21 agosto 2006

A Carris e a Electronica

Hoje um dos titulos da imprensa é que a Carris vai abandonar em definitivo os bilhetes em suporte papel e passar a usar um sistema de bilhética electronica.

Há muito que que já não havia Revisor e que os bilhetes não eram furados assinalando a zona de entrada e a zona de saída.

http://bilhetes.no.sapo.pt/carris.htm

( uma pagina fascinante com fotos de todos os bilhetes da Carris - desde sempre )


Há muito que já só havia uma máquina obliteradora e que os "modulos" se chamavam BUC - Bilhete Unico de Coroa ( eu acho que deviam ser Bilhete de Coroa Unica mas a lingua portuguesa é muito traiçoeira ....!!!! ).

E Agora pomposamente passa a haver o cartão " Sete Colinas" que custa 50 cent, e é recarregavel e reutilizavel.

Assim é só passar o cartão na maquina que esta bordo e o passageiro está apto a andar UMA HORA em qualquer transporte da Carris, até o conceito de ZONA e de COROA UNICA acaba.

Por curiosidade simulei no site da Carris um percurso da Praça do Comercio até Telheiras e o tempo de viagem indicado é de 56 Min.

Que acontece se houver um engarrafamento e passar a ser mais que uma hora ? Será que o bom do viajante tem que ir passar o seu cartanito na máquina e comprar mais uma horita de viagem. ?

E no caso do dito viajante morar no Lumiar e lhe apetecer um Pastel de Belém - situaçao que requer um percurso de 81 Min ?

Estas coisas da electronica são muito boas, mas têm que ser muito bem pensadas !!!


Com estas reflexões de "grande profundidade", vos deixo até uma proxima oportunidade

JoseSR

20 agosto 2006

A ama e o Advogado


Há dias, o "Correio da Manhã" titulava, com as letras garrafais que costuma usar na primeira página, que as amas pagaram mais IRS que os advogados.
Está-se mesmo a ver que este tipo de título é de molde a germinar no cidadão comum, qual pavloniano reflexo, o pensamento de que "lá andam os malandros dos advogados a fugir ao fisco, até pagam menos do que as coitadas das amas".
Este título é factualmente verdadeiro e realmente falso! Vamos então esclarecer este aparente paradoxo...
É verdade que, EM TERMOS MÉDIOS, isto é, dividindo-se o total de imposto que os contribuintes com a categoria económica "amas" pagaram há dois anos pelo número "X" de "amas", o quociente obtido é superior a idêntica divisão entre o total de imposto pago por todos os contribuintes da categoria económica "advogados" e o número "Y" desses contribuintes.
Mas tal é uma ilusão estatística! Não nos esqueçamos que a estatística é aquela ciência que nos diz que, se eu comer um frango e o leitor nada comer, cada um de nós comeu meio frango...
Quatro factores contribuem para a ilusão estatística de a D. Maria, carinhosa ama do Algueirão, alegadamente pagar mais IRS que eu, obscuro advogado em Lisboa.
O primeiro factor respeita às diferentes características dos universos estatísticos "amas" e "advogados".
As amas, recebendo remuneração da Segurança Social, estão limitadas a um número máximo de crianças a cargo, salvo erro, quatro. Os seus proventos estão tabelados, ou seja, cada ama recebe uma determinada quantia por cada criança de que toma conta. Existe, assim, um relativo nivelamento de rendimentos na categoria estatística "amas", isto é, o rendimento da generalidade delas não se afasta demasiado da média total.
Pelo contrário, dos mais de 20.000 advogados inscritos no fisco, a maioria esmagadora (diria que dois terços) ou são estagiários ou jovens advogados em início de carreira, dependendo quase exclusivamente dos representados através do apoio judiciário, de que recebem parcos proventos, ou são aquilo a que eu chamo "advogados de fim de tarde", isto é, tendo o seu emprego como assalariados (em bancos, seguradoras, outras empresas), muitas vezes nem sequer exercendo funções jurídicas, e tendo uns "biscates" para arredondar os seus ordenados. É óbvio que a minoria de Advogados que só são Advogados aufere remunerações DA PROFISSÃO superiores à desta imensa maioria. Mas, estatisticamente, o que resulta é que os impostos, evidentemente mais altos, pagos pela minoria profissional exclusiva são diluídos na média feita com o que é pago pela imensa maioria que ainda não vive da advocacia ou que só marginalmente dela recebe proventos. Tão diluídos que a média até é inferior à média das amas...
O segundo factor resulta do efeito de distorção que resulta do sistema das diferentes categorias de rendimentos: o trabalhador por conta de outrem, a generalidade dos casos, aquele que trabalha vinculado por contrato de trabalho, vê os rendimentos do seu trabalho classificados na categoria A; os profissionais liberais, os prestadores de serviços, vêem os seus rendimentos classificados na categoria B.
As amas não têm contrato de trabalho com a Segurança Social ou com quem lhes confia as crianças; prestam serviços de cuidado e guarda de crianças: os seus rendimentos entram na categoria B. Todos os Advogados se inscrevem no fisco como tal e os seus rendimentos, por regra, entram também na categoria B. Mas TODOS OS ADVOGADOS QUE TÊM CONTRATO DE TRABALHO COM EMPRESAS, INCLUINDO OS ASSALARIADOS DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS, recebem um salário: esse rendimento é classificado na categoria A; só os proventos que auferem fora dessa relação laboral entram na categoria B.
Pois bem: a estatística é feita relativamente a rendimentos da categoria B e só esses! Resultado: todos os rendimentos das amas são considerados para a divisão acima referida; só parte - em relação a muitos só uma pequena parte - dos rendimentos dos Advogados se insere na categoria B, fazendo com que o total de rendimentos dessa categoria B, dividido pelo total de Advogados dê um resultado inferior a idêntica operação com as amas...
Terceiro factor: os custos. As amas têm poucos custos que possam repercutir como tal na sua declaração de IRS. Eu, só para manter em funcionamento o meu escritório, em custos com salários, Segurança Social, instalações, energia, transportes e telecomunicações, tenho um custo médio mensal de 6.000 euros, isto é, 72.000 euros anuais. É óbvio que todo este custo é abatido ao meu rendimento bruto, para efeitos de IRS...
Quarto factor: a capacidade de optimização fiscal. Todos os contribuintes podem deduzir como custos as despesas que necessariamente efectuam para obtenção das receitas. O fisco considera, por exemplo, que, relativamente às profissões em que existe necessidade de deslocações em automóvel próprio - como é o caso dos Advogados - metade das despesas com o automóvel pode ser considerada como custo e, assim, abatida às receitas. Mas duvido que as amas tenham a percepção de que, se receberem em sua casa, das 8 às 20 horas, crianças, os gastos que têm em electricidade também são imputáveis em metade à sua actividade, bem como do gás, bem como da renda de sua casa... Duvido que as amas consigam a optimização fiscal a que têm direito, por falta de informação nesse sentido. Informação que facilmente obteriam consultando um Advogado...
Eis como, sendo verdade que, em média, as amas pagaram mais IRS que os Advogados, não é, de modo nenhum, verdade que a carinhosa D. Maria, ama no Algueirão, pague mais, ou sequer, um montante próximo, de IRS que eu, obscuro Advogado em Lisboa, mas Advogado a tempo inteiro, e tendo todas as suas receitas na categoria B, pago, mesmo atendendo aos custos de actividade e à optimização fiscal.
Para que conste...
Rui Bandeira

16 agosto 2006

Avioes e Segurança

Nos dias que passaram Londres e o resto da Europa entraram num frenesim de segurança nos aeroportos.

As razões são mais que justificadas, a descoberta pela policia Inglesa de um atentado em preparaçao.

Vai o proverbio e diz " Casa Roubada Trancas à Porta ".

E foi o que esta gente fez. Todos vimos os resultados. Horas infindaveis de espera, vistorias aos pertences, exageros no rigor.

O mesmo aconteceu depois do 11 de Setembro, e passado alguns meses voltou tudo ao normal.

Pergunto-me para que serve este exagero se daqui a uns meses está tudo " relaxado" como antes.

Os terroristas se forem espertos, só precisam de esperar que passe este alarmismo e depois com calma fazerem o seu atentado.

Uma companhia aerea, a ELAL, tem um sistema de segurança montado desde a decada de 60.

Quem já viajou sabe que é preciso chegar muito mais cedo, que cada passageiro é interrogado por um funcionario da companhia que só faz isso, que se for preciso abrem as malas mesmo as que vao para o porão, etc.

Estes, os da ELAL, ja perceberam que a luta contra o terrorismo é interminavel e que no dia em que estivermos distraidos sofremos um ataque.

As demais companhias, sempre e só por razoes financeiras, não implementam sistemas de segurança.

Como curiosidade depois do 11/09 quando todas as companhias aereas tinham taxas de desistencia de passageiros, a ELAL tinha lista de espera para todos os voos.

Alguma coisa quer dizer.


Abraços

JoséSR

11 agosto 2006

WAM

Wolfgang Amadeus Mozart - W A M

As iniciais podem ser lidas sem qualquer problema da direita para a esquerda ou invertendo ( pondo de cabeça para baixo - vá la toca a virar os monitores ao contrario).


Se escolhermos o tipo de Letra Webdings fica

W A M Som Engenho Vulcao

Eu cá nao percebo nada de simbologia.

Se algum de voces perceber venha a explicação !!!

Abraço


JoseSR


P.S este é o Post numero 100 !!!

Rainha da Noite - F M WAM

Navegando encontrei nos meus favoritos ( fruto de pesquisa anterior ja esquecida) o seguinte site:
http://www.mozartforum.com/index.htm

E nele os seguintes links para a aria da Rainha da Noite.

Estes links têm a particularidade de nos darem versões cantadas por rapazes de 12 a 14 anos.

Vale a pena perder uns minutos.

http://www.youtube.com/watch?v=F9ijwfRTv0o


http://martin.alaskaroad.com/boychoir.htm
Der Hölle RacheW. A. Mozart - Die ZauberflöteClint Van Der Linde - Soloist

Abraços

JoseSR

10 agosto 2006

A morte de Hiram em leilão no e-bay


Dou prioridade à colocação deste texto, por só ser oportuno, para quem se interessar, até pouco mais das 14 horas (hora da Bélgica - 13 horas em Portugal) do próximo dia 15 de Agosto.

Está em leilão no e-bay da Bélgica uma 1.ª edição de uma obra de banda desenhada intitulada "La Mort d'Hiram". É da autoria de Willy Vassaux (desenhos) e Jean-Marie Parent (argumento) e tem 54 páginas.

O seu argumento é anunciado no e-bay da seguinte forma:

Le meurtre du Maître Architecte Hiram est à l'image des persécutions et du trépas moral qu'éprouve l'homme de génie, frappé par les trois fléaux qui, communément, désolent la terre : l'envie, l'hypocrisie et la cupidité...

Até ao momento em que escrevo este texto, a maior oferta são 36 Euros. Ao lance vencedor, acrescem os portes de envio que, para a Europa, excepto Bélgica, são 5,95 euros (correio normal) ou 8,10 euros (correio prioritário). O pagamento pode ser feito através de PayPal (espécie de MBNet, podendo ser aberta conta imediatamente antes do pagamento) ou por transferência bancária.

O leilão encerra dia 15 de Agosto às 13 h, 42 m 45 s (hora portuguesa).

Mais detalhes en ebay.be, mais precisamente aqui.

Quem estiver interessado, já sabe...

Rui Bandeira

.

09 agosto 2006

A Flauta Magica - Obidos

Ha umas semanas Rui Bandeira trouxe aqui o Anuncio da representaçao da Flauta Magica em Obidos.

Fiquei a matutar e decidi ir. Falei com alguns familiares e amigos e rapidamente um grupo de 6 ficou formado. Destes, para além do signatario mais dois era conhecedores dos segredos.

Liguei para a Ticketline ( passe a publicidade ) e adquiri os ditos bilhetes ao preço anunciado de 10 Euros.

Só depois pensei em ver quem cantava e que orquestra era. Aliás era a unica coisa logica a fazer, pois o conhecimento dos artistas podia influenciar a ida.

A Companhia de Opera não era de 1ª. Mas também não era de 2ª. Era para aí de 5ª ou 6ª !!!. Eram os alunos de canto da Universidade de Aveiro

A Orquestra Filarmonia das Beiras, confesso uma perfeita desconhecida para mim.

Chegado o dia 4 lá fomos até Obidos. Tentando chegar o mais cedo possivel pois este espectaculo não tinha lugares marcados e sabia que estava absolutamente esgotado.

A Cerca do Castelo, para quem nao conhece fica por tras da Pousada e é um dos locais por Excelencia para Eventos em Obidos.

A organizaçao instalou umas bancadas , palco, o fosso de Orquestra não era pois como sabemos o fosso nos Castelos fica do lado de fora e não dava jeito por a orquestra do lado de fora da muralha. Enfim esquisitices !!!

A Acustica dependia de microfones e o som até que era razoavel.

Mesmo tendo chegado ao local 45 minutos antes já ficamos no "2º Balcao ".

O Cenário era o mais simples possivel, o que era consonante com a companhia, pois para que se perceba o Coro eram os Solistas que nao estavam a cantar no momento.

O Narrador era o Tenor quando nao tinha que cantar ( aqui entre nós narrava melhor que cantava), e os textos foram narrados em Portugues o que apreciei pois em Alemão ficaria eu e seguramente a maioria das pessoas sem perceber.

Passando ao lado de um pequeno percalço com o Microfone do Papagueno que na primeira e segunda cenas não funcionou - o cantor esteve impecavel não parando segundo a máxima " the show must go on" o que lhe valeu um forte aplauso quando o microfone funcionou por fim - o espectaculo correu muito bem.

Algumas agradaveis surpresas.

A Orquestra era boa

Os cantores para alunos estiveram bem, especialmente o Baixo Sarastro claramente a melhor voz do grupo.

A Rainha da Noite que tem como sabemos duas arias dificeis, conseguiu passar por elas de forma correcta.

Papagueno merece um referencia pela capacidade de actuar, mas tambem pela voz.

Os demais estiveram bem, sendo que Tamino o Tenor foi o mais fraco do grupo.

2 horas de Opera sem intervalo, que se passaram muito bem.

Valeu ter ido


JoseSR