21 maio 2009

Antecipação do "fim de semana"

Desta vez por arranjo editorial temos a coisinha leve do fim de semana com um dia de avanço.
Assim trago esta semana um curioso exercício musical provando que os pés não servem só para andar ou chutar a bola.
São capazes de muitas e brilhantes atuações musicais. Só precisam do instrumento adequado.

Ao fim e ao cabo nada que não aconteça com os outros "artistas", desde que o instrumento seja adequado... até eu toco bem as campaínhas das portas !


Vejam, ouçam e divirtam-se.

Eu não disse que com os pés era fácil ?


JPSetúbal


19 maio 2009

Volume da Lei Sagrada

Num dos comentários ao post Indiferença entre semelhanca e diferença o nosso leitor JPA deixou a seguinte questão, todavia precedida ainda de uma consideração sobre o abandono de irmãos.


"No final do Ritual de Iniciação, o Neófito, faz o seu juramento sobre o VSL. Como escolhem o Livro, se o candidato acreditar sómente no GADU?"

Comecemos pelo assunto mais antigo e que tem a ver com abandonos.

As razões do abandono são distintas consoante ele se produz enquanto aprendiz / companheiro ou já como mestre.

Nos primeiros casos devem-se essencialmente a uma desadequação entre as expectativas e a realidade, e nisso as responsabilidades podem ter várias origens, nomeadamente o perfil, ou o padrinho nao ter explicado correctamente o que era a Ordem, a expectativa quanto ao tipo de trabalho feito, entre outras,

Quando o abandono se dá já enquanto mestre aí as razões tendem a ser resultantes de diferendos, ou muitas vezes apenas de mal entendidos.

Vamos então agora à pergunta de hoje.

A iniciação em si é o culminar de um processo pelo qual um profano se torna maçon. Este processo que dura alguns meses, ou mesmo anos, o processo mais longo que conheço durou 9 anos não necessariamente de conversas mas desde o momento em que houve um primeiro convite, inqueritos, pausa, relançamento do convite, novos inqueritos e finalmente iniciação.

Este processo longo e tentativamente exaustivo permite o conhecimento do profano a iniciar, permite saber das suas crenças, e dos seus desejos.

As Lojas referem sempre o livro como Volume da Lei Sagrada e não como Biblia, Corão, Torá, Bhagavad Gita, etc. Esta generalização permite uma maior abrangencia.

As Lojas não estão obrigadas a ter um exemplar de cada um dos Livros da Lei Sagrada, aliás nalgumas grandes Lojas o unico volume que existe é o Volume da Lei Sagrada editado pela propria Grande Loja e com fim unico de se ser usado nas Lojas.

Nestes casos os candidatos são informados que é assim que está determinado e é-lhes perguntado se isso lhes causa algum problema. Mas mesmo nestes casos nada obriga a que só haja um VLS em Loja



Noutras Grandes Lojas não há um livro unico e as Lojas podem escolher qual o que usam, ou mesmo quais os que usam.



Há assim um grau de liberdade para cada Loja, no que ao VLS diz respeito.

Todavia a pergunta tem mais uma pertinencia, e que é o facto de o candidato sendo crente no Grande Arquitecto, não reconhecer como Volume da Lei Sagrada nenhum dos propostos.
Temos aqui tres soluções:
O Candidato indica o livro que pretende, este é avaliado pela Loja, que deverá contudo solicitar um parecer à Grande Loja, e se tudo estiver certo a cerimonia é feita.
O Candidato aceita prestar os seus juramentos sobre o(s) livro(s) existentes na Loja e o problema deixa de existir.
O Candidato não apresenta alternativa e não aceita o(s) VSL(s) existentes. Caso em que a decisão da Loja só pode ser a de terminar o processo e não proceder à iniciação.
Ao longo dos quase 18 anos que estou na Maçonaria, e tendo assistido a centenas de iniciações directamente, e por via indirecta saber de todas as que acontecem - quanto mais não seja porque nada soube sobre elas o que quer dizer que correram sem problemas - não tenho noticia que similar problema se tenha posto alguma vez.


José Ruah

A primeira Sessão

Por “sornice” (50%), por dificuldade de tempo (50%), por falta de disposição (50%) e por falta de outras coisas (50%), ainda não trouxe ao blogue as minhas últimas notícias da Madeira relacionadas com os nossos Irmãos da nova Loja João Gonçalves Zarco.

(Vejam só em que estado anda a minha matemática. Façam as contas… 200%.
Não tenho desculpa !)

O que tenho para Vos trazer, e não tenho saber nem engenho para reproduzir com o realismo que gostaria, é a 1ª sessão ordinária desta nova loja a Oriente do Funchal.
Dei-Vos em momento oportuno uma ideia do que foram os trabalhos do levantamento de colunas da R. Loja João Gonçalves Zarco e as impressões que as cerimónias me deixaram.
Acontece que entretanto tive a possibilidade adicional de acompanhar os nossos Irmãos madeirenses na 1ª sessão da Loja e isso é mais um momento que ficará no meu espírito para sempre, dure esse “sempre” aquilo que durar.
Foi outra oportunidade única.
Como é natural uma 1ª sessão absoluta, tem de ser uma sessão de organização, de aferição das funções dos Irmãos e do funcionamento da Loja, de treino do ritual indispensável.
Há dúvidas, há hesitações que é necessário esclarecer, há arestas para limar.
Obviamente foi isso que aconteceu e o VM tomou as suas decisões, fez a formação necessária, tratou do enquadramento dos cargos e das funções, deixou o regulamento interno da Loja como grande orientador de todo o funcionamento futuro.

As instalações são exemplares em termos de adequação à função de Templo Maçónico. Infelizmente estão muito degradadas, e os nossos Irmãos vão ter muito que trabalhar (e que pagar…) para tornar aquelas instalações verdadeiramente apropriadas às sessões da Loja.
A instalação elétrica precisa de ser cuidadosamente revista antes de ser ativada e esse facto teve uma consequência. Mesmo tendo iniciado a sessão bem cedo, com muito dia pela frente, os últimos atos foram já cumpridos à luz das velas.
Apeteceu-me comparar, e tive a oportunidade de o fazer, os trabalhos que ali decorriam com os trabalhos de construção do Templo de Salomão.
É que por lá também não havia eletricidade e após o Pôr do Sol a iluminação possível teria de corresponder a algo semelhante ao que ali tivemos.
Participei numa das Cadeias de União mais emocionantes da minha existência maçónica.

Votos de longa vida e uma existência justa e perfeita para a nova Loja João Gonçalves Zarco.
JPSetúbal

18 maio 2009

Reconhecimento Publico


Do nosso leitor José Restolho recebi as seguintes questões ainda no ambito do "desafio" pergunta resposta 2009.

"Para começar gostaria de subscrever o comentário do Nuno_R em relação ao livro que insinua que Oliveira Salazar era maçon. Parece-me algo despropositado e sem sentido dado que ele perseguiu os maçons. Em relação à parte de o livro mencionar partes dos ritos do REAA, deixo esta pergunta: Será errado dizer que a descrição de um rito maçónico, quando este não é vivenciado é como se apenas descrevesse uma encenação
+/- teatral, tal como quando nas artes marciais se executa um Kata
(sequência de movimentos que simulam um ou vários combates) se não for sentido, não passa de uma mera coreografia vazia e desprovida de sentido?

Mas passemos então à questão que eu gostaria de pôr. Segundo li no livro "Freemasons at work", um M:. M:. reconhece outro executando os cinco pontos de fraternidade. Pela descrição que li, não me parece que seja algo que passe despercebida à outra pessoa, sendo ela maçon ou não. Se a suspeita em relação a essa pessoa estiver errada não será um pouco embaraçoso??? Eu sei que esta não é das questões mais brilhantes que se poderia colocar, mas ainda assim foi algo que me deixou extremamente curioso."

Com relação ao livro sobre Salazar devo informar que não o li pelo que não posso comentar sobre o que o autor escreveu. Por maioria de razão também não posso ajuizar sobre as descrições feitas acerca de rituais.
Os livros de maçonaria descrevem muitas vezes os rituais, sendo inclusivamente uma fonte de aprendizagem. Estes livros acessíveis nas livrarias e bibliotecas, fazem com que o segredo seja algo relativo e sobretudo algo que neste blog já deu azo a trocas de opinião.
Da mesma maneira que se pode ler uma peça teatral e assistir à sua representação, assim acontece nos rituais. A vivência é uma parte importante.

Quanto ao reconhecimento.

Há reconhecimento e reconhecimento.

O que quero dizer é que há múltiplas formas de reconhecimento entre os maçons. Umas são praticáveis ao “ ar livre” e outras apenas a coberto. Ou seja umas são mais discretas que outras.
Nesse sentido a forma de reconhecimento de que fala é apenas usada a coberto e depois de respeitados alguns pontos prévios.

O reconhecimento publico é sempre difícil e complicado, podendo de facto o outro ao não ser maçon não perceber, mas como não percebeu também não entendeu que se tratava de uma tentativa de reconhecimento. Se percebeu e respondeu então o reconhecimento mutuo fica feito.

A partir daí há que explorar mais um pouco para se poder perceber a que obediência pertence e qual o grau que diz ter.

Publicamente o processo não passará de muito mais do que isto. As formas públicas de reconhecimento assentam em pequenos toques ou sinais, ou mesmo na utilização de um determinado tipo de vocabulário, inserido na conversa tida.
No entanto quando um maçon pretende visitar uma Loja, e não é conhecido por ninguém dessa mesma Loja, situação que acontece com frequência em visitas no estrangeiro, então o processo de reconhecimento é distinto.

Não se pretende saber se quem está em frente de nós é maçon, pretende-se também ter a certeza que o grau que diz ter corresponde à verdade, pelo que é função do Guarda Interno verificar o visitante, solicitando-lhe que se faça reconhecer nos 1º, 2º e 3º graus de forma sucessiva.

Compreenderá certamente (aliás compreenderão quase todos os leitores) que não entrarei em detalhes sobre as formas sucessivas de reconhecimento, mas elas permitem com um grau de confiança importante, e sobretudo porque com elas deverão existir documentos, como sejam o passaporte maçónico, cartão de membro, documento da Loja mãe, que corroborem que quem está perante nós é maçon de uma obediência reconhecida e tem o grau que diz ter.

Isto tudo para dizer que os maçons não andam aí pelo meio da rua a fazer figuras estranhas para tentar reconhecer / ser reconhecidos como tal.
José Ruah

15 maio 2009

Amor !

Não sei o que Vos possa dizer relacionado com as imagens que aí vão.

Quando me entraram pelo mail fiquei estupefacto sem perceber muito bem se era brincadeira ou a sério.
Pois bem, é a sério !!!

Esta "história aos quadradinhos" trazia como título "Amor". Mantenho-o por não encontrar nada melhor !
Só que para além do Amor há aqui muito (muitíssimo) de solidariedade, persistência, doação ao outro e sei lá que mais.
O ser humano tem capacidades que, dizem alguns, são inesgotáveis.
Não sei se são ou não inesgotáveis, mas que por vezes parecem sê-lo, isso não há dúvida.

Pelo menos para alguns !

Este exemplo de QUERER, de FORÇA e de ALEGRIA está para além daquilo que a imaginação média consegue alcançar.

Vejam e apreciem. Já agora um exercício especial para o fim de semana:
- Experimentem imaginar-se na mesma situação. Como seria ?



































Imaginem só que estas imagens faziam escola e as relações humanas agarravam o exemplo.
Mundo bom, hein...
Façamos então por isso. Para além do mais, é essa a nossa obrigação.
Tenham um bom fim de semana.
JPSetúbal

14 maio 2009

Indiferença entre semelhança e diferença

O nosso leitor e comentarista JPA deixou a seguinte pergunta.

"Sendo a Loja formada por irmãos com diferentes formações e interesses, não leva a que uns fiquem aquém do trabalho em loja, i.e. não atinjam os objectivos, e outros achem os objectivos curtos, i.e. pouco para eles. E se tal acontece, não pode levar ao abandono quer de uns quer de outros?"


Permito-me começar a responder com uma nova pergunta :

Sendo a Loja formada por irmãos com semelhantes formações e interesses, não leva a que uns fiquem aquém do trabalho em loja, i.e. não atinjam os objectivos, e outros achem os objectivos curtos, i.e. pouco para eles. E se tal acontece, não pode levar ao abandono quer de uns quer de outros?


Todos os homens são diferentes, e isto independentemente da sua formação. A capacidade de trabalho, não está em meu entender ligada à formação ou aos interesses, é algo intrínseco e logo cada um tem a sua capacidade, velocidade, empenho.

Uma Loja deve sempre tentar ter objectivos de grupo. Estes sim deverão ser atingidos, e é através destes que os membros individualmente se vão melhorando.

Quero com isto dizer que o abandono tem pouco a ver com a formação ou interesses de base, mas muito a ver com a vontade de cada pessoa, ou às vezes por situações conflituantes. Os abandonos também se devem em parte a “erros de casting” ou seja pessoas que foram iniciadas mas que não o deveriam ter sido.

Finalmente, em minha opinião, creio que é mais vantajoso para a Maçonaria que as Lojas tenham pessoas com formações e interesses diferentes pois isso obriga-os a encontrar as pontes que os unem e não quando todos são por exemplo advogados, onde cada um tentará sobressair face aos outros.

Aqui fico a aguardar mais perguntas.


José Ruah

13 maio 2009

Abriu a caça aos Pirilampos...


Como de costume Maio é o mês do Pirilampo, e 2009 não foge à regra.
Desde o fim de semana passado que o Pirilampo anda por aí… desejoso de ser apanhado para poder iluminar muitos seres que ainda vivem na penumbra.
O tempo é de dificuldades, todos sabemos, mas os portugueses são solidários, também sabemos. E não é publicidade eleitoral, não !
É comprovadamente assim desde há séculos. Já assim foi nas deambulações pelo mundo que os portugueses tiveram ao longo de muitos séculos.
Não há razão para duvidar dessa característica que é bem portuguesa.
Pois bem, vamos todos à caça do Pirilampo Mágico. Se só pudermos caçar um, pois que seja, mas se for possível 2 ou 3, melhor será !
Mas não desperdicemos a oportunidade de dar uma ajuda às “crianças com limitações” que as Cerci’s apoiam.
Esta campanha anual é fundamental para a sobrevivência destas organizações, constituindo um dos pouquíssimos meios de financiamento de que dispõem.
Não recusemos a ajuda às Cerci’s e às suas crianças.

Áh… e não esqueçam os “pinos” ! Também existem e este ano são lindos. Ponham-nos na lapela, ou na blusa, ou na camisa, ou… onde quiserem. Mas comprem e usem-nos.

E o Pirilampo é lindo… Já viram ? Bem na côr da moda !!!
JPSetúbal