20 maio 2014
16 maio 2014
A minha Iniciação. Parte -2
Eis que de repente a viagem começou e eu por ela não tinha dado, ou melhor, por ela eu não queria dar.
Agora do silêncio da espera algo irrompia e de súbito uma mão para mim se estendeu.
De onde vinha e ou de quem era, isso agora não importava, o que contava era que a tal viagem para que eu me preparara agora já estava a acontecer.
A caminho, e de caminho, a uma porta, eu fui dar, e na consciência eu fui bater.
Que consciência?
A consciência de que esta viagem tinha de ser feita de uma forma leal e sentida, por isso se o sítio escuro, tinha de ser, porque haveria eu de os olhos querer usar.
Bem voltando à Porta, a que eu tinha ido dar, para a conseguir ultrapassar um segredo me foi contado.
- Não, claro que o não posso revelar. Lembrem-se, esta foi a viagem ao meu interior e só para mim ela faz sentido e significado consegue ganhar.
Depois de, no tal segredo, as respostas ter recebido, foi um tormento, ali logo concedido, mais fundo eu tinha que descer e numa gruta entrar.
Depois de muito andar, e por paredes estreitas ter passado, a um Grande Templo eu cheguei.
Assim e já dentro do Grande Templo eu me encontrar, quando de repente, para além de quem a mão me dava e os segredos me descortinava, uma voz forjada pela Sabedoria, pela Força e Beleza do conhecimento e saber, se fez ouvir, e comigo começou a falar.
- Quem tu és, porque aqui queres entrar?
- Não sabes que este é um Mundo reservado apenas a quem o merece ter.
- Porque te julgas merecedor de nele entrar?
- Não sabes, e já não ouviste contar, que quem aqui entra para trás já não pode regressar?
- Tens a consciência que com o Sagrado não se pode brincar e que se o caminho continuares a garganta te irei cortar, se daqui revelares o que vires e escutar?
- Que pavor, ou talvez não! - Na verdade era ali que eu queria estar, e para aquela viagem eu me tinha preparado, como podia sequer ficar assustado?
Em frente decidi ir e com a verdade me armar, nada tinha a temer por ali conseguir chegar, mas então com uma regra fui confrontado, para de mim mais saber, ia ter de ser julgado.
Nota: Para quem a ultima etapa desta viagem quiser conhecer, esperar pela próxima semana será o suficiente, para a derradeira etapa, e o Grande Segredo, ficar a conhecer.
Alexandre T.
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14 maio 2014
Eleição de Grão-Mestre 2014/2016: o currículo do candidato José Manuel Pereira da Silva
José Manuel Pereira da Silva
- 1º Grande Vigilante
- Assistente de Grão Mestre
- 1º Vice Grão Mestre
- Grão Mestre Interino
- Past V:.M:. das R:.L:. Jean Mons e Barbosa du Bocage
- Fundador do GPIL (Grande Priorado Independente da Lusitânia ), CBCS (Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa) e Cav:. de Malta do RER
- Grau 33 do REAA (Supremo Conselho para Portugal)
- Grau 33 do R:. Adonhiromita (Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita para Portugal)
- Grande Oficial Instalador da Grande Loja de Marrocos
- Representante da G:. L:. da Florida (USA).
- Ordem Honorífica Gomes Freire de Andrade
- Grão Mestre de Honra
- Grande Oficial (ad vitam)
- Participante como palestrante e conferencista sobre temas maçónicos e simbólicos em inúmeras iniciativas da GLLP, a convite de RR:.LL:. ou de entidades profanas.
- Licenciatura em Arquitectura, pela ESBAL, com classificação final de 15 val., em 18.07.1980
- Curso de Economia e Tecnologia da Construção, com Distinção, I.S.T./FSE, 1989
- Curso de Condicionamento de Edificios - CENFIC 1990
- Curso de Reabilitação de Edificios - CENFIC 1990
- Curso de Gestão da Qualidade - CEQUAL 1993
- Curso de Mestrado em Construção, do Instituto Superior Técnico, (Tecnologia e Economia da Construção e Reabilitação), 1991/1993.
- Doutorado em Ciências da Educação – Universidade de Huelva, Espanha
- Membro da Ordem dos Arquitectos Portugueses (nº 1626)
- Professor Efectivo da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, Caldas da Rainha, 3º Grupo (Construções Civis), atual GR 530.
- Professor equiparado a Adjunto da ESAD (Escola Superior de Arte e Design), Caldas da Rainha, em 93/94 e 94/95.
- Monitor em vários cursos de Formação Profissional (FSE).
- Formador certificado pelo IEFP, leccionando desde 2003 a disciplina de Tecnologia da construção dos Cursos de Formação Profissional em Mediação Imobiliária, em acções reconhecidas pelo IMOPPI, no CEFORCAL em Caldas da Rainha.
- Formador certificado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, no âmbito da formação de professores.
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09 maio 2014
A minha Iniciação. Parte -1
Sim decidi tomar uma grande decisão.
Decidi fazer uma grande viagem, uma viagem para não mais voltar.
Não, não é uma daquelas em que partimos para um outro lado qualquer e por lá ficamos. Esta viagem foi uma viagem muito mais complicada, esta foi aquela viagem!
Foi a viagem ao meu interior;
Ao meu mais íntimo;
À minha razão de ser;
A viagem ao principio de tudo.
Nesta caminhada decidi encarar todos os meus medos e confrontar os meus receios. Assim e com a decisão tomada comecei a prepara as coisas para levar nesta viagem.
Identifiquei de onde eu era;
Filho de quem e de que famílias proviam as minhas origens;
As razões que me levavam a fazer esta caminhada;
O sentido de fazer a mesma;
Enfim todas aquelas coisas que normalmente levamos numa viagem, pelo menos numa viagem como esta.
Depois de tudo inventariado e Check-List realizado, estava pronto para partir.
Parti e decidi, com convicção, de que era o caminho certo, de que este era realmente o meu caminho, senão nada fazia sentido.
Nada do que até agora havia feito;
Nada por onde tinha passado e aprendido;
Passo ante passo, pé ante pé, a caminho me coloquei, naquele caminho que ao meu interior me havia de levar.
Estava escuro e frio, ou não, mas segui;
Tudo era negro, ou não, mas mantive-me firme;
Gritos e ruídos, por mim passavam, ou não, mas sem nada a temer;
Imagens por mim passaram, ou não, mas tal coisa não conseguia entender;
Uma coisa era certa a decisão tomada estava e agora o meu Eu me esperava.
Fechei todas as portas que para trás tinham ficado, do Mundo Profano agora me afastava, começava agora a abrir, ao de leve, mesmo de muito ao de leve a porta da Alma ao Sagrado.
Com a consciência de que este era o passo certo, nada mais havia a fazer, para trás ficavam as incertezas e as inseguranças, agora tudo era fácil, eu já ali estava, o que de mal poderia acontecer?
Por certo nada, claro que não, nada havia a temer, esta era a viagem que eu queria fazer.
Na verdade em todos estes passos, no quarto escuro eu continuava, sem dele sequer conseguir sair, que tinha eu de fazer para ao meu interior conseguir descer?
Decidi esperar, pois se assim tivesse que ser, tal se iria realizar, alguma ajuda, eu haveria de ter, e por certo ela ai estria a chegar.
Esperei e continuei a esperar que a tal viagem, eu pudesse iniciar.
Nota: Para quem esta viagem quiser continuar a seguir, esperar pela próxima semana será o suficiente, para mais uma etapa ficar a conhecer.
Alexandre T.
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07 maio 2014
Eleição de Grão-Mestre 2014/2016: o currículo do candidato Júlio Meirinhos
- Venerável Mestre da R:. L:. Luz do Norte, nº21
- Venerável Mestre Fundador da R:. L:. Rigor, nº 57
- Assistente de vários M:.R:. Grão‐Mestres
- Vice Grão‐Mestre de vários M:.R:. Grão-Mestres
- Grande Representante da Grande Loja de Mestres Maçons de Marca de França
- Grande Representante da Grande Loja da Holanda
- Membro honorário de diversas Lojas Nacionais e Estrangeiras.
- Grande Oficial da Ordem General Gomes Freire de Andrade
- Grã‐Cruz da Ordem General Gomes Freire de Andrade.
- Sumo‐Sacerdote do Capítulo nº 6, Mosteiro Castro de Avelãs
- Ilustre Mestre do Conselho nº 3, S. Bartolomeu
- Eminente Comendador da Comenda nº 3, Cristóvão Colombo
- Presidente da Ordem da Rosa
- Membro da Ordem dos Sumo‐Sacerdotes Ungidos e Consagrados
- Membro da Ordem da Trolha
- Grande Sumo‐Sacerdote do Supremo Grande Capítulo do Arco Real de Portugal
- Grão-Mestre do Grande Conselho de Mestres Reais e Escolhidos de Portugal
- Generalíssimo da Grande Comenda de Cavaleiros Templários de Portugal
- Grau 32º do Supremo Conselho para Portugal dos Soberanos Grandes Inspectores Gerais do 33º e último grau do Rito Escocês Antigo e Aceite
- Patriarca Inspector Geral do 33º e último grau do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita para Portugal.
- Licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra
- Advogado
- Presidente de Câmara durante 4 mandatos
- Deputado em duas legislaturas
- Coordenador da Comissão Parlamentar de Ética.
- Membro da Comissão Parlamentar de Defesa
- Secretário‐Geral e Notário privativo do Leal Senado de Macau
- Juiz Presidente do Tribunal Administrativo e Contas de Macau
- Membro fundador e dirigente do Instituto Jurídico de Macau
- Docente da Faculdade de Direito de Macau
- Membro da Academia da “Língua Asturiana” Oviedo‐Espanha
- Auditor de Defesa Nacional
- Presidente do Agrupamento de Municípios da Terra Fria Transmontana
- Administrador da Associação de Municípios de Trás‐os‐Montes e Alto Douro
- Coordenador do PROCOA‐ Programa de Desenvolvimento Integrado do Vale do Côa
- Membro do Comité das Regiões em Bruxelas
- Presidente do Conselho da Região da Comissão de Coordenação da Região Norte
- Governador Civil de Bragança
- Presidente da Assembleia para a criação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança
- Presidente de diversas associações (Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro, Associação Ibérica Antinuclear)
- Dirigente e membro fundador da Associação Nacional de Municípios Portugueses
- Presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano
- Vice‐Presidente da ANRET (Associação Nacional das Regiões de Turismo
- Vice‐Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
- Cidadão honorário do Município de Miranda do Douro ‐ Grau Ouro.
- Agraciado pelo Estado Português com o grau de Comendador da Ordem Nacional do Infante D. Henrique.
- Eleito o «Melhor Autarca do ano de 1986» ‐ Prémio telex de prata‐ANOP.
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30 abril 2014
Eleição de Grão-Mestre 2014/2016: os candidatos
A ambos os candidatos, a Loja Mestre Affonso Domingues formula votos de felicidades e manifesta a sua confiança em que ambos serão iguais a eles próprios no decorrer do período de esclarecimento que decorre até ao dia da eleição.
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23 abril 2014
Há quarenta anos, dia por dia...
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16 abril 2014
Lição de um Mestre ao seu Aprendiz - VI
Antes do mais, sê muito bem-vindo entre nós. Estás aqui por teus méritos e, sobretudo, por tuas potencialidades. A ti, e só a ti, deves a admissão no seio dos obreiros desta Oficina da Augusta Ordem da Maçonaria. Nós, os que vos acolhemos, limitámo-nos a reconhecer em ti a capacidade e a vontade de efetuar o longo – direi mesmo: interminável -, trabalhoso – acrescentarei: permanente – e minucioso – precisarei: rendilhado – processo de transformação de um Homem Bom num Homem Melhor.
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Marcadores: Aprendiz
09 abril 2014
Prancha de proficiência
Na Loja Mestre Affonso Domingues, um dos requisitos necessários para que um Aprendiz seja elevado a Companheiro ou para que um Companheiro seja Exaltado Mestre Maçom é a apresentação em Loja de uma prancha, isto é, de um trabalho elaborado pelo obreiro.
Ao longo do seu tempo de trabalho no grau respetivo, o Aprendiz ou Companheiro pode preparar diversos trabalhos que, normalmente, apresenta em reuniões da respetiva Coluna. O trabalho que irá ler em Loja poderá ser um desses ou poderá ser expressamente elaborado para esse efeito. Qualquer que seja a opção, essa apresentação da prancha de proficiência do Aprendiz ou Companheiro deve decorrer de um duplo juízo sobre a sua pertinência. Duplo juízo sobre se o trabalho está concluído ou se se deve ainda melhorá-lo, que deve ser efetuado pelo autor do mesmo e pelo seu Vigilante.
Não deve haver pressa em apresentar a prancha de proficiência. Ela é o espelho da evolução do obreiro no momento em que é apresentada. Por isso deve haver um especial cuidado na sua apresentação. Por isso deve tal prancha ser considerada como concluída e pronta para ser divulgada em Loja apenas quando satisfaça, quer o seu autor, quer o Vigilante responsável pela sua integração e evolução.
A apresentação de uma prancha de proficiência em Loja é sempre aguardada com expectativa na Loja Mestre Affonso Domingues. É mais um de nós que mostra a sua evolução, os caminhos que explora, o seu processo de transformação de homem bom em homem melhor. Mas, para além de um momento de expectativa também sempre é, deve ser, mais um momento de evolução, um patamar, não só de chegada, mas sobretudo de nova partida. Por isso, a Loja e os seus Mestres que - sempre! - comentam a prancha apresentada buscam um equilíbrio entre o devido e justo reconhecimento do trabalho efetuado e a sempre presente exigência de que, por muito bom que esteja o trabalho, por muito bem que tenha evoluído o obreiro, sempre poderá e deverá ser melhor, fazer melhor, persistir na senda da busca da inatingível perfeição.
É por essa razão que a crítica às pranchas de proficiência na Loja Mestre Affonso Domingues é normalmente severa, por vezes acerba, sempre dura. Não deixando de se reconhecer os méritos, aponta-se impiedosa e cruamente o que falta ou o que deveria mais bem ser feito. Não pelo prazer de criticar ou mostrar qualquer (inexistente) pretensa superioridade. Apenas como ferramenta para que o próprio maçom, aquele que apresenta o seu trabalho à consideração dos demais, mas também cada um destes, sempre busque ser e fazer mais e melhor. É justa e agradável a noção e o reconhecimento de que um trabalho está bem feito. Mas não pode, não deve, deixar de estar sempre subjacente a noção de que qualquer trabalho, qualquer obra, por muito bem que esteja, pode sempre ser melhor.
Dar por concluída e pronta para ser apresentada em Loja uma prancha de proficiência não deve nunca significar que é trabalho insuscetível de ser melhorado. É apenas o melhor trabalho que se está em condições de fazer nesse momento. Mas o objetivo, o caminho, é sempre crescer, sempre avançar, sempre aprender, sempre afinar as nossas capacidades - e, portanto, sempre estar em condições de melhorar aquilo que um dia foi o melhor que então pudemos fazer.
É por essa razão que, na cultura que a Loja Mestre Affonso Domingues procura que os seus obreiros adquiram e aprimorem, se tem presente que o elogio, o reconhecimento é agradável e justo - mas a crítica é o impulso para poder ser melhor. Para a Loja Mestre Affonso Domingues não basta o Justo. Ambiciona-se o Perfeito!
Rui Bandeira
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Marcadores: prancha
02 abril 2014
Harmonia
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Marcadores: Harmonia
26 março 2014
O silêncio do Mestre
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Marcadores: Mestre
19 março 2014
Entre Colunas
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12 março 2014
O Vigésimo Terceiro Venerável Mestre
Foi eleito para o exercício do ofício de Venerável Mestre em julho de 2012. Foi instalado na Cadeira de Salomão no início do ano maçónico de 2012/2013, para exercer o ofício até à instalação do seu sucessor, prevista para ocorrer no início do ano maçónico subsequente.
Rui S., o Vigésimo Terceiro Venerável Mestre, não tinha, assim, tarefa fácil - e tinha consciência disso. As suas caraterísticas pessoais eram diferentes das do seu antecessor. Onde este era organizado, Rui era espontâneo. A um cultor da organização e da programação, sucedeu um afável e gregário gestor de iniciativas que privilegiava o momento, a integração do inesperado.
Nuno L. organizara a Loja com rigor. Rui S., com a noção de que o trabalho de organização estava feito, no essencial, procurou catalisar a Loja para as organizações. Com a casa arrumada, entendeu ser o momento de a Loja organizar iniciativas abertas ao exterior. Estimulou a realização de eventos sob a égide da pessoa coletiva que confere personalidade jurídica à Loja, a Associação Mestre Affonso Domingues, seja em organização própria, seja em colaboração com terceiros.
Duas vertentes distintas marcaram essas realizações. Por um lado, atividades sociais envolvendo os obreiros da Loja e suas famílias, no reforço dos laços entre todos. Foi o caso, por exemplo, de uma visita programada e guiada a Palmela, de uma segunda - e diferente da primeira - visita guiada a locais de Lisboa com interesse maçónico e de uma visita à Loja João Gonçalves Zarco, que trabalha ao Oriente do Funchal, complementada com um programa social pensado tendo em vista também as famílias que se deslocaram acompanhando os obreiros visitantes. Por outro, o apoio a organizações e eventos de caráter cultural, de que refiro, a título exemplificativo, uma exposição de fotografia de dois obreiros da Loja e uma outra exposição organizada numa aldeia do distrito de Lisboa.
O ano de mandato do Rui S. foi, assim, um ano de sucessivos eventos e organizações. Foi um ano de fazer, de executar, de reforço de laços entre os obreiros da Loja e suas famílias. Foi, sem dúvida, um ano agradável.
Mas todo o verso tem o seu reverso e este período também teve algumas implicações ou consequências negativas. A pujança da Loja manifestava-se externamente, mas descurando-se um pouco o que se tinha por adquirido, a sua organização interna. E ocorreu algo que se revelou mais difícil de ultrapassar: a imagem de pujança que externamente a Loja transmitiu levou naturalmente a que esta fosse solicitada a colaborar no lançamento de outros projetos, de outras Lojas, cedendo alguns dos seus obreiros. Em pouco tempo, apenas num ano, a Loja cedeu vários obreiros seus para lançamento de outras Lojas. O próprio Rui S., no final do seu mandato, anunciou que não asseguraria a função de Ex-Venerável Mestre (o principal conselheiro do Venerável Mestre em exercício), porque iria, pelo menos por seis meses, dirigir uma nova Loja. O ano de realizações foi também o ano em que a Loja teve de abdicar de um significativo número de quadros que formara e com que contava para a direção dos seus destinos nos anos mais próximos. Na esteira da sua tradição de organização de doações de sangue, a Loja deu boa parte do seu sangue para novos e outros projetos... A Loja ficou assim com o número de Mestres ativos consideravelmente reduzido.
Porém, ela tinha no seu seio a solução para o problema que surgira. Nuno L. deixara a Loja com um quadro de Companheiros bem guarnecido, ainda reforçado no decorrer do mandato de Rui S.. Foi apenas uma questão de apressar a ultimação da formação destes elementos e preparar o seu acesso a Mestres Maçons. No final do mandato de Rui S., a Loja estava pronta para reguarnecer o seu quadro de Mestres. O ano seguinte seria dedicado a essa tarefa e à rápida integração e preparação destes para a subsequente assunção dos destinos da Loja.
A sucessão de realizações no período de mandato de Rui S. implicou ainda um outro preço: foram mobilizados fundos da Loja e, no final do ano, feitas as contas, os fundos disponíveis tinham baixado consideravelmente. A Loja não estava em dificuldades financeiras, longe disso, mas tomou consciência de que era também necessário reequilibrar a vontade de fazer coisas, organizar, com as disponibilidades económicas reunidas e disponíveis.
O ano de liderança do Rui S. foi um ano de agradável fruição do que se reunira, do que se obtivera. Mas foi também um ano que mostrou que era necessária a definição de justos e prudentes equilíbrios: equilíbrio entre a capacidade e "velocidade" de formação de quadros e a possibilidade de dispensar quadros formados para lançamento de outros projetos; equilíbrio entre a vontade de organizar, fazer, com a necessidade de manter organizada e equilibrada a retaguarda de funcionamento burocrático e de financiamento da Loja.
Com o Rui S., a Loja aprendeu algo que era a altura de aprender: a necessidade de equilíbrio, a conveniência de se organizar de forma a que nunca se venham a dar passos maiores do que a perna. Em linguagem de estratégia militar, aprendeu que a vanguarda não pode avançar sem a preocupação de manter garantidas as linhas de abastecimento. No caso da Loja Mestre Affonso Domingues, avançou-se, fez-se, realizou-se. Mas houve a lucidez de entender que as "linhas de abastecimento" (de quadros e de meios financeiros) estavam a ficar fracas e que era necessário reforçá-las. E, portanto, de decidir fazer uma pausa nas realizações externas para proceder aos necessários rearranjos e reforços.
Com o Rui S., a Loja tomou consciência dos seus limites. E não os ultrapassou, antes parou e providenciou as necessárias correções. Porque assim fez, ficou melhor e mais forte. Porque identificou em tempo as suas debilidades e as causas delas e se preparou para as corrigir em tempo útil. Aprendeu assim que os avanços não são sempre em linha reta e sem pausas. Há que saber consolidar para voltar a avançar. Há que reparar brechas nas fileiras antes de prosseguir. Esta lição espero que seja recordada no futuro da Loja. Porque é a diferença entre a pujança da juventude, quando se pensa que o mundo é nosso e tudo se pode fazer, e o equilíbrio da maturidade. A Loja Mestre Affonso Domingues, na sua juventude de vinte e três anos está a aprender a ser madura!
Rui Bandeira
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Marcadores: Memória da Loja
06 março 2014
05 março 2014
Delta (II)
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
Marcadores: Delta, Simbolismo