12 julho 2006

Opel na Azambuja - a proposito da saída

Nao vou aprofundar este assunto, uma vez que antevejo que ainda vai enchar muitas paginas de jornais e muitos minutos de telejornais.

Não quero aqui falar de cumprimento de contratos nem das sanções que daí possam advir, nem das questoes politicas associadas.

Quero apenas debruçar-me sobre um problema de atitude.

É um facto que a GM internacionalmente está com problemas economicos.

É um facto que a unidade da Azambuja tem custos de produção mais elevados que outras unidades GM por essa Europa fora.

É um facto que o modelo ( aliás UNICO) que lá é produzido é um modelo marginal e sem importancia estratégica para a Opel, tanto mais que estava já anunciado o seu fim.

E qual foi a atitude dos trabalhadores, seguramente bem aconselhados pelos Sindicatos, qual foi ?

Greves de protesto, multiplas RGT ( para quem nao sabe Reuniao Geral de Trabalhadores) e algumas sessões plenárias.

Como todos sabemos este tipo de acções contribuiem de forma decisiva para o aumento de produtividade e consequentemente para os custos.

Ou seja, diminuem a produtividade e aumentam os custos.

Ora os senhores da GM pensam de uma forma simples.

Quanto dinheiro vamos perder daqui até 2009 ( data do fim do contrato) .

Depois fazem a outra conta, que é : quanto pagaremos de indemnizaçao ao Estado Portugues por nao cumprimento de contrato.

E ainda apuram quanto ganharemos com a produçao noutra unidade.

Se o saldo fosse desfavoravel á GM garanto que ficavam até ao fim do contrato. Mas seguramente nao é.

As multinacionais pretendem calma e produtividade e se conseguirem isso os negocios continuam. Veja-se a Autoeuropa. Neste caso os trabalhadores aceitaram pacotes remuneratorios que permitiram a empresa nao ter prejuizos e aceitaram aumentar a produtividade. O resultado é que a WV ja assinou o contrato de produção de um modelo novo ( nao um em fim de vida ).

Neste caso , Azambuja, acho que os sindicatos nao perceberam que a forma de luta pelos postos de trabalho era ao lado da GM e não contra a GM.

Enquanto continuar este espirito revolucionario anti patronato imperialista, espirito anquilosado nas mentes de alguns poucos mas que são os lideres de opiniao de outros muitos , e não se perceber que a Economia é um fenomeno global estes casos vão continuar.

Mas isto sou só eu a dizer.


JoséSR

Interrogações depois da tragédia



Há assuntos em que é melhor deixar passar uns dias antes de emitir opinião, para que a Emoção não obnubile a Razão.

É o caso da morte dos cinco sapadores chilenos e de um bombeiro beirão, ocorrida quando estes procuravam combater um incêndio que, desgraçadamente, os venceu!

Como é habitual nestas circunstâncias, a par da emoção e do luto é sempre anunciado o inquérito que, como habitualmente, é sempre rigoroso... Acho bem, há que procurar descobrir o que correu mal, para procurar evitar que a tragédia se repita. Ponto é que se resista à tentação de apontar culpas e culpados, até porque, quase sempre, o ponteiro dos julgadores de culpas é lesto em apontar quem já não se pode defender (é muito mais fácil fazê-lo...) e isso equivale a somar à perda da Vida a agressão da culpa apontada.

Espero assim que o inquérito sirva para indicar o que devia ter sido feito, e não foi, para que nunca mais deixe ser feito, e o que foi mal feito e deve passar a ser bem feito, para procurar evitar a repetição de tragédias destas.

Por mim, tenho algumas perguntas que gostaria de ver respondidas:

1. Quando, no ano passado, foi anunciada a criação dos grupos de primeira intervenção em fogos florestais, os nossos sapadores aerotransportados, foi divulgado que uma peça essencial do seu equipamento individual, que sempre trariam consigo, era uma peça desdobrável, incombustível ou quase, isolante do calor, que serviria para a eventualidade de um sapador se ver cercado pelo fogo poder deitar-se no solo e cobrir-se com essa capa de protecção, para que o fogo passasse por ele sem o vitimar. Porque não estavam os sapadores chilenos equipados com tal peça, que porventura os poderia ter salvo? Que medidas serão tomadas para que tal omissão não mais ocorra?

2. Se estavam e tal não os salvou, que se tenciona fazer para obter melhor equipamento que proteja os nossos sapadores com eficácia?

3. Sabe-se que a missão dos sapadores aerotransportados - serem largados perto do incêndio, para limparem o terreno e abrirem aceiros, com o objectivo de travar a progressão do incêndio - é arriscada; por isso, esse pessoal é suposto ser treinado e comandado por gente experimentada. Quem decide e quais os critérios de decisão para definir o local onde são largados os sapadores e que melhorias há a fazer nesse processo de decisão (necessariamente rápido, em cada caso concreto) para melhor compatibilizar a eficácia de actuação com a segurança de quem actua?

4. Os sapadores no terreno têm uma visibilidade reduzida, trabalham num ambiente difícil e obviamente em stresse; estão à mercê de caprichosas mudanças de direcção e intensidade do vento. Que meios de auxílio e de prevenção são utilizados para apoiar quem está no terreno e avisar das alterações de circunstâncias que ponham em risco a sua segurança? Porque falharam, no caso concreto? Se não existiram ou foram insuficientes, que há que fazer para que, ao nível do apoio operacional a quem está no terreno, nada falhe quando é preciso que assim seja?

5. O que há a treinar, fora da época de incêndios, para evitar desenlaces destes? O que se aprendeu com esta tragédia para melhorar o treino e a preparação dos demais sapadores?

Estas são, na minha modesta opinião as perguntas a que o rigoroso inquérito deve dar resposta.

Porque o combate ao fogo é uma luta em que o objectivo é vencer o inimigo, sem sofrer quaisquer baixas.

As minhas homenagens aos seis combatentes mortos e o meu desejo que, por muito tempo, se possível para sempre, sejam os últimos a tombar.

Rui Bandeira

11 julho 2006

Antes da caridade

Antes da caridade
(Notícia não assinada, publicada no Jornal de Notícias online em 11/07/2006)

"Quando a bondade se mostra já não é bondade, embora possa ser útil como caridade ou solidariedade. Daí 'Não dês as tuas esmolas perante os homens, para seres visto por eles'. A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz; quem se veja a si mesmo no acto de fazer uma boa obra deixa de ser bom; será, no máximo, um membro útil da sociedade (…)." Ocorreu-me Hannah Arendt quando soube pelos jornais que o segundo homem mais rico do mundo iria doar parte do seu dinheiro (não, como Álvaro de Campos, aquele que dá do bolso onde tem menos, mas o do bolso onde tem mais) à fundação do homem mais rico do mundo. O multimilionário Warren Buffet, que acumulou qualquer coisa como 44 mil milhões de dólares, entregará 85% dessa fortuna à Fundação Bill e Melinda Gates. Buffet é, sem dúvida, um homem caridoso que não se deixou aprisionar para sempre pela vertigem do lucro (nem com os piedosamente hipócritas propósitos de criar riqueza ou postos de trabalho), mas a bondade é provavelmente outra coisa. Não vem nos jornais nem se anuncia e, se calhar, é mais motivo de desassossego e dor do que de auto-satisfação. E, se o mundo precisa de caridade, talvez (mas que sei eu?) precise ainda mais, muito mais, de bondade.
Fim da notícia.







Vem o aproveitamento deste texto a propósito da campanha publicitária, em curso, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Spots televisivos, múltiplos outdoors, fixos e com movimento, nas ruas, nas estações do Metropolitano, em tudo o que é sítio.
São muitos milhares de euros (senão milhões) gastos em publicidade, e a pergunta que me ocorre permanentemente é “Para quê? “.
Já o patrocínio do Lisboa-Dakar é muitissimo discutível, mas agora a campanha em marcha é, no mínimo, ofensiva para os necessitados e para todos os que colaboram e participam em dádivas e, nas chamadas, acções de beneficiência onde se angariam fundos para... fazer publicidade ?.
Qual o objectivo de uma campanha destas ?

Será atrair “Clientes” ?
Bom, digam-me que precisam de gente para ajudar, que eu digo onde está. Sem cobrar nada.


Será dar a conhecer a existência da S.C.M.L. ?
Foi criada em 1498, e se em 2006 não é já suficientemente conhecida, então é porque foi dirigida, ao longo de todo este tempo (508 anos), por gente completamente incapaz.

Será o quê ?
É uma situação de enorme perplexidade, sem sentido, sem objectivo, sem interesse, com... nada.
E são estas situações que levantam as maiores suspeitas sobre a forma de gastar dinheiro em Portugal, pelas Entidades estatais, para-estatais, de solidariedade social e muitas outras que funcionam com o dinheiro dos portugueses.

A Lotaria Nacional (existe desde 1783) não é suficiente como veículo publicitário, agora acrescida das outras lotarias, dos totojogos, dos eurojogos, ... ?

Claro meus Amigos, Visitantes, Irmãos, este é um desabafo, mas sinto-me indignado com o que se faz com o dinheiro em Portugal, principalmente quando é muito, principalmente quando a sua aplicação é uma ofensa a tantos que não tendo nada, não reivindicam nada e não chegam sequer a saber o muito que se poderia fazer para os ajudar, os ensinar, lhes curar o corpo e a alma.
Com o dinheiro gasto como ? Com uma Agência de publicidade ...!

Alegremente, publicitadamente, impùdicamente, impunemente !

Mas este assunto tem a ver particularmente connosco, claro que tem.
Verdade meus Irmãos ?

JPSetúbal

Dádiva Sangue 8 de Julho - Agradecimento


Como foi comunicado num post anterior, à dádiva de sangue apareceram 12 amigos. Nestas coisas de solidariedade desde que apareça mais do que um ficamos felizes, mas confessamos que gostariamos de ver muitos mais.
Existem muitos dadores que aparecem pouco, e quando efectivamente podem dar ente 3 a 4 dádivas por ano, se não promovermos estas iniciativas, muitos dadores podem passar anos sem o fazer. Por isso deverá ser efectuada mais campanhas anuais, sendo desejável no minimo duas e o ideal três por ano.
E uma alegria ver aparecer nestas iniciativas pessoas que o fazem pela primeira vez. Experimentam, verificam que não custa nada e que a sensação do bem que fizeram os leva a ser novos dadores regulares.
Devemos sempre que vamos fazer uma dádiva procurar iniciar um amigo nestas andanças.
Bem hajam os dadores que nos apoiam nesta iniciativa.


PauloFR

10 julho 2006

Fraternidade Atlântica


A Loja Fraternidade Atlântica reune em Neuilly- Bineau, integrada na Grande Loge Nationale Française, Obediência Maçónica de França internacionalmente reconhecida como Regular, isto é, observando todos os princípios maçónicos, tal como a Grande Loja Legal de Potugal / Grande Loja Regular de Portugal, em que se integra a Loja Mestre Affonso Domingues, de que os autores deste blogue fazem parte.

A Loja Fraternidade Atlântica, que é a Loja n.º 1267 da GLNF, sendo uma Loja constituída e funcionando em território francês e integrada na Obediência Maçónica Regular de França tem a característica distintiva - que se adivinha já do seu próprio nome - de trabalhar em português.

Trata-se de uma Loja em que se integram imigrantes portugueses em França, lusodescendentes e franceses com interesse e carinho pela Língua Portuguesa. O seu funcionamento é uma forma de preservação da Língua Portuguesa (a Pátria de Fernando Pessoa...) pelos imigrantes portugueses em França e lusodescendentes nesse País, os quais, naturalmente, no seu dia a dia têm de se expressar na língua de Molière, mas continuam a prezar e a pretender expressar-se na língua de Camões. É também uma forma de permitir aos francófonos amantes da Língua Portuguesa praticarem a mesma.

A Loja Fraternidade Atlântica constituiu-se em 13 de Maio (note-se o simbolismo da data...) de 2000 e proclama a seguinte Profissão de Fé:

Em tempos de outrora, nossos irmãos portugueses traçaram os caminhos de suas buscas além dos mares e oceanos para semear, a partir do Velho Continente, o Oriente, a África e as Américas.

As velas de suas caravelas, arredondadas pelos ventos, verdadeiras gotas de esperança de descobrimento e de fé num oceano desconhecido, levavam a cruz das ordens eternas para um horizonte no qual surgiria um cruzeiro estrelado.

Desde então, inúmeros laços foram tecidos entre os nossos continentes por homens livres e submetidos à Vontadae Divina.

Um deles, o nosso saudoso irmão André Rosenthal, Mestre Instalado da R. L. France, no Oriente do Rio de Janeiro, desejou a criação de uma Loja que, a partir da França e através da língua portuguesa, se inscrevesse nesse espírito de Fraternidade ultra-mares.

Fraternidade Atlântica, nave na qual os amantes da viagem farão a viagem do Amor Fraternal.

"Navegar é preciso..."

No passado mês de Junho, a Loja Mestre Affoso Domingues e a Loja Fraternidade Atlântica concretizaram a sua geminação.

É com orgulho e espírito fraterno que aqui registamos esse facto e manifestamos que este blogue está à disposição dos nossos irmãos da Fraternidade Atlântica e que esperamos que o frequentem e apreciem.

Rui Bandeira

09 julho 2006

"Bucha e Estica" em versão "Mundial/2006"





Queridos Amigos, Visitantes habituais ou ocasionais. Não resisti à tentação de partilhar convosco este boneco que apanhei num blog "brasileiro (só podia ser, não é ?).

Tinha decidido não gastar mais espaço com o Mundial, mas este está imperdível.

JPSetúbal

Contador de visitas

Foi adicionado um contador de visitas ao blogue. Tal vai permitir-nos ter uma melhor noção do grau de publicidade que atingem os textos que vamos publicando.

Como neste blogue, nada se esconde, o contador de visitas pode ser visto na barra lateral, logo abaixo do ícone "Blogger".

O número de visitas que apresenta é o ocorrido desde as 17,30 horas de 9 de Julho de 2006.

Este é o primeiro texto publicado no blogue após esta alteração.

Rui Bandeira