No Brasil, anteontem, 16 de dezembro de 2008, foi eleito pelos seus pares Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o Past Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, Irmão Luís Zveiter.
Em Portugal, entre 20 e 22 de novembro, teve lugar o oitavo congresso dos juízes portugueses, organizado pela respetiva Associação Sindical, que aprovou um documento denominado Compromisso ético dos juízes portugueses. No capítulo da Imparcialidade, foi aprovado, além do mais, este saudável princípio:
Os juízes rejeitam a participação em actividades extrajudiciais que ponham em causa a sua imparcialidade e que contendam ou possam vir a contender com o exercício da função ou que condicionem a confiança do cidadão na sua independência e na imparcialidade da sua decisão.
E nos comentários aos princípios aprovados, desenvolveu-se, a propósito do princípio acima transcrito:
O juiz não integra organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos associados.
Não podia concordar mais! O diabo é que responsáveis da dita Associação Sindical logo vieram a público "traduzir" este princípio e o comentário a propósito no sentido de que os juízes entendiam ser contra a sua ética integrarem a Maçonaria ou a Opus Dei. E aqui é que, como diz o povo, a porca torce o rabo. Aqui é onde princípios saudáveis e pertinentes são distorcidos pelo preconceito. E, meus caros, um juiz preconceituoso é alguém que não é, por muito que se afirme ou, até, creia o contrário, imparcial. Porque sofre da mais profunda forma de parcialidade, o preconceito.
Preconceito é, no fundo um pré-conceito. Ou seja, um pré-juízo. Que é, obviamente, um prejuízo. Preconceito é prejuízo. Deveriam entender isto os preconceituosos que entenderam, sem saber do que falam, do alto da sua ignorância, etiquetar a Maçonaria como "associação secreta" (quanto à Opus Dei, é lá com eles, eles que se afirmem ou infirmem ser associação secreta).
O pior cego é aquele que não quer ver; o pior ignorante é aquele que não quer saber. Alinhar em chavões, propalar atoardas, presumir na base de ideias feitas (e mal feitas) é - só! - precisamente o OPOSTO do que se espera de um juiz. De um juiz espera-se que apure primeiro os factos e só depois emita o seu juízo, nunca que emita juízos precipitados e preconceituosos na base de pretensos factos apenas imaginados na sua mente.
Pois bem, para elucidação dos desconhecedores responsáveis sindicais, aqui relembro dois dos Landmarks da Maçonaria Regular, o sexto e o décimo. E, já agora, se não sabem o que são Landmarks maçónicos, eu explico: são o compromisso ético dos maçons, que vem de gerações atrasadas. Não precisou de ser agora fixado, e muito menos "reinterpretado" por nenhuma "associação sindical de maçons"...
Sexto Landmark: A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. É um centro permanente de união fraterna, onde reina a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.
Décimo Landmark: Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.
E, já agora, para esses responsáveis sindicais terem a certeza que nenhum dos outros Landmarks postula qualquer secretismo, façam o favor de os conferir todos aqui, na aba As doze regras. E, já que estamos com a mão na massa, para ver se deixam de dizer disparates sobre assuntos que desconhecem, o melhor mesmo será que procurem informar-se antes de abrir a boca e deixar sair asneira. Podem obter facilmente um manancial de informação sobre o que é a Maçonaria, por exemplo no sítio da Loja Mestre Affonso Domingues. Ou - ainda mais fácil! - vão lendo os já mais de oitocentos textos publicados e totalmente à disposição de qualquer interessado aqui no A Partir Pedra. Convenhamos que, para "associação secreta" não está nada mal...
Muito mal andaram os responsáveis sindicais dos juízes portugueses com este episódio! Que contraste com os seus colegas brasileiros! Mas, enfim, tem de se viver com os responsáveis sindicais que se arranja...
Rui Bandeira
Em Portugal, entre 20 e 22 de novembro, teve lugar o oitavo congresso dos juízes portugueses, organizado pela respetiva Associação Sindical, que aprovou um documento denominado Compromisso ético dos juízes portugueses. No capítulo da Imparcialidade, foi aprovado, além do mais, este saudável princípio:
Os juízes rejeitam a participação em actividades extrajudiciais que ponham em causa a sua imparcialidade e que contendam ou possam vir a contender com o exercício da função ou que condicionem a confiança do cidadão na sua independência e na imparcialidade da sua decisão.
E nos comentários aos princípios aprovados, desenvolveu-se, a propósito do princípio acima transcrito:
O juiz não integra organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos associados.
Não podia concordar mais! O diabo é que responsáveis da dita Associação Sindical logo vieram a público "traduzir" este princípio e o comentário a propósito no sentido de que os juízes entendiam ser contra a sua ética integrarem a Maçonaria ou a Opus Dei. E aqui é que, como diz o povo, a porca torce o rabo. Aqui é onde princípios saudáveis e pertinentes são distorcidos pelo preconceito. E, meus caros, um juiz preconceituoso é alguém que não é, por muito que se afirme ou, até, creia o contrário, imparcial. Porque sofre da mais profunda forma de parcialidade, o preconceito.
Preconceito é, no fundo um pré-conceito. Ou seja, um pré-juízo. Que é, obviamente, um prejuízo. Preconceito é prejuízo. Deveriam entender isto os preconceituosos que entenderam, sem saber do que falam, do alto da sua ignorância, etiquetar a Maçonaria como "associação secreta" (quanto à Opus Dei, é lá com eles, eles que se afirmem ou infirmem ser associação secreta).
O pior cego é aquele que não quer ver; o pior ignorante é aquele que não quer saber. Alinhar em chavões, propalar atoardas, presumir na base de ideias feitas (e mal feitas) é - só! - precisamente o OPOSTO do que se espera de um juiz. De um juiz espera-se que apure primeiro os factos e só depois emita o seu juízo, nunca que emita juízos precipitados e preconceituosos na base de pretensos factos apenas imaginados na sua mente.
Pois bem, para elucidação dos desconhecedores responsáveis sindicais, aqui relembro dois dos Landmarks da Maçonaria Regular, o sexto e o décimo. E, já agora, se não sabem o que são Landmarks maçónicos, eu explico: são o compromisso ético dos maçons, que vem de gerações atrasadas. Não precisou de ser agora fixado, e muito menos "reinterpretado" por nenhuma "associação sindical de maçons"...
Sexto Landmark: A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. É um centro permanente de união fraterna, onde reina a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.
Décimo Landmark: Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.
E, já agora, para esses responsáveis sindicais terem a certeza que nenhum dos outros Landmarks postula qualquer secretismo, façam o favor de os conferir todos aqui, na aba As doze regras. E, já que estamos com a mão na massa, para ver se deixam de dizer disparates sobre assuntos que desconhecem, o melhor mesmo será que procurem informar-se antes de abrir a boca e deixar sair asneira. Podem obter facilmente um manancial de informação sobre o que é a Maçonaria, por exemplo no sítio da Loja Mestre Affonso Domingues. Ou - ainda mais fácil! - vão lendo os já mais de oitocentos textos publicados e totalmente à disposição de qualquer interessado aqui no A Partir Pedra. Convenhamos que, para "associação secreta" não está nada mal...
Muito mal andaram os responsáveis sindicais dos juízes portugueses com este episódio! Que contraste com os seus colegas brasileiros! Mas, enfim, tem de se viver com os responsáveis sindicais que se arranja...
Rui Bandeira
Boas...
ResponderEliminarIsto de se criticar negativamente o que não se conhece faz-me lembrar da alegoria da "comida hinesa".
-gostas de comida chinesa?
-Não.
-Mas já experimentaste?
- Não!
- e como é que sabes que não gostas?
- apenas sei.
Ridiculo.
O problema geral dos tugas é criticar sempre aquilo que não conhece e que gostava que fosse conhecido.Apenas para matar a sua curiosidade.
Mas esuqcem-se que quando ouvem alguém cuscar da sua vida ficam logo todos "assustados", mas quando se trata de saber da privacidade de alguém, são os primeiros na fila para controlar, espiar, coscuvilhar e talvez apedrejar...
Há que agir com bom senso e apenas se criticar se for caso disso, apenas o que se conhece nunca o contrário.
abr...prof...