02 outubro 2013
27 fevereiro 2013
O Vigésimo Primeiro Venerável Mestre
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Marcadores: Memória da Loja
06 fevereiro 2013
Agora em livro eletrónico!
Na Wook, é possível ler uma amostra do livro (prefácio do Vigésimo Venerável Mestre, Nota Introdutória, texto sobre o nosso patrono Mestre Affonso Domingues e o primeiro texto da Memória da Loja, Fundação da Loja e Primeiro Venerável Mestre).
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Marcadores: livro, Memória da Loja
04 janeiro 2012
O vigésimo Venerável Mestre
Rui. C. L., normalmente, já teria sido Venerável Mestre muito antes. Mas, nos idos de 90 do século passado, cometeu a ousadia de bater o pé ao então Grão-Mestre Fundador e sofreu a sua ira. Teve de se afastar durante uns tempos. Só regressou depois da cisão de 1996/1997. Teve depois um grave problema de saúde de que teve de se cuidar - e que ainda hoje o limita. Apesar da sua antiguidade, fez o normal percurso na "linha de sucessão" informal que é prática da Loja. Tudo isto motivou que o segundo mais antigo obreiro da Loja em atividade nela só no vigésimo ano da sua existência assegurasse a sua liderança.
Ao fim e ao cabo, esta liderança em ano "redondo", que a Loja decidiu assinalar com a publicação do livro R. L. Mestre Affonso Domingues - 20 anos de história, acabou por ter um certo simbolismo. E foi o melhor marco para assinalar a transição geracional da Loja. O Venerável Mestre que assegurou os destinos desta no seu vigésimo ano de atividade foi um dos mais antigos obreiros. Organizou e dirigiu a celebração deste aniversário. E depois passou o malhete a um obreiro que já não viveu os tempos da implantação e da cisão o qual, por sua vez, foi rendido por obreiro já iniciado no século XXI.
Rui C. L. assinalou assim o fecho de um ciclo da Loja. Um ciclo feliz de vinte anos. Com sucessos e retrocessos, com alegrias e tristezas, mas um ciclo rico, que mereceu a pena viver e que permitiu assentar as fundações, crê-se que sólidas, em que assentará o futuro da Loja.
Rui C. L., gestor de formação, tem uma especial capacidade de motivação para objetivos. O seu mandato foi a ilustração desta capacidade. Desde o primeiro momento, a Loja andou num reboliço de ideias, de mudança, de fixação e cumprimento de objetivos.
Em termos da sua composição, Rui C. L. começou por compor a coluna de Companheiros, passando alguns Aprendizes prontos para tal. Mas a coluna de Aprendizes não ficou desguarnecida, pelo acelerado trabalho de iniciações levado a cabo. Pelo contrário, desde há alguns anos que a coluna de Aprendizes não estava tão preenchida. E a visibilidade que a Loja tem tido nos últimos anos faz com que, aguardando a sua vez, alguns desde muitos meses, vários candidatos se perfilem à porta do Templo...
Em termos de pranchas, rara foi a sessão de Loja em que uma prancha não tivesse sido apresentada e discutida. Fosse prancha de proficiência de Aprendiz ou Companheiro, fosse prancha traçada por Mestre. Os assuntos foram os mais variados, segundo os interesses e a especialização de quem as elaborou.
Em termos de relações com outras Lojas, para além de pontuais visitas de obreiros às Lojas-gémeas Fraternidade Atlântica e Hippokrates, traçou e executou, na parte final do seu mandato, um exigente plano de visitas a várias Lojas da Obediência, renovando assim os laços de fraternidade entre a Loja Mestre Affonso Domingues e as demais Lojas da GLLP/GLRP.
Como pano de fundo de tudo isto, traçou, dinamizou e dirigiu todos os trabalhos de preparação para as comemorações do vigésimo aniversário da Loja.
Em termos de relações internas, fomentou e aplicou uma simples mudança: os ágapes após as reuniões de Loja deixaram de ter lugar em estabelecimentos da zona de reunião da Loja, todos sem condições de privacidade suficientes, e passou-se a encomendar um catering e o ágape a ter lugar imediatamente após a reunião da Loja, nas próprias instalações desta. Mais barato e com todos mais à-vontade! Resultado imediato: exponencial aumento de participação de obreiros da Loja no ágape, reforço dos laços de fraternidade, melhoria das condições de integração dos novos elementos, melhoria e variedade de escolhas de forma de trabalhar (por exemplo, pranchas não rituais passaram a poder ser apresentadas e discutidas após a sessão, no decorrer ou após o ágape).
Criou as condições e iniciou uma tranquila renovação da Loja. O número de Aprendizes e Companheiros em atividade e o número de candidatos em processo de avaliação superou o número de Mestres. O resultado deste trabalho não se viu no imediato, mas será, não tenho dúvida, marcante a médio prazo. Daqui a meia dúzia de anos, estará pronta uma nova geração de Mestres maçons apta a dirigir a Loja, renovada mas fiel à sua Tradição.
A geração dos mais antigos, dos que viveram estes primeiros vinte anos, pode assistir, descansada, à evolução da Loja: esta está pujante, moderna, dinâmica, reforçada e sobretudo é, sem sombra de dúvida, uma Loja do século XXI!
Resumindo: Rui C. L. dirigiu a Loja num ano de muito dinâmica atividade. Elevou a fasquia bem alta para o seu sucessor... Mal sabíamos nós que, ao mesmo tempo, também propiciava acrescida dificuldade para esse seu sucessor... Mas disso falarei no texto que dedicarei ao vigésimo primeiro Venerável Mestre - nunca antes do próximo outono.
Rui Bandeira
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Marcadores: Memória da Loja
23 julho 2011
Mais um Ano ou será mesmo um dos Anos?
O inicio do 22º ano é assim simbolicamente o inicio da Idade adulta da Loja. Os caminhos seguidos ao longo destes anos todos, a cultura e a forma de estar serão os pilares para os anos vindouros. As bases e fundamentos estão criadas e a moldagem - entenda-se ensino - dos irmãos está estruturada.
Estou certo, convencido e seguro, que este ano que ora se inicia será um ano MARCO na história da Loja, que o Venerável agora eleito será preponderante (talvez muito mais que o ele pensa) para que daqui a uns anos alguém (eventualmente eu próprio) venha aqui contar do meio século da Loja.
A Maçonaria passa por muitas fases e por muitas transformações, com algumas pequenas derivas à esquerda ou à direita (ou à direita e à esquerda – que não quero que ninguém associe conotações onde elas não existem), mas segue sempre o seu caminho rumo ao futuro na fidelidade aos princípios que a regem.
Todavia para seguir esse caminho é preciso que exista a vontade dos maçons, porque estes são a maçonaria. Se não o fossem então a maçonaria seria apenas um conceito teórico vazio de efeito e conteúdo.
A fase adulta é um bom tempo para com maturidade ir adaptando modificações, suportar alterações mais importantes, digerir novas realidades.
Uma das facetas de uma Loja Maçónica é a capacidade de poder escolher entre várias opções, mas mais que isso propor outras diferentes daquelas que lhe foram apresentadas. Deve poder fazê-lo de forma sustentada, informada e segura.
O seu Venerável, é aqui peça charneira porque é ele o representante de direito da Loja nas várias instâncias. É-lhe exigido que apresente as propostas e posições da Loja, que as defenda, que as “venda”, mas também lhe é exigido que entenda rapidamente outras propostas e posições que lhe sejam presentes.
Não lhe pode ser exigido por quem quer que seja, que decida sozinho sobre matérias de relevância – excepto em situações de grande emergência ou cataclismo – sem pelo menos lhe ser concedida a prerrogativa de ao receber a informação decidir se decide sozinho ou se tem que consultar a sua Loja.
Mas mesmo que essa prerrogativa não aconteça, deve a Loja antecipar cenários, e com isso pensar em soluções que põe à disposição do seu Venerável para que este possa em caso de “aperto” decidir sozinho confortado no debate, ainda que teórico, que teve antes com os seus.
Ora com a entrada na idade adulta, como acima disse, fico muito mais descansado porque sei que tudo o que acabo de escrever está assegurado e que a RL Mestre Affonso Domingues está preparada, faltarão uns ajustes mas poucos, para o futuro e para tudo o que este na sua vertente próxima ou longínqua reserva.
O novo Venerável Mestre, o Irmão Nuno, está suficientemente instruído sobre o funcionamento de uma Loja, e em especial desta, sabe bem como gerir o que lhe aparecer, e sabe sobretudo que conta com a lealdade de todos os membros da sua Loja.
Cabe aqui dizer que só chegámos aqui, porque o 21º Venerável, Irmão A Jorge, teve um papel de relevo na condução dos trabalhos, e terá agora que está prestes a passar à condição de Antigo Venerável uma função de aconselhamento de primordial importância.
Quanto a mim, pois como bem sabem, ando sempre por aí atento ao que se passa, e se me parecer apareço por aqui.
Publicado por Jose Ruah às 17:25 3 comments
Marcadores: Loja, Memória da Loja
01 dezembro 2010
O décimo nono Venerável Mestre
Com efeito, João F., um empresário calmo, metódico, simpático, percorrera toda a "linha de sucessão" tal como estava informalmente instituída na Loja Mestre Affonso Domingues. Depois de, já Mestre Maçom, ter assegurado ocasionalmente alguns ofícios em substituição do titular, foi eleito Tesoureiro da Loja e exerceu tal ofício um ano. Seguidamente, cumpriu outro ano no ofício de Secretário. e depois mais outro no de Orador. Cumpriu então mais dois anos de exercício de maiores responsabilidades, assegurando sucessivamente os ofícios de 2.º e 1.º Vigilante. Inegavelmente, estava bem preparado. Tinha a experiência, a competência e a vontade necessárias para ter um mandato auspicioso.
Mas, mesmo quando se julga que tudo está reunido em nosso favor, por vezes o destino trai-nos.
João F., mal foi instalado na Cadeira de Salomão, apresentou o programa do que se propunha fazer e formou a sua equipa. Sob a sua liderança, tudo estava pronto e começou a ser executado.
Depois, caiu-lhe a crise em cima da cabeça! Não qualquer crise interna, como sucedera, mais de uma década antes ao José Ruah. Caiu-lhe em cima a crise - a económica, aquela que ainda vai dificultando as nossas vidas. Empresário de um setor especialmente vulnerável, de um dia para o outro teve de se preocupar, praticamente em exclusivo, com a sua atividade profissional. As suas qualidades de liderança tiveram de ser totalmente aproveitadas na sua empresa.
Entre acorrer à gestão do seu negócio, profundamente afetado, e dedicar-se à gestão da Loja, a escolha era óbvia. Para ele e para todos nós. As prioridades existem e têm de ser respeitadas. Havia postos de trabalho a assegurar, o sustento e o conforto da sua família a defender. João F. teve de deixar para segundo plano a liderança da Loja. Não tinha nem tempo, nem cabeça, para se dispersar da sua principal preocupação.
João F. tomou a decisão que devia tomar e toda a gente compreendeu. Aliás, era a mais lógica: a Loja, essa, estabilizada como estava, podia suportar esse contratempo.
João F. e a Loja tiveram, então, que, ao contrário do que ele e ela pretendiam, entrar num regime de "serviços mínimos". Não havia disponibilidade para mais!
Poderia a Loja ter colmatado a menor disponibilidade do seu Venerável Mestre, organizando-se para prosseguir o seu normal ritmo de trabalho sem ele? Poderia. Mas não devia! A Loja segue e respeita a liderança do seu Venerável Mestre. Nas condições em que essa liderança é possível. Substituir-se a essa liderança, ultrapassá-la, seria liquidá-la. E uma Loja maçónica, não sendo apenas isso, é também uma escola de liderança e de aceitação de liderança - não da sua subversão.
O ano em que a Loja foi dirigida por João F. foi, assim, um ano de relativa acalmia, de alguma pausa, de trabalho de rotina (também necessário). E também de reflexão e de programação do que se faria seguir.
Mas não se pense que nada se fez. Fez-se porventura menos do que a nossa ambição pretendia. Mas fez-se: foi elaborado e aprovado o regulamento de funcionamento do sítio da Loja na Internet; organizou-se e realizou-se o já tradicional almoço de solstício de inverno da Loja, com leilão de objetos doados, para recolha de fundos para doação a instituição de solidariedade social; efetuou-se uma ação de doação de sangue, em colaboração com os escuteiros da Pontinha; auxiliou-se e preparou-se a criação da Loja João Gonçalves Zarco, ao Oriente do Funchal; a Loja geminou-se com a Loja Hippokrates, do Oriente de Viena, da Grande Loja da Áustria; fizeram-se iniciações, passagens e elevações; apresentaram-se pranchas.
Bem vistas as coisas, que agradável que é olhar para uma lista destas e considerar-se que só se fez trabalho de rotina, "serviços mínimos"...
Com João F., a Loja aprendeu que a liderança tranquila e aparentemente rotineira não é, afinal, de menosprezar. E deu-se conta da sua ambição. Ambição de fazer cada vez mais. Mas tomou nota que há tempos para tudo. Que as pausas são necessárias, que o refúgio na rotina é, por vezes, necessário, para retemperar forças, acorrer a outras prioridades e preparar novos voos.
E, todas as contas feitas, a Loja estava afinal melhor, mais bem preparada, mais adulta, mais experiente, no fim do mandato do João F..
João F. deu-nos a ocasião de experimentarmos que o ótimo é inimigo do bom... e que o bom, afinal, não é mau...
Rui Bandeira
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Marcadores: Memória da Loja
28 outubro 2010
O Vigésimo Primeiro Veneravel Mestre
Tem o cronista, para o efeito eu próprio, que começar por pedir desculpa por em tempo devido nao ter anunciado a eleição do ora empossado Veneravel Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues.
Na sessão de 27 de Outubro, foi instalado o Irmão A.Jorge, ele também cronista deste blog e editor do sitio internet da loja. Nao foi por isso que foi eleito e instalado, foi mais porque durante 12 anos, tempo que intervalou a sua iniciação em Outubro de 1998 e a sua Instalaçao como VM, progrediu desempenhou quase todos os cargos de Loja, aprendeu, ensinou, trabalhou.
A sua instalação é um corolário da sua disponibilidade para com a Loja. Dele esperamos trabalho, e progresso, serenidade e seriedade.
Para mim, que ha 12 anos atrás assinei a sua ficha de candidatura, assumindo-me como proponente, foi um privilégio enorme poder ser o Mestre Instalador.
Da Loja, sabe ele já que receberá tudo o que houver para dar, A Loja ao escolhe-lo sabe bem que o espremerá para que dê tudo o que tem para dar.
É assim na Affonso Domingues, e nós gostamos.
José Ruah
Publicado por Jose Ruah às 03:34 1 comments
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19 maio 2010
Loja Mestre Affonso Domingues - 20 Anos de História
No livro, com bem preenchidas 152 páginas, consta a memória dos vinte anos vividos pela Loja. Os bons e os maus momentos, os êxitos e os fracassos, a participação, ao longo deste tempo, de quase duzentos obreiros. Regista-se e dá-se a conhecer os tempos de implantação, o primeiro crescimento, a grande crise de 1996/1997, a recuperação, os tempos mais recentes. São também evocados aqueles que, em qualquer momento, foram obreiros da Loja e já passaram ao Oriente Eterno. Publicam-se dezoito trabalhos (nós, maçons, chamamos-lhes "pranchas") de dezoito obreiros atuais da Loja - e apenas dezoito porque só isso o espaço disponível permitiu...
O livro é edição de autor - da Loja. É a Loja que paga os respetivos custos de produção, armazenagem e comercialização. Mesmo assumindo o risco destes custos, a Loja,confiante no bom acolhimento desta sua iniciativa de comemoração do seu vigésimo aniversário, abalançou-se a uma edição considerável, que ultrapassa a média das edições de autor, de poucas centenas de exemplares.
A comercialização desta primeira edição do livro vai ser exclusivamente feita fora do circuito comercial. Vai ser totalmente efetuada diretamente pela Loja. A sua divulgação vai assentar essencialmente na Internet.
O preço fixado para o livro é de 14 Euros. Porém, uma vez que a Loja assume o risco da publicação, decidiu privilegiar as compras e encomendas efetuadas até ao dia do lançamento. Assim, os livros vendidos no dia do lançamento e os livros encomendados e pagos até esse dia custarão apenas 12 Euros.
As encomendas podem ser feitas mediante o envio de mensagem de correio eletrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com, indicando nome, o número de exemplares pretendido e endereço postal para envio. Será acusada a receção da mensagem e fornecido o NIB da conta para onde deverá ser efetuada transferência do custo de aquisição e um código que deve ser mencionado na ordem de transferência (esta menção de código é essencial para determinar quem procedeu ao pagamento, em ordem a ser-lhe enviada a encomenda). A expedição da encomenda para a morada indicada será confirmada por envio de mensagem de correio eletrónico para a caixa de correio de onde partiu a encomenda.
Em alternativa, pode também a encomenda ser feita mediante envio de cheque do valor correspondente ao número de livros encomendados e indicação de nome e endereço postal para envio para Apartado 22777, EC Socorro, 1147-501 LISBOA.
Em qualquer dos casos, o envio será feito, a partir de 15 de junho, no prazo máximo de cinco dias após a receção do pagamento e, para as encomendas anteriores a esta data, entre 15 e 18 de junho. De onde resulta que quem fizer rapidamente a encomenda receberá o livro ainda antes do seu lançamento público!
Bom, e agora o aviso: a edição é grande, mas não é ilimitada. Este blogue é lido nos cinco continentes, a Loja Mestre Affonso Domingues é conhecida por muita gente, entre os maçons e os profanos. COMO É QUE É? ESTÁ À ESPERA QUE ESGOTE E NÃO CONSIGA O LIVRO? Toca mas é a despachar e proceder à encomenda do livro!!!!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 1 comments
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13 janeiro 2010
O décimo oitavo Venerável Mestre
JPSetúbal é - e já era, na altura em que exerceu o ofício de Venerável Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues - o reformado mais ocupado que conheço. Ele são os netos, ele são as instituições de solidariedade que apoia, ele são as reparações de material informático, ele é o sítio de informação regional, ele é a televisão de informação regional (agora já são duas), ele é o tempo que dedica aos amigos, conhecidos, companheiros, colegas e ex-colegas, ele é o tempo que dedica à família (sempre pouco, no dizer da sua permanentemente insatisfeita cara-metade.... como a minha diz de mim... são feitios...), enfim, ele fica com pouco tempo até para se coçar...
Mas, como todas as pessoas atarefadas, o JPSetúbal lá arranjou ainda tempo para encaixar na sua vida mais uma responsabilidade: dirigir, durante um ano, a Loja Mestre Affonso Domingues. Recebeu a Loja organizada, como referi no texto sobre o seu antecessor, e iniciou o seu mandato com evidente entusiasmo, logo apresentando o seu Quadro de Oficiais e o seu plano das atividades previstas (hábitos de gestor, que não se perdem com a reforma...).
A Loja recebeu o seu décimo oitavo Venerável Mestre com indisfarçada expectativa e esperança de mais um ano bonançoso. O JPSetúbal era, e é, um obreiro muito querido e considerado da Loja Mestre Affonso Domingues. A sua bem disposta bonomia, a sua serena competência, o seu estilo calmo, ponderado e conciliador, enfim, o seu ar de "confortável avô", cativam todos os demais e predispõem para que todos correspondam aos seus pedidos e se enquadrem no cumprimento das tarefas por si organizadas.
E o ano foi, efetivamente, bonançoso... até certo ponto - que os imponderáveis espreitam sempre atrás da porta...
O JPSetúbal não propôs, nem preparou, nem organizou, nem executou, nenhuma grandiosa iniciativa. nem era isso que se propunha fazer - ou que tinha cabimento que fizesse. O JPSetúbal fez precisamente aquilo que dele se esperava que fizesse: a gestão calma, serena e normal de uma Loja maçónica em velocidade de cruzeiro, sem especiais problemas nem visíveis desequilíbrios relevantes, tomando o leme que o seu antecessor deixou entregue ao seu cuidado e conduzindo a Loja no seu normal caminho até chegar a altura de passar a direção da barca ao seu sucessor.
Assim, programou e executou o que, para a Loja Mestre Affonso Domingues, já é, felizmente, o trivial e sem história particular: as iniciações dos candidatos - que, na Loja Mestre Affonso Domingues, nunca faltam e, até, têm de ficar em "lista de espera", pois procuramos não exceder a nossa capacidade de acompanhamento e enquadramento de Aprendizes -, as passagens de grau dos que cumpriram com êxito a primeira parte do seu trabalho e da sua integração, as elevações dos que concluíram a sua fase de formação e estão prontos para a futura assunção de responsabilidades na Loja, as pranchas, a atividade administrativa e de representação da Loja, enfim, repito, o trivial...
Para além desse trivial, lembro-me que foi o JPSetúbal quem diligenciou a fabricação e obtenção do segundo exemplar do estandarte da Loja (já que o exemplar original foi objeto de uma apropriação privada por parte de um anónimo, externo e obviamente desconhecido colecionador - não sei se me faço entender...), quem organizou e dirigiu a participação na Loja Mestre Affonso Domingues na homenagem a Aristides de Sousa Mendes, organizada pela Loja que ostenta o seu nome, quem organizou e dirigiu mais uma sessão de dação de sangue (esta, afinal, está mal colocada: façam o favor de a considerar enfileirada no "trivial" - para nós, já o é), levou a cabo a formalização da geminação com a Respeitável Loja Rigor, ao Oriente de Bragança, teve o encargo e responsabilidade de realizar a intervenção de saudação ao Grão-Mestre e a todas as Lojas na sessão de Grande Loja do equinócio da primavera de 2008 - algo que, uma vez que só há quatro sessões de Grande Lojas por ano e porque tal compete por rotatividade entre as Lojas, não voltará a ocorrer senão daqui a muitos anos, se é que volte a suceder! - e programou, organizou e participou na visita da Loja gémea Fraternidade Atlântica à outra Loja gémea, a Rigor. Deixou preparada e pronta para execução a receção dos Irmãos da Fraternidade Atlântica em Lisboa.
Foi neste ponto do seu mandato que o imponderável exterior fez a sua aparição e condicionou fortemente a atividade do JPSetúbal. Precisamente quando se encontrava em Bragança, no encontro com a Fraternidade Atlântica e a Rigor, a sua cônjuge adoeceu, súbita e inesperadamente, com alguma gravidade. Teve de ser submetida a duas intervenções cirúrgicas em Bragança e de ali permanecer durante algum tempo. Obviamente que o JPSetúbal teve de fazer o que era simultaneamente seu dever e sua vontade: ficou em Bragança todo o tempo necessário, em ajuda e companhia da sua cônjuge.
Praticamente toda a parte útil restante do seu mandato teve de ser assegurada à distância. O que, obviamente, comprometeu os seus projetos para a parte final do seu mandato. Mas o que tem de ser tem muita força. E, pelo menos, resta a consolação de que o trabalho feito até que surgiu o impedimento foi profícuo e relevante. E que a Loja reagiu com naturalidade e sem problemas a mais esta, para si inédita, experiência, de ficar, durante um tempo não negligenciável, a ser dirigida à distância, em óbvios "serviços mínimos", sendo a ausência física do seu líder suprida pelos elementos que, nestes casos, têm de suprir essa ausência.
O previsível ano bonançoso teve, na sua parte final, esta pequena tormenta. Que serviu para a Loja testar e executar a sua capacidade de prosseguir o seu caminho normal, apesar da inesperada dificuldade, suprida pela forma como está estabelecido que seja suprida, sem problemas de maior. Enfim, mais uma experiência bem sucedida!
Fora da Loja Mestre Affonso Domingues não se deu pela ocorrência desta anormalidade. O que demonstra a preparação da Loja para lidar com estes imponderáveis que - aprendemo-lo à nossa custa! - podem surgir a qualquer tempo e sem pré-aviso.
Contas feitas, o mandato do JPSetúbal foi, afinal, um bom ano para a Loja. Apesar do imponderável surgido, JPSetúbal entregou ao seu sucessor uma Loja um pouco melhor, seguramente um pouco mais adulta, do que a que recebeu do seu antecessor. Essa maturidade acrescida veio a ser útil mais tarde...
Rui Bandeira
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14 setembro 2009
O Vigésimo
Não é um bilhete de lotaria, antes pelo contrário espera-se que seja tudo menos o acaso da Sorte.
É o 20º Veneravel Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues.
Rui de seu nome, mas não o Bandeira, foi o primeiro Vigilante o mandato passado, e em julho foi eleito por unanimidade.
Rui é um mestre muito antigo, mais antigo na maçonaria que os Marretas aqui do blog. Passou uns anos ausente, voltou e mostrou que vinha para trabalhar, para ajudar.
No sabado passado foi instalado na cadeira de Veneravel, dando inicio ao seu mandato.
Dele se espera que seja Veneravel, mas sobretudo que seja ele próprio e que nos brinde com a sua alegria de viver e de fazer coisas.
Para ele a nossa disposiçao de fazer mais coisas.
José Ruah
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Marcadores: Memória da Loja, RLMAD, Venerável Mestre
13 julho 2009
Continuidade - Vem aí o 20º Veneravel.
Acontece todos os anos na primeira sessão do mês de Julho a eleição do Veneravel Mestre e do Tesoureiro.
A estabilidade da Loja permite que o processo eleitoral decorra sem quaisquer problemas ou dificuldades e consequentemente se eleve o espirito de união da loja.
Para os cargos de Veneravel e Tesoureiro foram eleitos respectivamente Rui C.L. e Alberto J.G. ambos mestres.
Se Alberto é um mestre recente e assume aqui o seu primeiro cargo de Loja, já Rui é um mestre com muitos, muitos anos de maçonaria. É do tempo da fundação da Grande Loja e não fosse ter tido que se ausentar durante uns anos já teria sido seguramente Veneravel há muito mais tempo.
Junta-se assim a experiencia de um com o desafio a outro no sentido de levar a Loja Mestre Affonso Domingues para mais um ano de trabalho que se espera gratificante.
A instalação decorrerá, previsivelmente, na primeira sessão de Setembro.
José Ruah
Publicado por Jose Ruah às 11:51 0 comments
Marcadores: Memória da Loja, Venerável Mestre
11 março 2009
O décimo sétimo Venerável Mestre
Conheci PauloFR na ocasião em que este, apadrinhado pelo José Ruah, solicitou a sua admissão entre os maçons. Recordo-me ainda da ocasião em que o Ruah me falou de um tipo "porreiro" e certinho que era seu colega de trabalho e que ele achava que seria uma boa aquisição para a Loja. Não me lembro já, mas possivelmente terei, como segundo proponente, coapadrinhado a sua candidatura.
PauloFR fez o seu percurso na Loja quando esta recuperava da grave crise subsequente à cisão da Casa do Sino e reconstruía e reforçava a sua identidade. Em certa medida, considero que o seu mandato configura o início do período de direção da Loja pela sua segunda geração, aquela que não integrou o grupo daquelas que fundaram ou se integraram no esforço de construção da Loja Mestre Affonso Domingues. PauloFR juntou-se a nós depois desse período de implantação. Viveu o esforço de reconstrução após o escaqueirar resultante da dolorosa cisão. Assumiu os destinos da Loja já com ela estabilizada, entrada na idade adulta, sem problemas de maior.
Não sendo um homem particularmente expansivo, antes manifestando uma prudente reserva, que só abranda após se estabelecer alguma confiança e, sobretudo, saudável companheirismo, mas sendo essencialmente um gestor, um organizador, do trabalho de PauloFR à frente da Loja resultou, a meu ver, um reforço e melhoria das capacidades desta a três níveis: organização administrativa, relacionamento com a Grande Loja e ouras Lojas da GLLP/GLRP, e consolidação da atividade de dação de sangue.
A nível administrativo, deixou a Loja completamente organizada, em especial na sua Tesouraria e obrigações financeiras perante a Grande Loja. A situação não seria problemática quando ele assumiu funções - até porque, não muito tempo antes, ele assumira o ofício de Tesoureiro e implantara os procedimentos que ainda hoje são seguidos - mas, quando ele passou o malhete ao seu sucessor, estava exemplarmente organizada e absolutamente em dia.
A nível do relacionamento com a Grande Loja e com as demais Lojas da Obediência, o mínimo que se pode dizer é que o trabalho foi cuidado, diligente e perseverante. A Loja esteve sempre exemplarmente representada em Grande Loja, com as posições ali assumidas previamente estudadas, trabalhadas e discutidas. Procurou sempre constituir um ponto de referência em relação a qualquer questão em causa, não pelo improviso, mas pelo apresentar de posições ponderadas, estudadas, equilibradas. Também como consequência disso, paulatinamente vários obreiros da Loja vieram a merecer a confiança do Grão-Mestre para o exercício de vários ofícios na Grande Loja. Quanto ao relacionamento com as demais Lojas, foi ele sempre acarinhado, acalentado e estimulado. Multiplicaram-se contactos e visitas de obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues a outras Lojas da Obediência. Recrudesceram visitas de obreiros de outras Lojas à Mestre Affonso Domingues. A Loja foi convidada e esteve representada em diversos eventos organizados por outras Lojas. Com todas as Lojas se manteve a melhor das relações. Com algumas, estreitaram-se profundamente laços.
As ações de dação de sangue foram objeto de especial atenção por parte de PauloFR. Foi no seu mandato que a Loja, até hoje, organizou ou co-organizou maior número dessas ações, três, em 11 de novembro de 2006, 31 de março e 21 de julho de 2007.
A atividade normal de formação e aperfeiçoamento dos obreiros da Loja prosseguiu, nos moldes já implantados e característicos da Loja. PauloFR encontrara já um quadro maduro e transmitiu-o mais apurado ao seu sucessor.
Constituíram marcos do ano maçónico sob a direção de Paulo FR as visitas à Sinagoga de Lisboa e à Loja Rigor, no Oriente de Bragança. Nesta última, ficou acordada a geminação entre a Loja Mestre Affonso Domingues e a Rigor, a qual viria a ser formalizada no decorrer do mandato do sucessor de PauloFR.
Em resumo, o ano em que PauloFR dirigiu a Loja foi um ano produtivo, bonançoso, de aprofundamento e melhoria dos caminhos trilhados pela Loja e seus obreiros.
Correu tudo bem? Não - nunca corre tudo como se deseja! No caso do mandato do PauloFR, verificou-se alguma falha em parte do Quadro de Oficiais. Designadamente, um dos elementos em formação para, a seu tempo, vir a assumir a direção da Loja, começou a fraquejar, a mostrar-se psicologicamente impreparado para o progressivo assumir de responsabilidades na Loja. PauloFR tentou segurá-lo, tentar que ultrapassasse esse seu receio. Veio a verificar-se mais tarde que inutilmente. No mandato seguinte, confirmou-se que esse obreiro não se sentia preparado para as responsabilidades que antevia e veio a pedir escusa das suas funções. Por efeito dessa fraqueza e de menor auxílio de um ou outro Oficial, PauloFR, sempre zeloso de que as coisas se fizessem o melhor possível, assumiu ele próprio a realização de tarefas que deviam ser executadas por outros e que ele apenas devia coordenar. Conseguiu que as coisas se fizessem bem feitas. Mas à custa de um injustamente redobrado esforço pessoal. Disto resulta, a meu ver, uma lição que a Loja e os seus responsáveis futuros devem ter sempre presente: O Venerável Mestre coordena uma equipa, não deve executar os trabalhos em substituição de quem falha. Se algum dos Oficiais, transitória ou prolongadamente, não estiver em condições de exercer capazmente a sua tarefa, a solução não é o Venerável Mestre assumi-la; é providenciar que algum outro obreiro disponível ajude e cubra a insuficiência.
Com o seu sentido de organização, o seu esforço, a sua serena postura, mas também com a lição a tirar do sobre-esforço que realizou, PauloFR deixou uma Loja melhor do que a recebeu. E assim cumpriu devidamente o seu papel e é credor de um lugar de destaque na galeria dos Veneráveis Mestres da Loja Mestre Affonso Domingues. É um simples ato de justiça frisar que se conta entre os que melhor exerceram a função.
Rui Bandeira
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Marcadores: Memória da Loja
14 setembro 2008
Continuidade - instalado o 19º
Ora pois Venerável Mestre!!
Depois de eleito em Julho, coube a J.F. ser instalado na primeira sessão de Setembro.
A cerimónia, decorreu com a solenidade que se impunha. O Muito Respeitavel Grão Mestre que esteve presente tomou em mãos algumas partes da cerimónia, ajudando o Mestre Instalador que era apenas e só um dos Vice Grão Mestre e além disso membro da Loja.
A Loja continua entregue a mãos experientes, não no cargo mas em maçonaria, pois JF é membro da Affonso Domingues desde o dia da sua Iniciaçao e nela fez todo o seu percurso.
Estamos seguros que o seu mandato,que agora se inicia, será proficuo e permitirá que a Loja engrandeça e siga no caminho que tem vindo a percorrer.
Desejo ( desejamos) um grande sucesso ao JF e daqui vai um TFA.
José Ruah
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Marcadores: Memória da Loja, Venerável Mestre
14 julho 2008
A Continuidade - Vem aí o 19º Venerável
Este Sábado dia 12 a Loja Mestre Affonso Domingues, elegeu os seus proximos Veneravel Mestre e Tesoureiro.
Numa votação sem qualquer sobressalto, foi assegurada a continuidade da Liderança da Loja.
Para Tesoureiro foi eleito o Irmão António M., espera-o um cargo dificil e ingrato, se bem que o estado das contas se encontre bom e os sistemas de controlo a funcionar, mas que ele conseguirá cumpri-lo nao temos qualquer duvida.
Para Veneravel, e será o 19º Veneravel da Loja, foi eleito o Irmao João F., a ele a dificil tarefa de ser o primeiro Veneravel da Idade adulta da Loja.
A tomada de posse ocorrerá em Setembro e nessa altura disso daremos conhecimento aqui.
Aos Irmãos eleitos as nossas sinceras felicitações e votos de sucesso.
José Ruah
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Marcadores: Loja, Memória da Loja
16 janeiro 2008
Mais Memoria de Loja
Foram ditas e feitas coisas indignas de um Maçon, que queira ser digno desse nome.
Em nome de uma bandeira chamada regularidade esconderam-se seguramente os verdadeiros motivos que levaram os actuantes a fazer o que bem conhecemos.
Regularidade: Conceito esquisito
Regularidade: Aquilo que todos reclamam ter
Regularidade: Bandeira para guerras santas
Regularidade: Simplesmente a crença no GADU , a não discussão de política ou religião entre nós, o respeito pelos Landmarks e pelas constituições de Andersen.
Não sei qual das definições preferem, eu opto pela ultima.
Os protagonistas da crise esqueceram-se destes princípios, pois segundo a minha opinião esqueceram-se do GADU, envolveram-se em questões de ordem política , revelaram identidades seja explicita ou implicitamente, usaram da força
A cobiça dos Homens substituiu a sabedoria da tradição alicerçada nos landmarks . O homem quis ser Deus.
As paixões sobrepuseram-se às virtudes. Perverteu-se a Maçonaria.
Rudes golpes para atordoar, para ferir, para matar.
Quem é o responsável ?
Uns dizem Fernando Teixeira
Outros dizem Luís Nandim de Carvalho
Outros ainda afirmam que foram os dois e seus acólitos
Eu digo-vos NÓS.
Nós II, Nós Lojas, Nós Indivíduos.
Nós porque não fomos capazes de prever, antecipar e consequentemente evitar.
Nós Lojas nunca quisemos o poder por pensarmos que tínhamos coisas mais importantes para fazer.
Virámo-nos para dentro esquecendo o exterior.
Por nossa não actuação pagamos agora a factura. Factura que é elevada demais para as nossas posses.
Podemos argumentar, não não temos culpa, não destituímos ninguém, não fomos para a imprensa, não.
É verdade. Mas isso não impede que a factura nos seja dirigida.
Como Aconteceu?
Uns dizem que o início da crise foi há muito tempo, outros que foi apenas há umas semanas atrás.
Provavelmente têm todos razão ou não tem nenhum.
Como aconteceu também não é importante.
O que aconteceu?
Falar do sucedido sem tecer juízos de valor é difícil.
Sabem todos que o dom da palavra não tenho, o da pena julgarão depois de me ouvirem.
Tentarei citar factos, se porventura incorrer em algum juízo de valor é porque talvez não fosse possível descrever o facto tal qual aconteceu, ou porque também sou humano, embora a tendência seja de considerar o VM extra-humano pois falhas não lhe são normalmente admitidas.
Cingir-me-ei aos factos mais marcantes.
Segunda-feira, 25 Nov. 1996
É posto a circular um documento do tipo abaixo assinado que promove a destituição do Grão Mestre Luís Nandim de Carvalho.
Nunca vi este documento na sua forma original, mas informações recebidas de II em quem deposito a máxima confiança garantem a existência do mesmo nesta data.
Sexta-feira, 29 Nov. 1996
Publicação de um artigo no jornal” A Capital” referenciando esse mesmo movimento e incluindo uma fotografia de LNC e outros II durante o juramento prestado pelo
primeiro em sessão de GL de 28 Setembro de 1996 , aquando da sua instalação enquanto GM
Sábado 7 Dez 1996
Um grupo de IIocupa a sede da GLRP em Cascais, autodenominando-se governo interino.
Foram as suas acções seguintes a destituição do Grão Mestre LNC, do SCO ( nota introduzida – Soberano Colégio de Oficiais órgão deliberativo à época) , nomeação de novo SCO e envio de um comunicado à imprensa.
( permitam-me agora uma interrogação. Teria sido absolutamente necessário recorrer a forças de segurança privadas? )
Domingo 8 Dez 1996
Reunião de informação e debate promovida por LNC nas instalações da Associação Cultural Albert Pike, onde também funciona o Templo dos Altos Graus do REAA. Para este efeito a sala foi despojada de todos os adornos Maçónicos do REAA e as cadeiras dispostas em plateia.
Desta reunião saiu nomeado um secretariado de crise.
Segunda-Feira 9 Dez 1996
Reunião do SCO nomeado no dia 7, em Cascais , com o objectivo de ratificar as decisões tomadas no Sábado anterior.
Ratificação essa que segundo as minhas informações foi unânime entre os presentes.
Dias 7 - 8 - 9 - e seguintes
Profusão de comunicados e artigos na imprensa e na TV.
Todos os actos posteriores são consequência destes referidos e sobre eles não falarei, mas incluíram reuniões de VM, sessões de G.Loja, reuniões de SCO, reuniões várias. Decretos, Decretos anti-Decretos e Decretos anti-Decretos anti- Decretos.
E não falarei pelo seguinte:
Dos factos que relatei apenas um contou com a minha presença, sobre os demais recebi relatos de fontes de confiança como já referi.
Dos posteriores não vos falo, como disse acima, porque tudo o que sei deles foi o que ouvi a terceiros. Não estive presente em qualquer deles com o fito único de não comprometer a Loja que dirijo e que nos pertence.
Fi-lo na esperança que o GADU incutisse bom senso onde faltava e os II apertassem as mãos retomando a Cadeia de União.
Até hoje, isso não aconteceu e tanto quanto sei os caminhos divergem.
Outros acontecimentos dignos de registo
Tentei honestamente promover dialogo. As portas não se abriram.
Tentei conjuntamente com alguns II incutir bom senso nas bases, isto é nas Lojas. Não sei se tive sucesso.
Outras Lojas tentaram promover a conciliação. Não tiveram Sucesso.
Pergunto-vos
O que aconteceu à Tolerância?
O que aconteceu à Fraternidade ?
O que aconteceu ao Amor Maçónico?
O que aconteceu .....
Será que temos que rescrever o catecismo do grau de Aprendiz e à pergunta
DE ONDE VENS MEU IRMÃO ?
a resposta passe a ser
DE UMA LOJA DE TREVAS
Volto a dizer-vos as Paixões sobrepuseram-se à virtude.
Quando fui eleito para este cargo confidenciei àqueles que escolhi para oficiais desta Loja que pretendia apenas continuar o trabalho iniciado anteriormente, e que tentaríamos manter a nossa Loja em posição de relevo Maçónico mas sem sobressaltos exteriores.
Era só o que eu queria, e depois de acabar o mandato passar o malhete ao I que fosse eleito, acompanhá-lo com conselho se fosse pedido, para posteriormente ser GIe finalmente ocupar um lugar nas colunas, em posição cómoda e seguramente menos trabalhosa.
Foi um bom sonho, até porque o se tinha começado a concretizar. Acordei num pesadelo que infelizmente não o é por ser real.
Não gosto de conflitos, são normalmente desgastantes e consomem muito tempo.
Ninguém ganha uma guerra. E quem disser que ganhou é tolo. Com certeza não contabilizou os seus custos, excepto claro se o conceito de ganhar for “ganha o que ficar de pé” e então não é tolo é muito tolo para mais não dizer.
Tenho consciência que entre nós, obreiros desta Loja, existem múltiplas posições, algumas declaradamente assumidas, outras apenas assumidas, outras por assumir.
É minha esperança que nesta casa de tradição a não união não signifique a desunião e que o confronto de opiniões não seja uma guerra.
Respeito, como aliás sempre respeitei as posições de cada um enquanto indivíduo, e logo exercendo a sua prerrogativa de livre arbítrio.
Espero que a minha posição enquanto indivíduo seja respeitada, aquando do seu anuncio formal, ou seja se a concórdia não for possível.
A minha posição enquanto VM obriga-me à total imparcialidade e à luta pela paz e concórdia entre os II .
Durante este período , pareceu-me que a melhor política era a de deixar a poeira assentar. Não tomei, portanto, qualquer posição publica que pudesse comprometer a Loja Affonso Domingues.
Infelizmente até numa Loja em que a tradição tem um peso de respeito, em que entre os Irmãos constam ou constaram gentes vindas de muitos países, de várias confissões religiosas, cores e opiniões políticas, que permitiu chegar até hoje sem mácula, a divisão teima em aparecer.
Estou desgostoso porque esta divisão é causada por razões e motivos intraObediência.
Somos Fortes para fora e fracos do lado de dentro.
Foi-nos dado a acreditar que sendo respeitados e reconhecidos pelos países A; B; C; etc. o nosso futuro estava assegurado.
Pobre arquitecto que desenha uma cúpula de Prata e uma fundação de papelão.
Pobre do seu segundo que não o chamou à realidade.
E por fim pobres de nós que apanhamos com o tecto na cabeça.
Disse-vos já que os responsáveis da crise tínhamos sido nós.
Talvez não seja tanto assim.
Não vou assacar responsabilidades a A ou B nem dizer-vos que são todos farinha do mesmo saco.
Mas é obvio que a História um dia atribuirá responsabilidades, nós saberemos então de quem foi a culpa.
Até a Historia nos informar sobre quem foram os responsáveis, teremos que tomar uma posição enquanto indivíduos e enquanto Loja.
Eu pessoalmente preferiria que a Loja decidisse por se manter unida na procura da união entre os II
Não sou no entanto D. Quixote e saberei quando desistir.
Antes de concluir e consequentemente passar a palavra peço-vos encarecidamente que se lembrem dos seguintes conceitos:
- Respeito
- Tolerância
- Educação
- Decoro
- Amor
O debate é aberto a todos os presentes.
Que o GADUilumine os trabalhos que se vão seguir.
Lisboa, 18 de Janeiro de 5997
Após esta alocuçao decorreram quase 8 horas de debate em dois dias.
Ficam para publicaçao breve e para vos aguçar o apetite:
As propostas entradas ; os resultados das votaçoes ; As propostas que estavam preparadas mas que nao entraram; O discurso final.
José Ruah
Afastado mas sempre por perto !
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19 novembro 2007
Balanço da memória
Dentro deste critério, tenciono prosseguir a publicação de textos integrados na "Memória da Loja". Mas, em relação à análise do mandato de cada Venerável Mestre, entendo que devo fazê-lo quando ele for já "memória", não passado próximo. Assim, não haverá balanço do mandato do Venerável Mestre em cada momento em funções (nem podia haver, por este estar ainda a decorrer), nem do que o imediatamente o antecedeu, este porque ainda de alguma forma influencia o que está a decorrer. Com efeito, cada Venerável Mestre prossegue o trabalho do anterior, desenvolvendo-o, corrigindo-o, alterando-o ou virando-o do avesso, se assim o entender. Comentar esse mandato anterior, particularmente se expressando concordância ou discordância, seria uma forma de subrepticiamente manifestar opinião sobre o que, em cada momento, é feito. Claro que não tenho qualquer problema em dar a minha opinião sobre as decisões, acções ou omissões do Venerável Mestre em exercício. Mas fá-lo-ei perante ele, ou em privado, ou em sessão de Loja. Nunca usando este meio de comunicação, público por definição. É uma simples e mera questão de lealdade, para não dizer cortesia...
Portanto, a minha opinião, a minha memória do mandato de cada Venerável Mestre será aqui dada, a partir de agora, apenas quando o sucessor do seu sucessor for instalado na Cadeira de Salomão. Memória, não actualidade... Daqui decorre que, daqui em diante, só escreverei textos de balanço de mandatos de Venerável Mestre com uma periodicidade anual.
A opção de consignar a Memória da Loja referenciando os factos a cada mandato de Venerável Mestre não tem, reconheço, qualquer validade científica - nem busca tê-la. Este espaço não se destina a fazer História. Apenas a registar a Memória, a minha memória e a daqueles que decidam também aqui a deles divulgar, como fez os José Ruah nos três pormenorizados textos que intitulou "Um dia fui Venerável Mestre da Mestre Affonso Domingues". Serão textos que porventura algum dia poderão auxiliar quem porventura se abalance a registar a História da Loja Mestre Affonso Domingues. Mas, se alguém um dia o fizer, fá-lo-á com a técnica, o saber e os critérios de um historiador, certamente peneirando as imprecisões, os subjectivismos, de quem apenas regista a memória do que viveu e assistiu e opina sobre isso.
A Loja Mestre Affonso Domingues não existe sozinha. Existe integrada numa Grande Loja, compartilhando o espaço e a prática da Maçonaria segundo os princípios da Maçonaria Regular internacional com outras Lojas integradas na mesma Obediência. Essa Grande Loja designou-se primeiro por Grande Loja Regular de Portugal e depois, na sequência de dolorosos eventos que aqui já foram mencionados, por Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal (GLLP/GLRP). Essa Grande Loja foi, até agora, dirigida por cinco Grão-Mestres, com mandatos mais alargados do que os de Venerável Mestre da Loja. A "Memória da Loja" é também a memória da sua participação, da sua relação, da sua integração, na Grande Loja. Portanto, vou também dedicar uns textos aos mandatos dos Grão-Mestres. Respeitarei, pelas mesmas razões, critério idêntico ao que enunciei relativamente aos mandatos de Venerável Mestre da Loja: não publicarei textos sobre os mandatos do Grão-Mestre em exercício, nem daquele que o antecedeu. O que faz com que, por agora, apenas venha a publicar textos sobre os mandatos dos três primeiros Grão-Mestres.
Mas a dinâmica da Loja não se esgotou, não se esgota, nem certamente se esgotará no trabalho, na direcção, dos seus Veneráveis Mestres. Outros oficiais, outros obreiros, influenciaram, por vezes notoriamente, a Loja. Acho que vale a pena, à medida que me for lembrando, referenciar as influências de quem não foi Venerável Mestre ou de quem teve influência fora do exercício desse ofício. A Loja Mestre Affonso Domingues tem um rigor e qualidade de execução rituais de que muito se orgulha. Deve-os a uma sucessão de Mestres de Cerimónias de qualidade. E houve um obreiro, que nunca foi Venerável Mestre da Loja, que nos ensinou a todos como deve ser exercido o ofício de Orador. E a Coluna da Harmonia foi decisivamente influenciada na Loja por um outro obreiro, que também nunca foi Venerável Mestre da Loja e, possivelmente, nunca o será. E as circunstâncias, as razões, a ideia, a iniciativa da criação do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues também merecem ser registadas e muito a sua criação se deve a um outro obreiro que nunca foi Venerável Mestre da Loja. Tudo isto merece ser registado e tudo isto tenciono, se o puder fazer, registar neste espaço.
"Memória da Loja" respeita, por definição, ao passado de que nos lembramos. Mas também foi, neste texto, possível perspectivar o futuro da "Memória da Loja"...
Rui Bandeira
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Marcadores: Memória da Loja
12 novembro 2007
O décimo sexto Venerável Mestre
Luís R. D. era já, aquando da sua eleição, um Mestre Maçon com alguma antiguidade. Normalmente, teria sido chamado a dirigir a Loja mais cedo, mas as circunstâncias da vida impediram que assim tivesse ocorrido. Com efeito, na altura em que Luís R. D. normalmente iria começar a assegurar funções de Oficial do Quadro da Loja, não lhe foi possível assegurar quaisquer tarefas. Grave e prolongada doença de sua esposa obrigou-o a dar prioridade ao que era prioritário: assistir a sua companheira na vida, acompanhá-la na sua provação, proporcionar-lhe o conforto que lhe era possível proporcionar-lhe. Todo o maçon sabe, porque a todos é dito logo no dia da sua Iniciação, que os seus deveres perante a sua família preferem às suas tarefas maçónicas. Assim, durante algum tempo, prolongado, Luís R. D. mantinha com a Loja e os seus obreiros apenas contactos esporádicos. Manifestamente que não podia assumir quaisquer responsabilidades em Loja. Depois, Luís R. D. sofreu o golpe da perda de sua companheira. Apesar de saber que esse era o fim inevitável da doença que lha arrebatou, teve de suportar o desgosto dessa perda e superá-la com o luto que tão necessário é para que os vivos deixem seus entes queridos falecidos repousar em paz e possam seguir com suas vidas. Todo este processo a Loja foi acompanhando e ajudando no pouco em que podia ajudar. Até que, a pouco e pouco, as nuvens negras foram-se dissipando, o luto foi fazendo o seu papel e o Luís R. D. voltou a poder estar mais assiduamente junto de seus Irmãos. Aliás, gostamos de pensar que o convívio connosco ajudou o Luís R. D. na superação da perda sofrida.
Alguns anos se passaram, portanto, até que o Mestre Maçon Luís R. D. pudesse assumir ofícios no Quadro da Loja. Quando lhe foi possível dar o seu contributo assíduo, fez todo o percurso que, na Loja Mestre Affonso Domingues, um Mestre Maçon faz até que seus pares formalmente lhe depositam, por eleição, a sua confiança para que, da Cadeira de Salomão, dirija os destinos da Loja.
Tudo isto fez com que Luís R. D. tenha sido, já septuagenário, o elemento da Loja mais idoso a ser eleito Venerável Mestre, até hoje. Este era, aliás, o único motivo de preocupação que pairava nos espíritos dos obreiros da Loja quando, unanimemente, como sempre, elegeram Luís R. D. para exercer o ofício de Venerável Mestre. Embora fosse um "velho rijo" e - sempre! - (muito) bem disposto, todos reconheciam que a passagem do tempo começava a exigir o seu tributo, que a sua saúde e energia, embora ainda invejáveis, já não eram as mesmas de alguns anos atrás. Mas esse era um problema que, se surgisse, teria de ser resolvido pela Loja, como no passado esta tivera que resolver outros.
Surgiu!
A sessão normal de instalação do Venerável Mestre é a sessão que tem lugar no segundo sábado de Setembro. Alguns dias antes, soubemos que Luís R. D. estava doente, incapacitado de ser instalado. E, depois, que necessitaria de uma intervenção cirúrgica. E, seguidamente, que a recuperação, que se esperava breve, tinha tido uma pequena complicação. Com inquietação, fomos acompanhando este episódio de fragilidade do nosso Venerável Mestre eleito.
Entretanto, a ausência forçada do Luís R. D. foi superada com toda a naturalidade: Miguel R. continuou a exercer o ofício, assegurando a condução dos destinos da Loja até que pôde passar o seu encargo ao Venerável Mestre eleito. Sem dramas, sem problemas, com a calma que o caracteriza.
Só em Novembro de 2005 Luís R. D. pôde, finalmente, ser instalado. Embora ainda naturalmente um pouco debilitado, assumiu com determinação a sua função. Estava à porta a confraternização anual de Dezembro da Loja, momento sempre alto no ano, não só pela confraternização em si, mas porque é a altura em que a Loja agradece ao Venerável Mestre que cessou funções e organiza um leilão de objectos doados pelos obreiros para angariação de fundos destinados a serem entregues a uma associação de solidariedade social ou, de preferência, a financiarem a aquisição de algo que seja útil a uma associação de solidariedade social. Embora a Loja tivesse precavido a incapacidade de Luís R. D. e tivesse começado a preparar o evento, foi com alívio e agrado que pudemos deixar as decisões essenciais da organização do evento ao prudente arbítrio do nosso Venerável Mestre finalmente no pleno exercício de funções.
E, se Luís R. D. teve problemas de saúde para iniciar o seu mandato, logo que instalado tal não se notou. Trabalhou rijamente e assegurou modelarmente todas as organizações da Loja no decurso do seu mandato. Acabou, sem dúvida, por ser um dos mais profícuos anos de trabalho da Loja. A recolha de fundos para a associação de solidariedade social seleccionada para a receber (não interessa qual; mas é uma meritória obra de ajuda ao próximo, particularmente dos mais carentes de apoio) foi um êxito. A ajuda prestada à entidade seleccionada foi superior à que os fundos recolhidos normalmente poderiam proporcionar, graças à experiência, sageza e contactos do Luís R. D., que obteve, sobretudo, medicamentos e material de assistência na saúde em condições mais favoráveis. Fizeram-se duas acções de recolha de sangue, algumas acções culturais muito interessantes, um passeio memorável a Figueira de Castelo Rodrigo (conferir aqui e aqui), integrámos novos elementos, com êxito, completámos a formação de novos Mestres, hoje dando o seu contributo activo à Loja, enfim, o nosso mais idoso, até hoje, Venerável Mestre tudo dirigiu, tudo organizou, tudo proporcionou, com energia, com capacidade, com sabedoria.
E sempre com a sua boa disposição, com o seu sorriso alegre. Foi dos Veneráveis Mestres com mandato mais auspicioso. Foi sempre com muito gosto que todos trabalhámos sob a sua direcção.
Ah! É verdade! E foi também no decurso do seu mandato que se iniciou o A Partir Pedra! Este é um bom exemplo da forma de trabalhar do Luís R. D., que deu toda a liberdade aos obreiros para pensarem e lançarem iniciativas e as acarinhou. O A Partir Pedra foi iniciativa individual de alguns Mestres Maçons da Loja Mestre Affonso Domingues. Mas estes nunca refeririam o nome da Loja se não tivessem tido o aval desta, através do seu Venerável Mestre. Luís R. D., com a sua experiência e largura de vistas, logo percebeu que o que se projectava podia ser uma boa resposta, ao nível de uma Loja Maçónica, à necessidade de dissipação da fama de secretismo da Maçonaria, um instrumento de comunicação do nosso século, valioso e com potencialidades. Portanto, apoiou e deu força. Se o não tivesse feito, talvez o A Partir Pedra não tivesse aparecido, ou só tivesse aparecido mais tarde, ou, talvez ainda, fosse diferente. O que de bom o A Partir Pedra porventura tenha, também é obra do Luís R. D.; aquilo que tem de mau é só culpa nossa...
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 19:29 0 comments
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06 novembro 2007
O décimo quinto Venerável Mestre
Miguel R. fora o responsável técnico pela criação e colocação em Rede da página na Internet da Loja Mestre Affonso Domingues e manteve-se responsável pela sua manutenção até muito recentemente. No ano em que exerceu o ofício de Venerável Mestre, poder-se-ia cognominá-lo de "Triplo Mestre", pois que, então, acumulou o seu grau de Mestre com a qualidade de Venerável Mestre da Loja e com o encargo de Webmaster (Mestre da Rede) do sítio da Loja...
Miguel R., um homem simpático e tímido, chegou ainda bastante jovem à direcção dos destinos da Loja. Jovem em idade e jovem em antiguidade. A sua indefectível assiduidade, o seu interesse, o seu equilíbrio, fizeram com que, mal tivesse sido elevado ao grau de Mestre, lhe tivessem sido atribuídas funções de responsabilidade e tivesse sido logo integrado na "linha de sucessão".
Exerceu o ofício na altura certa, beneficiando de uma conjuntura de águas mansas, que se coadunava bem com o seu perfil calmo e discreto, com o seu temperamento cordato, com a sua timidez, aresta da sua pedra que o tempo e a experiência o ajudarão a polir.
Miguel R., bom conhecer do estado administrativo da Loja, geriu-a com competência e suavidade. Foi especialmente criterioso na gestão dos tempos e momentos de progressão de Aprendizes e Companheiros e nas iniciações. Como resultado desse seu cuidado, passou ao seu sucessor uma Loja quase que milimetricamente equilibrada, com um número de Aprendizes, nem excessivo, nem pecando por defeito, com tempos de evolução diferentes, e - o que, até agora, é raro na Loja Mestre Affonso Domingues, que, no meu entender, tem como seu ponto menos forte a formação dos Companheiros (uma vez que o problema está identificado, vai seguramente ser resolvido...) - uma coluna de Companheiros bem guarnecida e composta por elementos de boa qualidade. Miguel R., muito bem, na minha opinião, resistiu à tentação, recorrente na Loja, de considerar o grau de Companheiro um mero ponto de passagem para o acesso à Mestria e preocupou-se com os Companheiros, a sua formação e o seu tempo de evolução, com isso logrando que o seu sucessor recebesse jovens Mestres especialmente aptos e tivesse, ainda, na coluna de Companheiros, gente de muita qualidade em condições de serem elevados a curto prazo.
Se bem ajuízo, esta sua capacidade de bem gerir a formação e os tempos de formação resultaram da seu próprio processo de crescimento maçónico. Miguel R., a meu ver, foi muito influenciado pelas concepções de Luís P., que assegurou a direcção da formação dos Aprendizes e, depois, dos Companheiros, em períodos que abrangeram os tempos da formação do próprio Miguel R.. Na minha opinião, Miguel R. foi o melhor produto dessa escola...
Foi-o porque, com o seu sentido de equilíbrio, sabiamente aproveitou o espírito de aperfeiçoamento que Luís P. indubitavelmente sabia transmitir, o rigor que ele imprimia, sem, no entanto, cair em excessos místicos e crísticos.
Miguel R. tem uma visão pessoal da Maçonaria muito equilibrada, assente na fraternidade e no esforço individual, no espírito de grupo e na profundidade do juízo pessoal, no trabalho eficaz e na meditação necessária. Soube sempre levar a água ao moinho da Loja com calma, persistência e discrição.
Quer pelas suas características pessoais, quer pela influência recebida na sua formação, quer pelo exemplo do seu antecessor, Miguel R. foi sempre extremamente cuidadoso em reservar pequenos espaços em todas as reuniões para apresentar, ele próprio, pequenas pranchas traçadas de Mestre, fragmentos de sabedoria que deixava à disposição dos obreiros da Loja, com a naturalidade das coisas simples.
Não sei como reagiria Miguel R. se tivesse tido que enfrentar tempos de maior turbulência. Provavelmente, enfrentá-los-ia bem, como outros, antes dele, fizeram. Mas Miguel R. aproveitou bem o período bonançoso de que dispôs para fazer bem o seu papel: organizou, formou, actuou. E, com ele, assim também fez a Loja
Na cadeia de União dos Veneráveis Mestres da Loja Mestre Affonso Domingues, Miguel R. não terá sido, porventura, o seu elo mais vistoso; mas não foi, de certeza absoluta, dos seus elos menos fortes.
Do trabalho discreto que Miguel R. realizou, os frutos ver-se-ão a longo prazo. Os quadros que ele ajudou a formar estão aí, prontos para o que preciso for. Durante muitos anos a Loja beneficiará do trabalho de Miguel R. e do trabalho daqueles que Miguel R. ajudou a saberem trabalhar.
Na minha definição de êxito, o mandato de Miguel R. encaixa perfeitamente. E fico muito contente por poder aqui deixar esse reconhecimento.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 18:35 0 comments
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24 outubro 2007
O décimo quarto Venerável Mestre
Fisicamente um homem meão, de aspecto maciço, de temperamento bem disposto e prazenteiro, Alberto R. S. exerceu o mandato com um notável equilíbrio entre acção e especulação, entre formação e execução.
Fora já um excelente Orador da Loja, tendo marcado esse ofício com um estilo directo e atento que, na minha opinião, se aproxima muito do paradigma correcto do exercício da função. Aliás, se não erro, foi ele o primeiro a estender a "linha de sucessão" informal da Loja Mestre Affonso Domingues até ao ofício de Orador, ascendendo a partir daí, sucessivamente a 2.º e 1.º Vigilante e Venerável Mestre. Nesse sentido, esta normal progressão numa informal "linha de sucessão" foi já o resultado da entrada da Loja no seu período adulto, calmo e cada vez mais bem organizado, permitindo o alargar da dita "linha de sucessão a mais dois ofícios e, muito recentemente, a sua reformulação, sempre em harmonia, calma e entendimento. Alberto R. S., além do ofício de Orador exercera já, como elemento efectivo do Quadro de Oficiais diversas outras funções. Recordo-me, designadamente, que fora o Tesoureiro do Quadro de Oficiais que eu escolhi, quando foi a minha vez de dirigir a Loja e que exercera, também com indiscutíveis qualidade, segurança e brilho, o ofício de Mestre de Cerimónias.
Alberto R. S. chegou, pois, à Cadeira de Salomão com uma variada, constante e profícua experiência. Estava tão bem preparado quanto um maçon pode estar para exercer o ofício de dirigir a Loja. Confiar-lhe o ofício não constituiu qualquer risco ou aposta, antes foi, claramente, um acto de serena e normal naturalidade. E Alberto R. S. em nada iludiu as expectativas!
Tal como anteriormente fora timbre, designadamente, de Jean-Pierre G., com Alberto R. S. muito cedo ficou claro que conhaque é conhaque, trabalho é trabalho. Até ao segundo anterior ao início da sessão, tínhamos entre nós um companheiro bem disposto, bonacheirão, amigo de contar umas larachas e apreciar umas piadas, contribuindo enormemente para a boa disposição geral. No exacto momento em que iniciava a sessão, passávamos a ter perante nós um Venerável Mestre atento, sério, esforçado e rigoroso. A hora era de trabalho - trabalhava-se: discutia-se, sugeria-se, decidia-se; pedia contas de encargos anteriormente confiados, verificava o andamento de todos os projectos em curso, corrigia o que havia a corrigir, assumia o que entendia dever assumir. No segundo imediatamente a seguir à sua saída da sala onde decorrera a reunião, tínhamos de volta o companheiro bem disposto e folgazão...
Não admira, portanto, que Alberto R. S. tenha gerido a Loja com tão bons resultados como os que obteve. No seu tempo a Loja cresceu, melhorou a sua organização, assegurou o êxito de todos os projectos. Sem grandes dificuldades nem exigências, aumentou a eficácia da acção do grupo. O mandato de Alberto R. S. foi um exemplo de sã e proveitosa gestão de um grupo de gente empenhada e unida.
Em todas as reuniões ocorridas no seu Veneralato, Alberto R. S. deixava aos obreiros uma pequena prancha traçada de sua autoria ou por si recolhida. Uma pequena alegoria, uma citação oportuna, uma análise de qualquer aspecto, um conselho, uma poesia, ou um qualquer outro texto para meditação foram sempre apresentados para lição dos obreiros. Como Venerável Mestre, Alberto R. S. nunca descurou a formação, o aperfeiçoamento, dos seus obreiros, nunca deixando de lhes lançar as sementes destinadas a germinar nos seus espíritos.
Alberto R. S. deixou ainda a sua marca na modernidade da Loja, dando execução a algo de que vínhamos falando, mas que ainda não fora concretizado: a página na Internet da Loja Mestre Affonso Domingues. Solicitou e obteve, para isso, a colaboração, que se revelou profícua e valiosa, do seu 1.º Vigilante, que concebeu e realizou, na parte técnica, o sítio. Mas, ainda hoje, grande parte dos textos que se encontram no sítio da Loja são da autoria material de Alberto R. S..
O décimo quarto Venerável Mestre cumpriu brilhantemente a sua função e, sem dúvida alguma, entregou ao seu sucessor uma Loja um pouco melhor do que a que recebera do seu antecessor.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 19:17 0 comments
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18 outubro 2007
O décimo terceiro Venerável Mestre
António P., um homem corpulento e afável, não tem o dom da palavra. Como muito boa gente, não consegue transmitir devidamente o seu pensamento quando fala em público. Ainda houve quem desmerecesse dele por isso. No entanto, ninguém ligou a quem tentou formular reservas a António P. por causa disso. António P. podia não ser o melhor dos oradores, mas sempre foi e é um excelente conversador, daqueles que transmite o seu pensamento e as suas emoções tanto pela palavra como pela postura, pelo gesto, pelo sorriso. Talvez seja por isso mesmo, por o seu registo de comunicação ser mais intimista, com uma afabilidade muito própria, que António P. não é bom orador. Decididamente, não foi talhado para "falar às massas", antes para conversar com os amigos.
António P. fora já oficial do meu Quadro, quando foi a minha vez de ocupar a Cadeira de Salomão. Então, escolhera-o para Editor, um ofício até então inexistente e que não voltou a haver, até agora. A sua função era a de preparar a publicação dos trabalhos produzidos pelos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues. Na ocasião, António P. começou pelo princípio, isto é, por começar a localizar e reunir os trabalhos, tarefa que não teve oportunidade de terminar.
Entretanto, nos anos seguintes foi chamado ao exercício de outros ofícios em Loja. Foi 2.º Vigilante do Quadro de Oficiais do mandato de João D. P. e 1.º Vigilante no Veneralato de José M..
Quando chegou a sua vez de ocupar a Cadeira de Salomão, a Loja vivia já o período de estabilidade confortável em que, felizmente, ainda permanece. Nenhuns problemas especiais existiam e nenhuns problemas foram criados. António P. prosseguiu tranquilamente a gestão dos destinos da Loja. Sob a sua batuta, esta prosseguiu os seus normais trabalhos.
Mas António P. não se limitou a assegurar a rotina. No exercício do seu mandato, retomou aquilo que não lhe fora possível concluir, anos antes. Prosseguiu, então, a tarefa de recolha dos trabalhos dos obreiros da loja Mestre Affonso Domingues e concluiu essa tarefa, até ao tempo do seu mandato, recolhendo tudo o que era possível recolher.
Mas entretanto as coisas evoluíram. Neste início de século XXI, três anos são uma eternidade, mil e um dias e noites mudam muita coisa. O que, em 1999/2000 se projectava editar tradicionalmente, um livro, uma brochura, em 2002/2003 já integrava um paradigma que não era já o único. A entrada acelerada nas Novas Tecnologias aconselhavam a ter tudo preparado para as diferentes hipóteses de publicação. O livro não é já a única hipótese. Publicar um conjunto de textos já não implica necessariamente o suporte em papel. Também não o exclui... Mas um conjunto de textos pode agora ser publicado e estar disponível através da Rede Mundial de Computadores, a Internet.
Portanto, António P. não se limitou a reunir os trabalhos. Passou-os a todos para suporte digital. Graças a ele, muitos trabalhos, quase todos, elaborados ao longo dos anos pelos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues, estão disponíveis em suporte informático, aptos para serem publicados, quer digitalmente, quer em suporte de papel.
Este trabalho precioso certamente vai facilitar grandemente a tarefa do actual Arquivista e do actual responsável pelo sítio na Rede da Loja Mestre Afonso Domingues, bem como aos que lhes sucederem nas funções.
Como e quando (e se...) será publicado o que os obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues produziram é assunto que ainda está a ser ponderado. Mas uma coisa temos já certa. Os trabalhos estão preservados e digitalizados. Os muitos golpes de malhete e cinzel efectuados pelos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues no desbastar das suas pedras brutas estão registados e guardados. Para que quem nos siga possa, se quiser, consultá-los, lê-los, aprender com eles, criticá-los, discordar ou concordar, ou, simplesmente, satisfazer a sua curiosidade. E como é interessante rememorar trabalhos feitos anos atrás por jovens aprendizes que hoje são Mestres experientes e até já ex-Veneráveis...
Essa possibilidade temo-la hoje e tê-la-ão os que virão depois de nós, em muito graças ao trabalho do António P., um maçon que não foi nem é um bom orador, mas mostrou ser um excelente trabalhador e um Venerável Mestre que deixou obra feita.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 19:14 2 comments
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