21 agosto 2008

Dia do Maçon

O dia do Maçon é essencialmente celebrado no Brasil a 20 de Agosto e já foi alvo de um post do Rui que pode ser lido aqui.

Este ano um Irmão da GLLP mandou-me um mail com um texto escrito a propósito da efemeride. Achei que o texto tinha qualidade e que merecia um destaque e por isso este post, mesmo que um dia atrasado.

Todavia não gosto de publicar textos de terceiros sem saber de onde vêm, localizei o texto na Internet e no Blog da Maçonaria.

Escrevi ao autor do Blog e solicitei autorização para publicar o texto que me foi concedida por escrito.

Sendo assim publico o texto na sua versão Original .

"

Que gente é essa ???

É gente de conteúdo interno que transcende a compreensão medíocre, simplória.

É gente que tem idealismo na alma e no coração, que traz nos olhos a luz do amanhecer e a serenidade do ocaso. Tem os dois pés no chão da realidade.

É gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.


É gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais. Admira paisagens. Escuta o som dos ventos.


É gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternura, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si. É gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.


Gente que semeia, colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.


É gente muito estranha os Maçons.


Gente de coração desarmado, sem ódio, sem preconceitos baratos ou picuinhas. Gente que fala com plantas e bichos. Dança na chuva e alegra-se com o sol.


Eh!! Gente estranha esses Maçons.


Falam de amor com os olhos iluminados como par de lua cheia. Gente que erra e reconhece. Gente que ao cair, se levanta, com a mesma energia das grandes marés, que vão e voltam.

Apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentores suas lágrimas e sofrimentos. Amam como missão sagrada e distribuem amor com a mesma serenidade que distribuem pão. Coragem é sinônimo de vida, seguem em busca dos seus sonhos, independente das agruras do caminho.


Essa gente, vê o passado como referencial , o presente como luz e o futuro como meta.


São estranhos os Maçons!


Cultuam e estudam as Sagradas Tradições como forma de perpetuar as leis que regem o Universo, passam de geração para geração a fonte renovadora da sabedoria milenar. São fortes e valentes, e ao mesmo tempo humildes e serenos. Com a mesma habilidade que manuseiam livros codificados de sabedoria, o fazem com panelas e artefatos. São aventureiros e ao mesmo tempo criam raízes, inventam o que precisa ser inventado. Criam e recriam. Contam contos e contam suas próprias histórias.


Falam de generosidade em exercício constante. Ajudam os necessitados com sigilo e discrição. Conduzem a pratica desinteressada e oculta da caridade e do amor ao próximo.


Interessante essa gente, esses Maçons.


Obrigam-se nas tarefas, de estudar a Arte Real, de evoluir, de amar e dividir. Partilham da mesa do rei e de um abrigo montanhês com o mesmo sorriso enigmático de prazer e sabedoria que iluminava a face de seus ancestrais. Degustam um pão artesanal, com a mesma satisfação que o fazem em um banquete cinco estrelas.


Amam em esteiras e em grandes suítes, desde que estejam felizes, pois ser feliz e levar felicidade, é sempre a única condição dessa gente estranha. É gente que compra briga pela criança abandonada, pelo velho carente pelo homem miserável, pela falta de respeito humano. É gente que fica horas olhando as estrelas, tentando decifrar seus mistérios, e sempre conseguem.


Agradecem pelas oportunidades que a vida lhes dá. Aliás, essa gente estranha agradece por tudo, até pela dor, que tratam como experiência.Se reúnem em Escolas Iniciáticas que chamam de Lojas, para mutuamente se bastarem, se protegerem, se resguardarem, para resgatar valores, e estudar muito.


Interessantes são os Maçons.


Mas interessante mesmo é a fé que os mantém vivificados ao longo de tantos anos.
Abençoada essa estranha gente.


É dessa estranha gente, que o Grande Arquiteto dos Universos precisa para o terceiro milênio.


É à essa estranha gente, de que sou parte, que desejo DE TODO MEU CORAÇÃO, as mais ardorosas congratulações.


Que o Irmão Maior, de lá do Eterno Cosmo à todos derrame uma dose extraordinária de Luz, para que essa estranha gente de que fazemos parte, a possa refletir pelo mundo e assim levar a benção à todas as gentes... estranhas ou não.


FELIZ DIA DO MAÇOM!


FRATERNALMENTE,

Ir.'. Luiz Mangano"

in http://blogdamaconaria.blogspot.com/
Blog de James Couto


José Ruah

O Triplo Nelson - Uma vez mais!!

Parece que há eventos que se repetem em Agosto, e se dois deles são já tradicionais, o Aniversário do Rui e o Dia do Maçon ( do qual falarei em post posterior), há um terceiro que parece querer enraizar-se em Agosto.

A Medalha de Ouro do Nelson Evora no triplo salto.

Pois é o Nelson em Pequim conseguiu uma brilhante vitória no Triplo Salto e a Bandeira Portuguesa e a Portuguesa serão vistas e ouvida no Estadio Olimpico de Pequim.

O " A PARTIR PEDRA" congratula-o e deseja-lhe as maiores felicidades e

Caro Nelson, cá te espero em Agosto de 2009 !!!!!


José Ruah

Hoje é dia de .....

FESTA !


Grande Abraço de Parabéns







aqui do pessoal do Blog

JPSetubal e José Ruah

20 agosto 2008

Continuamos em Agosto mas não parece !

Tradicionalmente a maçonaria para em Agosto. Nalguns países pára mesmo em Julho e Agosto. Ou seja aos obreiros é reconhecido o direito a férias tal qual como numa qualquer Oficina, ou Loja.

Os Maçons são como os outros têm direito a Férias, a estar com as respectivas famílias e a não se preocuparem com os trabalhos rituais nem com o funcionamento da Loja.

Pois é ! Isto é Verdade mas não para todos.

Aqui este escriba está atarefadissimo com uma incumbencia do MR Grão Mestre. Quer ele que no início de Setembro esteja pronto para distribuição o novo Ritual do Grau de Companheiro para o Rito Escocês Antigo e Aceite.

E para tal chamou ao trabalho dois obreiros da sua confiança, que têm dado ao dedo. O FPC criou as versões iniciais, baseadas no Ritual existente.

Mandou-as por e-mail cá para mim, e eu estou a trabalhar na que será a versão para apresentação ao GM, já formatada, com a apresentação e aspectos finais, etc.

Preferencialmente sem erros mas sobretudo sem fontes de equivocos.

Enfim, coisas de Grande Inspector.

José Ruah

15 agosto 2008

Veneravel Mestre - "Nosso" vs "Eu"

Há uns tempos atrás abordámos no blog a questão da Sucessão nos seguintes post
Percurso a Venerável de minha autoria e Da Linha e do Percurso da autoria do Rui Bandeira

Um atento leitor Brasileiro que abaixo se identifica e que é Irmão trabalhando numa Loja do estado do Paraná ao não conseguir colocar um comentário enviou-o por correio electrónico, dando autorização que fosse reproduzido.

Diz-nos então como segue:

“Visão cabalística para o caminho a Venerável Mestre.
Na "Arvore da Vida",ou KABBALAH como queiram, o Ven:. Me:. ocupa a posição de KETHER. É a posição referente a letra hebraica YOD (10), reservada à pessoas investidas do "NOSSO" fortemente.É uma condição indispensável para que a energia da EGREGA seja profícua. Pessoas com o "EU" muito fortes aterram no próprio trono de Salomão a energia da égregora, e a Loja ficará prejudicada na maioria das ocasiões. Então, não basta simplesmente querer ser Ven:.M:., ou já ter passado por outros cargos, é sobretudo e importante ser um Ir:. evoluído no desbastar da PEDRA BRUTA. É mister ser uma pessoa do "NOSSO", ser bom ouvinte e complacente por natureza.
Triplice aos irs:. portugueses.
Avides R. F.
Lj Tiradentes - Curitiba – Brasil”

Este Irmão pega numa vertente muito mais esotérica para analisar a questão e mesmo com toda a subjectividade da Cabala ele transmite uma mensagem absolutamente objectiva.

O Venerável tem que possuir uma noção de Nosso muito mais forte que uma noção de Eu.

Gostei do que li e por isso permiti-me escrever algo acerca do assunto.

Ao longo dos anos conheci muitos Veneráveis de muitas Lojas, e intuitivamente ia dizendo para mim, que um era muito “mandão”, outro “brando de mais”, outro muito falador, enfim fui catalogando, e com isso permitia-me tentar perceber o que ia acontecer naquela Loja nesse ano.

Ao longo dos últimos anos, tenho tido sempre uma conversa com o novo Venerável da Mestre Affonso Domingues. Essa conversa tem sempre lugar para meados de Novembro.

Porquê meados de Novembro e não inicio de Setembro que é a altura da tomada de posse?

Há evidentemente uma razão para isso. Em meados de Novembro o novo Venerável já dirigiu 3 ou 4 sessões. Já se libertou do nervosismo inicial e já começou a mostrar como faz e qual o seu estilo.

E nessa altura, é altura de transmitir a minha opinião sobre o desempenho. Em conversa privada e longe de quaisquer outros ouvidos que não os do Venerável.
A minha opinião pode ser qualquer, desde dizer-lhe que está tudo certo e que se continuar assim vai ser um sucesso, até dizer-lhe que o modo como está a gerir a Loja pode gerar que perca o controlo.

Mas sempre lhes digo a mesma coisa, antes de grandes decisões e antes de submeter assuntos mais complexos à Loja, envolvam outros Irmãos Mestres no assunto, auscultando-os e trazendo-os para o projecto se for esse o caso, sejam os Árbitros e não os jogadores.

O nosso Irmão Avides, diz-nos que o sentido colectivo do Venerável é a característica essencial e uma das chaves para o sucesso do mandato. E eu concordo.

Há várias maneiras para se chegar ao “ Nosso”. A mais recomendável é através de trabalho individual de aperfeiçoamento, de entendimento do que é uma Loja, de respeito pelos demais, do uso da firmeza quando necessário. É evidente que isto não invalida que se deva percorrer um caminho para chegar a Venerável, deve-se é juntar nesse caminho as peças necessárias para que a preparação seja o mais completa possível, quer ritual, quer administrativa, quer psicológica.

É também evidente que “ não pode ser tudo nosso” ou seja o Venerável tem que de vez em quando ser “Eu” e dar uma batida de malhete mais forte, mas isso faz parte dos ossos do oficio.

O Venerável é o fulcro no qual está equilibrado o balancé. E essa sua missão de manter equilibrada a Loja é primordial.

E manter esse equilíbrio significa sucesso e progresso. Significa Lojas mais fortes no final de cada mandato. Significa maior consciência de grupo.

Enfim, fica aqui mais uma achega sobre o papel do Venerável Mestre de uma Loja.

Resta fazer uma ressalva final, já com este texto em produção o Irmão Avides conseguiu colocar o seu comentário, todavia achei que continuava a fazer sentido este post.
José Ruah

12 agosto 2008

É Agosto mas o trabalho não para

Caros Leitores / Dear Readers / Chers Lecteurs

Mesmo sendo Agosto o trabalho dos Maçons não para !
Although it's August, Masons do not stop working!
Même en Aout les Maçons travaillent!

Um dos nossos Irmãos está a ultimar o novo site da Loja Mestre Affonso Domingues.
One of our Brethren is finishing the Lodge's new site.
Un de nos freres est en train de terminer le nouveau Site de la Loge.

Agradecemos todos os comentários e quantos mais melhor para esta versão Beta
Please leave your opinion about this Beta version.
Nous remmercions tous les commentaires pour cette version Beta.

www.rlmad.net


Obrigado / Thank you / Merci


José Ruah

11 agosto 2008

Sobre o Grande Arquitecto do Universo

A G D G A D U

Ao meu ultimo post, Desfazendo uma confusão responderam com perguntas dois leitores assíduos deste blog. Um deles mais “perguntador” e algumas vezes mais “provocador”, outro mais leitor e que de vez em quando arrisca a escrever.

O Mês de Agosto é mesmo para isso, os leitores perguntam e eu respondo. Por isso aqui vai.

Pergunta-nos Simple:

“Aproveito a dúvida do "Anónimo" quanto à crença no Grande Arquitecto para colocar uma questão - para variar, daquelas "simples"...
Existem várias concepções possíveis de "Grande Arquitecto", que podem variar em diversas dimensões. Podem ir de um pessoalíssimo e proverbial "velho de barbas" a uma essência cósmica pouco definida, impessoal e pouco preocupada connosco. Há quem o considere Uno, Trino, ou mesmo que há Múltiplos Grandes Arquitectos - ou, ainda, um mesmo com várias "faces". Há quem O considere uma fonte de moralidade e de regras de comportamento para nós, e quem entenda que "Criador" e "Pastor" são coisas distintas, pelo que, uma vez criados (ou evoluídos...) estaríamos entregues a nós mesmos sem reportar a ninguém. Há quem acredite no Bem, na Ética, na Moral, mas que não considere, forçosamente, que os mesmos emanem de uma qualquer "divindade". Há quem espere um Paraíso com anjinhos barrocos a tocar lira, e quem entenda que o único "céu" que nos espera são as tripas de uma minhoca.
Já vi caracterizar o Grande Arquitecto como o Deus das religiões monoteístas - mais especificamente, das religiões ditas "do Livro" (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), eventualmente e com algum esforço englobando outras religiões, eventualmente politeístas, ou mesmo o Budismo, cuja crença não passa forçosamente (tanto quanto alcança a minha vasta ignorância a este respeito) pela fé na existência de um Ente superior.
Já sei que ser "humanista" não vale, pois muitos daqueles que assim se definem são considerados "ateus" ou "agnósticos" - e o GOL estará cheio deles, e na GLLP não haverá nenhum. Onde está, afinal, a linha divisória? Ou é tudo um certo "gradiente de cinzentos"?
Deve haver uma definição algures, ou haver um Landmark - ainda mais tão fracturante - sobre algo que não se define parece-me esquisito... a não ser que esteja subentendido.
Quererá o José Ruah deitar alguma luz sobre este assunto?
Um abraço,
Simple


Respondo eu:

Quando uma regra tem muitas excepções, então não é regra. Ensinou-me um Eng. Informático de grande gabarito que nestes casos em vez de tratar as excepções é necessário alterar a regra. E isso faz-se subindo um ou mais níveis de abstracção de maneira a englobar todas as excepções na regra. E se ainda persistirem casos não tratados, subimos mais um nível.

Aqui e para responder à questão posta por Simple no seu comentário, aplica-se este ensinamento. Nele, comentário, são referidas inúmeras possibilidades, às quais contraponho – Grande Arquitecto do Universo.

Esta abstracção a que a Maçonaria chegou, engloba essas noções todas. Esta abstracção é o máximo do simbolismo. Nela cabem todos os exemplos.

E o curioso é o raciocínio parte da Abstracção máxima, logo do modelo simples, para as excepções e para a complicação. O caminho é o inverso!

Não existem várias concepções possíveis de Grande Arquitecto, a concepção em si é única e logo englobante.

Existem sim, várias representações do Grande Arquitecto, e essas são tantas quantos os crentes. Ou seja cada um de nós ao ser crente tem a sua representação do Grande Arquitecto, evidentemente marcada e definida pela nossa, a de cada um, origem, religião, cultura e passado.

A cada candidato é feita apenas uma pergunta simples;

“ Acredita na existência de um Grande Arquitecto do Universo?”

e solicitada uma resposta simples;

“ Sim” ou “Não”

Não são solicitadas elucubrações sobre o tipo de crença do candidato.

Como se pode perceber a Maçonaria, com sua secular existência alicerçada na milenar experiência dos homens, atingiu graus de abstracção tão elevados que se permite ter uma regra simples que engloba todas as complicações dos homens.


Um segundo comentarista, David, tem a mesma dúvida na essência, formulada de maneira distinta.

Pergunta ele:

“O seguinte é tirado das 12 regras da GLLP:
"1. A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquitecto do Universo."
O Grande Arquitecto é D.eus. Mas quem é esse D.eus designado pela GLLP ?”

Respondo eu:

Mais uma vez é necessário a abstracção. Neste caso das palavras. Os homens têm que usar palavras para expressarem as suas ideias. E as limitações do vocabulário levaram a que fosse usada a palavra DEUS.

Há que entender o contexto e não enquadrar Deus como este ou aquele conceito subjacente a uma determinada religião, mas sim como a representação figurativa de uma entidade / ente Supremo.

Aqui no 1º Landmark aparece como reforço ao conceito de Grande Arquitecto do Universo.

Temos que ter presente que a Maçonaria é essencialmente simbólica e que tudo deve ser lido com cuidado e às vezes várias vezes. Devemos sempre parar para pensar, e tentar decifrar porque razão está escrito desta maneira e não de outra. A resposta muitas vezes é a mais simples.



Como podemos ver estes dois comentadores, seguramente com origens diferentes, com passados distintos, aparecem com a mesma dúvida de base. Exactamente porque são diferentes apresentam-na de forma diversa e recebem no fundo a mesma resposta, que cada um vai interpretar de maneira distinta.

Esta diversidade de maneiras de ver é o que existem dentro de uma obediência. O conceito Uno de Grande Arquitecto do Universo é a “ferramenta” que permite que todas as “diversidades” sejam respeitadas por igual.

José Ruah