que o são. Mas não é essa a razão de existir da Maçonaria. Não é por causa da Solidariedade e da Beneficência que a Maçonaria existe. A Solidariedade e a Beneficência são simples consequências de se ser maçon.

Em linguagem de "economês", por muito praticadas que sejam, a Solidariedade e a Beneficência não fazem, no entanto, parte do "core business" (essência) da Maçonaria.

Em linguagem de "industrialês", por muito importantes que sejam, a Solidariedade e a Beneficência são simples subprodutos da Maçonaria.

Portanto, se são a Solidariedade e a Beneficência que atraem o bem intencionado, e nada mais, e não essencialmente algo mais, então o melhor que o bem intencionado tem a fazer é dar largas ao seu anseio através de outras organizações especialmente vocacionadas para isso. A Ajuda de Berço é uma boa opção. A Cruz Vermelha, também. Os Bombeiros, idem. O Banco Alimentar contra a Fome, a mesma coisa. E muitas mais organizações há que têm na Solidariedade e na beneficência a sua razão de ser. E , mesmo sem se juntar a qualquer organização, certamente na sua rua ou na sua localidade encontrará alguém que necessita da sua ajuda. Dê-lha!

5. Curiosidade - conhecer o "segredo maçónico"

Se é a curiosidade que o faz desejar ser maçon, não se iluda: naquilo que ela pode ser satisfeita, não precisa de ser maçon para o saber.

Quer conhecer as palavras de reconhecimento mútuo dos maçons? Por quem é, não seja por isso, arme-se de um pouco de paciência, leia uns livros, encontre umas obras onde estão transcritos rituais antigos e faça favor! Nunca ouviu dizer que os maçons preservam a Tradição? Então, basta tirar a consequência: o que se fazia antigamente continua válido agora... Mas, o quê? Ser maçon só para tomar conhecimento dessas palavras sem ter de ter o trabalho de procurar? Meu caro, a Preguiça é um Pecado Mortal... Se é só por isso que quer ser maçon, os maçons não querem preguiçosos no seu seio... E - acredite em mim! -, garanto-lhe que vai ter muito mais trabalho e demorar muito mais tempo para tomar conhecimento dessas palavras, grau por grau, do que se ler nos livros certos. Está tudo publicado!

Quer conhecer os sinais secretos dos maçons? Meu caro, o You Tube preenche-lhe o anseio! Siga este atalho e ei-los, não ao vivo e a cores, mas em filme e a preto e branco! Não lhe garanto que tudo o que vir esteja certo, mas posso afirmar-lhe que algo do que vir o está...

Portanto, caro curioso, se é a curiosidade que o move a ser maçon, esqueça! Tem outros meios de a satisfazer!

E, afinal, se o que pretende é apenas conhecer como pensam, o que fazem, de que tratam, os maçons, nem sequer precisa de se incomodar muito: basta-lhe ir lendo o A Partir Pedra...

Rui Bandeira

09 abril 2007

King Solomon's Lodge

Regresso dedicando um texto à Loja do Rei Salomão, não a R.'. L.'. Rei Salomão, n.º 25 da GLLP/GLRP, que ainda não tive o prazer de visitar, mas uma outra realidade. A Loja do Rei Salomão não é uma loja maçónica. Também não é um estabelecimento comercial. É um sítio maçõnico criado por um Irmão norte-americano e, sobretudo, uma excelente ideia, executada com o indiscutível sentido prático que naquela zona do Mundo abunda.

Em bom rigor, o sítio chama-se King Solomon's Lodge - path to masonic blogs (A Loja do Rei Salomão - caminho para blogues maçónicos). Mas é mais do que o nome indica: não é apenas um caminho para blogues maçónicos, é um repositório de atalhos muito útil para quem se interessa pela Maçonaria, particularmente pela Maçonaria americana. Do lado direito do sítio, tem um espaço de informação sobre muitos aspectos da maçonaria e organizações para-maçónicas. Aí constam atalhos para textos simples e claros (em inglês, obviamente...) sobre a Maçonaria, o Rito de York, o Rito Escocês e toda uma panóplia de organizações integradas ou próximas da Maçonaria americana.

Logo abaixo desse espaço, está a lista de todos os blogues que o sítio agrega. Leiam com atenção e... lá está o A Partir Pedra! Nem o facto de o nosso blogue ser escrito em português foi impeditivo de ser aqui incluído.

Abaixo, e depois do espaço dedicado aos botões de atalho do sítio (um dos quais está, com todo o gosto, colocado no espaço próprio para o efeito do A Partir Pedra), encontra-se um útil espaço de atalhos para cerca de dezena e meia de sítios maçónicos (em inglês) e um espaço, continuamente actualizado, de atalhos para notícias publicadas no Google News que contenham as palavras-chave Freemasonry, Freemason, York Rite ou Scottish Rite.

O lado esquerdo do sítio está dedicado à sua principal função enquanto agregador de blogues maçónicos e contém atalhos para os textos que são publicados nos blogues incluídos na selecção do sítio . É de realçar que este espaço é objecto de actualização automática sempre que é publicado um novo texto de um dos blogues agregados (que, para tal, têm, obviamente, de ter activada a função RSS, ou a ATOM, ou ambas), com um tempo de resposta notavelmente curto. Por exemplo, logo que foi publicado este texto que está a ler, o sítio de imediato incluiu o atalho para o mesmo.

Esta ideia, que permite a quem se interessa pela leitura de blogues maçónicos a rápida e fácil verificação do que foi publicado desde que, pela última vez, procedeu à leitura destes, é, na minha opinião, um "ovo de Colombo" e bem merece ser adaptada com a criação de um agregador de blogues maçónicos em língua portuguesa. Para além do A Partir Pedra, conheço, em Portugal, o Liberdade -Igualdade Fraternidade e o também muito interessante Grémio Estrela d'Alva, escrito por maçons da Loja do GOL com o mesmo nome e, no Brasil, o Blog do Maçom. Mas outros blogues maçónicos escritos em português haverá que ainda desconheço (mea culpa...) e certamente outros serão criados.

Seria sem dúvida muito interessante que fosse criado um agregador de blogues maçónicos em português que, a exemplo do King Solomon's Lodge, permitisse aos interessados facilmente verificar que novos textos tinham sido publicados.

Infelizmente, à míngua de conhecimentos técnicos para tal, só posso aqui deixar a ideia (e o desafio...) para quem tenha os conhecimentos e a vontade de criar tal agregador. Que pode ser criado seja num sítio específico para o efeito, seja num sítio já existente. Estou a pensar, por exemplo, no Portal Maçónico, bem conhecido de quem se interessa pelo tema e que referencia todas as Obediências, sem discriminação. Não quererão os seus responsáveis abalançar-se a uma tal tarefa? A evidente utilidade para quem gosta de consultar os blogues de temática maçónica levaria à visita frequente do Portal, fazendo valer a pena o trabalho e a necessidade de reestruturar a sua página de entrada, de forma a "acomodar" os atalhos...

Rui Bandeira

05 abril 2007

Medula Ossea


A medula ossea, ou melhor a sua dação, tem sido tema ao qual este blog tem vindo a dar alguma atenção.

Foi com satisfação que li o relatório de actividades do CEDACE para o ano de 2006.


Nele estão bem expressos os progressos deste ano e que não se reduziram a aumentar o numero de inscritos em mais 20000 dadores, mas também em aumentar substancialmente a qualidade de informação genética destes ou seja passaram de 65% para 87% os dadores totalmente analisados.


O numero de consultas nacionais e estrangeiras ao registo aumentou, bem como o numero de activações ( activação sendo o contacto para testes mais profundos após uma possibilidade de existencia de compatibilidade) e de consultas gerais ao registo.


Ser dador de medula , ou pelo menos estar inscrito no registo, é um processo simples e indolor. Provavelmente nunca ocorrerá a necessidade de ser "activado" mas se isso acontecer então o dador estará a dar ao doente uma probabilidade de cura.


Por isso se está a ler este post e não é dador de medula, consulte o site do CEDACE veja o que tem que fazer e FAÇA-O.


Faça-o de forma consciente e não emotiva. A diferença é que na emoção do caso conhecido as pessoas inscrevem-se mas depois quando chamados se chamados desistem. Dando este passo de forma racional estara a assumir um compromisso para consigo mas essencialmente para com quem precisa.


A todos os que a celebram, independentemente da forma como o fazem, uma boa Pascoa. Aos que não celebram bom feriado e fim de semana.


JoseSR

Dadores Sangue

Estão de parabéns, uma vez mais, o Grupo de Escoteiros nº 19 , pela número alcançado de dádivas no sábado passado na escola EB1 Mello Falcão na Pontinha.


Quando cheguei pela manhã e conversando com a equipa do IPS (Instituto Português do Sangue), e falando de um número que seria aceitável para considerar a iniciativa um sucesso, apontavam que se tivessemos acima das 20 dádivas seria muito bom. Estiveram presentes 30 dadores!
Poderemos considerar que foi uma excelente iniciativa, com o aparecimento de dadores que o faziam pela primeira vez.
Esses, em princípio, passam a ser potenciais dadores frequentes, o que alegra sempre quem anda nestas andanças.

Caminhamos no bom sentido, e este tipo de iniciativas que conseguem arregimentar novos dadores merecem forte apoio, pois desse modo se consegue que os problemas de falta de sangue venham a ser ultrapassados.

Uma curiosidade, sou dador a cerca de 10 anos e o meu número de dador situa-se na casa dos 72.000 e reparei que alguns jovens que estiveram presentes os seus cartões tinham os números na ordem dos 220.000, o que representa um excelente crescimento no número de dadores.
Segundo alguns dados Portugal está quase a ser autosuficiente em glóbulos vermelhos.

No entanto, é muito importante este tipo de iniciativas, pois são estas organizações de dadores que permitem através das campanhas levar a que o dador seja mais regular nas dádivas. A verdade é que existem muitos dadores que não tem o hábito de o fazer com regularidade e alguns só o fazem quando alguem lhes pede. Dai ser importante o papel destas organizações a fomentar essa regularidade.
Por isso, julgo ser importante que o Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues promova varias iniciativas anualmente e fomente e apoie outras organizações que o façam. O importante é cada vez mais se alcançar um maior número de dádivas e de dadores. Esse é o principal objectivo.

Por isso, caro dador, se ainda não fez a sua dádiva, e já passou cerca de 3/4 meses desde a última dádiva que espera? Dirija-se ao IPS ou a um hospital e estique o seu braço!

Bem hajam

PauloFR

03 abril 2007

Os Vandâlos

Quando era pequeno ensinaram-me que os Vandalos era uma especie extinta que tinha tido o seu apogeu pela altura do Imperio Romano ( fim deste) e que se caracterizavam por serem oriundos do Norte e por destruirem tudo onde pusessem a mão.

Afinal não estão extintos !

Ainda existem e integram uma nação chamada Portista.

Não estive na Luz no Domingo, mas ouvi e vi na TV sobre o comportamento dos Vandalos.

Estive na Luz no jogo contra o Manchester - 5000 ingleses, contra o Barcelona 3500 Catalaes, Celtic - 10 000 Escoceses.

Foram a Barcelona 5000 Benfiquistas, e cerca de 3500 a Manchester, Glasgow, Liverpool. Para nao falar dos 20000 em Paris contra o PSG.

Quer nos jogos na Luz quer do de Barcelona os adeptos da equipa visitante ficaram no Piso Superior.

Em todos estes jogos as coisas correram bem e nunca houve um desacato.

Chegam os portistas - Vandalos inqualificaveis - e vemos o que vemos.

Não vale a pena atirar areia para os olhos e dizer que se estivessem no piso de baixo nao haveria problema, outros e mais numerosos estiveram no Piso de Cima e não causaram problemas.

A Culpa é dos Vandalos e mais nada.

JoseSR

30 março 2007

Baden-Powell e a Maçonaria

Ao sair anteontem da reunião da Loja Mestre Affonso Domingues, conversava com um de meus Irmãos sobre a acção de recolha de sangue de amanhã (a propósito: não esquecer! Amanhã de manhã, na Pontinha, EB de Mello Falcão) e sobre o Grupo 19 dos Escoteiros de Portugal e esse meu Irmão, de passagem, afirmou que Baden-Powell, o ideólogo e criador do Escotismo, fora maçon. Não duvidei - o Irmão que o afirmara é muito sabedor e de grande cultura - e tomei mentalmente nota para recolher na Rede elementos para publicar no blogue um texto sobre Baden-Powell.

Pois bem, até os melhores se enganam e, no caso, ao que parece, o erro é muito comum.

Segundo Frederick Smyth, in Ars Quatuor Coronatorum: Transactions of Quatuor Coronati Lodge, No. 2076, vol. CII, Londres, 1990, p. 264, não existe qualquer prova de que o Major-General Lord Robert StephensonSmyth Baden-Powell tenha sido um maçon, seja da Obediência inglesa, seja da irlandesa, seja da escocesa. É remotamente possível, mas improvável, que tenhasido iniciado em outra jurisdição. O Irmão George Kendall, na sua prancha "Maçonaria durante a Guerra Anglo-Boer, 1899-1902" (AQC 97) não faz qualquer menção a ele. Na obra de Paul Butterfield "Centenário: os primeiros cem anos da Maçonaria Inglesa no Transvaal" similarmente não existe também qualquer referência. Se Baden-Powell tivesse sido um membro da Ordem, tal teria seguramente vindo a lume durante a guerra na África do Sul, no decorer da qual a actividade maçónica está bem documentada".

No entanto, in
Ars Quatuor Coronatorum: Transactions of Quatuor Coronati Lodge No. 2076, vol. CIV, Londres, 1991, p. 257, esclarece-se que Lord Baden-Powell claramente que aprovou a Maçonaria, pois entregou à primeira Loja identificada com o seu nome (n.º 488,Victoria) o Volume da Lei Sagrada que nela ainda hoje é utilizado.

Estas citações recolhi-as e traduzi-as daqui, donde também retirei mais alguns elementos que igualmente incluo neste texto.

Segundo o artigo de George W. Kerr "A Maçonaria e o Movimento Escotista", publicado aqui, existem por todo o Mundo Lojas maioritamente formadas por antigos e actuais escoteiros, agrupadas numa associação denominada Kindred Lodges Association, que promove reuniões bianuais. Esta associação de Lojas de dupla filiação maçons /escoteiros compreende 28 lojas em Inglaterra, 1 na Escócia, 1 na Irlanda, 2 no País de Gales, 10 na Austrália, 1 na Nova Zelândia e 1 na Alemanha.

Existem seis Lojas maçónicas com o nome de Baden-Powell na Austrália. Destas, localizei o sítio da já mencionada n.º 488, de Victoria e é referenciada no texto de onde retirei as citações a Loja n.º 505, que publicou em 1982 o opúsculo intitulado A Maçonaria e o Movimento Escotista. A Loja n.º 222 atribui anualmente o prémio Ted Whitworth, integrado no sistema de prémios dos South Australian Rovers, uma organização escotista.

Encontrei ainda sítios de Lojas com o nome de Baden-Powell na Irlanda, na Argentina e na África do Sul.

Encontrei ainda referenciada a Loja Baden-Powell n.º 381, na Nova Zelândia.

E por aqui me fico durante os próximos dias. Vou estar ausente aproveitando uma semana de férias. O blogue fica bem entregue aos demais colaboradores.

Nota: Mais Lojas com a designação Baden-Powell referenciadas aqui.

Rui Bandeira

29 março 2007

"Tava" bom o doce !

O Rui promete o Rui cumpre.

Ontem mesmo depois de uma sessão de loja o Rui diante de um numero apreciavel de testemunhas pagou o Doce que prometeu a proposito das imagens de simbolos de Grandes Inspectores ( vide comentários aos posts ).

Mas o mais importante foi a fraternidade da refeição.

JoseSR

Sábado de SANGUE

Sábado, dia31, é dia de SANGUE.

Não, não se trata de nenhuma violência, nem este espaço a tolera.

A imagem ao lado esclarece tudo: Sábado é dia de DOAÇÃO DE SANGUE.

Preparem os vossos bracinhos, deitem para trás das costas o medo da seringa, e vamos todos seguir o exemplo do jovem da imagem e, sem custos,vamos dar o que de melhor podemos dar: um pouco de nós !

Fazer uma doação de sangue, de um pouco de seiva da vida que nos não faz falta, pois o nosso corpo muito rapidamente reporá o que demos, é um simples acto de solidariedade que devemos tornar num benigno hábito periódico. E sabemos que o que damos é sempre bem aplicado, pois vai servir a quem precisa e quando precisa.

A acção de doação de sangue é organizada pelo Grupo 19 dos Escoteiros de Portugal, da Pontinha e o sangue recolhido, por pessoal médico e de enfermagem do Instituto Portugês do Sangue, será creditado na conta corrente do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues, criado por membros da Loja com o mesmo nome e que, desde há muito, conta com a participação dos jovens escoteiros daquele Grupo.

A associação do Grupo 19 dos Escoteiros de Portugal e do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues, como todas as boas coisas de gente bem intencionada, não foi planeada, resultou de um feliz conjunto de circunstâncias, da junção simples e sem preocupações de quem quer apenas dar o seu contributo para ajudar o próximo. Numa das acções de recolha organizada pelo Grupo de Dadores, houve a oportunidade de contar com a adesão dos jovens do grupo 19 dos Escoteiros de Portugal. Tempos depois, foi o Grupo 19 quem organizou uma acção semelhante e obviamente que os elementos da Mestre Affonso Domingues tiveram todo o gosto em participar. Tivémos então a grata surpresa de verificar que o Grupo 19 destinou o sangue recolhido a ser creditado no Banco de Sangue do Grupo de Dadores, e muito gratos ficámos com isso. A partir de então, sem necessidade de mais conversas ou acordos, ficou natural e tacitamente assente: o Grupo 19 dos Escoteiros de Portugal faz, por direito próprio, e muita satisfação nossa, parte do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues. Os seus elementos têm os mesmos direitos e, se necessário, beneficiam da prerrogativa de reivindicar o crédito de sangue do Banco de Sangue. Para todos os efeitos, os elementos do Grupo 19 dos Escoteiros de Portugal e os do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues são verdadeiros IRMÃOS DE SANGUE.

E assim, as recolhas periódicas de sangue sáo organizadas por um ou outro Grupo, com a participação de todos, todos unidos na causa comum de ajudar a que não falte sangue a quem dele necessite.

Portanto, caros leitores deste blogue, considerem-se todos formalmente intimados a deslocarem-se Sábado, dia 31, entre as 9,30 h e as 12,30 h, à Escola Básica Melo Falcão, na Pontinha (perto do Quartel de Engenharia e do Restaurante Velho Mirante - é só chegar à Pontinha e perguntar, que onze pessoas em cada dez dizem logo onde é...) e... estender o bracinho.

Têm direito a um lanchinho, ao convívio entre todos, à satisfação de ajudar e ao automático registo como dador de sangue do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues, com o inerente direito a beneficiar, para si e sua família , do crédito de sangue do Grupo, quando dele necessitarem.

Quem more longe, pode colaborar na mesma: dirige-se ao Centro de Recolha do Instituto Português do Sangue mais próximo de sua casa e informa que faz a doação para crédito do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues. O pessoal do Instituto anota e regista, sem necessidade de quaisquer burocracias.

Como sempre, a doação de sangue é precedida de consulta médica e teste de hemoglobina, para garantir que não há qualquer prejuízo para a saúde do dador.

Um conselho: ao contrário do que muitos pensam, NÃO É ACONSELHÁVEL DAR SANGUE EM JEJUM. Deve-se apenas evitar tomar álcool. Pelo contrário, ter tomado o pequeno almoço é conveniente, para evitar quebras de tensão.

E pronto! Sábado lá esperamos os leitores deste blogue! Rejeitem o comodismo, vão dar sangue!

Olhem, encarem isso como a contrapartida da leitura deste blogue e considerem-se quites, até à próxima acção de recolha de sangue!

Até Sábado, na EB Melo Falcão, na Pontinha!

Rui Bandeira

28 março 2007

Grandes Inspectores

É importante clarificar a nuance.


Nas obediencias regulares os graus Azuis ( 1º ; 2º ; 3º) e os Graus filosoficos ou Altos Graus estão separados administrativamente.


Sendo assim a Grande Loja Legal de POrtugal / GLRP titula administrativamente a Maçonaria Azul , tendo estabelecido convenios com os Organismos que titulam os Altos Graus e que são fundamentalmente 3 linhas:


Rito Escoces Antigo e Aceite

Regime Escoces Rectificado

Rito de York e suas Derivativas.


O convenio estabelecido com estas entidades especifica que apenas Maçons da GLLP/GLRP poderão pertencer a estes altos graus e que se deixarem de pertencer À GLLP/ GLRP sairão tambem dos altos Graus.


A Grande Loja no entanto tem uma estrutura administrativa que inclui 3 cargos eleitos separadamente e um certo numero de cargos nomeados pelo Grao Mestre. Entre estes estão os Grandes Inspectores em numero igual aos ritos praticados pela Grande Loja.


Estes Grandes Inspectores têm por missao fiscalizar as Lojas verificando que tudo se encontra dentro dos regulamentos e que os rituais são praticados e trabalhados de forma correcta. Devem ainda propor medidas correctivas e em casos extremos sanções.


A Unica condiçao para se ser Grande Inspector é ter sido Veneravel Mestre de uma Loja.


No Post anterior e eu referi-o em comentario ao post o Rui usou o Simbolo dos Grandes Inspectores do REAA ( altos graus). Ora para ser esse Grande Inspector é necessario ser grau 33, o que nao sou ( mas por outras razões que para aqui nao sao chamadas).



Para comparaçao encontrei a imagem de um avental de Grande Loja para o Cargo de Grande Inspector. Poderão ver no centro do Avental o Simbolo Distintivo da Função ( a figura é de um avental da G.L. N. Francesa)

Comparando com a Aguia Bicefala simbolo do 33º poderão perceber a grande diferença.
Na verdade há mais uma diferença. Uma vez 33º sempre 33º, uma vez que é um grau obtido por iniciação. Quanto à função de Grande Inspector da Grande Loja, essa é efemera terminando quando o Grao Mestre assim o desejar, não conferindo qualquer direito o prerrogativa uma vez terminada.
JoseSR

Grande Inspector do REAA

Hoje apetece-me cometer uma inconfidência! Bem sei que nós, os maçons temos fama de ser discretos (alguns dizem "secretos"), mas todos temos direito a um momento de fraqueza...

Do que se passou na sessão da Primavera da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal já o JPSetúbal deu conta. Mas houve algo, com um particular interesse para nós que ele não contou! Discreto!

Naquela sessão de Grande Loja ocorreu, já se disse, a investidura do Grão-Mestre Mário Martin Guia. Mas houve mais... Ocorreu também a ajuramentação dos Grandes Oficiais designados pelo novo Grão-Mestre.

Ora sucede que um desses Grandes Oficiais é o que exerce a função de Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. E sucede também que o ajuramentado Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite é um elemento da Loja Mestre Affonso Domingues. Até aqui, nada de anormal: a Loja Mestre Affonso Domingues é uma das lojas mais antigas da GLLP/GLRP (é a Loja n.º 5) e está habituada a que elementos que a integram façam parte do Quadro de Grandes Oficiais.Todos os que passaram por essa situação exerceram os ofícios para que foram escolhidos com espírito de serviço e dedicação. Nada de mais, realmente.

Mas a razão da inconfidência é que, neste caso, vocês, nossos caros leitores, conhecem o novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. É certo que, pessoalmente, só alguns. E de nome poucos mais. Mas se o que um homem escreve permite perscurtar um pouco da sua alma, então, meus caros, esse é o caso daqueles que costumam visitar e ler esteblogue.

O novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal é o colaborador do A Partir Pedra JoséSR!

Ele não o diria, modesto como é. Mas nós, os outros que aqui escrevemos, estamos muito satisfeitos com a escolha do M:. R:. Grão-Mestre!

Bom, só há um problema: já repararam, certamente, que apreciamos particularmente arranjar maneira de manter umas polemicazitas com o JoséSR...Isso agora, vai ficar mais complicado e fiar mais fino... Afinal de contas, Grande Inspector é Grande Inspector...

Brincadeiras à parte, JoséSR é o homem certo para a função. Poucos maçons regulares em Portugal conhecerão tão profundamente o ritual do Rito Escocês Antigo e Aceite como ele. E também poucos o executarão de forma tão conscientemente cuidada. Eu sei bem disso: há mais de quinze anos que o testemunho!

Bem executar o ritual em que se trabalha é importante para os maçons (um dia destes escreverei um texto sobre isso, sobre o ritual e sobre a sua importância). Tão importante que as Grandes Lojas têm elementos (os Grandes Inspectores dos vários ritos e os seus Assistentes) cuja função é visitar as várias lojas e observar como elas o executam, com vista a detectar possíveis falhas e ajudar os seus elementos a corrigi-las. E, não havendo falhas, a ajudar a que sejam ainda melhores.

Para uma loja, ser visitada por um Grande Inspector ou por um Assistente de Grande Inspector é uma ocasião em que todos procuram dar o seu melhor. E assim só o mero facto de serem visitadas por um desses Grandes Oficiais por si só já contribui para o aperfeiçoamento do seu trabalho ritual em sessão. Receber os conselhos (e também as críticas, se for caso disso) de um Grande Inspector é sempre uma mais-valia.

Com o JoséSR, todas as lojas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceite sabem que vão beneficiar da ajuda do melhor.

Todos nós, aqui no blogue e na Loja Mestre Affonso Domingues sabemos que o "nosso" JoséSR vai fazer um excelente trabalho!

Rui Bandeira

27 março 2007

Deus e o Mal

Uma das definições de Maçonaria que ouvi é que a Maçonaria é um sistema de moralidade, velado por alegorias e desvendado por símbolos.

Não é apenas isso, mas também é isso.

O texto que vou seguidamente publicar é uma adaptação minha baseada numa daquelas apresentações de diapositivos que, meio lamechas, circulam pela Rede, envoltas em música suave e com fundos de paisagena aprazíveis. Mas esta, em particular, é mais do que isso, é uma forma de mostrar que Razão e Fé não são incompatíveis. São alegorias como esta que os maçons utilizam para reflectir. A Alegoria vela a moralidade, que é desvendada pelos símbolos. Isto também é Maçonaria.

Deus e o Mal

Um professor universitário desafiou os seus alunos com esta pergunta:

- Deus criou tudo o que existe?

Um aluno respondeu, afoitamente:

- Sim, Ele tudo criou.

- Tem a certeza que Deus criou tudo? - insistiu o professor.

- Sim senhor! - respondeu o jovem.

O professor, então, concluiu:

- Se Deus criou tudo, então Deus criou também o Mal, pois o Mal existe. E, assumindo que nós nos revelamos em nossas obras, então Deus é mau...

O jovem ficou calado em face de tal resposta e o professor gozava mais um triunfo da sua Lógica, que demonstrava mais uma vez que a Fé era um mito.

Então, outro estudante levantou a mão e perguntou:

- Posso fazer uma pergunta, professor?

- Claro que sim! - respondeu este.

Então o segundo jovem perguntou:

- Professor, existe o frio?

- Que pergunta é essa? Claro que sim! Ou, por acaso, nunca sentiu frio?

O jovem respondeu: - Na realidade, professor, o frio não existe! Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo o corpo ou objecto é susceptível de estudo, quando possui ou transmite energia. O calor é que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe realmente. Nós criámos essa definição para descrever o que sentimos quando nos falta o calor.

E o jovem prosseguiu: - Mas permita-me ainda uma outra pergunta. E a escuridão, existe?

O professor, intrigado, respondeu: - Existe, claro que existe.

O aluno retorquiu: Está de novo errado, professor, a escuridão também não existe. A escuridão, na realidade, é apenas a ausência de luz. A luz pode ser estudada, a escuridão, não. Até existe o prisma de Nichols, para decompor a luz branca nas várias cores de que a mesma é composta, com os seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão, não. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina. Como se pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é, pois, apenas uma definição que o Homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz!

Finalmente, o jovem perguntou. - Diga-me então agora , professor, ainda pensa que o Mal existe?

O professor respondeu, ainda insistindo: - Claro que sim, claro que existe, bem vemos os crimes e a violência em todo o Mundo, tudo isso é o Mal!

Retorquiu então o estudante: O Mal não existe, senhor. Pelo menos, não existe por si mesmo. O Mal é simplesmente a ausência de Deus, tal como o frio é a ausência de calor e a escuridão a ausência de luz. O Mal é uma definição que o Homem criou para descrever essa ausência de Deus! Deus não criou o Mal. O Mal não é como a Fé, ou como o Amor, que existem, como existem o calor e a luz. O Mal é o resultado de a Humanidade não ter Deus presente em seus corações. É dessa ausência que surge o Mal, como o frio surge da ausência de calor e a escuridão da falta de luz.

Pela primeira vez, o professor compreendeu que a Razão e a Lógica não são antagónicas da Fé e que aquelas, sabiamente aplicadas, afinal justificam esta.

E assim se provou que Deus não criou o Mal e também que a existência do Bem prova a existência de Deus, como o Calor prova haver energia e a Luz prova existir a cor.

Que o Grande Arquitecto do Universo permaneça em nossos corações!

Rui Bandeira

26 março 2007

Ainda a questão dos Maiores Portugueses

Não venho aqui comentar os resultados de um concurso televisivo. É um concurso e como tal tem as suas regras próprias e não deve levantar questões.
No entanto quero, não posso de , salientar o posicionamento obtido pelo Consul Aristides de Sousa Mendes.
Aristides só começou realmente a ser conhecido há uma vintena de anos, muitos anos depois da sua morte e muitos mais depois dos 3 dias em plena guerra em que emitiu os 30 000 vistos salvadores, e mesmo assim conseguiu uma votação importante.
Aristides foi um visionário. A sua visãodo problema dos refugiados foi a correcta. Salvemo-los primeiro vejamos depois como os alimentaremos e alojaremos até os podermos encaminhar ao seu destino.
Dos 30000 Refugiados de Aristides a quase totalidade chegou ao seu destino e os que chegaram refizeram as suas vidas.
Nos nossos dias os problemas dos refugiados persistem. Hoje temos meios economicos e logisticos muito maiores, mas nao seguimos a Visao de Aristides.
Primeiro mandamos comida e tendas. Desta forma garantimos que os refugiados ficam no sistio e de lá não saiem. Depois mandamos um Comissario das Naçoes Unidas ( actualmente o Eng. Guterres) fazer uma visita e aparece tudo nos média e a partir daí o Mundo está feliz porque já ajudou.
Ajudou de facto a manter os refugiados como refugiados e a garantir que mais cedo ou mais tarde o problema se auto resolve, ou o conflito acaba e voltam ou o conflito aumenta e morrem.
Aristides pôs uma dimensão humana no problema. Mostrou claramente que a vontade do homem pode fazer a diferença, mesmo que o preço a pagar seja imenso.
E ele Aristides , e a sua familia, pagou o preço. Preço Injusto porque viveu num regime que não o soube reconhecer e pôs à frente da dimensão humana a dimensão mesquinha da politica de não comprometimento.
Mas esse mesmo regime usufruiu bem dos largos milhoes de Dolares que as instituiçoes judaicas enviaram para Portugal para pagar o Alojamento, a Alimentação e toda a subsistencia dos refugiados, bem como as suas viagens para o Novo Mundo.
Aristides fez o que tinha que fazer - First Things First - primeiro salvar depois o resto. Porque o resto não existe se todos tivessem morrido.
Poderá não ser o mais Importante dos Portugueses, mas para alguém que para a generalidade das pessoas era um ilustre desconhecido o facto de ter sido dos mais votados é de importancia extrema para que as pessoas pensem no que a vontade de um homem pode fazer para mudar o Mundo.
Aristides de Sousa Mendes um Justo do Mundo.



JoseSR

O senhor Reitor-Mor e os maçons

Transcrevo parte de um texto publicado ontem, 25 deMarço, num sítio na Rede da Rádio Vaticano:

O Reitor-Mór dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, denuncia que "os novos pais da Europa são maçons" e puseram em andamento um "plano para descristianizar" o Velho Continente, que pretende relegar a religião e construir uma Europa laica e laicista. O mais significativo de todos eles é o "famoso maçon Valery Giscard d'Estaing".


Segundo o chefe dos 16.500 salesianos, a estratégia dos "novos pais não-crentes" da Europa, ao contrário dos fundadores (todos crentes), consiste em "marginalizar a religião e deixá-la sem espaço social e político, porque no passado foi a causa que provocou guerras e enfrentamentos".

O segundo passo desta estratégia - continua o superior geral dos salesianos - consiste em marginalizar a Igreja, porque "colocou travas na roda do desenvolvimento científico e técnico". E o terceiro passo se fundamenta na opção pela multiculturalidade. "que é a opção mais difícil". Pois bem - esclarece o superior salesiano - " por detrás desta estratégia está a maçonaria".

Obviamente que não concordo minimamente com estas declarações. Tenho, no entanto, o cuidado de as não qualificar, por duas razões. A primeira é que o facto de as etiquetar com um qualquer adjectivo, que não seria simpático, não é forma correcta de as infirmar; a segunda, porque, certas ou erradas, lógicas ou ilógicas, o certo é que, quem as proferiu limitou-se a dar a sua opinião, a exercer a liberdade fundamental de expressar o seu pensamento e é bom que o reconheçamos precisamente em relação às afirmações de que mais profundamente discordamos. A liberdade de expressão do pensamento existe em relação a todos e aplica-se às opiniões certas e às erradas, às que merecem o nosso acordo e àquelas com que não concordamos, às inteligentes e às cretinas. A todas!

Mas uma coisa é reconhecer e respeitar o direito à livre expressão do pensamento, outra é deixar passar em claro e sem oposição opiniões que consideramos profundamente erradas e desajustadas, como eu considero a que acima transcrevi.

Em primeiro lugar, importa chamar a atenção para o complexo que parece continuar a assolar certos sectores (que eu me permito considerar mais retrógados) da Igreja Católica em relação à Maçonaria. Fica-se com a sensação de que esses sectores se preocupam mais com os maçons do que com os seus fiéis, que se esmeram mais em gritar que "há lobo" (e de avental..) do que em pastorear o seu rebanho. Um ou mais políticos desagradam a esses cavalheiros? São, seguramente, maçons! Uma qualquer decisão não é bem vista por eles? Foi de certeza inspiração maçónica! Os actuais líderes políticos europeus não são do agrado desses senhores, preocupados em meter seus santos narizes nos assuntos de César, quando se deviam apenas dedicar aos de Deus, como ensinou Jesus Cristo? Todos maçons, está visto! Quando será que se aperceberão que estão a ser repetidamente ridículos?

Os sectores mais retrógados da Igreja de Roma não gostam da Maçonaria. Estão no seu direito! E tanto assim é que podem ficar cientes que nós, maçons, defenderemos o seu direito de proclamarem, as vezes que quiserem, que não gostam de nós. Mas, já agora, convinha que expressassem o seu desagrado com mais algum sentido do ridículo e evitassem declarações deste género!

Fiquem também a saber que, ao contrário do que alguns fazem crer, a Maçonaria - pelo menos a Maçonaria Regular -nada tem contra a Religião Católica, pelo contrário. Como fazemos sempre questão de deixar bem claro, só pode ser maçon quem for crente. Muitos maçons seguem a religião católica. Como muitos outros são evangélicos ou luteranos, ou calvinistas, ou judeus, ou muçulmanos.

E o que importa ter presente é que esta animosidade dos sectores católicos mais retrógados em relação à Maçonaria tem precisamente a ver com este respeito pela religião de cada um, com a recusa dos maçons de verem a Religião como factor de divisão, de guerrearem ou ostracizarem ou afastarem quem quer que seja pela estúpida razão de adorar o MESMO DEUS por forma diferente ou por Lhe atribuir uma designação diferente.Esses sectores retrógados falam, da boca para fora, de Ecumenismo, mas o que não suportam é que o Ecumenismo seja mais naturalmente praticado, porque integrante da sua essência, pela Maçonaria do que porventura alguma vez será por eles!

Este constante zumbido desses sectores retrógados em relação à Maçonaria não tem, afinal, nada a ver com esta, antes releva da sua concepção da Religião e da Igreja como Poder, como Domínio dos crentes, coutada dos seus desejos de imposição do que lhes convém definir como dogmas. É realmente complicado pastorear os seus crentes, mantendo-lhes a rédea curta e confinados ao claustrofóbico espaço deixado pelas suas retrógadas imposições, quando esses mesmos crentes se apercebem que, na Maçonaria, podem crer, podem manter a sua relação com Deus, podem crescer espiritualmente, sem que lhes seja imposta a cega obediência aos ditames de pseudo-detentores da Verdade Absoluta, podem ser Homens Livres seguindo a sua religião em harmonia com os demais, qualquer que seja a crença religiosa de cada um.

Compreendo, assim, que esses sectores retrógados não suportem a Maçonaria. Mas fiquem sabendo que nós, maçons, proclamamos o nosso respeito pela Religião Católica (como pelas outras). Do que não prescindimos é do nosso direito de, se assim o quisermos, nos relacionarmos directamente com o Criador, sem necessidade de intermediários ou intérpretes da Vontade Divina. Porque cremos - e todos os crentes devem crer, mesmo os retrógados... - que o Poder Infinito de Deus é suficiente para que a Sua Vontade possa ser revelada a cada um, sem que necessariamente tenha de passar pelo crivo dos ministros da Igreja!

Resumindo: nós, maçons, respeitamos quem entende manter a sua relação com Deus nos termos definidos pelos Ministros da Igreja e segundo a mediação destes. O que não prescindimos é do nosso direito denos relacionarmos com o Criador da forma que cada um entende a melhor para si, incluindo, se assim o entender, nos termos definidos pelos Ministros da Igreja... Que isso vos desagrade, é problema vosso; com o vosso desagrado podemos nós bem! Procuramos é aperfeiçoarmo-nos e não desagradar ao Criador!

Quanto à acusação do senhor Reitor-Mor dos Salesianos, permito-me duvidar que todos os actuais líderes europeus sejam maçons. Mas posso garantir-lhe que os maçons não têm qualquer plano para descristianizar o Velho Continente. Pela simples razão de que, agrade ou não ao senhor Reitor-Mor, a esmagadora maioria dos maçons Regulares da Europa são cristãos, e com muita honra! Agora, o que sucede é que não rejeitam, antes se sentam junto a eles, os Muçulmanos ou os Judeus ou os crentes noutras religiões. Se isso dói ao senhor Reitor-Mor, já é outro problema!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que os maçons não pretendem nem nada fazem para marginalizar a religião, porque, para todos e cada um dos maçons regulares, a sua religião é essencial. O que não damos é um "exclusivo" a nenhuma religião.... Se isso nauseia o senhor Reitor-Mor, o vómito é dele!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que nenhum maçon regular quer marginalizar a Igreja Católica. O que não permite é que nenhuma outra Igreja seja marginalizada, nem, muito menos, que a Igreja leve a cabo o desejo dos seus sectores mais retrógados de marginalizar os maçons e a Maçonaria! Se isso desorienta o senhor Reitor-Mor, a ele cabe esforçar-se para melhor decifrar a Vontade Divina!

Agora o que também podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que ele tem toda a razão quando diz que é estratégia da Maçonaria a opção pela multiculturalidade! Com muita Honra e todo o Gosto! E expresso o meu júbilo por, neste ponto, o senhor Reitor-Mor nos fazer justiça! Se isso faz tremer o senhor Reitor-Mor, se o senhor Reitor-Mor é adepto da "uniculturalidade" (qual, já agora? Em matéria de "uniculturalidade", confesso saber pouco; não estará o senhor Reitor-mor, espero, a manifestar o seu apreço pelas ideias "uniculturais" de um certo senhor de bigodinho que viveu na Alemanha há umas dezenas de anos...), se o convívio com as diferentes culturas o repugna, talvez seja, decididamente, melhor tratar-se!

Por mim, senhor Reitor-Mor, qualquer que seja o caso, desejo-lhe, sincerament, as melhoras!

Rui Bandeira

25 março 2007

O Dia Seguinte

Continuando o “post” anterior, do Rui, é altura para anunciar que hoje é o “dia seguinte” e assim sendo já podemos afirmar que tudo foi verdadeiramente JUSTO e PERFEITO (bem, exceptuando a treta do ar condicionado que acabou sendo condicionado demais).

O nosso querido Mário Martin Guia está instalado em sua Cadeira de Salomão, regularmente eleito e investido, com o testemunho de mais de 400 Irmãos Maçons e de muitas das obediências maçónicas regulares estrangeiras.

Com a pompa e circunstância bem merecidas estiveram presentes representações da G.L. Unida de Inglaterra (representada pelo respectivo Vice Grão-Mestre e como se sabe o Grão-Mestre é o Duque de Kent e a sua deslocação ao estrangeiro implica relações ao nível de Estado que complicam sistematicamente a sua presença nestes eventos), e das Grandes Lojas de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, de Washington D.C., da Macedónia, Nacional Francesa, da Costa do Marfim, Grandes Orientes do Brasil e de Itália e do Supremo Conselho dos Estados Unidos.
A juntar a todos estas representações tivemos a presença, que nos toca especialmente, da Respeitável Loja Fraternidade Atlântica da G. L. Nacional Francesa, que tem connosco (Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues) uma convivência de geminação, única na nossa obediência.

A sessão teve a presença de mais de 400 Irmãos Maçons e pensamos ter sido a mais assistida jamais realizada no âmbito da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (talvez por isso se sentiu tanto a fraqueza do ar condicionado…) e o jantar de gala cerca de 290 participantes.
Se estivéssemos no futebol teriam sido casas cheias !
Foi uma festa bonita, de alegria, de esperança, que a presença dos Grão-Mestres anteriores (Nandin de Carvalho, José Anes e o agora substituído Alberto Trovão do Rosário) e do candidato não ganhador (Fernando Ferrero) tornou num hino à verdadeira fraternidade maçónica.
JPSetúbal

23 março 2007

Investidura do Grão-Mestre da GLLP/GLRP

Vai ter lugar amanhã, dia 24 de Março de 2007, a partir das 17 horas, num hotel de Lisboa, a sessão da Primavera da Grande Loja /Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal.

O elemento central da ordem de trabalhos da sessão é a Investidura nas funções de Grão-Mestre do Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia, que foi eleito para o exercício desta missão no passado dia 16 de Dezembro, na sessão de Inverno da Grande Loja realizada em Tomar, em que se procedeu ao apuramento do resultado das votações ocorridas em todas as Lojas da Obediência.

Desde a data em que foi proclamada a sua eleição até à investidura que irá agora ocorrer, o Grão-Mestre eleito tomou mais profundamente conhecimento dos assuntos em andamento na Obediência, beneficiando da colaboração do Grão-Mestre em exercício, e seleccionou e escolheu os colaboradores que o irão auxiliar na condução dos destinos da Grande Loja durante o seu mandato, integrando o Quadro de Grandes Oficiais da GLLP/GLRP. O trimestre de transição entre a eleição e a investidura permitiu, assim, uma suave transição entre as duas equipas de direcção da Obediência, a que cessa as funções que frutuosamente exerceu e a que agora vai assumir a responsabilidade da gestão da GLLP/GLRP.

Na sessão de instalação estarão representadas todas as Lojas da GLLP/GLRP, os Corpos Rituais dos Altos Graus regularmente praticados em Portugal e as Grandes Lojas e Grandes Orientes internacionalmente reconhecidos como Regulares, convidados para a ocasião, e estarão presentes todos os maçons , de todos os graus e de todas as Lojas da GLLP/GLRP, que desejem fazê-lo.

Será manifestado o respeito pela Nação e seus símbolos, quer pela presença, no lugar proeminente que lhe compete, da Bandeira Nacional, quer pela, como sempre, sentida e respeitosa entoação do Hino Nacional. Seguidamente, efectuar-se-á a silenciosa homenagem à memória dos Irmãos que passaram ao Oriente Eterno.

Após a realização das operações de leitura e votação de aprovação da acta da sessão anterior, será apresentado o relatório do Grande Secretário e proceder-se-á à imposição de distinções honoríficas conferidas pela Obediência.

O final do exercício de funções do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, será, muito simbolicamente, assinalado com a apresentação por este da sua última prancha de Grão-Mestre.

Efectuar-se-á então a cerimónia de investidura do M:. R:. Grão-Mestre Mário Martin Guia, após o que este procederá à nomeação e ajuramentação do corpo de Grandes Oficiais, que o acompanhará no exercício do seu mandato.

Está prevista seguidamente a habitual concessão da palavra a Bem da Ordem, que será certamente utilizada pelos representantes das várias Lojas para saudarem o novo Grão-Mestre e manifestarem a disponibilidade das mesmas para a cooperação e colaboração nas tarefas que se perfilam no horizonte, bem como a concessão da palavra aos Muito Ilustres Visitantes.

Proferirá depois o Grão-Mestre recém-investido a sua primeira alocução nessa qualidade.

Após a apresentação da prancha do Grande Orador, circulará o Saco da Beneficência, na habitual recolha de fundos para as obras de beneficência auxiliadas pela Grande Loja, e executar-se-ão as operações de encerramento dos trabalhos.

Pelas 20 horas, no mesmo hotel, terá lugar um jantar de convívio, em honra das senhoras.

É um simples acto da mais elementar justiça, que neste blogue gostosamente se pratica, reconhecer o frutífero desempenho do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, e da equipa de Grandes Oficiais que o auxiliou, e manifestar a todos eles a gratidão pelos esforços que desenvolveram a bem da nossa Ordem.

É um simples acto de natural confiança declarar que todos depositam as maiores e mais optimistas expectativas no bom desempenho de funções pelo novo Grão-Mestre, M:. R:. I:. Mário Martin Guia, e da equipa que o acompanhará.

É um simples acto de natural satisfação consignar a naturalidade com que ocorre a transição entre dois ciclos.

Rui Bandeira