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19 março 2007

National Geographic


O excelente canal televisivo que é o National Geographic transmitiu ontem à noite um programa de 2 horas sobre a Maçonaria, intitulado “Dentro da Maçonaria”.
Foi anunciado com alguma insistência e, confesso, que mantive uma expectativa muito grande sobre o conteúdo espectável.
Tenho para mim que os Maçons só têm a ganhar com a desmistificação da sua actividade e objectivos, tornando claro a todo o mundo quais os seus fins, porque existem e porque mantém a discrição das suas actividades.
Neste sentido ia a minha expectativa.

A Maçonaria não é constituída por um bando de malfeitores, egoístas, organizados em bando de interesses próprios, auto-protegendo-se em ambiente de ilegalidades.
A Maçonaria é constituída por homens de boa vontade, sujeitos por juramento à obediência à lei da Nação, trabalhando e procurando em conjunto o melhoramento da sociedade em que se inserem.

Igualdade, Fraternidade, Solidariedade são as ideias-chave dos Maçons, que devem praticar e viver dentro e fora do Templo, em ambiente maçónico ou profano, devendo constituir-se em exemplo para os demais que com eles convivem.
Isso é a Maçonaria e assim são os Maçons, mau grado as dúvidas, calúnias e acusações que parte grande da sociedade ainda faz à organização maçónica.
Por ignorância uns, por maldade outros, por interesses inconfessáveis outros ainda.
Parece-me incompreensível e estúpido, mas os maçons têm os seus “inimigos de estimação”, sempre originários em ideologias que ao longo da história têm querido controlar o Homem, no seu sentir e no seu viver.
Foi assim com todas as ditaduras, que tentaram banir a Maçonaria da face da terra, foi e é assim com a Igreja de Roma responsável ao longo de séculos por morticínios em massa de maçons, só porque, na sua verticalidade e na certeza da obediência a um juramento que fazem voluntariamente, nunca condescenderam com a subserviência a que os quiseram obrigar.

Ora o documentário que o National Geographic passou não resolveu nenhuma das dúvidas que se punham e põem a quem quer saber o que é a Maçonaria ou a quem ainda tem medo dos maçons.
É facto que se trata de um documento afirmativo quanto às virtudes maçónicas, mas também é verdade que toda a história roda à volta de dois crimes horrendos, por “coincidência” ambos relacionados com a Igreja Católica, no mais próximo que pode ser dos interesses em jogo em redor do Papa.
Num caso envolvendo as traficâncias do Banco Ambrosiano (banco do Vaticano), e noutro caso envolvendo mesmo a morte do Papa (João Paulo I).
Em qualquer dos casos se afirma que a Maçonaria não teve nada a ver com estes crimes, mas ambos os casos mostrados e comentados num documentário sobre a Maçonaria, “Dentro da Maçonaria”.
Claro que as perguntas ficam no ar, infelizmente e como de costume, nem todas.
Assim, não vi qualquer referência a uma figura mais do que parda, da vida do Banco Ambrosiano, que foi condenado pelos tribunais italianos e depois protegido pelo Papa e retirado para o Vaticano de onde nunca mais saiu com vida, o Monsenhor Marcinkus.
É estranho que com uma história tão insistentemente falada ao longo do documentário, não tivesse havido qualquer referência a essa figura negra da administração do banco.
A outra questão que foi esquecida refere-se à morte de João Paulo I, Papa por 33 dias, Agosto de 1978.
Oficialmente foi “enfarte de miocárdio” (sem autópsia), nas entrelinhas ficam várias interrogações sobre o interesse da Maçonaria em se ver livre de um Papa honesto, que sabia o que tinha dentro de casa e estava disposto a pôr ordem na traficância, suborno, chantagem, que o Presidente do Banco (Paul Marcinkus) e o Cardeal Jean Villot cobriam, com outros, através da chamada “loja P2”.
Esta “loja P2” começou por ser, realmente, uma loja do Grande Oriente de Itália, mas muito antes destes acontecimentos, em 1976, já a loja abatera colunas e os seus membros haviam sido expulsos da ordem, justamente por renegarem com os seus actos o juramento de honestidade, fraternidade e solidariedade que fizeram quando aceitaram fazer a iniciação maçónica, acabando por se tornar uma filial da Máfia italiana, com ligações aos piores aspectos que a política pode ter.
E isto, lamentavelmente, não fica nada claro no filme.
É assim a modos que uma espécie de filme “Dentro da Maçonaria”, mas só por fora !

É pena ter sido assim.
Entendo que foi perdida uma boa oportunidade de clarificar muita coisa, ainda que alguma tenha sido mostrado e esclarecido, nomeadamente a concepção deísta da Maçonaria.
Pelo menos isso ficou claro, tal como foi interessante a explicação sobre a parte ritual representativa da morte de Hiram Abif.

Outro pormenor que convém esclarecer tem a ver com a parte do ritual em que é apontada uma pistola ao candidato a maçon disparando balas fingidas, numa das provas pelo qual o candidato a Maçon tem que passar na sua iniciação.
No documentário mostra-se uma dessas provas em que o candidato acaba morto por um erro terrível que fez com que a pistola usada tivesse balas a sério.
O ritual de Iniciação que seguimos e que é parte do Rito Escocês Antigo e Aceite não utiliza qualquer prova na qual se disparem pistolas ou seja que arma for, nem a brincar e muito menos a sério.É impensável que uma situação destas possa acontecer na Maçonaria Regular de Portugal.


JPSetúbal


25 fevereiro 2007

Andam á procura de um Português GRANDE ?

Com o atraso de 2 dias, isto de disponibilidade de tempo tem andado algo atrapalhado, trago-Vos a recordação de um Português GRANDE.
Fez 20 anos que passou ao Oriente Eterno (anteontem, 23) e Portugal recordou José Afonso, quem foi, o que nos legou, o que é ainda hoje, 20 anos após ter deixado o mundo que o insultou e a humanidade que Ele defendeu como muito poucos.
Para os da geração de "40" o "Zeca" foi, em determinado momento da vida de Portugal, verdadeiramente "a luz ao fundo do tunel" teimando em brilhar contra quase tudo.
Na sua preocupação central de defender a Liberdade, de espalhar Fraternidade, de promover Igualdade, "Zeca" foi único em dimensão, em sentido de futuro, em projecto de vida para a humanidade, na forma que adoptou para o fazer.
Há 20 anos "Zeca" Afonso deixou o mundo, mas não deixou a humanidade.
Ele continua vivo na recordação dos que Lhe devem "enormes" momentos de abertura de esperança e, tal a Sua dimensão, em muita juventude actual, que havendo nascido muito após a Sua morte retomou os seus temas e os seus motivos.
Parte importante da música de intervenção urbana actual, hip-hop tão em voga, foi confessadamente buscar ao "Zeca" muita da inspiração com que combate a descriminação e aponta um rumo de esperança, particularmente aos jovens, ensinando que há saídas possiveis e que vale a pena lutar por elas.
Em muito dessa música é evidente o grito solidário e o protesto pelo mundo fraterno que devia estar instituido... e não está !
Esse foi o tema do "Zeca", e foi a Sua luta, e foi a Sua prisão, e foi a Sua alegria, finalmente, quando em 25 de Abril de 1974 viu o dia amanhecer ao som da Sua música e o Sol a brilhar na esperança da luta que tinha travado durante toda a vida.
Recordo-me que a primeira edição do "Vampiros" (... eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...") tive de a pedir ao meu cunhado que estava em medicina em Coimbra, para me arranjar um exemplar (vinil e 45 r.p.m. ...), só possível no circuito clandestino das Academias e das Associações de Estudantes (numa tarde qualquer do início dos 70's entrei na Sasseti, na altura ficava numa esquina da R. do Carmo, para comprar um disco do José Mário Branco. A cara do jovem, tão jovem quanto eu próprio, desconfiado a olhar para mim assim como que "é desta que vou dentro..." ficou-me inesquecível, e lá me vendeu o disquinho, "long play 33 r.p.m.", metendo-o num saco de papel debaixo do balcão e pedindo-me para não o abrir na rua !).
Era assim a vida portuguesa e devemos ao Zeca muito do que foi feito para a alterar.
Azeitão 1979-1987
"Curioso é que nós passamos 40 ou 50 anos de uma vida a fazer determinadas coisas e um dia mais ou menos de repente, sem que renunciemos a nada do que fizemos, apercebemo-nos de que tudo deveria ter sido diferente. É apenas uma vaga sensação que se instala, sem que saibamos defini-la muito bem. No fundo sou muito mais contraditório e supersticioso do que quis admitir ao longo dos anos."
"Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.
"Não me arrependo de nada do que fiz. Mais: eu sou aquilo que fiz. Embora com reservas acreditava o suficiente no que estava a fazer, e isso é o que fica. Quando as pessoas param há como que um pacto implícito com o inimigo, tanto no campo político como no campo estético e cultural. E, por vezes, o inimigo somos nós próprios, a nossa própria consciência e os alibis de que nos servimos para justificar a modorra e o abandono dos campos de luta."
" Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for."

José Afonso

José Afonso está vivo e continua a cantar para todos nós ! (http://www.aja.pt/biografia.htm)



JPSetúbal


12 fevereiro 2007

Carta a um Irmão


Meu caro Irmão,

sei com que ansiedade e júbilo tu e a tua mulher esperavam o nascimento da vossa pequena princesa!

Como todos na Loja, alegrei-me com a notícia do seu nascimento, sobressaltei-me com a nova de que havia alguns problemas com os olhos da menina, sosseguei-me com a informação de que não era nada de especialmente grave, resolúvel com rotineira intervenção, alarmei-me com o relato de que afinal mais e mais preocupantes problemas há com os olhos da bebé.

Não tenho procurado contactar-te, porque calculo que te encontrarás assoberbado, além da normal azáfama de um recém-pai, com as diligências necessárias ao adequado tratamento das maleitas encontradas e certamente não te sobra tempo nem disposição para conversas mais ou menos de circunstância, ainda que interessadas e solidárias. Tenho, no entanto, procurado saber notícias e fico tranquilizado por saber que a tua disposição, e a da tua cônjuge, é de serena confiança, que estão cientes que a luta será talvez grande, mas que cada vitória será um patamar na escalada da recuperação, todos esperamos e desejamos que total, da tua pequenina.

Quero aqui reafirmar-te o que certamente já sabes, mas que te confortará que seja reafirmado: conta com toda a nossa, de todos os elementos da Loja, disponibilidade PARA O QUE FOR PRECISO, seja a que título for: se o problema for dinheiro (e tomara que tudo se resolvesse apenas e só com dinheiro...), não é problema, resolve-se! Se necessitares de ajuda a qualquer outro nível, é só dizeres. Se a questão for obter informação, lembra-te que umas dezenas de nós conseguiremos procurar e seleccionar bastante mais do que a que lograrás reunir sozinho. E se for preciso mais apoios, contamos com a solidariedade dos visitantes do blogue! Meu caro, em relação a qualquer coisa que necessites dos teus Irmãos, a mensagem é só uma: USA À VONTADE, QUE NUNCA ABUSAS!

É obviamente natural que tu e nossa cunhada se sintam inquietos quanto à total recuperação da vossa pequerrucha. Seria estulto pretender o contrário. Mas que essa inquietação seja temperada com a esperança de que tudo acabará por evoluir para a melhor recuperação possível. E, se porventura, não se vier a revelar possível a recuperação total, tenham presente que a Natureza raramente tira algo sem nada dar em troca. Alguma dificuldade que porventura reste para a vossa filha será compensada, estou certo, com um aumento de capacidade que nesse caso obterá.

Mas, meu caro, nem sequer é tempo de pensar em tais possibilidades. Agora, o tempo é de lutar, de fazer o impossível, para que a tua filha recupere o melhor possível, desejando que esse melhor seja a total recuperação. Sei que o farás; sabe tu que todos nós desejamos, tanto quanto tu, que o sucesso coroe os vossos esforços.

Deveria talvez isto ser dito de viva voz. Mas, meu caro, sabes bem que nós, homens, não somos bons a falar destes problemas, destas inquietações, destes desejos: a língua entaramela-se, as ideias atropelam-se e perdem-se antes de conseguirmos verbalizá-las, ficamos atrapalhados, quer o que quer falar e não consegue fazê-lo direito, quer o que ouve e fica algo constrangido. Nisso de verbalizar preocupações e angústias e solidariedades, elas são realmente bem melhores do que nós. Embora nunca elas alguma vez consigam compreender o mundo de emoções e cumplicidades que nós, homens, conseguimos transmitir simplesmente com um abraço e uma palmada na espádua!

Por isso, meu caro, com toda a nossa solidariedade e cumplicidade, aqui te deixo estas linhas de esperança e os votos de que tu e a tua companheira na Vida e no Amor ao vosso rebento mantenham a Força para ultrapassarem este momento difícil com a Sabedoria indispensável para que brevemente ambos desfrutem sem esta inquietação da Beleza da vossa filhota.

Com a certeza de que assim será, recebe um abraço e uma palmada na espádua do

Rui Bandeira

02 janeiro 2007

Olhando a "concorrência"

Liberdade, Igualdade, Fraternidade é uma divisa que, orgulhosamente, o GOL (Grande Oriente Lusitano) partilha com a Revolução Francesa. E é também o nome deste blogue!

Trata-se de um blogue animado por alguém ligado ao GOL (veja-se a nota do autor do blogue a um texto ali publicado em 24/11/2006, intitulado "Maçonaria cria Fundação"), dedicado, como o nosso A Partir Pedra, à temática da Maçonaria e matérias similares, que trata sem sectarismos e numa perspectiva de formação e informação. Na altura da publicação deste texto, o último texto colocado no L:.I:.F:. noticia o resultado final do recente processo eleitoral para a escolha do próximo Grão Mestre da GLLP/GLRP. E, dos últimos seis textos, três foram dedicados ao mencionado processo eleitoral!

Também verificámos, sensibilizados, que, no local destinado à colocação de atalhos de navegação para diversos blogues, se encontra colocado um atalho para o nosso A Partir Pedra. Retribuímos o gesto com gosto mas, mais do que isso, porque a leitura deste interessante blogue permitiu verificar a sua qualidade e interesse.

O autor do blogue usa o pseudónimo de "Aprendiz Maçon", feliz escolha ilustrativa de que o maçon consciente sabe que é e será sempre um aprendiz trilhando o seu caminho.

Apreciámos também o sentido de humor do autor do blogue, visível no texto "Carta de um profano a outro" (texto que já conhecíamos de o ter lido no Blog do Maçom, que é outra das nossas escolhas para a nossa selectiva lista de atalhos de ligação) e, particularmente, a fina ironia que ressuma, designadamente, do texto de Boas Festas. Brilhante como um texto que seria banal cumprimento do hábito social de desejar Boas Festas no final do ano se tornou em duas deliciosas linhas, graças à oportuna utilização do duplo sentido nos advérbios "regularmente " e "irregularmente"!

Permitimo-nos apontar, porém, uma deficiência técnica, que esperamos possa ser em breve resolvida: é que, aparentemente, o L:.I:.F:. está tão optimizado para o Internet Explorer que... não fica legível quando se utiliza o Mozilla Firefox! Quem, utilizando este motor de ligação, aceder ao blogue, verifica que os textos da coluna da esquerda (a coluna de atalhos de ligação), os textos principais e a caixa do título estão sobrepostos! Deixo aqui um apelo ao Aprendiz Maçon para corrigir a situação, por duas grandes e egoístas razões: a primeira é que o motor de ligação que normalmente uso é precisamente o Mozilla Firefox; a segunda, é que estou ouvindo o eco da sonora gargalhada que o indefectível adepto de Internet Explorer JoséSR soltou quando leu isto!!!

Rui Bandeira