07 maio 2008

Inês: balanço

A campanha a favor da Inês foi lançada aqui no blogue em 8 de Abril. Para além de pequenas referências nos rodapés dos textos publicados, desde então, durante o mês de Abril, dedicámos à campanha um segundo texto em 14 de Abril e ainda um terceiro em 22 de Abril, neste indicando que a campanha duraria até ao final do mês. É tempo de balanço.

Os donativos recebidos em resultado da campanha atingiram o montante de 250,00 euros, montante que será entregue aos pais da Inês no final do corrente mês, conjuntamente com o resultado da recolha de fundos que a Loja Mestre Affonso Domingues está internamente a efectuar.

O montante de 250,00 euros obtido através da campanha aqui no blogue não é muito nem pouco, isto é, não supera nem defrauda as expectativas. Associado a outros montantes recolhidos, dará certamente um alívio e permitirá um pequeno desafogo à Inês e sua família.

Devo, no entanto, confessar que a forma como se atingiu este montante me deixa algo desiludido e com um leve amargor na boca. Não seria assim se tivesse verificado que este montante fora atingido, por exemplo, com 25 donativos de 10 euros. Aliás, por várias vezes que, quer nos textos principais, quer nos textos de rodapé, se frisou que nenhuma quantia era demasiado pequena...

Porém, o que sucedeu é que o montante obtido resultou de 2 - dois - donativos!

Entre 8 e 30 de Abril, o contador de visitas ao blogue registou 3.937 visitas ao blogue. Destas, admito que metade sejam ocasionais e de internautas não propriamente particularmente interessados nestas coisas da maçonaria, do aperfeiçoamento pessoal e da solidariedade - não será por acaso que o artigo presentemente mais lido do blogue é o dedicado ao sítio das tatuagens maçónicas e que a etiqueta "curiosidades" seja a terceira mais procurada (apesar de, no corrente ano, nenhum texto ter sido marcado com essa etiqueta). Por outro lado, cerca de dois terços das visitas a este blogue são provenientes do Brasil. Quer pela distância, geradora de distanciamento, quer pelos custos das transferências bancárias internacionais, desde o início que admiti que dificilmente seria possível que a Inês recebesse muitos donativos vindos dessa proveniência. Mas ainda admiti que um ou dois pudesse passar essa barreira de dificuldade e desmotivação... Assim, das putativas 1.968 visitas de pessoas especificamente interessadas nos temas deste blogue, admiti que só um terço constituísse o "mercado alvo" do apelo, ou seja 656.

Dado que muitas dessas visitas são - felizmente! - efectuadas por visitantes regulares, calculo que não será exagerado admitir que pelo menos 66 pessoas interessadas, próximas e persistentes visitaram o blogue no decorrer da campanha. Destes, admito que metade tenha efectuado donativos para a Inês através de outros meios, designadamente nas recolhas de fundos a que se procedeu em várias Lojas.

Mesmo assim, resta um universo de 33 pessoas interessadas, próximas, persistentes e solidárias.

Pois bem, destas consegui que os princípios de solidariedade fossem transformados em acto prático por duas. Falhei esse objectivo com 31.

Tratando-se de pessoas interessadas, próximas, persistentes e solidárias, se não foram tocadas ao ponto de passarem à prática os seus princípios e sentimentos, a culpa só pode ter sido minha e da minha incapacidade de as motivar.

Daí o amargor da minha boca. Porque o reconhecimento da nossa própria incompetência deixa-nos esse amargor.

Só me restam duas coisas a fazer: uma, procurar conseguir ser melhor, mais competente, mais impressivo para a próxima; a outra, pedir desculpa à Inês, à sua família e aos leitores deste blogue pela minha incompetência!

Rui Bandeira

06 maio 2008

A tigela e o exemplo


Ontem, afazeres profissionais impediram-me de publicar aqui no blogue. Um julgamento no Tribunal Arbitral prolongou-se de manhã até à noite. Mas há males que vêm por bem...

Hoje, na minha caixa de correio tinha uma mensagem de um leitor do blogue que, muito oportunamente, me enviou um vídeo que pontua e complementa com precisão o texto A tigela de madeira. Este texto, na versão em que circula na Rede, procura unicamente chamar a atenção para o tratamento que se deve dar aos nossos maiores. A intervenção da criança é simplesmente o catalisador que desperta a consciência dos adultos que desconsideravam o idoso, levando-os ao arrependimento e ao atalhar de atitudes que conduz ao final feliz e harmonioso.

Eu optei por deixar a reacção à frase da criança à imaginação do leitor, parando o texto no seu ponto mais forte, e por acentuar, não apenas o dever de bem tratar os nossos ascendentes, mas também - quiçá sobretudo - o facto de os nossos actos constituírem um exemplo para os nossos filhos. As nossas escolhas, as nossas atitudes em relação aos nossos maiores reflectem-se não só perante estes mas também perante aqueles que temos o dever de educar. O leitor que me enviou este vídeo interpretou na perfeição a minha intenção. O vídeo complementa e ilustra com muito a propósito a mensagem que pretendi transmitir.

Não tenhamos ilusões: muito do que os nossos filhos são e serão resulta do que nos vêem fazer, não do que lhes dizemos que deve ser feito...

Portanto, e repetindo as legendas finais do vídeo, não se esqueçam: As crianças vêem. As crianças fazem. Torna a tua influência positiva.



Rui Bandeira

02 maio 2008

A tigela de madeira


Como tenho ultimamente feito à sexta-feira, deixo aqui hoje mais uma pequena história merecedora de reflexão. É mais uma das que recebi por correio electrónico e de que desconheço a autoria. Como habitualmente, o texto publicado é editado por mim. Hoje, a edição é significativa, já que lhe retiro todo o final, aparentemente feliz, em que os que erraram se arrependem, mudam de atitude e todos, a partir daí, vivem felizes para sempre. Para a reflexão que se pretende suscitar, é perfeitamente desnecessário. Como verão, é muito mais interessante parar na frase mais forte…


Um homem já de avançada idade e marcado pelo desgaste da vida foi viver com os seus filho, nora e neto, este de quatro anos de idade. A avançada idade do homem causava que as suas mãos fossem já muito trémulas, a sua visão cansada e limitada, os seus passos vacilantes.


Como é usual, a família comia reunida á mesa. Mas o tremor das mãos do avô e a sua dificuldade de visão tornavam-lhe difícil o manuseio dos talheres. Se o almoço eram ervilhas, elas caíam da colher para a toalha de mesa, a cadeira e o chão. Se bebia um pouco de leite, era certo e sabido que entornava parte dele. O filho e a nora depressa ficaram fartos de tanta confusão.


- Temos de fazer alguma coisa com o meu pai. Já não aguento mais tento leite entornado, tanto barulho de comer com a boca aberta, tanta comida espalhada pelo chão!


Então o filho e a nora decidiram colocar uma pequena mesa num canto da cozinha e que o velho passasse a ali fazer as suas refeições, enquanto o resto da família descansadamente comia, feliz e contente, na mesa de refeições.


Porque o idoso senhor já anteriormente quebrara um ou dois pratos, arranjaram-lhe uma tigela de madeira e passaram a pôr-lhe ali a comida.


E assim o velhote passou a comer ao canto da cozinha, de uma tigela de madeira. Por vezes, uma lágrima de desgosto e de humilhação humedecia o seu rosto. Mas ali continuava sozinho, procurando controlar o tremor das suas mãos o melhor que podia, pois, mesmo assim, sempre que deixava algo cair ao cão, ásperas palavras de censura lhe eram dirigidas.


O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Como todas as crianças daquela idade, observava e aprendia.


Um dia, o pai da criança encontrou-o concentrado a manusear um pedaço de madeira e perguntou-lhe o que estava a fazer. Então o menino. Com um cândido sorriso próprio da idade, respondeu-lhe, orgulhoso do que aprendera e da decisão que tomara:


- Estou a fazer uma tigela, para tu e a mãe comerem quando eu crescer e vocês forem mais velhos…!


Diz o povo, na sua ancestral sabedoria: Filho és, pai serás, como fizeres, assim acharás.


O ritmo acelerado da vida actual torna, por vezes, algumas pessoas impacientes para com as limitações dos mais idosos. Muitas vezes, há a tentação de optar pelo mais fácil, de afastar, de esconder. Mas, para além do respeito, carinho e consideração que os nossos ascendentes nos devem merecer, não nos devemos esquecer que um dia seremos nós os limitados, os doentes, os fracos e que quem cuidará de nós serão aqueles que hoje crescem aprendendo com o nosso exemplo e que, em silêncio vêem, absorvem e – que ninguém tenha disso dúvidas! – guardam na sua memória os gestos e atitudes e opções que nos vêem executar, ter e fazer.


Honrar os nossos ascendentes, tratá-los com consideração, amor e carinho é um dever básico. Como filhos e como pais. Porque o melhor ensinamento que damos aos nossos filhos é o nosso exemplo.


Rui Bandeira

01 maio 2008

Mais uma estória... velha.



Cá venho eu com uma estória velha.

Conheço-a há muitos anos.

Acho que ainda era míudo quando ma contaram (ou a li ?) e foi mais uma das "lendas" que me ficaram bem gravadas.
Há 2 dias um Amigo (também antigo, do tempo dos tiros) recordou-a e eu apanhei-a na "net".

Não pensei muito na relação, mas há qualquer coisa entre esta estória e este dia.
Cá a "posto", não para encher a data mas tão sómente porque, lenda ou não lenda, vale a pena mantê-la na mesa de cabeceira da vida para a irmos recordando de quando em quando, não a deixando cair no esquecimento total.

Como de costume... enquanto há vida, há esperança. Pode ser que os homens algum dia consigam fazer "a vida universal" que a Humanidade precisa.


"Mais uma estória... velha"
Ricardinho não aguentou o cheiro bom do pão e falou:
- Pai, tô com fome!!!
O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...
- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!
Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente. Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino. Em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!
Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...
Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois se sentem junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...
Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...
Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...
Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...
A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:
- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!
Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...
Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...
Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório... Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos "biscates aqui e acolá", mas que há 2 meses não recebia nada...
Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...
Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...
Ao chegar em casa com toda aquela "fartura", Agenor é um novo homem - sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso... Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores... No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...
Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando... Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa... E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres... Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...
Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trémula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...
Doze anos se passaram desde aquele primeiro dia de aula... Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro... Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o "antigo funcionário" tão elegante em seu primeiro terno...
Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço... Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...
Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...
Ricardinho, o filho mandou gravar na frente da "Casa do Caminho", que seu pai fundou com tanto carinho:
- "Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!"

Vejam só que há coisas tramadas.

Então não é que para além da relação com o dia, dá-me a ideia que também conheço este Agenor ?
Ou será que não se chama Agenor ?
Ummmm, bem, vou ficar a matutar a ver se me lembro do nome. Mas acho que conheço, sim...

Bom 1º de Maio para todos. Abração.

JPSetúbal

30 abril 2008

Experto

No Rito Escocês Antigo e Aceite - o rito praticado pela Loja Mestre Affonso Domingues -, o Experto é um Oficial de Loja que exerce uma função puramente ritual. Nas normais sessões de trabalho, essa função é relativamente secundária, limitando-se a seguir e auxiliar o Mestre de Cerimónias na execução dos rituais de abertura e encerramento dos trabalhos. Este ofício assume, porém, particular importância e relevo quando a Loja leva a cabo uma Cerimónia de Iniciação. Quase se poderia dizer que o ofício de Experto existe para essa cerimónia, sendo tudo o resto secundário, mero apêndice do papel que exerce nos trabalhos em que um homem livre e de bons costumes abandona a vida profana e renasce maçon.

É encargo do Experto, sempre que há lugar a uma iniciação, ser o elo de ligação entre o profano que busca a luz e a Loja. É o Oficial que a Loja disponibiliza ao candidato para o acompanhar e auxiliar nas suas provas de iniciação. É o Experto que prepara o profano antes de ele enfrentar essas suas provas. É o Experto que ordena ao profano o que ele deve fazer enquanto aguarda o início delas. É o Experto que conduz e acompanha o profano perante a Loja. É o Experto que acompanha e auxilia o profano na superação das provas. É o Experto que dá e retira a luz. É o Experto que acompanha aquele que se submeteu às provas de iniciação enquanto ele se recompõe dos trabalhos realizados. É o Experto que, recomposto quem se submeteu às provas, o conduz à sua plena integração na Loja. É o Experto quem executa e demonstra a primeira instrução do novo Aprendiz. Em resumo, o Experto é a mão amiga que ampara o profano no seu trajecto para a luz, o guia que lhe indica o caminho.

A designação do ofício é uma adaptação fonética - não propriamente feliz - do termo Expert, que, quer em francês, quer em inglês, significa Especialista. O Experto é, assim, o Oficial Especialista no acompanhamento do Candidato à iniciação.

Em rituais antigos, este Oficial de Loja era designado por Irmão Terrível. Esta designação, obviamente irónica, decorria da forma brusca como se preconizava que decorresse a primeira abordagem do Irmão Terrível ao candidato. Dupla ironia, se atentarmos que o Experto só é terrível no suporte e apoio a esse mesmo candidato, que lhe cumpre auxiliar ao longo de toda a Cerimónia de Iniciação...

Na Loja Mestre Affonso Domingues, este ofício não está integrado na informal "linha de sucessão" para o ofício de Venerável Mestre e é usualmente confiado a um Mestre jovem. É um ofício que, por ser de reduzida dificuldade de execução, na maior parte das sessões, permite uma calma e progressiva integração nas responsabilidades de Oficial de Loja aos Mestres mais jovens, enquanto aguardam oportunidade para assumirem mais exigentes responsabilidades. Mas, sendo também um ofício fundamental num momento tão importante para qualquer maçon, como é a sua iniciação, confiá-lo a um jovem Mestre (note-se: jovem, em termos de antiguidade, não de idade; um septuagenário pode, neste sentido, ser um "jovem Mestre"...) é uma prova de confiança nas suas capacidades e na sua contribuição para a Loja.
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Por falar em contribuição... Estamos no último dia da campanha de solidariedade para com a Inês. A sua contribuição, não importa se pequena, será muito bem-vinda e uma demonstração da sua sensibilidade e solidariedade. Recorde aqui como a pode prestar.

Rui Bandeira

29 abril 2008

Variação sobre o silêncio


Já aqui no blogue publiquei um texto onde explanei o meu entendimento sobre o alcance, interesse e virtualidades do silêncio do Aprendiz e um outro texto dedicado ao silêncio do Companheiro.

Não tencionava voltar ao tema tão cedo. Mas o homem põe e a fortuna (acaso, circunstâncias, conjunção astral, divina providência, simples mudança de opinião - cada um escolha e tome o que quiser, em cada situação...) dispõe. O Venerável Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues teve a gentileza de me pedir a opinião sobre uma determinada questão relativa à administração dos trabalhos da Loja e a análise e meditação sobre a mesma, em ordem a poder transmitir-lhe uma opinião fundamentada, conduziu-me, quase que por associação livre, a um diferente reflexo do tema silêncio do aprendiz e do Companheira de que me não tinha ainda, ao menos, conscientemente, dado conta.

O silêncio do Aprendiz e do Companheiro significam que, salvo para apresentação das respectivas pranchas de proficiência no grau, os Aprendizes e Companheiros não têm o direito ao uso da palavra em sessão ritual. Mas significa ainda uma outra coisa. Ter a palavra é ter o poder de ENSINAR. E, nesse sentido, só os Mestres ensinam, só os Mestres detêm a palavra. Numa Loja maçónica, toda a formação de Aprendizes, de Companheiros e também dos Mestres está exclusivamente a cargo dos Mestres, só é encargo dos Mestres.

Nesse sentido, a asserção de que os Aprendizes e Companheiros não têm direito à palavra significa também - quiçá essencialmente, bem vistas as coisas - que estes não ensinam. Compreende-se: a fase em que se encontram é a da sua formação. Estão a aprender, não estão a ensinar. Devem concentrar-se no seu próprio crescimento, não em transmitir aquilo que apreenderam para formação dos demais. Tempo virá em que essa tarefa também repousará sobre os seus ombros. Mas quando esse tempo vier, serão já Mestres maçons.

Sob este ponto de vista, assume inteira lógica a verificação de que o silêncio dos Aprendizes e Companheiros é quebrado para a apresentação das respectivas pranchas de proficiência. Porque, ao fazê-lo, não estão a ensinar, estão a prestar provas, a dar testemunho, a mostrar a sua evolução.

Portanto, o silêncio dos Aprendizes e Companheiros significa também, se é que não principalmente, que estes não ensinam, só aprendem. E por isso não tomam a palavra. Porque esta deve servir para ensinar, para transmitir algo de útil aos demais e não para discutir, tergiversar, ou simplesmente exprimir palavras volúveis e sem valia.

Corolário desta asserção é que os Mestres têm a palavra para ensinar, para serem úteis aos seus irmãos. Só devem, portanto, usá-la com esse propósito e utilidade. O direito à palavra dos Mestres não é um privilégio, é uma responsabilidade acrescida.

Isto foi algo que aprendi agora, após dezoito anos de maçonaria, e que logo decidi partilhar convosco. Maçonaria aprende-se todos os dias. E cada conclusão nova, ou diferente, ou mais aprofundada, a que o Mestre maçon chega só deve, afinal, confirmar no seu espírito uma verdade que ele não deve nunca esquecer: pode ser Mestre entre os maçons, mas não deixa nunca de ser um eterno Aprendiz. Porque, se deixar de o ser, deixará de ser Mestre...
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Maçonaria aprende-se todos os dias. A solidariedade deve estar sempre no nosso pensamento, sejamos ou não maçons. De certeza que se sensibilizou com a situação da Inês. Porque espera para ajudar? Veja aqui como. E ajude!

Rui Bandeira

28 abril 2008

Iniciativa social da Maçonaria de Cuiabá

Li em O documento, jornal electrónico de Mato Grosso, Brasil, que ontem, dia 27 de Abril, a Maçonaria de Cuiabá, cidade capital do Estado brasileiro de Mato Grosso, efectuou, na Escola Estadual de 1ºGrau Malik Didier Namer Zahafi, no bairro Pedra 90, das 8 às 12 horas, uma iniciativa que designou por 1.ª Acção Social Perseverança pela Paz.

Esta iniciativa providenciou à população local diversos serviços, gratuitamente prestados: cortes de cabelo, higienização dental, exame preventivo dos diabetes e da tensão arterial e consultas médicas na especialidade de dermatologia.


Foram também realizadas palestras de prevenção contra as drogas e doenças sexualmente transmissíveis, com psicólogos especializados, e um curso sobre educação rodoviária.

A iniciativa teve ainda o apoio da Justiça Eleitoral, que destacou elementos para efectuarem actos de recenseamento eleitoral.

Para a Maçonaria de Cuiabá, o objectivo da acção foi a melhoria da qualidade de vida da comunidade, proporcionando acesso a variados benefícios.

Acorrer à satisfação de necessidades básicas é uma forma de a Maçonaria ajudar. Este é mais um bom exemplo de como acções simples podem auxiliar e fazer a diferença. É bom poder registá-lo e dele aqui dar conta!
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A propósito de ajudar! Não se esqueça de ajudar, na medida do que puder e quiser, a Inês. Recorde aqui como o pode fazer.

Rui Bandeira

24 abril 2008

A lógica segundo Einstein

À beira de um fim de semana prolongado, feriado comemorativo do 25 de Abril incluído, mais uma historieta que nos ensina algo.

Acho-a adequada para esta ocasião de comemoração do 25 de Abril. Também há 34 anos houve alguns que fizeram o que muitos pensavam não ser possível fazer...

A historieta chegou-me por correio electrónico, atribuída a Albert Einstein. Não posso jurar que a autoria esteja correcta, nem incorrecta. Como habitualmente, o seu texto foi editado por mim.

Conta certa lenda que estavam duas crianças a patinar num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo o seu amiguinho preso, e a congelar, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo, por fim, quebrá- lo e libertar o amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

- Como conseguiste fazer isso? É impossível que tenhas conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:

- Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:

- Pode dizer-nos como?

- É simples! - respondeu o velho. - Não havia ninguém à sua volta para lhe dizer que não seria capaz!


Muitos dos erros, das omissões, dos fracassos, das oportunidades perdidas que temos na vida decorrem de nos auto-limitarmos, de nos convencermos ou deixarmo-nos convencer que não somos capazes. Desde uma coisa tão simples, mas tão limitadora para tantos, como falar em público, à mais complexa empresa, somos nós que temos de decidir se somos capazes, que condições temos de reunir para o ser, que precauções devemos seguir, enfim, como tentar. Mas cabe-nos a nós fazê-lo, não deixar que os outros nos influenciem com derrotistas avaliações de que não somos capazes.

Muitos interrogam-se sobre como se forja o elo de fraternidade entre os maçons. Uma das formas é, não só não dizer a nenhum de nós que ele não é capaz, mas auxiliá-lo, assisti-lo, nas iniciativas a que se propõe. Mesmo que, no íntimo, se tema que ele não seja capaz... E, se for caso disso, auxiliá-lo a superar as consequências de um inêxito.

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Também apelo a que o caro leitor seja capaz de ficar tocado pela situação da Inês, seja capaz de se decidir a contribuir com um auxílio monetário para a sua família (nenhum auxílio é demasiado pequeno; a junção dos pequenos, de todas as proveniências, fará, espera-se, o suficiente), seja capaz de não ser indiferente...

Rui Bandeira

23 abril 2008

Escoteiros da Pontinha comemoram 40 anos

O Grupo 19 da Pontinha, da Associação dos Escoteiros de Portugal celebra hoje, dia 23 de Abril (que é também o Dia do Escoteiro), o seu 40º aniversário.Actualmente com mais de 60 elementos, o Grupo 19 é o maior Grupo do concelho de Odivelas e tem, nos últimos anos, integrado uma parceria com a Loja Mestre Affonso Domingues em iniciativas, promovidas por uns e por outros, de acções de doação de sangue.

Apesar dos poucos recursos existentes, os Escoteiros da Pontinha têm dado um importante contributo ao nível social, não só através da participação em actividades organizadas por outras entidades, com é o caso do Banco Alimentar contra a Fome, Jantar dos sem Abrigo, Campanha Jovem Solidário, mas também através de projectos seus, como por exemplo a parceria realizada com o Instituto de Apoio à Criança instalado no bairro do Olival do Pancas, ou as já mencionadas campanhas de recolha de sangue, que cada vez têm tido maior adesão da população.


Todas as semanas, os Escoteiros da Pontinha reúnem na sua sede para definirem os seus objectivos, planearem as suas actividades, realizarem os seus jogos e aprenderem os Valores e os Princípios em que se fundamenta o Escotismo.
Mantêm também um interessante blogue, o Abracadabra.

A ideia generalizada de que o Escotismo é pouco mais do que “vender calendários” ou “ajudar a velhinha a atravessar a estrada”, esconde a verdadeiro trabalho desenvolvido em cada Grupo e o quanto ele contribui para a educação e formação dos jovens.


No âmbito das comemorações do 40º aniversário, no próximo fim de semana, dia 27 de Abril irão para o Pinhal da Paiã, onde farão algumas actividades, segundo o seguinte programa:


10h00 – Concentração e montagem do Içar da Bandeira
10h30 – Formatura e Içar da Bandeira
10h45 – GPS dinamizado pela Alcateia (G)rupo (P)ara a (S)ede - foi o nome que arranjaram para o fim de semana em que todas as Divisões do Grupo estão juntas e que normalmente se realiza no último fim de semana de cada mês.
11h45 – Lanche (pequeno reforço a meio da manhã)
12h20 – Cerimónias (em formatura)
- "Traz um Amigo" - Divulgação do resultado dos Jogos da actividade "Traz um amigo" e entrega de Prémios e Certificado de Participação a escoteiros e não escoteiros
- Insígnia de Escoteiro da Pátria - Entrega da Insígnia de Escoteiro da Pátria por parte de um elemento da Chefia Nacional a um elemento do Grupo que atingiu o grau máximo de formação a que qualquer escoteiro pode aspirar
12h55 – Arrear da Bandeira
13h00 – Encerramento

No dia 3 de Maio, irão organizar um Café Concerto, a partir das 19h00 no Quartel dos Bombeiros. O programa ainda é provisório, de qualquer das formas aqui fica um primeiro alinhamento:

19h00 – Abertura ao público
19h00 – Tempo livre
20h00 – Bingo 1
20h15 – Música Ambiente e Karaoke 1
21h00 – Bingo 2
21h30 – Música ao Vivo “LEVEL FM”
23h00 – Partir o bolo e cantar de Parabéns
23h20 – Sorteio das Rifas
23h35 – Música Ambiente e Karaoke 2
24h00 – Encerramento

No dia 4 de Maio, irão assegurar a recolha de alimentos para a Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome no Odivelas Parque, durante o período de funcionamento do Feira Nova (das 9h00 às 14h00)

É com todo o gosto que saudamos o 40.º aniversário do Grupo 19 da Associação d
os Escoteiros de Portugal, da Pontinha, e que a elas nos associamos, publicando aqui no A Partir Pedra o programa previsto para a sua comemoração. Este Grupo de Escoteiros é um exemplo de juventude solidária, que muito nos sensibiliza quando se junta a nós nas nossas acções de recolha de sangue e muito nos honra quando aceita gentilmente a nossa muito modesta retribuição, quando nos juntamos às acções que eles próprios organizam. Bem hajam e que tenham um futuro radioso!
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Aproveite este exemplo de actividade solidária e seja também solidário com a Inês. Veja aqui como.

Rui Bandeira

22 abril 2008

Mais umas quantas palavras

Nas últimas semanas, tenho procurado sensibilizar os leitores deste blogue para efectuarem donativos a favor da Inês, uma menina que sofre da rara doença de Wilson. Os seus tratamentos são dispendiosos. A Inês e a sua família precisa de ajuda. Um pouco que cada um de nós possa dispensar - e não precisa de ser muito, nenhuma quantia, por pequena que seja, é de menos -, junto ao que outros contribuem e ao que algumas organizações procuram angariar, possibilitará ajudar esta menina e esta família.

Expus o caso aqui.

Uma semana depois, insisti, juntando duas imagens, que espero tenham valido mais do que duas mil palavras.

Hoje, junto mais algumas palavras. Muito mais significativas do que quaisquer que eu pudesse juntar. São palavras da Inês, tais como foram publicadas aqui pelo Agrupamento 737 Marrazes do Corpo Nacional de Escutas:

“(…) a minha vida resume-se a umas horas de

fisioterapia”.
Inês Clemente

Os meus pais marcaram-me uma consulta
(…) onde me encaminharam para o Hospital
de Leiria (…) onde fiquei internada. O meu
mundo foi-se abaixo pois nunca tinha ficado
internada em nenhum hospital”.
Inês Clemente

Eu tinha uma doença rara, doença de Wilson”
Inês Clemente

“Desde de Setembro a Dezembro de 2006 fiquei
completamente acamada, não falava, não andava, não
conseguia comer, não fazia nada, estava
completamente pendente de terceiros e tinha muitas
dores”.
Inês Clemente

“Assim fui para a lista das urgências dos transplantes
e tive 6 meses à espera, continuando a fazer
fisioterapia (…) terapia da fala e ocupacional”.
Inês Clemente

“ Com tanto internamento deixei de ir à escola, de
estar com os meus amigos, de ter interesse pela vida.
Só queria morrer, queria desaparecer (…)”
Inês Clemente

“(…) não sei se Deus existe e porque é que ele me
cortou a minha adolescência, eu tinha tantas coisas
para viver, tantas descobertas para fazer, e já há
quase dois anos que não tenho direito de ir
simplesmente com os meus amigos a um cinema”.

Inês Clemente

Quando for grande, quero ajudar pessoas que sejam
portadoras da doença de Wilson”.

Inês Clemente

Se o meu relato não o motivou, se as imagens não o tocaram, espero que estas palavras tenham feito uma e outra coisa! Contribua, por favor. Pela Inês! Pela menina que disse estas palavras, de sofrimento, mas também de esperança!

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências e da entrega dos donativos aos pais da Inês.

Esta campanha durará aqui no blogue até ao fim do mês. Bem hajam os que já contribuíram. Bem hajam os que não vão deixar que a inércia se converta em indiferença e vão ainda contribuir.

Rui Bandeira

21 abril 2008

Teoria do "Gato Flutuante"

De um Amigão (JMS) recebemos esta infomação de caracter científico que, obviamente, constitui um ensinamento profundíssimo que não posso deixar de partilhar com os participantes/visitantes/indefectiveis do "A-Partir-Pedra".


Vamos pois à exposição da descoberta, por extenso, já que a imagem saiu muito manhosa.


Organizemos o nosso raciocínio em torno das 2 teorias base, de Murphy (homem genial esse tal Murphy !):


1- Teoria do Gato que cai:


Todos os gatos lançados ao ar caiem sempre com as patas para baixo.


2 - Teoria da bolacha com manteiga:


A bolacha com manteiga (há uma versão que refere a torrada. É um pouco mais
plebeia, mas verdadeira na mesma !) quando cai, cai sempre com o lado da
manteiga para baixo. Este fenómeno é ainda mais evidente quando a alcatifa é
nova.


3- Conclusão, "Teoria do gato Flutuante":


Por dedução absolutamente lógica, podemos concluir que se passarmos
manteiga, com uma espátula adequada, sobre as costas de um gato e depois o
largarmos de um 3º andar (pode ser também de um 4º, 5º ou 6º andar, a
teoria mantém a sua consistência) ele flutuará.
Obviamente os efeitos das 2 primeiras teorias de Murphy anulam-se e o Gato
ficará flutuando até a manteiga ser totalmente absorvida.
Nessa altura cairá com as patas para baixo, como não pode deixar de ser (1ª
teoria de Murphy).
Como facilmente se conclui, quanto mais manteiga se aplicar mais tempo
demorará para ser totalmente absorvida e, como tal, mais tempo o gato
flutuará.
Isto porque não há qualquer experiência que demonstre que as patas dos gatos
se desgastem durante o movimento flutuante.


Não fizemos qualquer experiência prática, mas é possível que a partir desta dedução extraordinária e absolutamente irreprovável possamos finalmente perceber a razão de tantos políticos flutuarem durante tantos anos, inesperadamente.
É da quantidade e da qualidade da manteiga utilizada, que ainda por cima é reposta de vez em quando !

Claro, só pode ser essa a razão.

E aqui está meus Amigos.
Na falta do Rui com a sua extraordinária pena (refiro-me ao teclado, claro!) cá estou eu, foleiro, a pôr ordem na casa.


Boa semana para todos.


JPSetúbal

18 abril 2008

O pote

A historieta que deixo para reflexão este fim de semana tem sido tão divulgada que dificilmente não terá já sido lida por si. Mas é sempre bom relembrar uma boa estratégia para a vida. E, como quem conta um conto acrescenta um ponto, para além de, como habitualmente a adaptar à minha maneira, lá para o finalzinho sempre acrescento um "pontinho" da minha laia...

Um professor, diante da sua turma de matemática, sem dizer uma palavra, pegou num pote de vidro, grande e vazio, e encheu-o com bolas de golfe. Em seguida, perguntou aos alunos se o pote estava cheio. Todos disseram que sim!

Então o professor pegou numa caixa de berlindes e esvaziou-a para dentro do pote. Os berlindes encheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar se o pote afinal agora é que estava cheio. Todos os alunos disseram que sim!

Então o professor pegou numa caixa de areia e esvaziou esta para dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam. O professor perguntou seguidamente aos alunos se finalmente era agora que o pote estava cheio. Uma hesitação de dúvida perpassou pelos alunos, mas, não vendo como pudesse colocar-se algo mais dentro dele, todos acabaram por dizer novamente que sim!

Sorrindo, o professor pegou então numa chávena de café e, cuidadosamente, deitou o líquido para dentro do pote, humedecendo a areia.

Os estudantes, três vezes logrados, riram da situação. Então o professor explicou:

- Quero que entendam que o pote simboliza a vida de cada um. As bolas de golfe são os elementos mais importantes: a família e os amigos. São indispensáveis para que a vida seja plena e feliz. Os berlindes são as outras coisas que também importam: o trabalho, a casa, o carro, a interacção social. A areia representa todas as pequenas coisas, quantas vezes supérfluas ou fugazes, que também preenchem a nossa vida. É importante que tenham sempre presente o que é realmente importante na vida. Se se encher primeiro o pote com areia, então não haverá mesmo lugar para as bolas de golfe, nem mesmo para os berlindes... O mesmo acontece nas nossas vidas: se gastarmos todo o nosso tempo e energia com as pequenas coisas, não conseguiremos arranjar lugar para o que é verdadeiramente importante. Haverá tempo e lugar para tudo, desde que se ocupem primeiro do que é realmente importante. O resto é apenas areia!

O professor calou-se. Então, um aluno levantou-se e perguntou o que simbolizava afinal o café.

Sorrindo, o mestre respondeu à esperada pergunta:

- Que bom teres-me feito essa pergunta! O café serve apenas para mostrar que, por muito ocupada que esteja a nossa vida, com cuidado e jeito sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo...

E - acrescento agora eu - para escrever uns textos num blogue...
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E ainda para ser solidário com a Inês e, finalmente, gastar uns minutinhos para ver aqui como ajudar... e fazê-lo!

Rui Bandeira

17 abril 2008

A irlandesa Lodge of Research CC

A irlandesa Lodge of Research CC é constituída unicamente por Mestres Instalados que sejam obreiros de Lojas sob a Constituição Irlandesa. É titular da carta-patente n.º 200 da Grande Loja da Irlanda desde 12 de Março de 1914, tendo sido formalmente constituída em 30 de Setembro do mesmo ano.

São seus objectivos constituir um pólo de investigação em maçonaria para maçons, investigadores e estudantes, encorajar o gosto pela investigação maçónica, história, antiguidades e símbolos, através da apresentação de trabalhos e discussão dos referidos temas.

Agregado a esta Loja, existe um Círculo de Correspondentes, aberto a todos os Mestres Maçons obreiros de Lojas da Grande Loja da Irlanda ou de Grande Loja por aquela reconhecida. Este Círculo de Correspondentes, como é usual, dá direito a que os seus integrantes recebam o exemplar anual das Transactions daquela Loja, isto é um exemplar com a publicação dos trabalhos apresentados e respectiva discussão. No caso desta Loja de Investigação irlandesa, é de notar que o custo anual para se ser membro do seu Círculo de Correspondentes é significativamente inferior ao de outros Círculos de Correspondentes congéneres, designadamente o Quatuor Coronati Correspondence Circle. Com efeito, o custo anual para se ser membro do Círculo de Correspondentes da Lodge of Research CC é de apenas oito libras inglesas, acrescendo as despesas com portes de correio e mais meia libra para custos de expedição.

Esta loja reúne no Freemason's Hall, em Dublin, no segundo sábado de Fevereiro e em instalações de um dos Corpos Provinciais da Grande loja da Irlanda, previamente indicado, nos quartos sábados de Abril, Setembro e Novembro. As sessões são abertas, quer aos obreiros da Loja, quer aos membros do seu Círculo de Correspondentes.

No sítio desta Loja, encontram-se publicados alguns dos trabalhos apresentados na mesma, designadamente Maçonaria no Tenessee, Estados Unidos - Os primeiros 100 anos, Lojas relacionadas com Rudyard Kipling e Herói Maçónico - Tenente-Coronel J.H.S. Dimmer, VC, MC.
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Não se mantenha indiferente à situação da Inês. Contribua, na medida do que puder e quiser, para auxiliar nas despesas do seu tratamento. Qualquer quantia, por pequena que seja, ajuda! Veja aqui como ajudar.

Rui Bandeira

16 abril 2008

Mais informação sobre o Curso de Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçónica

Já em 22 de Outubro do ano passado, dei conta, aqui no A partir pedra, de um Curso de Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçónica, idealizado pelo Grande Oriente do Estado de Mato Grosso (GOEMT), em parceria com o Centro Universitário Cândido Rondon (Unirondon) e com o Instituto Creatio.

Hoje, tive o grato prazer de receber uma mensagem de correio electrónico do coordenador pedagógico do mencionado curso, Prof. Doutor Medson Janer da Silva, que teve a amabilidade de me enviar o projecto do curso e... se fosse invejoso, roía-me todo de inveja!

Só a bibliografia, com dezenas de títulos - todos com edições em português! -, deixou-me a salivar...

A extensão do documento, 22 páginas, não permite a sua publicação aqui. Mas, pelo menos, atente-se nos objectivos definidos para o curso:
  • Possibilitar a ampliação do conhecimento aos maçons que serão formados no curso de Filosofia e Fundamentação Maçônica.

  • Aperfeiçoar a criticidade dos participantes do curso em fundamentação maçônica;

  • Repensar a prática dos maçons no ensino da Maçonaria;

  • Aprimorar a prática pedagógica dos maçons em relação a habilidades reflexivas, críticas e formulação de questões relativas à prática da Maçonaria como um todo;

  • Instigar a produção científica e a pesquisa na maçonaria, abrangendo a necessidade de dominar os instrumentos utilizados na prática dos conteúdos maçônicos;

  • Favorecer as múltiplas formas de aquisição de conhecimento, através da interdisciplinaridade, ou seja, integrar a prática de ensino em Maçonaria ao vários campos do saber;

  • Cooperar com o desenvolvimento do processo teórico-metodológico em relação às novas disposições das tecnologias educacionais quanto à construção do conhecimento;

  • Aplicar o conhecimento metodológico e científico na produção do textos científicos e trabalhos apresentados e lojas maçônicas para aumento de salário; desenvolvendo as habilidades da pesquisa interiorizada durante o curso.

E, como não quero que vos falte nada, diligenciei a publicação do projecto nos documentos do Google, de forma a que todos possam, se quiserem, consultá-lo. Podem fazê-lo aqui. Repito: só pela bibliografia em português vale a pena!
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Eu também gostaria que não faltasse nada à Inês! Mas verifico que ainda continua por aí muita inércia... Portanto, relembro: se puder, contribua! Veja como neste atalho.

Rui Bandeira

15 abril 2008

Hospitaleiro

O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover ao alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, através da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em acções ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratique, ainda que Irmão, ou sequer auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçon deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência. Livre, porque auto-determinado e, portanto, responsável pelos seus actos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus Irmãos. A solidariedade dos maçons existe e pratica-se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afectam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.

Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus Irmãos. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é "coordenados", não "efectuados" ou "realizados". O Hospitaleiro não é o Oficial que efectua as acções de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas acções. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efectuar a tarefa, ou a delegar a mesma em outro Irmão que seja mais conveniente que a efectue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa de estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se devam processar, de forma a que, nem o Irmão se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contactos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental...

A solidariedade maçónica pode traduzir-se em actos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples acto de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se se precisar, tem-se um apoio disponível...) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões...). A escolha, a combinação, o accionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os actos generosos, mas anárquicos e descoordenados...

O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e actuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, actuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam "todos por um", não "cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus"...

A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Porque cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente!

E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçon, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As acções de solidariedade ou beneficência em relação a quem - maçon ou profano - necessita, em auxílio das organizações ou acções que benevolamente ajudam quem precisa são, a nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçon experiente, se possível um ex-Venerável.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçon dá para o Tronco da Viúva. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Viúva, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vão muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.

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A propósito de solidariedade: já se decidiu se contribui, na medida do que puder e quiser, para auxiliar a Inês? Se sim, não guarde para amanhã o que pode fazer hoje. Relembre aqui como pode ajudar e... trate disso! Já! Não se deixe vencer pela inércia!

Rui Bandeira

14 abril 2008

Mais do que duas mil palavras

Esta é a Inês, tal como se encontra actualmente.

Não publiquei antes esta imagem, porque não sabia se estava autorizado a fazê-lo. E o direito à imagem é para se respeitar. Mesmo quando se faz um apelo a favor do seu titular. Entretanto, recebi informação de que a imagem pode ser publicada. Aliás já o foi, pelo grupo de escoteiros a que a Inês pertence.

Uma imagem vale mais que mil palavras, dizem. Olhem então com atenção para esta imagem. Reparem como a Inês está presa à cadeira de rodas para não cair. Presos os pés. Presa pela cintura. Presa pelo tronco! Este é o estado actual da Inês. Mas, sobretudo reparem bem no sorriso com que, apesar de tudo, a Inês ainda consegue iluminar a sua face!!!

A Inês está assim - já o escrevi aqui - porque sofre de doença de Wilson, incapacidade de o seu fígado metabolizar o cobre que o corpo da Inês recebe, como sucede com todos nós, através dos alimentos. Tal levou a que, ao longo de doze anos, o cobre se acumulasse no seu fígado, até que este esgotou a sua capacidade para tal A partir daí, passou a acumular-se nos outros órgãos do seu corpo, em lento, mas com graves consequências, envenenamento. O cobre deposita-se no cérebro e causa paralisias. Daí o estado actual da Inês, aos treze anos.

Mas a Inês não foi sempre assim. Olhem para esta outra imagem da Inês, do seu passado:

A Inês atravessa um calvário que não necessita de adjectivos. Mas a Inês pode voltar a ser como era. Para tal, necessita de um transplante de fígado, que pode obter em Cuba. Deverá partir em Junho para aquele país. E espera-se que o transplante tenha êxito e permita a recuperação da Inês.

Lancei - e insisto hoje! - uma campanha de recolha de fundos para auxiliar a família da Inês a suportar as enormes despesas inerentes ao seu tratamento: serão viagens, será estadia prolongada, será fisioterapia, serão tratamentos e mais tratamentos, tem sido o custo de um medicamento para permitir que a Inês vá sobrevivendo e tenha hipótese de recuperar, importado especialmente dos Estados Unidos, pois só aí está disponível, será o transplante, e mais, e mais, e mais...

A Inês precisa de auxílio. Qualquer quantia, por pequena que seja, ajuda. Fumador: prescinda de uns quantos cigarros. Você: prescinda da sobremesa na próxima refeição. Ou não prescindam de nada e façam como se prescindissem, mas contribuam com o valor do vosso pequeno prazer, do vosso vício social, do conforto que apreciam. Contribuam, na medida do que puderem e quiserem.

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências, da entrega dos donativos aos pais da Inês e, oportunamente, informação sobre a efectivação do transplante e dos resultados (todos esperamos que positivos) para a Inês.

Caro leitor: normalmente o mais difícil não é ser solidário; é vencer a inércia. Por favor, vença-a. Ajude na medida em que puder e quiser. Pela Inês! O mero facto de eu estar a repetir o apelo demonstra que há muita inércia ainda não vencida... Por isso, insisto, agora com o auxílio das duas imagens. Que espero valham mais do que duas mil palavras!

Rui Bandeira

13 abril 2008

Demos SANGUE

Ontem, conforme estava anunciado, cumpriu-se a ação de doação de sangue promovida pela R:.L:.Mestre Affonso Domingues, Gr.19 dos Escoteiros da Pontinha e Fundação Angelina e Aristides de Sousa Mendes.

Das 9h. às 13h pessoal e equipamento do INS ocupou o ginásio da Escola Melo Falcão na Pontinha.
Para alegria de todos passamos muito a expectativa que todos tinhamos, batendo claramente os nossos melhores resultados de sempre.

Assim tivemos, durante as 4 horas que durou a ação, quase 60 inscritos a que corresponderam quase 50 dadores efectivos.
A diferença entre a quantidade de inscritos e a de dadores resulta do facto de vários terem sido recusados na consulta/rastreio anterior à doação.


O método seguido é sempre o mesmo:
"inscrição --> rastreio --> doação"



Acontece que durante o rastreio aparecem sempre casos de potenciais doadores que naquele momento se desaconselha que façam a doação, por uma constipação recente ou actual, por uma medicação recente ou actual, por qualquer dessas razões aparentemente insignificantes mas que o filtro do INS não deixa passar por motivos, obviamente, bem compreensíveis.
Diga-se entretanto que mesmo os que não puderam dar sangue ontem, na sua maioria prometeram deslocar-se ao INS (Av.do Brasil) na 1ª oportunidade para aí cumprirem com aquele seu direito/dever de cidadania.

Foi com satisfação, que não constituiu propriamente uma surpresa, que tivemos a companhia do Sr.Major Álvaro de Sousa Mendes e da Dra. Maria Leonor, ambos directores da Fundação, sendo que o primeiro é um dos netos do antigo consul Aristides de Sousa Mendes, que tem envidado todo o esforço na divulgação do nome de seu Avô, procurando que o País acorde para a realidade da vida heroica de Aristides de Sousa Mendes e Sua Mulher Angelina.

Veio a propósito uma jovem do Grupo (a Bianca, 18 lindos anos) que para o seu trabalho final para "Escoteiro da Pátria" escolheu a figura de Aristides de Sousa Mendes como tema, o que foi um excelente pretexto para uma conversa interessantíssima entre a Bianca e o Maj. A.Sousa Mendes sobre o trabalho que ela fez e sobre pormenores da vida e da ação de Aristides que ele pôde explicar com o detalhe da vivência directa.

A Escoteira Bianca e o Maj.A.Sousa Mendes à conversa

Aqui fica o agradecimento sentido a todo o Grupo 19 dos Escoteiros da Pontinha, à Fundação e aos seus directores, Dra. Maria Leonor e Maj. Álvaro de Sousa Mendes pelo apoio com que ajudaram. Bem hajam todos.

JPSetúbal

11 abril 2008

O principal na vida


Mais um texto merecedor de meditação, que recebi por correio electrónico, cujo autor desconheço e que, como habitualmente, adapto para aqui publicar.

Conta a lenda que certa mulher pobre, com uma criança ao colo, ao passar pela entrada de uma caverna, ouviu, vinda do interior desta, uma voz misteriosa, que lhe disse:

- Entra e leva tudo o que desejares. Tens cinco minutos. Mas não te esqueças do principal! E lembra-te de uma coisa: depois de saíres, a entrada da caverna fechar-se-á para sempre.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e, ansiosamente, começou a juntar tudo o que podia no seu avental.

Daí a pouco, ouviu de novo a misteriosa voz:

- Já só tens um minuto.

Num frenesim, procurando garantir que conseguia levar o que fosse mais valioso, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna. De imediato, a entrada desta fechou-se. Nada permitia ver que ali antes se encontrara uma caverna. Já só se via um maciço de pedra.

Só então a mulher se lembrou que deixara a criança no interior da caverna, fechada para sempre!

Também, às vezes, connosco acontece esquecermo-nos do essencial. Não necessariamente toldados pela cobiça ou ganância, mas afectados pelo trabalho, pelos deveres, pelas preocupações, também pelos nossos anseios e projectos.

Devemos ter sempre presente que, esteja em causa o que estiver, o principal na vida são sempre os valores morais e espirituais, a família, os amigos, enfim, o que dá significado à Vida. Não nos esqueçamos que o nosso tempo neste Mundo passa mais rapidamente do que gostamos de pensar. Não é à toa que o Povo diz que "esta vida são dois dias"... E o fim da vida chega, muitas vezes, inesperadamente. Quando esse momento chegar e passarmos adiante, a passagem que franquearmos inexoravelmente se fechará atrás de nós, para sempre, sem apelo nem agravo. Não nos esqueçamos nunca, pois, do principal da vida enquanto a vivemos!

O Criador criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos. Não amemos as coisas e usemos as pessoas! Não nos esqueçamos nunca do principal da Vida.

De entre os Valores que devemos preservar, avultam os da solidariedade. Neste blogue, a solidariedade é, presentemente, convocada em favor da Inês. Não se esqueça do principal da vida e não olhe para o infinito nem assobie para o lado! Na medida do que puder e quiser, dê uma ajuda e um donativo para auxiliar a sua família a suportar as despesas inerentes a um transplante de fígado em Cuba, indispensável para atalhar o envenenamento por cobre de que a Inês padece, devido à doença de Wilson. Veja aqui como o fazer.

E, amanhã de manhã, sábado, 12, junte o útil ao agradável: vá dar sangue! Esteja onde estiver, não muito longe há um serviço que de bom grado receberá a sua dádiva. Se estiver não demasiado longe, junte-se à acção de dádivas de sangue que a Loja Mestre Affonso Domingues, os Escoteiros da Pontinha e a Fundação Angelina e Aristides Sousa Mendes conjuntamente organizam na Escola Mello Falcão, na Pontinha. Não se esqueça do principal da vida: solidariedade e convívio! Esperamos por si!

Rui Bandeira

10 abril 2008

Parabéns, Glomaron!

A Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (Glomaron) completa hoje, 10 de Abril, 23 anos de existência. A sua fundação ocorreu em 10 de Abril de 1985, por iniciativa das três Lojas maçónicas então existentes no Estado de Rondónia, um dos Estados da região da Amazónia, no Brasil, as quais, estando na época integradas na Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, peticionaram ao respectivo Grão-Mestre a criação da nova Grande Loja. As Lojas peticionárias foram a Fé e Confiança, de Guarajá-Mirim, hoje n.º1 do cadastro da Glomaron, a Estrela Renascente, de Porto Velho, hoje n.º2 da Glomaron, e a Águia do Planalto, de Vilhena, hoje a n.º3 daquela Grande Loja. Deferida a solicitação, foi então, na data acima referida, instalada a Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia, sendo seu primeiro Grão-Mestre o Irmão Sílvio Bezerra da Costa.

Actualmente, a Glomaron tem inscritas nos seu cadastro 37 Lojas. O cargo de Grão-Mestre é presentemente exercido pelo Irmão Juscelino Moraes do Amaral.

As Lojas sob jurisdição da Glomaron, para além de desenvolverem diversos serviços sociais junto de comunidades carentes, asseguram o apoio a diversas entidades para-maçónicas: a Ordem DeMolay, constituída essencialmente por filhos de maçons, as Filhas de Jó, integradas principalmente por filhas de maçons, e os Clubes das Acácias e das Romãs, que são dirigidos por esposas de maçons. Ou seja, há instituições para toda a família...

As comemorações do aniversário da Glomaron prolongar-se-ão nos dias 11 e 12, com a realização de uma Assembleia de Grande Loja em Colorado do Oeste, que, naturalmente, contará com a presença de representantes de todas as Lojas da Obediência e onde se discutirão temas de importância para a maçonaria daquele Estado brasileiro.

Também no dia 11, no Colorado do Oeste, o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Hélio Vieira, apresentará, a convite do Grão-Mestre Juscelino Moraes do Amaral, uma palestra sobre a importância e o papel de vanguarda da OAB na defesa dos direitos dos cidadãos. Esta iniciativa efectua-se no âmbito da parceria que a OAB e as Grandes Lojas Maçónicas do Estado de Rondónia firmaram, para implementar uma campanha pela ética e valorização da cidadania. Esta campanha foi aprovada na Conferência de Grão-Mestres das Grandes Lojas Maçónicas do Brasil, que teve lugar em Caxias do Sul.

Daqui, do outro lado do Atlântico, o A Partir Pedra associa-se à comemoração de mais este aniversário da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia e formula votos de continuação, com sucesso, do bom trabalho.

(Fontes: sítio da Glomaron e Rondoniagora.com)

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1. Não se esqueça de contribuir , na medida do que puder e quiser, para a campanha de angariação de fundos a favor da Inês. Veja aqui como!

2. E lembre-se que sábado, 12, de manhã é dia de doação de sangue, na Escola Mello Falcão, na Pontinha, e em postos de recolha de sangue em todo o Mundo!

Rui Bandeira