08 agosto 2006

O alfaiate no Luxemburgo


Hoje almocei no Cortiço, na antiga Rua Nova, em Viseu.
O Cortiço é daqueles (poucos, muito poucos) restaurantes que, se os inspectores do Guia Michelin não fossem de uma snobeira inaturável, tinha direito, pelo menos, a duas estrelas no dito guia. Na minha classificação privada, encontra-se no grupo do topo, que intitulo de "vale um desvio de 100 Km ou mais".
Mas não é do Cortiço (nem dos rojões ou das feijocas com todos que mais do que satisfizeram o frugal apetite meu e da minha família - roam-se de inveja, vá lá...) que hoje quero escrever. É do casal da mesa ao lado.
Ambos cinquentões bem a caminho das seis décadas, manifestamente de férias (como eu e os meus), com a simplicidade de modos e de postura que caracteriza as gentes de trabalho. Emigrantes na visita anual ao torrão. Ela, com recente batalha contra mal ruim, visível no lenço que lhe cobria a cabeça e escondia as sequelas do duro tratamento. Simpática, como ele. Ele, mais falador.
O almoço ia já descansadamente longo em ambas as mesas, como convém ao sereno consumo de vitualhas de qualidade. Os arrancos da fome estavam já saciados e o bem-estar daí decorrente convidava já à cavaqueira. O pretexto foi o vinho da casa (de estalo - quem disse que não há excelentes Dãos? É só encontrá-los...). Breve conciliábulo com fácil acordo sobre as virtudes do néctar e, com simplicidade, logo ele nos vai dando conta da sua vida.
Alfaiate no Luxemburgo. Trabalhou para um patrão 15 anos, depois de este se reformar abriu negócio por conta própria e não se tem dado mal. Faz fatos por medida, mas a base do seu negócio é a confecção de fardas para a companhia de aviação do Luxemburgo e para a polícia local. Já sabem, os flics do Grão-Ducado vestem portuga...
No desenrolar da conversa, vai contando que só usa tecidos ingleses ou italianos, que são os melhores (na Áustria parece que também já fabricam material bom, mas ele ainda não testou...), que também tem um pronto-a-vestir e... que tudo o que aí vende É FABRICADO EM PORTUGAL.
Não por ele ser daqui oriundo, mas por ser - de longe, disse ele - o que é confeccionado com melhor qualidade e ao melhor preço. Compra ele e compra muita marca de alto gabarito e igualmente altos preços.
Conclusão? Já sabíamos que o português fora do País tem produtividade e qualidade. Agora este companheiro de refeição, do alto da sua simples bonomia veio-me informar que também no nosso País se produz em qualidade e com produtividade que permite preços concorrenciais. Porventura o que nos faltará é desenvolver e projectar marcas associadas internacionalmente a Qualidade e que projectem a produção portuguesa com base nessa noção.
Não será já tempo de deixarmos a nossa ancestral choraminguice e o nosso atávico fatalismo pessimista e de prosseguirmos na senda do trabalho com qualidade e - já agora - exibindo e publicitando essa qualidade?
O alfaiate no Luxemburgo, na sua simplicidade, não parece ter quaisquer dúvidas...
Rui Bandeira

07 agosto 2006

O caso Júdice


Em férias, aproveito a estada em local com acesso à Net para colocar um texto.

Normalmente, esta ocasião de descanso apela a temas ligeiros, mas hoje apetece-me fazer uma referência a propósito do caso do processo disciplinar que a Ordem dos Advogados instaurou a José Miguel Júdice, anterior Bastonário daquela instituição. Sendo eu próprio Advogado, não podia deixar de ter estado atento à questão, que foi muito comentada, quer pelo insólito do procedimento disciplinar contra a anterior figura cimeira da Ordem, quer pelas vicissitudes que rodearam o assunto.

A referência que me apetece fazer é apenas um alerta para quem viu o assunto de fora e com ele contactou apenas através das notícias e comentários que o mesmo suscitou. Não se enganem, as declarações de Júdice que deram origem aos processos disciplinares foram apenas um pretexto e tudo o que rodeou a questão não passou do manto diáfano da fantasia que cobre a nudez forte da Verdade, que ficou encoberta: o que naquele episódio esteve em causa foi apenas e tão só um afloramento - quiçá o primeiro com repercussão pública - de algo muito mais prosaico, a guerra cada vez menos surda entre as mais poderosas Sociedades de Advogados existentes neste País.
Júdice é sócio daquela que é talvez a maior Sociedade de Advogados de Portugal. Nos órgãos da Ordem, designadamente no seu Conselho Superior, têm assento elementos de outras poderosas Sociedades de Advogados.
Júdice utiliza com mestria o seu acesso privilegiado à Comunicação Social e, com isso, mantém sempre brilhante a sua imagem, do que, obviamente, beneficia a sua Sociedade de Advogados. Júdice terá efectivamente sido imprudente nas declarações que fez, mas as mesmas foram de imediato aproveitadas para lhe darem. claramente, o recado de que não era bem tolerada pela concorrência a sua mestria no contacto com a Comunicação Social.
Isto - e só isto - o que esteve em causa neste episódio. O resto, foram apenas cortinas de fumo...
Lição a tirar? Apenas a constatação de que as Sociedades de Advogados estão a ganhar cada vez mais influência na Ordem, em detrimento dos Advogados em prática isolada (os Advogados "tradicionais"). Não o considero bom, mas também não sei se e como é possível inverter o processo: é uma questão de Poder, não de voluntarismo...
Não se pense, porém, que este é mais um sintoma do por vezes apregoado desaparecimento dos Advogados em prática isolada, que muitos vêem forçosamente a prazo extintos pela concorrência e alegada eficiência das Sociedades de Advogados. Que ninguém aqui se engane também: as Sociedades de Advogados serão muito lucrativas, razoavelmente eficientes, mas NUNCA conseguirão substituir os Advogados em prática isolada, devido à sua mais pesada estrutura de custos. A sua "eficiência" paga-se, e bem! Às grandes Sociedades de Advogados só as grandes empresas ou os grandes negócios podem pagar. Ao comum cidadão continua a ser imprescindível a Advocacia tradicional. Sem sequer tocar no "pormenor" da independência, que entendo muito melhor garantida pelo Advogado tradicional do que pelo que trabalha para uma empresa de prestação de serviços jurídicos...
Rui Bandeira

04 agosto 2006

... Brincadeiras perigosas - 2, em tempo de férias.


Estava eu posto em sossego preparando a mala quando tropecei em algo que me fez regressar ao post do "olho".
Mas antes da seriedade do assunto quero desejar-Vos duas excelentes semanas.
Irei de malas aviadas e estarei de novo por cá no próximo dia 20.
Até lá deixo-Vos a recarregar a paciência.

Aqui Vos deixo 2 belos equipamentos, de utilidade óbvia nos tempos que vão correndo...

1- Celular Espião GSM
com transmissor ambiental de alcance infinitoTire suas duvidas na hora!Ideal para vigiar um empregado de quem desconfia, as frequentações da sua criança, as atividades do esposo/esposa... É o meio de vigilância mais seguro e mais discreto existente até hoje. Cada celular é totalmente funcional e utiliza-se normalmente. Mas foi transformado afim de vigiar, sem ela saber, a pessoa a quem entregar o aparelho . Uma função invisível que foi adicionada permite aceder a um menu secreto e acessível com um código. Nesse menu, basta entrar um número de telefone (celular ou fixo) à sua escolha. Cada vez que ligará para o celular (a partir do telefone do qual entrou o número previamente no menu secreto) o celular GSM espião atenderá automaticamente sem tocar, sem vibrar, sem acender ou alterar o aspecto da tela. Poderá então ouvir à vontade tudo o que se passa à volta do Celular GSM Espião sem ninguém perceber. Isso a qualquer momento, sem se preocupar com a distancia.Fornecido com carregador, bateria e manual (chip não fornecido).Aparelhos desbloqueados, prontos para funcionar com qualquer operadora GSM.Importante: O Celular Espião com transmissor de ambiente não permite escutas telefônicas.

2- Celular Espião GSM Grampeado
com transmissor telefônico (grampo) e transmissor ambiental de alcance infinito O primeiro celular com grampo interno capaz de transmitir os sons do ambiente a volta do aparelho e as conversas telefônicas efetuadas ou recebidas.Com as mesmas funções que o Celular Espião clássico, o Celular Espião c/ Grampo permite agora de escutar as conversas telefônicas. Ideal para vigiar um local, um alvo móvel ou uma pessoa a qualquer momento, de qualquer lugar sem se preocupar com a distancia, sem nenhum perigo. É uma alternativa aos aparelhos de interceptação de chamadas muito caros, de uso difícil e com alcance limitado.Fornecido com carregador, bateria e manual (chip não fornecido).Aparelhos desbloqueados, prontos para funcionar com qualquer operadora GSM.

Vão ao sítio certo e encontram-nos à venda. Bom preço ! Se quiserem eu digo onde é.

Mas para uma despedida fresquinha deixo uma homenagem modesta, aquela que me é possível, à imaginação dos outdoors da SuperBock. São brilhantes !


Agora comparem a imaginação de quem produziu estes outdoors, e a tristeza da imaginação de quem inventou aquela desgraça da RTP.

Só posso dar os parabéns aos primeiros, que não sei quem são, e lamentar os segundos, que igualmente não conheço.

JPSetúbal

Globalização versus TV, ou as brincadeiras perigosas.

A televisão portuguesa, qualquer dos operadores serve, é especialista em me pôr perante uma das minhas “ralações” actuais.
Talvez mesmo a maior de todas, dadas as relações que tem com a “vida” de todos nós.
Quando refiro “vida” refiro tudo o que se refere a liberdade, alegria, capacidade de escolha do que se quer a cada momento.
A capacidade de estarmos ou de mudarmos, de rirmos ou de chorarmos, de dormirmos ou de estarmos acordados, sem termos necessidade de pedir licença a quem quer que seja, com a garantia que as liberdades individuais que a democracia garante (garante mesmo ?) nos permitem optar, momento a momento, pela decisão que mais nos agradar.
Esta questão surge-me face a um programa que agora apareceu, pretensamente de humor, e é de um mau gosto a toda a prova (texto, interpretação enquadramentos,...).
A partir da ideia peregrina de uma camara de filmar instalada numa máquina de café, mostram-se as pequenas intrigas e os pequenos problemas que enchem grande parte da vida dos empregados do escritório.
De tudo isto o que ressalta é mais uma brincadeira à volta de um olho espião, uma versão aligeirada dos “Big Brothers” que por aí pululam.
É mais uma estúpida brincadeira com o direito à privacidade.
Há algum tempo publiquei, por outra via, um texto de revolta pessoal e de alerta geral para as consequências que poderão ocorrer (eu afirmo que irão ocorrer, inevitavelmente...) com o desenvolvimento dos processos de recolha de informação sobre a vida das pessoas.Reponho aqui, agora, esse mesmo texto com a esperança de abanar algumas “carolas” das que andam alegremente a brincar com este fogo.
Alguns de Vós já conheceis o texto que se segue. A esses peço desculpa pela repetição.
O conceito de globalização, muito em discussão desde há alguns (poucos) anos, pode ser observado e interpretado de maneiras diversas.
Desde logo sob a forma de super-controlo da actividade humana, o denominado “big-brother” que Orwell predisse para 1984.
Esta é claramente uma visão catastrofista, falta saber se irrealista.
Outra visão possível é a do “big-brother plebeu”, já não o do Orwell mas o das televisões, sendo fácil constatar que muitos dos que combatem o primeiro, se divertem enormemente com o segundo, não se dando conta que ao fazê-lo estão a alimentar o tal que odeiam e contra o qual se reunem em manifestações, algumas com grande adesão.

Do nosso ponto de vista entendemos que não há qualquer novidade no conceito, excepto no que se refere à tecnologia disponível, e essa como sempre, em tudo o que é tecnologia, será para bem se em boas mãos, será para mal se em más mãos (a distinção entre mãos boas e más fica com cada um).
De facto, se nos reportarmos ao âmbito das TI’s, aquilo que temos historicamente é o manuseamento da informação de forma global, concentrada há 40 anos, de forma parcelada há 20, de novo concentrada actualmente.
A utilização de meios automáticos para recepção, armazenamento e análise de grandes quantidades de informação, em espaços de tempo muito curtos, está hoje disponível com facilidade e custos muito baixos.
Toda a evolução do chamado “Tratamento da Informação” aponta para a construção e gestão posterior (entenda-se actualização permanente e correctiva) de massas de informação cada vez maiores, cada vez mais completas, de transformação e acesso cada vez mais simples e rápido.
Esta evolução tem a ver com a capacidade tecnológica disponível, mas tem a ver também com a noção de que organização da informação, e como tal todas as fases da sua utilização, deve coincidir com a organização da entidade em que circula, sobrepondo-se sem desvios às respectivas necessidades funcionais.
E aqui se levanta definitivamente a questão antiga e de sempre sobre a segurança destas grandes massas de informação.

- Quem lhes acede(?), quem as altera(?), quem as destrói(?),... quem é o “Master Plan” ?
- A quem pedir responsabilidades sobre fugas de informação ?
- E sobre erros contidos, inocentemente ou não, nesses “hipermercados” de dados ?

A vida diária está definitivamente dependente do funcionamento correcto e atempado de máquinas, cuja fiabilidade deixa muito a desejar, e cada vez mais, porque a qualidade dos componentes diminui na exacta medida em que aumenta a vontade de fazer maior número de unidades em menos tempo.
Por razões de produtividade, por razões de mercado, por razões apenas de fazer mais, produz-se cada vez mais depressa cortando etapas, algumas da maior importância, prejudicando as fases fundamentais de teste e de controlo da qualidade.
Quem não ficou já preso num elevador por quebra no circuito de energia ?
Quantos de nós não passámos já por dificuldades por erros nos sistemas operativos dos computadores com que trabalhamos ?
Quantas notícias tem sido publicadas sobre a retirada de automoveis do mercado pelos próprios fabricantes, alguns de marcas teóricamente acima de qualquer suspeita, por terem sido detectadas anomalias de construção ?
E o que aconteceu com o “Columbia” ? e há menos tempo com o “Space Shutle” ?
“A vida está por fio” é uma expressão cada vez mais real !
Mas a vida é cada vez menos individual, é outra verdade de que não nos damos conta, na contradição aparente de que cada vez vivemos mais separados dos nossos irmãos genéticos.
A questão é que várias tem sido as razões para o aumento desenfreado do controlo sobre os humanos.
As pestes ou a sua ameaça, o terrorismo, os movimentos de emigrantes, a pressa em conhecer o que está a acontecer no mundo e muitas mais razões, são desculpas esfarrapadas para a inevitabilidade do “big brother”.
Somos “superiormente” olhados no “metro”, no elevador, na rua, nas portagens, na loja, em toda a parte...
“Sorria, está a ser filmado...” é a última piada (?) descoberta pelo “marketing”, mas na verdade deveria anunciar-se “Revolte-se, proteste, parta a câmara que o está a filmar contra sua vontade, sem sua autorização e para fins que não conhece nem conhecerá...”
Atenção, porque a estória não acaba aqui.
O cartão único é outra das ferramentes importantes do controlo global.
O mesmo documento irá servir, dentro de pouco tempo (poucos anos !) para o médico do hospital conhecer os tratamentos que fez ao longo de toda a vida e quais as doenças de que padeceu, e isso será bom, mas servirá também para levantar dinheiro no “multibanco”, abrir a porta da garagem, passar a Via Verde, pagar os impostos, obter autorização para ir à casa de banho... !
Através do que nele ficar registado se saberá onde esteve, por onde andou, o que comprou, quando, onde, tudo, tudo, tudo.
Não tardará que, para comodidade de todos nós, nos seja implantada à nascença um “chip” (minúsculo circuito electrónico) na testa, ou qualquer outro local que seja técnicamente mais funcional, qual “via verde” permanente com utilização generalizada e que substituirá com vantagens óbvias, todos os cartões, todas as câmaras, todos os restantes controlos.
Um “chip” na testa e o “GPS” a funcionar e ficaremos todos segurissimos.
Não mais terroristas, não mais excessos de velocidade, não mais gripe das aves... teremos o mundo perfeito.
JPSetúbal

31 julho 2006

São Férias Meu Senhor ! São Férias !

Queriam que fossem rosas ?

Não, isso foi na historia da D. Leonor e do D.Dinis.

Aqui é mesmo um deserto de blogueiros. Foi tudo a banhos, e não levaram os respectivos laptops com as placas 3G para acederem à net e continuarem a " Postar". Aliás Postar nesta epoca do ano é mais cortar às postas o peixe e toca de po-lo na caldeirada.

Para alguns sobra a tarefa de ir escrevendo qualquer coisita, não vá o blog perder o prazo de validade ou qualquer coisa desse genero.

E perdoem-me os meus leitores, mas o tempo e vontade nao estão a dar para muito mais que umas larachas mal amanhadas.

Voltarei quando me der a vontade.

JoseSR

29 julho 2006

O Código do REI

Encontrei este artigo na NET e decidi logo trazê-lo para junto de nós.
-Primeiro porque o primeiro... é o primeiro ! (é como a rosca !)
-Segundo porque primeiro só há um ! (é como a Mãe !)
-Terceiro porque se não houver primeiro, muito menos há segundo ! (é como tudo !)
-Quarto, e aqui está a grande contradição, encontrei para aí uma boa dúzia de "primeiros", dos
quais Vos apresento apenas 3, para não "chatear" (digo eu, claro...) !
-Quinto, porque se o autor é quem eu penso, o António Jorge Branco que escreve e fala na
Antena 1, então eu sou um seu ouvinte atento, venerando e obrigado, como se dizia
antigamente, no tempo do outro rei !

Comecemos pois pelos "primeiros" que é por onde se deve começar.

Afonso Henriques 1....................Afonso Henriques 2


Afonso Henriques 3

Como diria o Marco, "eu tenho 3 primeiros... não sei de qual gosto mais !"

Esta fartura de primeiros contrasta com a dificuldade de encontrar um 16º, cujo se procura, procura e não se encontra.

O malvado era puto malandro, pirou-se para Africa e por lá ficou de certeza bem aconchegadinho a alguma mulata côr de canela (e cheiro...) e aqui o pessoal que se tramasse com os vizinhos (queridos hermanitos !).

Posta esta apresentação manhosa, aqui fica o texto de António J.Branco, que, se por acaso fôr nosso visitante, espero não me leve a mal o uso que faço do Seu trabalho. Perceberá que é por uma boa causa.

Dom Afonso Henriques vai ser desenterrado. Com o objectivo de reconstituir o seu perfil biológico. Falecido há oitocentos e vinte anos, o nosso primeiro Rei, que fundou uma nação a partir de um pedaço de terra, vai ser alvo de uma investigação profunda. Será que realmente partiu uma perna; como era na realidade o seu rosto; que hábitos tinha – para além de guerrear, claro! -; como se alimentava, etc…
Confesso que a figura do Fundador da nacionalidade, me agrada mais que qualquer uma das outras que se lhe seguiram no uso da coroa. Estranho até – santa ignorância a minha! –, Que nunca tenha sido retratado e que dele se conheça apenas e vagamente a descrição física: Alto e de porte atlético. Agora queremos saber tudo sobre ele. Acho bem; aliás, acho mesmo muito bem. Que fique a saber-se o segredo; não só, da sua força física, como também da sua força de vontade. Sobretudo o porquê de ter feito um país; de não ter obedecido ao poder maternal; de ter desrespeitado o poder papal; de ter erguido a espada contra os não cristãos; de ter vencido cinco reis mouros numa batalha só. Tudo isto para entregar ao filho um país politicamente organizado e com fronteiras definidas: um estado. Não temos na nossa história, figura que se lhe compare; sem tirar valor a outros que, quase como ele, engrandeceram a nação portuguesa, este é sem dúvida o maior “culpado” do país Portugal; sem qualquer culpa do Portugal País (sobretudo do país dos três efes).
Não sei se é possível, porque desconheço a localização do túmulo, desenterrar, também, Jesus Cristo. Mesmo tendo em conta que subiu aos céus e que o corpo foi roubado, a algum lado terá ido parar. Embora duvidando um tudo-nada do rosto fino e barba comprida, interessa-me saber o segredo da sua bondade, inteligência e capacidade de raciocínio. E, claro, saber como é que se faz vinho bom, tendo apenas água por matéria-prima.
Há códigos genéticos que merecem, “em boa verdade vos digo”, ser descobertos, investigados, divulgados e, se possível, “fotocopiados” para utilização noutros corpos e por outras mentes. Tivesse Dom Afonso Henriques deixado em herança; não apenas um país, mas também um código, mesmo tendo matado e mandado matar – sob a protecção de Santiago – em nome de um deus, e hoje seríamos o grande país que não somos; onde todos fazem, ninguém fez nem é culpado, por influência dos “Afonsos” que não Fizeram. Quanto a Jesus Cristo, filho “abandonado” pelo pai na hora em que mais precisava dele, aceitava-se de bom grado, se não a cópia integral do código, pelo menos algumas linhas do dito cujo; de maneira a poder criar outro Homem – ou Mulher – que soubesse falar às multidões, tendo por base apenas o amor, a fraternidade e a generosidade; que hoje em dia são ficção, letra morta, coisa alguma. Tal como a valentia, tenacidade e coragem de Dom Afonso.
O que comiam e como se pareciam, é o que menos interessa; o importante mesmo é obter uma cópia autenticada para uso e abuso da descendência.

ajsbranco@mundos.info

http://www.mundos.info

Ora bem, o que me entusiasma particularmente neste texto é esta ideia de aproveitar "o código" de algum(ns) para Lhes dar reexistência (não é erro, é mesmo "reexistência"!).

É que, tal como diz o autor e eu assino por baixo, nos anda a fazer falta outro "primeiro". O problema é se não se acerta com o "primeiro certo" e se apanha com um outro qualquer ainda pior do que os que já cá estão, o certo passa ainda a mais incerto. Imaginem por exemplo, o Rei actual, que não se sabe muito bem se é ou se deixa de ser. Há para aí tanto candidato à realeza que, se calhar, os 3 primeiros que pus acima ainda são poucos.

(este texto anda aqui com tanta "cacafonia" que o Rui de certeza já encontrou utilidade na descoberta dos americanos...)

Mas se fôr para "imposição" (?) do Amor, da Fraternidade e da Generosidade, venha ele qualquer que seja. Mesmo com nevoeiro como o 16º !

JPSetúbal

27 julho 2006

Ha minutos que valem por anos

Muito Obrigado.

Apenas alguns dos leitores vão poder perceber.

Muito obrigado.
O aplauso de ontem deixou-me verdadeiramente sensibilizado. Não o esperava e percebi que saiu do fundo do coração.

São estes os minutos que fazem valer as amarguras que temos que passar no nosso quotidiano.

Muito Obrigado

JoseSR