13 abril 2015
(O texto que se segue foi proferido em sessão da Loja Mestre Affonso Domingues. Creio que fala por si. Quanto à identidade do homenageado, nós, os seus Irmãos, conhecemo-la - e isso basta, para ele e para nós...)
Muito Respeitável Vice Grão-Mestre,
Respeitáveis Grande Oficiais,
Venerável Mestre da Respeitável Loja Lusitânia,
Venerável Mestre,
Meus Irmãos, em todos os vossos graus e qualidades,
A Loja Mestre Affonso Domingues vai fazer algo que nunca fez em vinte e cinco anos, algo que, precisamente para conferir valor e significado ao que vai ocorrer, tenciona que, nos próximos vinte e cinco anos, em muito raras e escolhidas ocasiões, se é que em alguma, volte a fazer: homenagear um dos nossos!
Fazemo-lo pela primeira vez em vinte e cinco anos, e tencionamos muito parcamente voltar a fazê-lo nos próximos vinte e cinco anos, não porque tenhamos algum problema em relação a homenagens, mas simplesmente porque na cultura, na matriz, da nossa Loja está profundamente impresso que aqui cada um de nós está para procurar ser melhor, para buscar fazer melhor, com o auxílio dos seus Irmãos e auxiliando os seus Irmãos a igualmente todos os dias melhorarem mais um pouco. Nesta Loja, desde sempre que os mais antigos instilam nos mais novos a noção de que o simplesmente bom não chega, sendo corrente, mesmo até rotineiro, que trabalhos dos nossos obreiros sejam áspera e por vezes impiedosamente criticados... porque são apenas bons!
Nesta Loja, o mínimo que exigimos de nós próprios é ser melhores, porque, no nosso padrão, o Ótimo não é nunca o objetivo final, é apenas um necessário degrau para se atingir a Excelência, aquele patamar em que por vezes - ainda que sempre fora do alcance da nossa mão, por mais que estiquemos o braço - se consegue vislumbrar a humanamente inatingível Perfeição.
Porque esta é a nossa cultura, a nossa matriz, não somos muito dados a homenagens aos nossos, porque aqui ser melhor do que bom é um simples cumprimento do dever, sem direito a especial menção, ser ótimo é um ponto de passagem que confere apenas direito a um breve e discreto louvor, atingir a Excelência é o objetivo.
No entanto, hoje, aqui e agora a Loja entendeu ser imperativo da justiça prestar fraterna homenagem a um dos nossos, porque lhe reconhece a Excelência. Excelência enquanto cidadão, homem de família, profissional e maçom. Aquele que hoje gostosamente vamos homenagear é um maçom que é muitíssimo mais que um homem bom, muito mais do que um homem que se tornou melhor – afinal de contas, não fazendo mais do que a sua obrigação ao estar entre nós - é bem mais do que um ótimo homem e maçom. Aquele que hoje vamos homenagear pertence ao muito restrito número daqueles que se impõe que reconheçamos como um Excelente homem e Excelente maçom, alguém que faz com que cada um de nós pense, de si para consigo, que “quando eu for grande gostava de ser como ele”.
Todos nós, os que aqui estamos reunidos, buscamos entender o sentido da vida e procuramos que a nossa vida tenha significado. Sobre o sentido da vida, cada um saberá a que conclusões chegou. Sobre o significado da vida do Irmão que hoje está no centro das nossas atenções, a homenagem que agora se inicia pretende precisamente assegurar-lhe que a sua vida, o seu caráter, a sua postura, a sua fraternidade, a sua disponibilidade, representaram e representam um profundo significado para todos e cada um de nós, que é apenas justo hoje demonstrar-lhe.
Quis – e bem – toda a Loja envolver-se neste reconhecimento ao nosso Irmão. Assim, seguidamente serão apresentadas três pranchas dedicadas a ele, à sua figura, à sua ação, ao que ele representa para todos nós, uma apresentada em representação da Coluna dos Aprendizes, uma outra em nome da Coluna dos Companheiros, a terceira pronunciada por mandato dos demais Mestres da Loja. Seguir-se-á ainda uma pequena e despretensiosa surpresa que esperamos agrade ao nosso Irmão e, naturalmente, no que toca à Loja, a voz de quem toda a Loja representa, a do Venerável Mestre.
Muito Respeitável Vice Grão-Mestre,
Respeitáveis Grande Oficiais,
Venerável Mestre da Respeitável Loja Lusitânia
Venerável Mestre,
Meus Irmão, em todos os vossos graus e qualidades,
É com um enorme sentido de privilégio e de honra que declaro aberta a merecida homenagem ao nosso muito prezado Irmão ...
Rui Bandeira
06 abril 2015
"Páscoas"...
Depois
de findo este tempo de “passagem” pela Páscoa, não importando tanto qual, se a
Pessach, a Páscoa Cristã ou inclusive a “Páscoa” pagã, o que me importa reter
é a reflexão que nos pode ser proporcionada pela vivência desta dita quadra
festiva.
Tanto judeus como cristãos e
pagãos celebraram por estes dias, algo que nas suas praxis religiosas convida à partilha.
Nos povos judaicos e cristãos é hábito as
famílias se juntarem à mesa e repartir o pão – a “comida”- numa ceia que para
cada um destes povos tem um significado especial.
Os judeus partilhando o pão
ázimo é lhes relembrado não só o tempo de exílio pelo deserto do Sinai após a
sua “fuga” do Egipto, mas principalmente e também, a passagem do anjo que “condenou” os
primogénitos egípcios, após a “maldição divina”.
Por
sua vez, os povos que baseiam a sua religião no Cristianismo, habitualmente na
quinta-feira de Endoenças (mais vulgarmente conhecida por quinta-feira santa),
também costumam partilhar uma refeição que tem origem na Eucarístia Crística,
quando Jesus, o Cristo, partilhou a sua última refeição com os seus apóstolos.
- Até
mesmo na Maçonaria em determinado grau, nesta mesma data, é usual existir uma
refeição eucarística baseada nesta mesma “refeição” e também na ceia mitraica, o que torna esta refeição em algo de especial e muito diferente do usual
ágape fraternal que se costuma efetuar após as reuniões maçónicas-.
Já da
celebração feita pelos povos ditos pagãos encontramos nos dias de hoje algumas
reminiscências de outras épocas em que se celebrava a Ostara. Festividade esta, em que para além de se celebrar o Equinócio da Primavera, se festejava também a fertilidade e o "renascimento" da natureza. E desses cultos pagãos, encontramos não a partilha de pão, mas sim de ovos.
Hoje
em dia é costume em quase todos os “países ocidentalizados” serem ofertados ovos, mas principalmente serem oferecidos ovos de
chocolate, estes últimos mais ao gosto das crianças.
-No nosso país, é também habitual nesta altura do ano se oferecer o conhecido " folar pascal", uma espécie de bolo que contém no seu interior ovos cozidos-.
No
fundo e de forma transversal a estas religiões, encontramos nesta quadra uma
ideia generalizada de partilha, da dádiva de algo.
O que poderia se supor que existisse
apenas na celebração do Natal cristão ou nas festividades do Dia dos Reis (festas de tradição cristã), tornando
essa quadra festiva um pouco mais comercial do que deveria o ser, viemos encontrar um paralelismo interessante entre estas religiões no que toca à partilha de alguma coisa nesta época em que vivemos.
Neste caso em concreto e que no fundo motivou a escrita deste texto, existe a partilha de algo substancial ao ser humano, algo que é a base
da sua vida, a Alimentação.
Queiramos
nós todos também nas nossas vidas, nas nossas práticas, sejam elas religiosas ou de cariz mais profano, partilhar
também algo de importante ou que seja considerado como tal, com quem mais o necessite, tendo sempre em mente que a vida não é apenas "vida" em determinadas épocas ou quadras festivas, mas que o é durante o decorrer de todo o ano. Não esperemos nós pelas "Páscoas" da nossa vida para fazer e partilhar o Bem...
Esta
foi a reflexão que esta Páscoa me deixou e que muito abertamente partilhei com todos Vocês…
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30 março 2015
Sessão de Equinócio da Primavera da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP…
Por
altura do Equinócio da Primavera, e também celebrando este como o é habitual,
reuniu em Assembleia Magna a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, num local a
coberto da indiscrição de profanos.
Estiveram
presentes bastantes Irmãos provenientes de várias Respeitáveis Lojas e de
várias localidades do nosso país, do Norte
ao Sul, do Oriente ao Ocidente , como gostamos de dizer em maçonês.
Nesta
digníssima Sessão Maçónica tratou-se do que havia de se tratar e falou-se do
que se deveria falar, ou não fosse ela uma sessão mais administrativa...
Mais
uma vez, a Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 esteve presente com uma parte do seu quadro
de Oficiais de Loja bem como com elementos do seu quadro de obreiros que
integram o corpo do Grão-Mestrado.
De
salientar ainda o contributo que esta mesma Respeitável Loja deu em relação à
Regulamentação da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, no âmbito da elaboração
de uma proposta de determinado documento, demonstrando que não só se encontra à Ordem bem como ficou patente que trabalha a bem da mesma na sua generalidade…
Finalizando,
algo que se pôde constatar das
conclusões retiradas desta Assembleia Geral é de que a Maçonaria Regular
portuguesa se encontra em franco crescimento e que se encontra de “boa saúde”…
E
que é assim que ela deve permanecer, acrescento eu!
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 0 comments
Marcadores: GLLP/GLRP, Grande Loja, RLMAD
23 março 2015
Mensagem do Grão-Mestre da GLLP/GLRP no Dia do Maçom 2015
O dia do Maçom decalca a sua celebração sobre a data de nascimento de George Washington, primeiro presidente dos EUA e I.: Maçom.
E quando penso em George Washington e outros Grandes da nossa espécie, ponho-me a cogitar sobre uma escala adjetival que ordene o valor dos Homens, todos os homens: os de bons costumes e os restantes. Frequentemente desenha-se-me a seguinte proposta: humanóides; homens; homens inteligentes; homens sábios; homens génios; homens profetas. E a riqueza ou a pobreza não contam para a minha escala. Quando digo inteligentes, não me restrinjo apenas aos aspetos enquadrados pela ciência, ou pelas artes, mas incluo antes os latos universos do cognitivo e do afetivo; quando digo sábio, não me restrinjo apenas ao saber livresco, mas antes alargo a todos os saberes e artes que emanam da vida e a sublimam; quando digo génios, não me refiro apenas a figuras que a história consagrou, mas também a muitos outros que viveram uma relação de humildade tal com a história que esta os esqueceu e ignorou e nem da lei da morte os deixou libertar; quando digo profetas, não me refiro apenas aos escolhidos e enviados, aos ditos profetas clássicos, tal Cristo ou Maomé, mas também a outros, que nascem no seio da humanidade apenas cada quinhentos, mil ou dois mil anos, e que concretizam profecias fantásticas e absolutas: para um país, para uma ciência, para um desporto, para uma arte, para a bondade e cidadania dos homens...
E penso nestas coisas que parecem tontices, porque também gosto de pensar nas centenas de grandes maçons com que gosto de encher a boca, professando o seu nome a rogo de exemplo, que fez com que a humanidade progredisse e ficasse melhor, e que tanto orgulham a Maçonaria Universal e a nossa Augusta Ordem. E a ditadura dos números não me deixa esquecer aquele número, grande, de homens que foram, ou são, maçons e que nunca souberam honrar, nem a humanidade, nem a maçonaria. E digo isto porque é verdade meus II.:. É verdade, porque não basta pertencer à Maçonaria, para ser-se Maçom: é sobretudo preciso que pratiquemos e incorporemos os Valores que a Maçonaria professa e defende há tantas centenas de anos. E quando defendemos e praticamos os Valores, não deixamos espaços vazios para desvarios e extremismos loucos que enchem todos os dias jornais e televisões.
E celebrar o dia do Maçom também deve ser isso: celebrar o dia do Homem, que pode até nem sequer ser inteligente, nem sábio, nem génio, nem profeta, mas é Homem de Valores, porque incorporou e pratica todos os dias os valores pelos quais a Maçonaria sempre lutou, e que fizeram com que a humanidade pulasse e avançasse no sentido certo: tudo o resto é pura vanidade e desperdício, e cedo o bom Maçom aprendeu, que meia palavra lhe bastaria...
E era esta a mensagem forte que hoje vos queria comunicar, e dela imbuídos, continuaremos o nosso caminho, fazendo o mundo mais feliz, e por contágio, sermos todos mais felizes, cumprindo os Princípios e os Valores, para consolidar a edificação da nossa Ordem, a bem da Humanidade, à Glória do Grande Arquiteto do Universo.
Júlio Meirinhos
Grão Mestre
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Marcadores: Dia do Maçom, Grão-Mestre
16 março 2015
Perspetivas “reais”…
Quem
já teve a oportunidade de ler algum texto que eu vou escrevendo, porventura já
terá reparado que algumas vezes costumo afirmar que na mais simples coisa se
pode encontrar a presença da Arte Real.
Naturalmente
que só vislumbramos algo se o conhecermos, bem como reciprocamente, que só
poderemos encontrar aquilo que efetivamente procuramos.
Aliás,
existe até mesmo um silogismo religioso e iniciático que diz que “quem procura, encontra”.
E
eu acrescento que pode mesmo encontrar!
Pode
é nem sempre ser tão lesto como se poderia desejar, mas com trabalho, empenho,
paciência e muita perseverança, tal poderá ser concebível.
Mas
por vezes é possível encontrarmos algo mesmo que não estejamos à procura de alguma
coisa e essa descoberta, algumas vezes fascinante, é algo que nos pode motivar
e impelir para ir mais além, demonstrando de certa maneira, que o caminho que
escolhemos tomar é o que melhor se nos aplica.
Por
isso, não são raras as vezes que encontro a presença da minha(/nossa) arte, em coisas tão simples como em
frases ditas por alguém que nem sempre está identificado com os princípios de
vida que observo, ou em canções ou músicas que nem sempre são aquelas
intemporais ou mais comerciais que é usual conhecermos ou outras que poderíamos relacionar com algo mais místico ou metafísico até, ou inclusive até mesmo em simples construções onde a presença da Maçonaria poderia ser assumidamente dada
como inexistente.
Quando
encontro algo que relaciono direta ou indiretamente com a Arte Real é porque
detenho um conhecimento que me permite reconhecer essa presença, ou pelo menos,
a supor.
Mas
tudo isto, apenas pode ser feito através da minha perspetiva, da minha visão, dos meus princípios morais e da
minha experiência de vida. É a perspetiva que tenho sobre tal, que me permite
esse facto.
Pois
as mesmas coisas, os mesmos objetos, as mesmas músicas, poderão na perspetiva
de outrem, pouco ou nada ter a ver com a opinião que tenho sobre essas mesmas
coisas. Tudo na vida depende da nossa perspetiva e da nossa opinião e é a nossa
perspetiva que tudo define.
Aquilo
que eu vejo e sinto, podem outros também o ver e sentir, tal como outros
poderão nunca o fazer…
Mas
aquilo que eu vejo, sinto, saboreio ou toco, apenas poderá acrescentar mais valias à minha vida se eu tiver a
noção disso mesmo, caso contrário apenas serão meras sensações que sentirei e
que pouco ou nada me trarão de novo ou de positivo para o que eu espero da
vida.
Todavia,
enquanto eu olho para algo através da vista de alguém reconhecido como maçom,
um estudante de Teosofia, um Rosa-Cruz, um membro de outra via iniciática
qualquer ou que tenha alguma perspetiva
espiritual diferente da minha, encontrará outras coisas que não me serão
possíveis encontrar.
Primeiro,
porque não as procuro, mas principalmente porque não as conheço. E sem as
conhecer, nunca me será possível as reconhecer…
Todavia,
alguém não iniciado nestas “andanças”,
também não o conseguirá fazer porque não
as conhece, e também porque sem as conhecer, também não as poderá identificar.
O
que poderá fazer no entanto, é tentar perceber o que é aquilo que observa, e quanto muito, se auxiliado corretamente, é
apreender, através da boca de quem
lhe vai debitando noções ou percepções daquilo que estará à sua frente.
O
que é sempre diferente de reconhecermos algo e aquilo que nos dizem que será ou
que poderá ser na realidade…
-
Existem sensações que são necessárias
vivê-las, experimentá-las, para se saber verdadeiramente o que são… As nossas experiências, as nossas vivências são
determinantes na nossa vida, pois elas são responsáveis por aquilo que somos,
por aquilo que pensamos e por aquilo que fazemos…-
Quantas
vezes não estivemos nós em excursões ou em visitas a museus, castelos, igrejas,
espaços culturais, etc, onde fomos guiados por alguém?
E
em ocasiões em que tal era a primeira ou a segunda vez que visitávamos esses
locais?
E
que à medida em que íamos ouvindo o nosso guia, íamos adquirindo novas percepções
sobre o que estávamos a ver?
Ou
em visitas posteriores aos mesmos lugares, em que observávamos já com olhos diferentes aquilo que estávamos a
contemplar, fruto dos conhecimentos que fomos ganhando entretanto?!
A
nossa opinião bem como a nossa perspetiva sobre algo é mutável, evolui.
Já
alguém dizia que só “os ignorantes não mudam de opinião” e quem não muda, não
consegue progredir. E sem progredir, o Homem estagna, definha…
Por
isso é tão importante a perspetiva que temos das coisas e quanto menos ambígua
for essa perspetiva mais depressa poderemos definir aquilo que encontramos ou
aquilo que observamos como sendo (o) verdadeiro e/ou o mais correto.
E
a nossa experiência de vida, o nosso empirismo, terá um papel fulcral no
auxílio de validar aquilo que se nos é apresentado pela vida.
Através
da nossa experiência é nos possível adquirir uma visão das coisas, que sem ela, não nos seria possível obter.
Não
basta se olhar alguma coisa simplesmente olhando,
há que se olhar com olhos de quem quer ver…
E
isso é o mais importante, porque só agindo assim poderemos alcançar o
conhecimento, atuando de forma deliberada e tendo a noção do que (o) estamos a
fazer .
A
nossa perspetiva será sempre a “nossa”. Outros terão as “deles”.
Devido
a diferentes experiências de vida, diferenças culturais, sociais, económicas e
educacionais, existem várias formas de se olhar e analisar a mesma coisa.
Tanto
que na maioria das vezes, temos como opinião que, se as perspetivas dos outros forem semelhantes à nossa, facilitam-nos o
nosso inter-relacionamento humano, e que se forem contrárias ou divergentes às perspetivas que temos, possibilitam-nos
outras novas aprendizagens e também a comunhão e partilha de diferentes pontos
de vista, originando o debate dessas diferentes
ideias. Sendo isto, algo que considero também como bastante necessário
para o progresso humano.
E
é para o progresso do ser humano que os maçons trabalham! Seja através da sua
ação no mundo profano, seja através do seu trabalho nas suas lojas maçónicas…
Por
tudo isto, dependendo apenas da perspetiva que se poderá ter acerca de algo,
foi-me possibilitado fazer esta reflexão que convosco partilhei.
Foi
apenas a minha perspetiva que enunciei e nada mais.
Se
correta, se errada, apenas outrem a poderá sufragar e dar-lhe o valor que
considerar que ela valha.
Quanto a mim e para aquilo que pretendo da vida, por
enquanto, vai servindo perfeitamente…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:04 0 comments
09 março 2015
Uma pequena história, um grande e fraterno significado!
A Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues, como
todas as outras lojas maçónicas, recebe, na qualidade de visitantes, Ir:. das
mais diversas e variadas nacionalidades. Por aqui, na Loja Mestre Affonso
Domingues, temos gosto em fazê-lo e, segundo dizem os Ir:. que o GADU faz
questão de colocar no nosso caminho, fazemo-lo bem.
Assim aconteceu, com um Ir:. oriundo da IIr. da Loja
Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do Brasil – GOB que, na sua “despedida”,
brindou os obreiros da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº 5, com a
prancha hoje aqui transcrita na íntegra.
Ainda em sessão, solicitei autorização ao Ir:., pois é ainda Aprendiz e, como tal, não pode publicar textos, nem utilizar da palavra
em sessão, o qual aceitou prontamente.
Como seu Ir:. é uma honra o poder publicar em seu
nome, esta belissima prancha, como obreiro da Respeitável Loja Mestre Affonso
Domingues, foi compensador tê-lo por cá e, estou certo que o GADU, irá
proporcionar novamente que os nossos caminhos se cruzem.
Portanto, a prancha que aqui vão ler, foi lida em
loja, em sessão ritual, por um Ir:. visitante que assina a autoria da mesma, eu
Daniel Martins apenas proporciono ao universo do A Partir Pedra, a sua leitura
em âmbito alargado.
Meu querido Ir:., obrigado, mais uma vez pelas tuas
palavras, bem hajas e, estou certo, até breve.
Uma pequena história, um grande e fraterno
significado!
Vou contar uma história para vocês, meus IIr. Serei
breve, serei leve. Uma história ainda em reflexão, uma história que ainda está
sendo vivida e que foi possibilitada pelo G.A.D.U.
Quando se fala em projeto logo se indica qual o seu
âmbito: profissional, pessoal, familiar, e por ai vai. Embora indicando e
dividindo nossos projetos, aqueles de maior importância tem inserção e
interação direta com nossas vidas pessoal e profissional, profana e fraterna.
Afinal, o que é de mais importante é (ou deveria ser) partilhado.
E essa pequena história foi compartilhada com vocês.
No dia 01 de novembro de 2014 cheguei em Lisboa,
Portugal, para uma estadia de 120 dias, foco profissional, meu Estágio de
Doutoramento em Direito, foco pessoal, uma experiência familiar certamente
inesquecível. Não cheguei só. Cheguei com minha família: esposa e filho.
A viagem começou muito antes da chegada em Lisboa no
dia 01 de novembro. Iniciou de certa forma quando constituímos os laços
familiares, 12 anos atrás, e com a chegada do nosso filho.
Quero dizer com isso que 120 dias distante do nosso
meio comum, ao mesmo tempo em que um sonho, uma perspectiva maravilhosa que
seria vivida, seria um grande desafio para 3 pessoas. Afinal, estaríamos
sozinhos vivendo a experiência de estar em um continente, um país, uma cidade,
muitas milhas além de casa.
Assim que decidimos pela viagem anunciei em minha
Loja, perante meus queridos IIr. da Loja Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do
Brasil – GOB. De imediato VM, 1 e 2 Vig., IIr. Mestres indicaram: “Deves procurar
nossos IIr. em Portugal! Contate o Grande Oriente para te indicar o caminho dos
IIr.”
Contatei o Grande Oriente do Brasil e em pouco tempo
recebi uma resposta: “Meu Ir. Somente é permitida a visitação a Ir. MM., como
és Ap.’.M.’. não pode realizar visitas. Mas como li em seu pedido que irá com
sua família, por longo período, necessitará estar em ambiente fraterno, por
isso, autorizo e encaminharei sua documentação”.
Logo na semana de chegada a Lisboa, percebi que
estaria seguro e em família. Fui recebido muitíssimo carinhosamente pelo Ir.
José Ruah na GLLP/GLRP, o qual de pronto deixou as portas abertas e indicou a
RL Mestre Affonso Domingues, n. 5 para que freqüentasse no período em que
estivesse em Lisboa.
Na primeira oportunidade, dia 12 de novembro de
2014, visitei pela primeira vez a RL Mestre Affonso Domingues, n. 5. Fui
recebido sem formalidades pelos IIr. Em seguida tive a oportunidade de visitar
outras L. da GLRP, mas retornei somente a RL. Mestre Affonso Domingues, n.
5.
E aqui esta pequena história passa a ter um grande e
fraterno significado.
A RL Fênix, n. 4053, minha Loja Matter, tem uma
verdadeira egrégora familiar. A egrégora que lá se firma é o mais puro
sentimento e congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna,
nos seus mais diversos graus e qualidades. Minha casa fraterna!
Embora com somente 6 visitas a RL Mestre Affonso
Domingues, n. 5, me senti em uma verdadeira egrégora familiar. E aqui, meus
IIr., sinto que a egrégora que se firma é, também, o mais puro sentimento e
congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna.
Durante este período de 120 dias tive mais vínculo
com alguns IIr. do que outros, o que é normal, mas sem dúvida sempre muito bem
recebido por todos, realmente me senti em casa.
Algo que reparei e senti é que os IIr. que aqui
estão querem estar aqui, realmente estão aqui além da presença física. Isso faz
da RL Mestre Affonso Domingues uma verdadeira Loja. Para quem chega a RL Mestre
Affonso Domingues isso faz toda a diferença.
Percebi que os IIr. que aqui estão, por óbvio,
entraram na Maçonaria, mas, também, e o mais complexo, que infelizmente não
acontece sempre, a Maçonaria também entrou nos IIr. Com isso não estou a dizer
que a RL Mestre Affonso Domingues não tenha problemas, necessidades... afinal,
se fosse perfeita, o que restaria?!
Quero dizer com essas poucas palavras que a
convivência fraterna com os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues fez a total
diferença no decorrer dos 120 dias que aqui estivemos. A segurança que senti e
sinto por estar entre vocês auxilia imensamente em fortificar a segurança que
passei e passo para minha família durante a estada em Lisboa. Saber que
possuímos uma família grande, com muitos IIr. Em pé e à Ordem, faz a total
diferença.
Regressaremos ao Brasil no próximo sábado, dia 28.
Retornarei ao seio fraterno de minha Loja Matter, estou com saudades dos IIr.
que lá estão. O que também é certo é que sentirei saudades de todos vocês,
assim como serei eternamente agradecido pela forma que fui acolhido pela RL
Mestre Affonso Domingues, n. 5.
Fica o registro de que sempre estarei Em pé e à
Ordem para todos os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues, e que o referido
registro não seja um Adeus, mas um até breve.
Afinal, não se está distante quando se mantém perto
no coração, e todos vocês estão em meu coração.
São palavras simples, porém sinceras, e assim me
despeço de todos.
Que o GADU ilumine todos os IIr. e suas respectivas
famílias.
Ir. José Carlos Kraemer Bortoloti
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
Lisboa, Portugal, 25 de fevereiro de 2015
Daniel
Martins
02 março 2015
"Jornal-i-smos..."
Durante este fim de semana numa
edição de um jornal diário que tem como título uma letra vogal do alfabeto, encontra-se uma reportagem que apesar de contar alguns erros, naturais de quem não
percebe ou anda nestas andanças de maçonarias e afins…, é totalmente
diferente e divergente do outro "artigo" que inspirou o meu texto anterior.
De facto, esta reportagem que veio a
público este fim de semana, tenta ter um perfil informativo e não conspirador,
tenta demonstrar o que é a Maçonaria e mostrar um pouco o que existe para lá do
véu da discrição e do secretismo.
Naturalmente que não estou a fazer a
apologia desta reportagem nem do respetivo jornal, mas quando se quer informar
realmente, a atitude a tomar é sempre diferente de quando se tenta impregnar na
mente de alguém algo que poderá estar longe da realidade.
Aliás algumas das personalidades que foram abordadas no contexto desta reportagem são pessoas com responsabilidades na Maçonaria em
geral, pelos cargos que envergam ou que já ocuparam. E isto traz uma credibilidade
extra para os artigos que compõem esta reportagem, que ela não teria se fosse
feita de outra forma.
- Quem sabe falar de Maçonaria, serão
os maçons. Porque a vivem, porque a fazem
e a constroem dia após dia. Os outros
apenas podem tentar especular sobre o assunto, com os erros e as lacunas na informação que
poderão surgir dessa atitude.-
A reportagem no seu geral não está
isenta de alguns erros, que considero superficiais e de quem tenta num curto
espaço abordar muita coisa ao mesmo tempo. O que por norma acaba por sempre
acontecer quando queremos compilar muita informação e temos pouco espaço para o
fazer. Falar da História da Maçonaria, dos seu Rituais próprios, Processo de
Recrutamento e demais temas abordados
por esta reportagem, nunca será fácil para quem não viveu os mesmos e apenas os
pode especular ou basear-se no que outrem lhe possa contar.
Mas apesar dos erros existentes,
gostei da fluidez dos artigos e com a preocupação - assim me o parece - –que o jornalista
responsável pela elaboração dos textos teve em não opinar transversalmente
sobre o tema da reportagem.
Mais reportagens deste género houvessem e as pessoas não andariam sempre tão curiosas sobre o que é e o que a
Maçonaria faz…
Apesar deste tema ser sempre um tema
bastante comercializável, desta vez, tenho a ideia que não foi este o mote para
a reportagem, mas uma consequência da mesma…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 0 comments
23 fevereiro 2015
"Curiosidade, voyerismo, ou simplesmente, requintes de malvadez…?!"
Hoje infelizmente trago à baila um tema que me causa algum amargo de boca, daqueles amargos criados por um qualquer espinho purulento que se possa ter na garganta...
Seja por mesquinhez humana, seja meramente por curiosidade ou
simples voyerismo sobre o que se passa na vida de outrem, os tugas são uns “cuscos” por natureza…
A curiosidade sobre a forma de como o seu amigo, vizinho ou colega
de trabalho vive ou age, geralmente faz parte do imaginário coletivo do povo português.
Saber o que aqueles fazem nas suas vidas, nas suas
profissões, quais as suas amizades, os seus gostos e “desgostos”, levaram
a que as redes sociais crescessem de forma exponencial ao longo dos últimos
anos e não apenas em Portugal, mas no resto do mundo também.
Quantos de nós aderiu ou ainda pertence a uma rede deste tipo?
Quantos de nós fomenta e desenvolve a suas amizades e
conhecimentos nestas redes sociais?
Uns porque querem de facto interagir com os seus amigos, outros
apenas por quererem conhecer a vida que essas pessoas levam…
Como seres humanos, somos competitivos por natureza - essa faceta
animal está intrincada no nosso ADN - e isso leva-nos a comparar o que fazemos
com o que os outros fazem.
E algumas vezes nessa “competição”, a comparação entre estilos de
vida é geralmente o que mais acontece. Saber que alguém tem uma vida “melhor”
ou “pior” que a sua, para alguns, é o que de mais gratificante têm na sua
vida, o que só demonstra a sua pequenez de espírito.
E quando esta curiosidade abrange não exclusivamente os
conhecidos, mas que se alarga a outras pessoas, sendo estas personalidades
conhecidas na sociedade, tal propicia a existência de um “género literário” que
tem vários seguidores não só em Portugal como também por esse mundo fora.
Geralmente tal é designado por literatura “cor-de-rosa”, até porque
habitualmente quem seriam os maiores consumidores deste género literário eram
as mulheres. Coisa que está a mudar na atualidade.
Quem não costuma folhear algumas páginas deste tipo de
revistas?
Nem que seja meramente para ajudar a passar o tempo de espera num
consultório médico ou numa paragem de autocarro? Mesmo que não seja
necessariamente para cuscar sobre a vida de alguém…
Mas não é particularmente sobre este género literário que eu quero
elucubrar, mas sobre outro género, o do tipo informativo. Daquele que serve
mesmo para informar e não o contrário.
Assim, durante a passada semana, uma publicação supostamente
mediática e de cariz hipoteticamente informativo – será?! - com
um título suis generis de dia da semana e que
curiosamente nem sequer é publicada nesse dia cujo o nome enverga, - opção
editorial ou marketing, quiçá?- voltou à carga com o tema Maçonaria e a vida
interna das principais Obediências do nosso país, nomeadamente a GLLP/GLRP da
qual faço parte, e logo como manchete principal e como sendo o tema capa de revista.
Naturalmente que neste texto, bem como em outro qualquer, apenas
posso expressar a minha opinião, sendo apenas por ela que sou
responsável.
Sou um cidadão adulto e livre, mas acima de tudo cumpridor das
regras cívicas e das leis do meu país.
E como tal, se tenho deveres a cumprir, também por sua vez, terei
direitos que me são adstritos.
E um deles é o direito a associar-me e a reunir-me com quem eu bem
entender, desde que tal não seja criminalmente punível.
E a expressar o que por bem eu entender, desde que tal não ofenda
ou comprometa o bom nome de algo ou de alguém.
E se falei assim anteriormente, é porque quero que fique inculcado
na mente de quem me lê, o que eu penso e sinto sobre este assunto em particular.
E uma vez que, sendo reconhecido como maçom e principalmente
porque faço parte da Maçonaria Regular, - apenas posso falar daquilo que
vivencio -, sei que nada se passa no seu interior que atente a nossa república
nem a nossa democracia legitimamente eleita. Até porque tal nunca poderia
ocorrer, porque qualquer Obediência Regular compromete-se em honrar e respeitar
as regras do país onde se insira, bem como os maçons seus filiados, juram
sempre submeter-se às leis desse país em concreto. E nem o poderiam de fazer de
outra forma, pois antes de serem maçons, são cidadãos, tal como os outros, com
as mesmas obrigações e direitos.
Nem acima nem abaixo, mas ao mesmo nível…
Logo, porque “carga de água” é assim tão importante saber o que se
faz no interior de uma Loja Maçónica?
Não vou rebater esta questão com os habituais argumentos e que
são já por demais conhecidos, mas vou salientar principalmente o caso do
voyerismo sobre a vida particular de alguém.
Não temos todos nós direito à nossa privacidade e a respeitar
também o direito à privacidade dos nossos pares?
Não incorreremos nós em alguma forma de crime por usurpar esse direito
a alguém?
O direito à privacidade é algo do mais importante que um ser
humano poderá ter, e inclusive está resguardado na nossa Constituição da
República no seu Artigo 26º, Ponto 1.
Alguém poder fazer na sua intimidade o que entender, partilhar a
sua vida com quem bem entender, é algo que não deve estar dependente da
curiosidade de ninguém.
Por isso, qualquer coisa que se faça na nossa
intimidade/privacidade, será apenas do nosso entendimento. Nós é que sabemos se
queremos tornar público ou não o que fazemos. Quem se quer resguardar, tem
sempre essa possibilidade e esse direito.
Quantos de nós, reserva apenas para si, para a sua família ou para
as suas amizades o que faz?
Quantos de nós também poderá ter uma vida pública, e por isso
estar menos resguardado, mas que tal, foi uma decisão que tomou, uma opção que
fez?!
Muitos com certeza.
Mas muitos também optaram por manter a sua vida “secreta”.
Por isso, o secretismo ou a discrição em relação a algo, não deveria
comprometer quem desta forma prefere viver.
Porque será que quando não sabemos o que alguém faz, ocorre-nos a ideia que estará a fazer algo de errado ou a conspirar?
Apenas porque não conhecemos a sua vida?
E com que direito temos,
para conhecer a sua vida? Se não fomos escolhidos ou convidados para tal?
É sobre isto que interessa refletir.
Os maçons não são melhores nem piores que os outros cidadãos,
membros ou não de associações conhecidas ou que não integrem até sequer qualquer associação.
O que os maçons tentam fazer é melhorar a sua vida através de uma
via espiritual, num contexto iniciático, por forma a que leve em ultima
instância a um progresso geral social e ao seu aperfeiçoamento pessoal em
concreto. E isto não tem nada de mais.
Se o maçom cumpre determinado ritual ou ritualística inerente à
prossecução deste seu caminho, tal apenas lhe diz respeito a si mesmo.
O que interessa saber se faz este ou aquele gesto, se tem esta ou
aquela postura corporal? Se apenas a quem o pratica, é importante o conhecer?!
Para mera cultura geral, será?! E porquê?
Que vantagens esse conhecimento trará a quem tem acesso de forma
incorreta a esses conhecimentos?
Apenas conhecer, será?! Porque nada poderá fazer com eles…
Comparo isso à situação de estarmos com fome e termos diante de
nós uma mesa farta e que estamos impedidos de lhe aceder. Sabemos que os alimentos
estão lá, mas não os poderemos saborear. E é isto que acontece a quem acede a
conhecimentos que não lhe dizem diretamente respeito. Conhecem, mas não
compreendem nem tiram partido disso. São conhecimentos vazios de conteúdo e de
sensação.
E mais uma vez, volto eu à carga…
Porque é assim tão importante saber o que os maçons fazem?
Terão de reunir de porta aberta? E porquê? Com que motivo? Se nada
de errado estarão a fazer?
Pode acontecer por vezes, e não estou a assumir que tal assim seja
ou que ocorra, que certos desentendimentos possam existir. Somos seres humanos e
nem sempre concordamos ou gostamos das atitudes que outros possam ter para
connosco. E ter atitudes menos próprias e menos nobres poderão ocorrer por
isso.
O que é importante fazer é tentar evitar tais comportamentos através do uso do diálogo e de uma sempre
presente tolerância e sensatez.
- Não somos robots, logo somos feitos de carne e sentimentos...-
Mas questiono, terão essas situações de vir ao conhecimento do público?
Qual será a sua relevância?
Quando nos chateamos com amigos e colegas, também vamos a correr
por a “boca no trombone”?
Vamos informar meio mundo que aconteceu isto ou aquilo?
Não resguardamos essas situações para a nossa privacidade?
Então porque teriam de os maçons, nos seus hipotéticos
desentendimentos, agir dessa forma?
E qual o interesse real que tal teria para
a comunidade? Senão apenas por mera cusquice ou exibicionismo?!
Mas o pior que eu considero que sucede, é que exista gente que
aufira algo com essas situações. Quando violar a privacidade de alguém se torna numa
fonte de rendimento.
Naturalmente que não critico quem trabalha honestamente nem qual
seja a sua fonte de rendimento, desde que justa e honesta, mas também não posso
deixar de criticar quem à conta da vida privada de outrem, governa a sua
vida.
Será tal legítimo?!
E quando essa forma de trabalhar, menos válida no meu entender,
tenta criar a ideia na generalidade das pessoas de que quem se resguarda da
vida pública e que se reúne discretamente, que conspira, que
corrompe, que age de forma deliberadamente imprópria ou com uma conduta
marginal, para mim, roça quase a criminalidade.
Até porque quem trabalha desta
forma, com as assumpções que faz, impregna na mente da generalidade das pessoas de que quem se
resguarda, independentemente de ser um grupo de pessoas ou uma somente, estará
a fazer algo de errado. O que nem sempre é a verdade!
O problema é que estes temas do secreto e do discreto vendem… E por venderem, existe sempre
alguém interessado em comprar… Independentemente de comprar “gato por lebre” ou
da legitimidade com que tal lhe é dado a conhecer.
E uma vez que tal é recorrente, seria interessante a quem assim o
faz, fazer a devida reflexão se a sua atitude é a mais correta ou se o fator-dinheiro é mais importante que a
dignidade e a privacidade do ser humano.
Para mais, quando repisa constantemente sobre os mesmos assuntos,
muitos dos quais nem sempre corretos ou verdadeiros.
E resguardarem-se na sombra das fontes também não será a melhor
atitude. Até porque com esse argumento poderão especular o que quiserem e sobre
o que quiserem, com as consequências que conhecemos para as personalidades cujos nomes possam ser referidos.
Até
porque existe gente que poderá ser prejudicada na sua vida profissional ou no
seu seio familiar por apenas ter o seu nome referido ou associado a algo, mesmo
que tal não seja verídico.
- As piores condenações são geralmente as que são feitas na
"praça pública" e bem sabemos que nem sempre serão julgamentos
corretos ou assertivos -.
Não me importa se o assunto é um tema importante ou não, o que me interessa de
facto é saber se a obtenção da (provável) informação foi obtida com o
consentimento do interveniente e se a mesma é a verdadeira. Isso sim é que é
relevante!
Para além de que uma informação argumentada pelo próprio
interveniente terá sempre um valor que não teria se a informação fosse
simplesmente especulada ou contendo alguma subjetividade relativa.
É por isso que creio que na maioria das vezes em que o tema
“Maçonaria” vem à baila do conhecimento público, será quase sempre por algo
que não tem interesse para a comunidade, mas apenas com o sentido de se “vender
manchetes” e de se obter receitas à custa da vida particular de outrem.
Assim, continuo
sem perceber se é por mera curiosidade, se por voyerismo ou se por algum
requinte de malvadez, este tipo de atitude persecutória que alguns supostamente informantes terão.
Sei é que se não houvessem determinados curiosos, não haveria lugar
para tanta (des)informação…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 1 comments
Marcadores: liberdade, liberdade de expressão, maçonaria, media, privacidade, reflexão
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