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06 julho 2015

Maçonaria - Uma grande Família: Princípios e Deveres


Comunicação à Assembleia de Grande Loja no Solstício de Verão
e comemoração do XXIV Aniversário da Grande Loja
Lisboa 27 de Junho de 6015

Acolhemos hoje o solstício de Verão, o dia mais longo, onde a grande vitória da luz sobre a escuridão se concretiza na sua plenitude: e assim tem que ser para todos os maçons, sempre a luz dos ancestrais princípios e valores, a triunfar sobre os medos e as trevas dos obscurantismos.

Comemoramos também hoje o vigésimo quarto aniversário da nossa Grande Loja, que vive um tempo de plena asserção institucional, forte afirmação internacional, grande crescimento em obreiros e lojas, que está a materializar antigos desideratos, tal uma sede própria que se consolida e engalana.

Ainda neste dia de hoje e sempre quero que celebremos a nossa grande e fraterna família maçónica.

Como podeis constatar meus Irmãos, nas suas mais variadas dimensões, podemos bem dizer que hoje é não só um dia grande, como também um grande DIA: três comemorações em uma: não haverá detergente que se lhe iguale em luz.

Desde há muitos séculos, agrupando indivíduos com ancestrais comuns, ou unidos por laços afetivos, que a família se afirma como a unidade básica da sociedade: e é isso que a nossa Augusta Ordem tem que ser: UMA GRANDE FAMÍLIA.

Enriquece-nos, engrandece-nos, valoriza-nos a existência de vários clãs, cada um diferenciado pelo ritual que pratica, herdado dos mesmos ancestrais ascendentes, mas todos irmanados pelo mesmo apego aos princípios e valores de liberdade, de ética, de humanidade. Enquanto agregação social, a nossa Augusta Ordem, a nossa FAMÍLIA, tem que ser capaz de assumir funções de proteção e socialização dos seus membros, abrigando e acomodando a transmissão da nossa cultura inalienável de princípios e valores, o que implica ao mesmo tempo, sermos capazes de assegurar a continuidade, e proporcionar um esquema forte de referência aos membros, dando assim resposta cabal por um lado às necessidades intrínsecas de todos os Irmãos que a incorporam, e por outro às necessidades da sociedade em que nos inserimos.

Dizendo de outra forma: na família maçónica temos direitos que se materializam sobretudo na fraternidade entre os irmãos, mas muito mais que isso, o maçom tem sobretudo obrigações e deveres para traçar caminhos para um futuro mais humano, formando líderes capazes em sólidos princípios éticos e morais. 

Porque não basta pertencer à Maçonaria para se ser Maçom: é sobretudo preciso que incorporemos os Valores que a Maçonaria professa. 

Todo o maçon se une através de juramentos a esta fantástica ordem iniciática que é a Maçonaria. 

E já Thomas More sublinhava, “quando um homem faz um juramento, tem que entregar a honra como fiador, porque outra coisa não lhe é exigida para afiançar o juramento”! Se rompemos o juramento, perdemos a honra e deixamos de ser idóneos, deixamos portanto de ser maçons: e os maçons, ou são inteiros e honrados, ou então são apenas arremedos que arrefecem à sombra de vultos que se interpõem no feixe que a luz projeta.

Hoje como sempre, a maçonaria regular que não é uma realidade estática, muito pelo contrário, deve combater a tirania e lutar pela construção de uma Sociedade mais Justa e Perfeita, pela promoção da Igualdade de Oportunidades, e este desiderato apenas é possível, se os mações forem contumácios agentes que acima de tudo defendem e constroem uma sociedade melhor: para desvarios, bastam os milhões de profanos.

Cada Maçon, todos os dias, deve ser capaz de colocar mais um grão, nem que de pó seja, sobre a grande muralha da construção de sociedades mais justas.

O grande rio da liberdade, apenas se engrandece, se continuamente vir o seu caudal engrossar, por isso todos os dias temos que ser todos nós a alimenta-lo de gotas, quem mais o poderá fazer? E não tenhamos medo, porque os trasbordos e outros riscos do exercício da nossa própria liberdade, apenas nós mesmos os podemos controlar e enfrentar.

Pertencemos a esta ordem iniciática que já conta com séculos de existência, que muita catedral já construiu, e apenas por isso, somos levados a pensar que já tudo está edificado: puro engano!

Vós que como eu, amiúde viajais de avião, aprendei com as lições que vos ensina a paisagem que de cima avistais: quando atravessamos cordilheiras montanhosas, erguem-se altaneiras e duras as rochas, imponentes gritos vindos do fundo do tempo, feridas já cicatrizadas das convulsões da Terra ainda quente, que durante milhões de anos a chuva e o vento não pararam de lamber e que as nuvens de vez em quando acariciam.

E para nós apenas estas frias e duras rochas merecem respeito, enquanto o nosso mirar despreza totalmente os pequenos líquenes que lhe colonizam a pele rugosa, as ervas e as plantas rasteiras que as entornam, porque o nosso olhar ainda não soube aprender, que apenas estes se decidiram verdadeiramente a conquista-las, contando com o tempo como aliado: as rochas vão-se desfazendo, ainda que num tempo muito longo, mas as ervas e os líquenes teimosos renascem a cada ano e o seu verde não pára de conquistar terreno, pois a sua fragilidade é o melhor disfarce para enganar uma dureza fragilidade que nós queremos ver como inexpugnável: se o nosso respeito vai todo para a imponência das rochas e das altas montanhas, e às ervinhas e líquenes apenas desprezo reservamos, isso mostra como ainda tanto temos para andar no caminho da sabedoria, do amor e da liberdade.

E assalta-nos depois a paisagem monótona da imensa e interminável planície centro-europeia, mar fundo de terra fértil, verdejante, que as ervinhas, os líquenes e outras plantinhas já conquistaram às duras e imponentes rochas.

E agarra-se agora aos nossos olhos, a miragem azul-turquesa do mar Mediterrâneo, que esconde negros e profundos rifts centrais, gargantas abertas por onde sobe a lava quente primordial vinda do manto da Terra, sempre pronta a edificar novas cadeias montanhas, feitas de rocha fria erguida: e nós temos que saber, que enquanto maçons, somos as ervas e os líquenes que já as espreitam, e que iremos fazer delas imensas planícies férteis e verdejantes que darão alimento para quem ainda passa fome, e que esse gesto será verdadeira liberdade para os que ainda não conhecem o segredo que ensina a arte de bem saber mirar e durar.

Por esta parábola meus irmãos, apenas vos quis explicar a grandeza da humildade das ervas e dos líquenes, e mostrar-vos também que o céu e o inferno têm paredes meias e que começa sempre por ser impercetível a passagem de um para outro, e que a solidariedade entre os homens é sempre o ponto mais feliz da chegada. 

Tratemos todos os humanos de igual forma, sem distinção de raça, de classe, de género, de orientação sexual, todos como iguais e irmãos; combatamos a vã e vil ambição, o orgulho, o erro o preconceito, a ignorância, a mentira, o fanatismo, os integrismos, a superstição: flagelos da Humanidade, estorvos ao verdadeiro progresso; pratiquemos a justiça, promovamos a salvaguarda dos direitos humanos; pratiquemos a tolerância relativamente à escolha religiosa, à escolha de opinião política; deploremos todos estes aspetos, mas sobretudo esforcemo-nos para reconduzir o mundo aos caminhos de uma humanidade verdadeiramente humana, Solidariedade Maçónica, pura humilde fraternal,onde a felicidade se resplandece em cada um dos rostos que perfazem a humanidade.

E são estes meus Irmãos, os grandes deveres que nos esperam todos os dias, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos: tudo será humildade e tudo se fará então urgência para edificar um mundo melhor.

E neste tempo solsticial, a União da grande família dos maçons, é de rigor: façamos o mundo mais feliz, mais humano e por contágio, sejamos todos mais felizes.

E era esta a mensagem forte que hoje vos queria comunicar, e dela imbuídos, continuaremos o nosso caminho, humildemente, cumprindo os princípios e deveres, para consolidar a edificação da nossa Augusta Ordem, a bem da Humanidade, à Glória do Grande Arquiteto do Universo.

Júlio Meirinhos
Grão Mestre

04 maio 2015

1º de Maio, Dia do Trabalhador ( e do maçom, digo eu!)...


Depois de ter publicado no texto anterior uma reflexão sobre o 25 de Abril, hoje venho publicar outro texto mas desta vez motivado pelo “1º de Maio”.

O que poderá  aparentar que transformei este espaço de liberdade com politiquices e afins… Mas nada de mais errado!

Quem não leu o texto anterior e apenas viu as letras do título poderia supor tal, aceito isso. 
Mas quem leu o texto anterior na integra e se for ler este texto também, no final constatará que “politiquismos” não existem, mesmo que a Política seja um conceito necessário para a vida das civilizações e seu progresso.

Mas o que me importa abordar neste texto é o contexto de trabalho que se pode assacar da celebração do feriado do “ 1º de Maio”.

Festeja-se esse dia por este mundo fora para celebrar o Dia do Trabalhador, logo de todos nós.

Mas num sentido mais estrito da palavra “trabalhador”,  também aqui os maçons podem considerar esse dia com um dia seuE passo a explicar.

O maçom considera-se alguém que labora o seu interior – o seu íntimo – para o bem da sociedade em geral. Logo utiliza geralmente como metáfora ou alegoria do seu trabalho pessoal a construção de um templo em si mesmo, lapidando e burilando a “pedra bruta” que é ele próprio.
 E este trabalho não é nada fácil por sinal. 

Posso até afirmar que para algumas pessoas é uma tarefa bastante árdua e com algum sacrifício pelo meio.
Moldarmos o nosso carácter, a nosso postura, o nosso comportamento e os nosso pontos de vista habituais, que geralmente apenas estão visados para nós próprios e raramente para os outros, é bastante difícil. Talvez seja uma tarefa tão hercúlea como a construção das pirâmides do Egipto ou a Grande Muralha da China… 
Pois nunca foi fácil para ninguém perceber que poderá estar errado em relação a algo ou que tem se “mudar” a si próprio se quiser evoluir como ser pensante.

Evoluir nunca foi fácil para o Homem, logo ele teve de trabalhar para isso suceder.

Instruíu-se, educou-se, formou-se, fez múltiplas coisas para que lhe fosse possível alcançar o que hoje em dia tem e experencia. Mas neste conjunto de ações que fez, algo é aceitável por todos, o Homem “trabalhou”; umas vezes com maior proveito outras vezes nem tanto, mas aprendeu com isso e soube ultrapassar esses momentos que aconteceram pelo meio. 
O Homem unicamente pelo seu trabalho, prosperou…

- E é isso que deve ser também festejado num dia como este.-

E o maçom sendo ele também um trabalhador no mundo profano e principalmente no meio maçónico, deve ele sentir também a homenagem em causa efetuada neste dia, nesta celebração.

No interior das suas Respeitáveis Lojas, os maçons trabalham nas suas Pranchas, trazendo alguma "luz" aos seus irmãos, debatem as suas ideias e aprendem  - neste caso, reitera - um conjunto de princípios que deverão empregar no mundo profano, por forma a que possam ser  válidos cidadãos no local onde vivam ou para o país que os acolham.

Pode a generalidade da população desconhecer o trabalho maçónico que se faz em prol da sociedade, mas o maçom não o descura porque o conhece e sabe que muitas vezes o que foi conquistado pela sociedade deve-se ou deveu-se ao trabalho dos seus irmãos. E por isso mesmo compete ao maçom preservar esse trabalho feito e se possível levá-lo a uma fasquia superior, caso tenha condições para isso.

Pode a sociedade (dependendo dos países em questão) não conhecer o que fazemos, mas temos de o continuar a fazer, nem que seja por nós próprios e pelos outros que pensam e vivem tal como nós…

O que nos espera será sempre: trabalhar, trabalhar e trabalhar…


PS: Texto escrito ao fim da tarde do “primeiro de Maio” e publicado hoje por opção editorial minha.

16 março 2015

Perspetivas “reais”…


Quem já teve a oportunidade de ler algum texto que eu vou escrevendo, porventura já terá reparado que algumas vezes costumo afirmar que na mais simples coisa se pode encontrar a presença da Arte Real.

Naturalmente que só vislumbramos algo se o conhecermos, bem como reciprocamente, que só poderemos encontrar aquilo que efetivamente  procuramos.

Aliás, existe até mesmo um silogismo religioso e iniciático que diz que “quem procura, encontra”.
E eu acrescento que pode mesmo encontrar!

Pode é nem sempre ser tão lesto como se poderia desejar, mas com trabalho, empenho, paciência e muita perseverança, tal poderá ser concebível.

Mas por vezes é possível encontrarmos algo mesmo que não estejamos à procura de alguma coisa e essa descoberta, algumas vezes fascinante, é algo que nos pode motivar e impelir para ir mais além, demonstrando de certa maneira, que o caminho que escolhemos tomar é o que melhor se nos aplica.

Por isso, não são raras as vezes que encontro a presença da minha(/nossa) arte, em coisas tão simples como em frases ditas por alguém que nem sempre está identificado com os princípios de vida que observo, ou em canções ou músicas que nem sempre são aquelas intemporais ou mais comerciais que é usual conhecermos ou outras que poderíamos relacionar com algo mais místico ou metafísico até, ou inclusive até mesmo em simples construções onde a presença da Maçonaria poderia ser assumidamente dada como inexistente.

Quando encontro algo que relaciono direta ou indiretamente com a Arte Real é porque detenho um conhecimento que me permite reconhecer essa presença, ou pelo menos, a supor.

Mas tudo isto, apenas pode ser feito através da minha perspetiva, da minha visão, dos meus princípios morais e da minha experiência de vida. É a perspetiva que tenho sobre tal, que me permite esse facto.
Pois as mesmas coisas, os mesmos objetos, as mesmas músicas, poderão na perspetiva de outrem, pouco ou nada ter a ver com a opinião que tenho sobre essas mesmas coisas. Tudo na vida depende da nossa perspetiva e da nossa opinião e é a nossa perspetiva que tudo define.

Aquilo que eu vejo e sinto, podem outros também o ver e sentir, tal como outros poderão nunca o fazer…

Mas aquilo que eu vejo, sinto, saboreio ou toco, apenas poderá acrescentar mais valias à minha vida se eu tiver a noção disso mesmo, caso contrário apenas serão meras sensações que sentirei e que pouco ou nada me trarão de novo ou de positivo para o que eu espero da vida.

Todavia, enquanto eu olho para algo através da vista de alguém reconhecido como maçom, um estudante de Teosofia, um Rosa-Cruz, um membro de outra via iniciática qualquer ou que tenha alguma perspetiva espiritual diferente da minha, encontrará outras coisas que não me serão possíveis encontrar.

Primeiro, porque não as procuro, mas principalmente porque não as conheço. E sem as conhecer, nunca me será possível as reconhecer…  

Todavia, alguém não iniciado nestas “andanças”, também não o conseguirá fazer  porque não as conhece, e também porque sem as conhecer,  também não as poderá identificar.

O que poderá fazer no entanto, é tentar perceber o que é aquilo que observa, e quanto muito, se auxiliado corretamente, é apreender, através da boca de quem lhe vai debitando noções ou percepções daquilo que estará à sua frente.
O que é sempre diferente de reconhecermos algo e aquilo que nos dizem que será ou que poderá ser na realidade…

- Existem sensações que são necessárias vivê-las, experimentá-las, para se saber verdadeiramente o que são… As nossas experiências, as nossas vivências são determinantes na nossa vida, pois elas são responsáveis por aquilo que somos, por aquilo que pensamos e por aquilo que fazemos…-

Quantas vezes não estivemos nós em excursões ou em visitas a museus, castelos, igrejas, espaços culturais, etc, onde fomos guiados por alguém?

E em ocasiões em que tal era a primeira ou a segunda vez que visitávamos esses locais?

E que à medida em que íamos ouvindo o nosso guia, íamos adquirindo novas percepções sobre o que estávamos a ver?

Ou em visitas posteriores aos mesmos lugares, em que observávamos já com olhos diferentes aquilo que estávamos a contemplar, fruto dos conhecimentos que fomos ganhando entretanto?!

A nossa opinião bem como a nossa perspetiva sobre algo é mutável, evolui.

Já alguém dizia que só “os ignorantes não mudam de opinião” e quem não muda, não consegue progredir. E sem progredir, o Homem estagna, definha…

Por isso é tão importante a perspetiva que temos das coisas e quanto menos ambígua for essa perspetiva mais depressa poderemos definir aquilo que encontramos ou aquilo que observamos como sendo (o) verdadeiro e/ou o mais correto.

E a nossa experiência de vida, o nosso empirismo, terá um papel fulcral no auxílio de validar aquilo que se nos é apresentado pela vida.

Através da nossa experiência é nos possível adquirir uma visão das coisas, que sem ela, não nos seria possível obter.

Não basta se olhar alguma coisa simplesmente olhando, há que se olhar com olhos de quem quer ver
E isso é o mais importante, porque só agindo assim poderemos alcançar o conhecimento, atuando de forma deliberada e tendo a noção do que (o) estamos a fazer .

A nossa perspetiva será sempre a “nossa”. Outros terão as “deles”.

Devido a diferentes experiências de vida, diferenças culturais, sociais, económicas e educacionais, existem várias formas de se olhar e analisar a mesma coisa.

Tanto que na maioria das vezes, temos como opinião que, se as perspetivas dos outros forem semelhantes à nossa, facilitam-nos o nosso inter-relacionamento humano, e que se forem contrárias ou divergentes às perspetivas que temos, possibilitam-nos outras novas aprendizagens e também a comunhão e partilha de diferentes pontos de vista, originando o debate dessas diferentes  ideias. Sendo isto, algo que considero também como bastante necessário para o progresso humano.

E é para o progresso do ser humano que os maçons trabalham! Seja através da sua ação no mundo profano, seja através do seu trabalho nas suas lojas maçónicas…

Por tudo isto, dependendo apenas da perspetiva que se poderá ter acerca de algo, foi-me possibilitado fazer esta reflexão que convosco partilhei.

Foi apenas a minha perspetiva que enunciei e nada mais.

Se correta, se errada, apenas outrem a poderá sufragar e dar-lhe o valor que considerar que ela valha.
Quanto a mim e para aquilo que pretendo da vida, por enquanto, vai servindo perfeitamente…

09 março 2015

Uma pequena história, um grande e fraterno significado!

A Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues, como todas as outras lojas maçónicas, recebe, na qualidade de visitantes, Ir:. das mais diversas e variadas nacionalidades. Por aqui, na Loja Mestre Affonso Domingues, temos gosto em fazê-lo e, segundo dizem os Ir:. que o GADU faz questão de colocar no nosso caminho, fazemo-lo bem.

Assim aconteceu, com um Ir:. oriundo da IIr. da Loja Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do Brasil – GOB que, na sua “despedida”, brindou os obreiros da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº 5, com a prancha hoje aqui transcrita na íntegra.

Ainda em sessão, solicitei autorização ao Ir:., pois é ainda Aprendiz e, como tal, não pode publicar textos, nem utilizar da palavra em sessão, o qual aceitou prontamente.

Como seu Ir:. é uma honra o poder publicar em seu nome, esta belissima prancha, como obreiro da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues, foi compensador tê-lo por cá e, estou certo que o GADU, irá proporcionar novamente que os nossos caminhos se cruzem.

Portanto, a prancha que aqui vão ler, foi lida em loja, em sessão ritual, por um Ir:. visitante que assina a autoria da mesma, eu Daniel Martins apenas proporciono ao universo do A Partir Pedra, a sua leitura em âmbito alargado.

Meu querido Ir:., obrigado, mais uma vez pelas tuas palavras, bem hajas e, estou certo, até breve.

Uma pequena história, um grande e fraterno significado!


Vou contar uma história para vocês, meus IIr. Serei breve, serei leve. Uma história ainda em reflexão, uma história que ainda está sendo vivida e que foi possibilitada pelo G.A.D.U.

Quando se fala em projeto logo se indica qual o seu âmbito: profissional, pessoal, familiar, e por ai vai. Embora indicando e dividindo nossos projetos, aqueles de maior importância tem inserção e interação direta com nossas vidas pessoal e profissional, profana e fraterna. Afinal, o que é de mais importante é (ou deveria ser) partilhado.

E essa pequena história foi compartilhada com vocês.

No dia 01 de novembro de 2014 cheguei em Lisboa, Portugal, para uma estadia de 120 dias, foco profissional, meu Estágio de Doutoramento em Direito, foco pessoal, uma experiência familiar certamente inesquecível. Não cheguei só. Cheguei com minha família: esposa e filho.

A viagem começou muito antes da chegada em Lisboa no dia 01 de novembro. Iniciou de certa forma quando constituímos os laços familiares, 12 anos atrás, e com a chegada do nosso filho.

Quero dizer com isso que 120 dias distante do nosso meio comum, ao mesmo tempo em que um sonho, uma perspectiva maravilhosa que seria vivida, seria um grande desafio para 3 pessoas. Afinal, estaríamos sozinhos vivendo a experiência de estar em um continente, um país, uma cidade, muitas milhas além de casa.

Assim que decidimos pela viagem anunciei em minha Loja, perante meus queridos IIr. da Loja Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do Brasil – GOB. De imediato VM, 1 e 2 Vig., IIr. Mestres indicaram: “Deves procurar nossos IIr. em Portugal! Contate o Grande Oriente para te indicar o caminho dos IIr.”

Contatei o Grande Oriente do Brasil e em pouco tempo recebi uma resposta: “Meu Ir. Somente é permitida a visitação a Ir. MM., como és Ap.’.M.’. não pode realizar visitas. Mas como li em seu pedido que irá com sua família, por longo período, necessitará estar em ambiente fraterno, por isso, autorizo e encaminharei sua documentação”.

Logo na semana de chegada a Lisboa, percebi que estaria seguro e em família. Fui recebido muitíssimo carinhosamente pelo Ir. José Ruah na GLLP/GLRP, o qual de pronto deixou as portas abertas e indicou a RL Mestre Affonso Domingues, n. 5 para que freqüentasse no período em que estivesse em Lisboa.

Na primeira oportunidade, dia 12 de novembro de 2014, visitei pela primeira vez a RL Mestre Affonso Domingues, n. 5. Fui recebido sem formalidades pelos IIr. Em seguida tive a oportunidade de visitar outras L. da GLRP, mas retornei somente a RL. Mestre Affonso Domingues, n. 5. 

E aqui esta pequena história passa a ter um grande e fraterno significado.

A RL Fênix, n. 4053, minha Loja Matter, tem uma verdadeira egrégora familiar. A egrégora que lá se firma é o mais puro sentimento e congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna, nos seus mais diversos graus e qualidades. Minha casa fraterna!

Embora com somente 6 visitas a RL Mestre Affonso Domingues, n. 5, me senti em uma verdadeira egrégora familiar. E aqui, meus IIr., sinto que a egrégora que se firma é, também, o mais puro sentimento e congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna.

Durante este período de 120 dias tive mais vínculo com alguns IIr. do que outros, o que é normal, mas sem dúvida sempre muito bem recebido por todos, realmente me senti em casa.

Algo que reparei e senti é que os IIr. que aqui estão querem estar aqui, realmente estão aqui além da presença física. Isso faz da RL Mestre Affonso Domingues uma verdadeira Loja. Para quem chega a RL Mestre Affonso Domingues isso faz toda a diferença.

Percebi que os IIr. que aqui estão, por óbvio, entraram na Maçonaria, mas, também, e o mais complexo, que infelizmente não acontece sempre, a Maçonaria também entrou nos IIr. Com isso não estou a dizer que a RL Mestre Affonso Domingues não tenha problemas, necessidades... afinal, se fosse perfeita, o que restaria?!

Quero dizer com essas poucas palavras que a convivência fraterna com os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues fez a total diferença no decorrer dos 120 dias que aqui estivemos. A segurança que senti e sinto por estar entre vocês auxilia imensamente em fortificar a segurança que passei e passo para minha família durante a estada em Lisboa. Saber que possuímos uma família grande, com muitos IIr. Em pé e à Ordem, faz a total diferença.

Regressaremos ao Brasil no próximo sábado, dia 28. Retornarei ao seio fraterno de minha Loja Matter, estou com saudades dos IIr. que lá estão. O que também é certo é que sentirei saudades de todos vocês, assim como serei eternamente agradecido pela forma que fui acolhido pela RL Mestre Affonso Domingues, n. 5.

Fica o registro de que sempre estarei Em pé e à Ordem para todos os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues, e que o referido registro não seja um Adeus, mas um até breve.

Afinal, não se está distante quando se mantém perto no coração, e todos vocês estão em meu coração.

São palavras simples, porém sinceras, e assim me despeço de todos.

Que o GADU ilumine todos os IIr. e suas respectivas famílias.

Ir. José Carlos Kraemer Bortoloti
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
Lisboa, Portugal, 25 de fevereiro de 2015


Daniel Martins

02 março 2015

"Jornal-i-smos..."


Durante este fim de semana numa edição de um jornal diário que tem como título uma letra vogal do alfabeto, encontra-se uma reportagem que apesar de contar alguns erros, naturais  de quem não percebe ou anda nestas andanças de maçonarias e afins…, é totalmente diferente e divergente do outro "artigo" que inspirou o meu texto anterior.

De facto, esta reportagem que veio a público este fim de semana, tenta ter um perfil informativo e não conspirador, tenta demonstrar o que é a Maçonaria e mostrar um pouco o que existe para lá do véu da discrição e do secretismo.

Naturalmente que não estou a fazer a apologia desta reportagem nem do respetivo jornal, mas quando se quer informar realmente, a atitude a tomar é sempre diferente de quando se tenta impregnar na mente de alguém algo que poderá estar longe da realidade.

Aliás algumas das personalidades que  foram abordadas no contexto desta reportagem são pessoas com responsabilidades na Maçonaria em geral, pelos cargos que envergam ou que já ocuparam. E isto traz uma credibilidade extra para os artigos que compõem esta reportagem, que ela não teria se fosse feita de outra forma.

- Quem sabe falar de Maçonaria, serão os maçons. Porque a vivem, porque a fazem e a constroem dia após dia. Os outros apenas podem tentar especular sobre o assunto, com os erros e as lacunas na informação que poderão surgir dessa atitude.-

A reportagem no seu geral não está isenta de alguns erros, que considero superficiais e de quem tenta num curto espaço abordar muita coisa ao mesmo tempo. O que por norma acaba por sempre acontecer quando queremos compilar muita informação e temos pouco espaço para o fazer. Falar da História da Maçonaria, dos seu Rituais próprios, Processo de Recrutamento  e demais temas abordados por esta reportagem, nunca será fácil para quem não viveu os mesmos e apenas os pode especular ou basear-se no que outrem lhe possa contar.

Mas apesar dos erros existentes, gostei da fluidez dos artigos e com a preocupação - assim me o parece - –que o jornalista responsável pela elaboração dos textos teve em não opinar transversalmente sobre o tema da reportagem.

Mais reportagens deste género houvessem e as pessoas não andariam sempre tão curiosas sobre o que é e o que a Maçonaria faz

Apesar deste tema ser sempre um tema bastante comercializável, desta vez, tenho a ideia que não foi este o mote para a reportagem, mas uma consequência da mesma… 

23 fevereiro 2015

"Curiosidade, voyerismo, ou simplesmente, requintes de malvadez…?!"


Hoje infelizmente trago à baila um tema que me causa algum amargo de boca, daqueles amargos criados por um qualquer espinho purulento que se possa ter na garganta...

Seja por mesquinhez humana, seja meramente por curiosidade ou simples voyerismo sobre o que se passa na vida de outrem, os tugas são uns “cuscos” por natureza…

A curiosidade sobre a forma de como o seu amigo, vizinho ou colega de trabalho vive ou age, geralmente faz parte do imaginário coletivo do povo português.

Saber o que aqueles fazem nas suas vidas, nas suas profissões, quais as  suas amizades, os seus gostos e “desgostos”, levaram a que as redes sociais crescessem de forma exponencial ao longo dos últimos anos e não apenas em Portugal, mas no resto do mundo também.

Quantos de nós aderiu ou  ainda pertence a uma rede deste tipo?
Quantos de nós fomenta e desenvolve a suas amizades e conhecimentos nestas redes sociais?

Uns porque querem de facto interagir com os seus amigos, outros apenas por quererem conhecer a vida que essas pessoas levam…

Como seres humanos, somos competitivos por natureza - essa faceta animal está intrincada no nosso ADN - e isso leva-nos a comparar o que fazemos com o que os outros fazem.

E algumas vezes nessa “competição”, a comparação entre estilos de vida é geralmente o que mais acontece. Saber que alguém tem uma vida “melhor” ou “pior” que a sua, para alguns, é o que de mais  gratificante têm na sua vida, o que só demonstra a sua pequenez de espírito.

E quando esta curiosidade abrange não exclusivamente os conhecidos, mas que se alarga a outras pessoas, sendo estas personalidades conhecidas na sociedade, tal propicia a existência de um “género literário” que tem vários seguidores não só em Portugal como também por esse mundo fora. Geralmente tal é designado por literatura “cor-de-rosa”, até porque habitualmente quem seriam os maiores consumidores deste género literário eram as mulheres. Coisa que está a mudar na atualidade.

Quem não costuma folhear algumas páginas deste tipo de revistas? 
Nem que seja meramente para ajudar a passar o tempo de espera num consultório médico ou numa paragem de autocarro? Mesmo que não seja necessariamente para cuscar sobre a vida de alguém…

Mas não é particularmente sobre este género literário que eu quero elucubrar, mas sobre outro género, o do tipo informativo. Daquele que serve mesmo para informar e não o contrário.

Assim, durante a passada semana, uma publicação supostamente mediática e de cariz hipoteticamente informativo – será?! - com um título suis generis de  dia da semana e que curiosamente nem sequer é publicada nesse dia cujo o nome enverga, - opção editorial ou marketing, quiçá?- voltou à carga com o tema Maçonaria e a vida interna das principais Obediências do nosso país, nomeadamente a GLLP/GLRP da qual faço parte, e logo como manchete principal e como sendo o tema capa de revista.

Naturalmente que neste texto, bem como em outro qualquer, apenas posso expressar a minha opinião, sendo apenas por ela que sou responsável. 
Sou um cidadão adulto e livre, mas acima de tudo cumpridor das regras cívicas e das leis do meu país.
E como tal, se tenho deveres a cumprir, também por sua vez, terei direitos que me são adstritos. 
E um deles é o direito a associar-me e a reunir-me com quem eu bem entender, desde que tal não seja criminalmente punível. 
E a expressar o que por bem eu entender, desde que tal não ofenda ou comprometa o bom nome de algo ou de alguém.

E se falei assim anteriormente, é porque quero que fique inculcado na mente de quem me lê, o que eu penso e sinto sobre este assunto em particular.

E uma vez que, sendo reconhecido como maçom e principalmente porque faço parte da Maçonaria Regular, - apenas posso falar daquilo que vivencio -, sei que nada se passa no seu interior que atente a nossa república nem a nossa democracia legitimamente eleita. Até porque tal nunca poderia ocorrer, porque qualquer Obediência Regular compromete-se em honrar e respeitar as regras do país onde se insira, bem como os maçons seus filiados, juram sempre submeter-se às leis desse país em concreto. E nem o poderiam de fazer de outra forma, pois antes de serem maçons, são cidadãos, tal como os outros, com as mesmas obrigações e direitos. 
Nem acima nem abaixo, mas ao mesmo nível…

Logo, porque “carga de água” é assim tão importante saber o que se faz no interior de uma Loja Maçónica?

Não vou rebater esta questão com  os habituais argumentos e que são já por demais conhecidos, mas vou salientar principalmente o caso do voyerismo sobre a vida particular de alguém.

Não temos todos nós direito à nossa privacidade e a respeitar também o direito à privacidade dos nossos pares?
Não incorreremos nós em alguma forma de crime por usurpar esse direito a alguém?

O direito à privacidade é algo do mais importante que um ser humano poderá ter, e inclusive está resguardado na nossa Constituição da República no seu Artigo 26º, Ponto 1.

Alguém poder fazer na sua intimidade o que entender, partilhar a sua vida com quem bem entender, é algo que não deve estar dependente da curiosidade de ninguém.

Por isso, qualquer coisa que se faça na nossa intimidade/privacidade, será apenas do nosso entendimento. Nós é que sabemos se queremos tornar público ou não o que fazemos. Quem se quer resguardar, tem sempre essa possibilidade e esse direito.

Quantos de nós, reserva apenas para si, para a sua família ou para as suas amizades o que faz?
Quantos de nós também poderá ter uma vida pública, e por isso estar menos resguardado, mas que tal, foi uma decisão que tomou, uma opção que fez?!
Muitos com certeza. 
Mas muitos também optaram por manter a sua vida “secreta”.

Por isso, o secretismo ou a discrição em relação a algo, não deveria comprometer quem desta forma prefere viver.

Porque será que quando não sabemos o que alguém faz, ocorre-nos a ideia que estará a fazer algo de errado ou a conspirar?
Apenas porque não conhecemos a sua vida? 
E com que direito temos, para conhecer a sua vida? Se não fomos escolhidos ou convidados para tal?

É sobre isto que interessa refletir.

Os maçons não são melhores nem piores que os outros cidadãos, membros ou não de associações conhecidas ou que não integrem até sequer qualquer associação.

O que os maçons tentam fazer é melhorar a sua vida através de uma via espiritual, num contexto iniciático, por forma a que leve em ultima instância a um progresso geral social e ao seu aperfeiçoamento pessoal em concreto. E isto não tem nada de mais.

Se o maçom cumpre determinado ritual ou ritualística inerente à prossecução deste seu caminho, tal apenas lhe diz respeito a si mesmo.
O que interessa saber se faz este ou aquele gesto, se tem esta ou aquela postura corporal? Se apenas a quem o pratica, é importante o conhecer?!

Para mera cultura geral, será?! E porquê? 
Que vantagens esse conhecimento trará a quem tem acesso de forma incorreta a esses conhecimentos? 
Apenas conhecer, será?! Porque nada poderá fazer com eles…

Comparo isso à situação de estarmos com fome e termos diante de nós uma mesa farta e que estamos impedidos de lhe aceder. Sabemos que os alimentos estão lá, mas não os poderemos saborear. E é isto que acontece a quem acede a conhecimentos que não lhe dizem diretamente respeito. Conhecem, mas não compreendem nem tiram partido disso. São conhecimentos vazios de conteúdo e de sensação.

E mais uma vez, volto eu à carga

Porque é assim tão importante saber o que os maçons fazem?

Terão de reunir de porta aberta? E porquê? Com que motivo? Se nada de errado estarão a fazer?

Pode acontecer por vezes, e não estou a assumir que tal assim seja ou que ocorra, que certos desentendimentos possam existir. Somos seres humanos e nem sempre concordamos ou gostamos das atitudes que outros possam ter para connosco. E ter atitudes menos próprias e menos nobres poderão ocorrer por isso. 
O que é importante fazer é tentar evitar tais comportamentos através do uso do diálogo e de uma sempre presente tolerância e sensatez.

- Não somos robots, logo somos feitos de carne e sentimentos...-

Mas questiono, terão essas situações de vir ao conhecimento do público?
Qual será a sua relevância?

Quando nos chateamos com amigos e colegas, também vamos a correr por a “boca no trombone”? 
Vamos informar meio mundo que aconteceu isto ou aquilo
Não resguardamos essas situações para a nossa privacidade?

Então porque teriam de os maçons, nos seus hipotéticos desentendimentos, agir dessa forma?
E qual o interesse real que tal teria para a comunidade? Senão apenas por mera cusquice ou exibicionismo?!

Mas o pior que eu considero que sucede, é que exista gente que aufira algo com essas situações. Quando violar a privacidade de alguém se torna numa fonte de rendimento.

Naturalmente que não critico quem trabalha honestamente nem qual seja a sua fonte de rendimento, desde que justa e honesta, mas também não posso deixar de criticar quem à conta da vida privada de outrem, governa a sua vida. 
Será tal legítimo?!

E quando essa forma de trabalhar, menos válida no meu entender, tenta criar a ideia na generalidade das pessoas de que quem se resguarda da vida pública e que se reúne discretamente, que conspira, que corrompe, que age de forma deliberadamente imprópria ou com uma conduta marginal, para mim, roça quase a criminalidade. 
Até porque quem trabalha desta forma, com as assumpções que faz, impregna na mente da generalidade das pessoas de que quem se resguarda, independentemente de ser um grupo de pessoas ou uma somente, estará a fazer algo de errado. O que nem sempre é a verdade!

O problema é que estes temas do secreto e do discreto vendem… E por venderem, existe sempre alguém interessado em comprar… Independentemente de comprar “gato por lebre” ou da legitimidade com que tal lhe é dado a conhecer.

E uma vez que tal é recorrente, seria interessante a quem assim o faz, fazer a devida reflexão se a sua atitude é a mais correta ou se o fator-dinheiro é  mais importante que a dignidade e a privacidade do ser humano.
Para mais, quando repisa constantemente sobre os mesmos assuntos, muitos dos quais nem sempre corretos  ou verdadeiros. 
E resguardarem-se na sombra das fontes também não será a melhor atitude. Até porque com esse argumento poderão especular o que quiserem e sobre o que quiserem, com as consequências que conhecemos para as personalidades cujos nomes possam ser referidos. 
Até porque existe gente que poderá ser prejudicada na sua vida profissional ou no seu seio familiar por apenas ter o seu nome referido ou associado a algo, mesmo que tal não seja verídico.

 - As piores condenações são geralmente as que são feitas na "praça pública" e bem sabemos que nem sempre serão  julgamentos corretos ou assertivos -.

Não me importa se o assunto é um tema importante ou não, o que me interessa de facto é saber se a obtenção da (provável) informação foi obtida com o consentimento do interveniente e se a mesma é a verdadeira. Isso sim é que é relevante!
Para além de que uma informação argumentada pelo próprio interveniente terá sempre um valor que não teria se a informação fosse simplesmente especulada ou contendo alguma subjetividade relativa.

É por isso que creio que na maioria das vezes em que o tema “Maçonaria” vem à baila do conhecimento público, será quase sempre por algo que não tem interesse para a comunidade, mas apenas com o sentido de se “vender manchetes” e de se obter receitas à custa da vida particular de outrem.
Assim, continuo sem perceber se é por mera curiosidade, se por voyerismo ou se por algum requinte de malvadez, este tipo de atitude persecutória que alguns supostamente informantes terão.
Sei é que se não houvessem determinados curiosos, não haveria lugar para tanta (des)informação…