tag:blogger.com,1999:blog-292671332024-03-08T02:55:07.716+00:00A PARTIR PEDRABlogue sobre Maçonaria escrito por Mestres da Loja Mestre Affonso DominguesPaulo M.http://www.blogger.com/profile/01670712489053994604noreply@blogger.comBlogger1623125tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-22438064824762964472022-10-21T14:55:00.003+01:002022-10-21T14:55:43.664+01:00A epistemologia da néscionaria e as cinco leis fundamentais da estupidez <p> Por Rui Badaró, V.M. da Justa e Perfeita Loja de São João, 680. GLESP. Primeira parte: A epistemologia dos néscios Em seu livro “Discurso da estupidez”, Mauro Mendes Dias brinda o leitor com um verdadeiro manual para aprender a captar as estultices e esclarece que a estupidez não é autoengendrada, vez que, de um lado, ela não é sem causa e, de outro, mantém relação com o tipo de ação da verdade que emerge parcialmente nela. Mas qual verdade? Aquela que metamorfoseia em certeza. Como uma aparição do além-túmulo, ela nos faz lembrar a função que cumpre o fantasma do pai morto para Hamlet, no início da peça de Shakespeare. Assim, na maçonaria, tendo o irmão se ensurdecido para qualquer tipo de dúvida ou objeção, deixa-se conduzir por uma missão que clama por vingança. Diferentemente do gesto de Ulisses na Odisseia, o tapar de ouvidos aqui é condição para o sucesso de viagem em direção às rochas da estupidez, as quais não provocam a morte dos passageiros, mas sim a sua proliferação. A estupidez não precisa de teste, verificação e fundamento. Olhando em volta, vê-se coisas que se enquadram nessa “epistemologia da estultice”, como irmãos acreditando que, por meio da cadeia de união, curam-se doenças – basta enviar as vibrações energéticas. Bom, de qualquer modo, a estultice não está em quem prega — isso é malandragem —, e, sim, está em quem acredita. Claro que esse fenômeno é também uma metáfora da sociedade. Também há outros bons exemplos como o conteúdo do “Breviário maçônico de Rizzardo Da Camino”, que induz irmãos a embarcarem no senso comum de que, afinal, sendo o autor irmão, grau 33 do REAA, “jurista” e profundo conhecedor da fraternidade, não há que se refletir sobre aquilo que por ele foi escrito. Basta ler, crer e dogmatizar. Cogito, ergo estupidus. Aliás, tudo por meio do subjetivismo, do emotivismo, da nossa metaética que é mais meta do que ética — sem epistemologia — esculpida em carrara: o critério de objetividade, na maçonaria, a maioria das vezes, é aquilo que o irmão (estúpido) quer que seja. Eis o busílis nos tempos atuais. Se o irmão não gosta do discurso, monta outra Loja, se discorda da postura da potência, cria-se outra. E assim, a néscionaria multiplica-se exponencialmente num fértil ambiente onde a profundidade do debate não ultrapassa o tamanho das pernas de uma formiga anã. Segunda parte: O negacionismo maçônico e as cinco leis da estupidez comentadas artigo por artigo Tratemos do negacionismo e da epistemologia da estupidez na maçonaria, ou seja, da néscionaria. O interessante é que não há uma fraternidade dos estultos, ao menos não formalmente. O que parece, sim, é haver uma mão invisível que os organiza, como lembra Carlo Cipolla, no livro Allegro, ma non tropo, uma sátira sobre a estupidez. A mão invisível da néscionaria. Cipolla nos brinda com uma epistemologia dos néscios (a expressão é do estimado Prof. Lenio Streck), mostrando as cinco leis fundamentais, que agora adapta-se para a maçonaria: </p><p>1. Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de irmãos estúpidos que circulam pela fraternidade maçônica. Com efeito, ao ver maçons valendo-se do Whatsapp, YouTube, Tiktok e quejandos para compreender os objetivos da maçonaria e irmãos “ensinando” história e filosofia maçônica sem sequer terem conhecimento e formação nas disciplinas e, pior, outros irmãos estudando a fraternidade por breviários, resumos, resuminhos, esquemas ou limitando-se às apresentações pobres de Powerpoint que pipocam em todos os ambientes virtuais para explicar a importância e finalidade da maçonaria. Essa primeira lei passa pela CHS (condição hermenêutica de sentido) e está demonstrada todo dia. Quod erat demonstrandum constante. </p><p>2. A probabilidade de que uma determinada pessoa iniciada na maçonaria seja estúpida é independente de qualquer outra característica da mesma pessoa. De fato, essa segunda lei também é verificável, já que nos diversos graus da maçonaria, a distribuição do “IE—índice de estupidez” é quase igual. Nesta época pós-pandemia isso fica mais visível. Basta uma olhada rápida no mundo das lives maçônicas. Todo mundo virou “artista/professor”, com o que todos os gatos se tornaram pardos. Interessante é que a febre das lives é mais visível em algumas áreas, dentre elas, a maçonaria. Por que será? Daqui a pouco, teremos uma grande live maçônica sobre lives maçônicas—e ninguém a assistirá, pois estarão todos os irmãos gravando uma live maçônica. A Grundlive maçônica. Grupos de whatsapp sobre maçonaria não escapam dessa fenomenologia. As neocavernas desafiam o desgosto de Platão. </p><p>3. Um irmão estúpido — mormente se tiver atingido o mestrado maçônico (porque são muitos)—é aquele que causa dano a outro irmão ou Loja sem, ao mesmo tempo, obter um benefício para si mesmo ou mesmo causar prejuízo. Perfeito. Cipolla não considerou a estupidez como uma questão de quociente intelectual, mas sim uma falta de inteligência relacional. Ele parte da ideia de que, ao nos relacionarmos uns com os outros, podemos obter benefícios e proporcionar benefícios aos outros ou, pelo contrário, podemos causar danos ou prejudicar os outros. Mas na Maçonaria não é assim. Um irmão estúpido é aquele que prejudica os outros e muitas vezes também ele mesmo. Basta ver nas redes sociais. Se você posta algo sofisticado, o irmão estúpido (mormente o mestre maçom) vem e faz como o pombo no jogo de xadrez: esculhamba as pedras e faz cocô no tablado. E sai dizendo que venceu. De peito estufado. Orgulhoso de sua vencedora estupidez. Por que um néscio quer esculhambar o discurso que ele não entende ou nunca se esforçou para entender? Por que ele só usa livros resumidinhos e resumos dos resumos? Ou seja, está comprovada a terceira lei: o néscio não se importa com soma zero. Segundo Cipolla, há ainda o supernéscio: aquele que esculhamba os nãonéscios e ainda se prejudica, sendo processado pelo que postou. Ou seja, só prejuízo. </p><p>4. Maçons não-estúpidos sempre subestimam o potencial prejudicial de estúpidos. Essa quarta lei de Cipolla é autoexplicativa. Por vezes, eles atacam à socapa e à sorrelfa. E nem é possível reagir. Estupefatos com a estupidez dos irmãos estúpidos. </p><p>5. O irmão estúpido (ou néscio) é o mais perigoso. Por último, a quinta lei é autoaplicável. Como diz Cipolla, “Todos os seres humanos estão incluídos em quatro categorias fundamentais: o desavisado, o inteligente, o malvado (ou ladrão) e o estúpido. De onde: (i) A pessoa inteligente sabe que é inteligente; (ii) o malvado está ciente de que ele é mau; (iii) o desavisado é dolorosamente imbuído do senso de sua própria sinceridade e, (iv) ao contrário de todos esses personagens, o estúpido não sabe que é estúpido. Ele não sabe que não sabe. Como acentua Cipolla e Streck, isso de não saber que não sabe contribui para dar maior força, incidência e eficácia à sua ação devastadora. Aqueles que sabem que não sabem estão perdidos, entre todos aqueles que acham que sabem que sabem, aqueles que sabem que não sabem mas fazem mesmo assim— razão cínica—e aqueles que não sabem que não sabem e não querem saber que não sabem tudo aquilo que não sabem e nem querem saber. Enfim, eis a adaptação das 05 leis fundamentais da estupidez humana de Cipolla. Que sirvam de estímulo para compreensão do estado da arte maçônica e permita a criação de um ambiente de reflexão para combater a néscionaria, uma de suas principais mazelas. Adiante! </p>Marcos Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/02577144218154264310noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-6000319523243530562022-08-29T18:10:00.005+01:002022-08-29T18:10:12.125+01:00Loja Mestre Affonso Domingues - 32 anos<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihKkpwulV7K0TwUFRmlOVUp-SETfAlRIzhYn9c7s_0hID5CkShWYsN6U4l3b7_4rHK7EpbbZrv-rbWLa04AMY7ZCXgIQjnWtvdQe0ZrV-xUNiTwhNQa-1Lz0X1gv9mXheMke80v35x61akFkEHNdd1s0HGw1_jCZnlijK5SkG5OdIKnv3-cg/s1351/RLMAD-J%C3%B3ia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1351" data-original-width="1272" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihKkpwulV7K0TwUFRmlOVUp-SETfAlRIzhYn9c7s_0hID5CkShWYsN6U4l3b7_4rHK7EpbbZrv-rbWLa04AMY7ZCXgIQjnWtvdQe0ZrV-xUNiTwhNQa-1Lz0X1gv9mXheMke80v35x61akFkEHNdd1s0HGw1_jCZnlijK5SkG5OdIKnv3-cg/s320/RLMAD-J%C3%B3ia.jpg" width="301" /></a></div><p></p><p><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></p><p><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">A </span><a href="http://affonsodomingues.home.sapo.pt/" style="text-align: justify;"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Loja
Mestre Affonso Domingues</span></a><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;"> foi fundada,
ainda antes da formal constituição da Grande Loja Regular de Portugal (GLRP),
hoje </span><a href="http://www.gllp.pt/" style="text-align: justify;"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Grande
Loja Legal de Portugal/GLRP</span></a><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">, como loja
pertencente ao Distrito de Portugal da Grande Loge Nationale Française (</span><a href="http://www.glnf.fr/" style="text-align: justify;"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">GLNF</span></a><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">).
Foi, na ordem de numeração desse Distrito, ulteriormente mantida na ordem de
numeração da GLLP/GLRP, a Loja n.º 5, com a sua criação contemporânea das
quatro que a precedem nessa Ordem: </span><a href="http://www.geocities.com/loja_fernando_pessoa/" style="text-align: justify;"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fernando
Pessoa, n.º 1</span></a><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">, Porto do Graal, n.º2, Europa, n.º 3, e
General Gomes Freire de Andrade, n.º 4. Todas agruparam maçons que, oriundos do
Grande Oriente Lusitano (</span><a href="http://www.gremiolusitano.eu/" style="text-align: justify;"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">GOL</span></a><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">),
Obediência que se integra na corrente liberal da Maçonaria, desejavam refundar
a Maçonaria Regular em Portugal.</span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">
<br />
A data de constituição oficial da Loja Mestre Affonso Domingues, enquanto Loja
nº 5 da GLLP/GLRP é coincidente com a data da fundação da Grande Loja Regular
de Portugal, hoje Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, em 29 de junho de 1991.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
No entanto, o verdadeiro ano da fundação da Loja Mestre Affonso Domingues é o de
1990 e a data da sua fundação antecede a da grande Loja precisamente em 364
dias. Com efeito, a carta-patente da Loja foi emitida, pelo então Grão-Mestre
da Grande Loge Nationale Française (</span><a href="http://www.glnf.fr/"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">GLNF</span></a><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">),
André Roux, em 30 de Junho de 1990, ainda no âmbito do Distrito de Portugal
daquela Grande Loja. 30 de Junho é, assim, a data de aniversário da Loja.
Recorde-se que a reinstituição da Regularidade Maçónica em Portugal
processou-se através de criação de várias Lojas sob os auspícios da GLNF, que constituíram
o Distrito de Portugal daquela Obediência Regular e que, ulteriormente,
obtiveram a consagração da Grande Loja Regular de Portugal, hoje </span><a href="http://www.gllp.pt/"><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Grande Loja Legal de Portugal/GLRP</span></a><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
Foram designados para exercer, em primeiro lugar, os ofícios de Venerável
Mestre, 1.º Vigilante e 2.º Vigilante, respetivamente, os Irmãos EM, HPV e JCC.
Na lista dos fundadores da Loja<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>incluem-se, nada mais, nada menos, os que vieram a ser os três primeiros
Grão-Mestres da GLLP/GLRP: Fernando Teixeira, Luís Nandin de Carvalho e José Manuel
Anes!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">HPV
durante algum tempo teve se cumprir outras tarefas necessárias à Grande Loja,
noutras Lojas da Obediência. Mas sempre regularmente visitou a nossa Loja, que
fundou, e, felizmente, está agora entre nós, como obreiro e Antigo Venerável da
Loja. É o mais antigo de nós e que assim permaneça tanto tempo quando o Grande
Arquiteto o permitir! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A
nossa Loja, não sendo melhor nem pior do que as demais Lojas da GLLP/GLRP, ao
longo dos 32 anos já decorridos tem sido sempre um esteio da Obediência em que
se insere. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Foi-o
nos primeiros tempos em que, por Decreto do Grão-Mestre Fundador, </span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;">teve, durante algum tempo, o quase exclusivo de iniciar, passar a
Companheiro e elevar a Mestre (para além dela, só o próprio Grão-Mestre e a
Grande Loja o podiam fazer). Assim, virtualmente durante cerca de dois anos,
quase todos os Maçons da Obediência foram iniciados por Oficiais da Loja Mestre
Affonso Domingues.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;">Foi-o novamente
aquando dos dolorosos tempos da cisão de 1996/1997, na sequência do golpe da
Casa do Sino!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;"><br />
<span style="background: white;">De um dia para o outro, a Loja ficou sem
instalações, ocupadas pelos golpistas, com recurso a seguranças armados, foi
pressionada a aderir ao golpe, por uns, e instada a permanecer leal ao
Grão-Mestre eleito, por outros. Todos, na Loja e fora dela, de um lado e do
outro, rapidamente se apercebem que a opção que a Loja Mestre Affonso Domingues
tomasse teria todas as condições para ser determinante na opção de outras Lojas
e muitos outros obreiros, pois a esmagadora maioria dos obreiros da Grande Loja
fora iniciada pela Loja Mestre Affonso Domingues, os seus elementos ajudaram a
consagrar muitas Lojas, de Norte a Sul, do Litoral ao Interior. A influência da
Loja Mestre Affonso Domingues podia ser determinante para o sucesso da cisão ou
para o suporte do Grão-Mestre eleito e então contestado. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;"><br />
Na ocasião, a Loja reuniu com todos os seus elementos. Atenta a importância da
decisão, definiu que a sua deliberação, após o necessário debate, seria tomada
segundo o princípio “um homem, um voto”, não fazendo distinções entre Mestres,
Companheiros e Aprendizes. A primeira deliberação tomada foi que só havia e só
haveria uma Loja Mestre Affonso Domingues, ficasse leal ao Grão-Mestre eleito
ou acompanhasse a cisão. Todos se comprometeram a que, quem ficasse em minoria,
tendo obviamente o direito de seguir o caminho que entendesse, renunciava a
criar ou cooperar na criação de uma Loja Mestre Affonso Domingues alternativa à
original, à verdadeira, à única Loja Mestre Affonso Domingues. E logo ficou
também assente que, quem se afastasse, teria o direito de voltar à Loja se e
quando o entendesse.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt;">Após aceso e
prolongado debate, por maioria deliberou-se que a Loja permaneceria leal ao
Grão-Mestre eleito. Quem ficou vencido, exerceu o seu direito de se afastar e
se reunir aos cisionistas. <br />
Uma parte significativa destes, mais tarde voltou – e foi como se nunca
tivessem saído! E aqueles que partiram e não voltaram (ainda?), porque foram
dos nossos, continuarão para sempre a ser dos nossos, porque honraram a sua
palavra, porque respeitaram a Unidade e a Identidade da Loja que ajudaram a
criar, a crescer e a desenvolver-se e porque, portanto, muito do que a Loja
foi, algo do que é, um pouco do que será, também é deles.</span><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br />
Até hoje, uma das caraterísticas – talvez a principal – da nossa Loja é que
nela não têm lugar disputas eleitorais quanto à sua liderança. O Primeiro
Vigilante de um ano é eleito Venerável Mestre do ano seguinte, e ponto final. E
o Segundo Vigilante de um ano será o Primeiro Vigilante no ano seguinte e o
Venerável Mestre no subsequente, e novo ponto final! Só quando motivos de força
maior o impossibilitarem se procurará uma solução alternativa, respeitando a
antiguidade e o parecer dos mais antigos. Quando isso foi necessário, a solução
foi tomada por consenso e assim deverá, sempre que necessário, continuar a ser.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A
Loja Mestre Affonso Domingues é o que é porque, pura e simplesmente, nunca
admitiu que no seu seio a questão da escolha da sua liderança fosse um problema
ou sequer um fator de temporária desestabilização. Ao longo de trinta e dois
anos, nunca tivemos uma disputa eleitoral, nunca tivemos de <i>apanhar os
cacos</i> decorrentes de uma luta dessa natureza. Conseguimos e soubemos
identificar, estabelecer e aplicar as condições necessárias e suficientes para
tal. O preço de abandonar este princípio identitário seria muito elevado, seria
a senda para mudar a Loja Mestre Affonso Domingues que construímos, de que
gostamos e em que nos sentimos bem noutra coisa qualquer. Tão simples como
isso! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Não
conhecemos o futuro e não podemos, portanto, garantir, que nunca mudará este
princípio. Mas uma coisa podemos todos desejar: que pelo menos nos próximos
trinta e dois anos assim continue a ser, que nos próximos trinta e dois anos a
nossa Loja Mestre Affonso Domingues continue a ser esta nossa Loja Mestre
Affonso Domingues, tal como ela é, tal como a fizemos e vamos, dia a dia, ano a
ano, construindo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Se
o conseguirmos fazer, honramos os nossos Fundadores e todos aqueles que nos
trouxeram até aqui. E daqui a trinta e dois anos, os nossos sucessores
(desejavelmente incluindo alguns do que hoje aqui estão) apenas terão de
renovar este compromisso por mais sessenta e quatro anos, e assim
sucessivamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E
assim continuaremos a construir algo que é maior do que nós, a nossa Loja
Mestre Affonso Domingues!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rui
Bandeira<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Mestre
Maçom<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Prancha
lida na sessão de treze de julho de dois mil e vinte e dois da Loja Mestre
Affonso Domingues<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-62701992073053172892022-03-30T12:00:00.001+01:002022-03-30T12:00:00.204+01:00AS TRÊS GRANDES LUZES DA MAÇONARIA, A MORAL E A ÉTICA <p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">As
três grande luzes da Maçonaria são o Compasso, o Esquadro e o Livro da Lei
Sagrada.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Talvez
o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um
esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas
para baixo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Como
normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">É
corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser
apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar
facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que
facilmente se tira com tal ferramenta. Da retidão geométrica assim facilmente
obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles
que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a
sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética. Esta
caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas
porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada
pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a
Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um
espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a
noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela
Ética e pela Moral. Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com
equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a
traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o
qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo
em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência
numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a
noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e
flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento.
Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa
de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o
certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o
compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando
ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o
plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto
entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos
sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso
traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de
círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse.
É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do
mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece
para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente
essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e
ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se
portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas
vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio
vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou
secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à
franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao
caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso,
instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à
diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à
primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou
correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos
círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, é mais
sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo
o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento entre um e
outro dos espaços.<br />
<br />
E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento
que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o
correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o
equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência
e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à
vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é
sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas
para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras
oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu
espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um
espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior
à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência
de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas
capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas
respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que
aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Quanto
ao Volume da Lei Sagrada, este pode ser qualquer dos Livros de qualquer das
religiões que acreditem na existência de um Criador, qualquer que seja a
conceção que Dele se tenha, mais ou menos interventor no Universo ou mero
Princípio Criador catalisador e e definidor do Universo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">O
Livro da Lei Sagrada contém em si as normas básicas da atuação e convivência
humanas, referencial para a conduta do homem de bem. Em suma, simboliza o
conjunto de regras que a Sociedade determina aceitáveis para que a sã
convivência entre todos seja possível, ou seja, A Moral inerente à Sociedade e
que todos os que a integram devem respeitar e seguir.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Nas
sessões de Loja, o Compasso e o Esquadro são colocados SOBRE</span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;"> </span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">o Volume da Lei Sagrada. Não porque se
entenda que são mais importantes aqueles do que este, mas, pelo contrário,
porque o Volume da Lei Sagrada simboliza a base Moral sobre a qual assenta a
Ética de cada um.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Esta,
a Ética, defini-a já como o conjunto de princípios que norteiam a determinação
e utilização dos meios à nossa disposição para atingirmos os fins que nos
propomos (cfr. texto <i>in </i></span><a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2015/05/etica-etica-etica.html"><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">A PARTIR PEDRA: ÉTICA?
ÉTICA... ÉTICA! (a-partir-pedra.blogspot.com</span></a><span style="font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">O Esquadro </span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">traça,
sobre o pano de fundo da Moral, as linhas éticas que o Homem deve definir para
a sua atuação. O Compasso define os limites que essas linhas devem respeitar.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">O
conjunto de ambos simboliza, assim, também a Ética que, tal como eles assentam
no Volume da Lei Sagrada, assenta na Moral sobre que esta se constrói.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">Porque
a ética sem Moral pode usar esse nome, mas não é verdadeiramente Ética – ou
então teríamos que aceitar como tal a “honra dos ladrões”, a dita “ética dos
criminosos”. A Ética tem que necessariamente ser individualmente construída
respeitando e assentando na Moral da Sociedade em que nos inserimos, pois
nenhum homem é uma ilha podendo arrogar-se o direito de definir o seu conjunto
de princípios fora da Moral da Sociedade em que se insere.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; font-size: 12pt;">As
Três Grandes Luzes da Maçonaria são, assim, o conjunto de símbolos que deve
guiar a atividade de aperfeiçoamento do maçom, homem livre de escolher e
determinar os Princípios que o norteiam, mas sempre harmoniosamente integrado
na Sociedade em que se insere.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rui Bandeira</span></i></p><br /><p></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-50216510009763600212022-03-23T12:00:00.001+00:002022-03-23T12:00:00.217+00:00TOLERÂNCIA E SEUS LIMITES <p><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">Em Maçonaria, o
conceito de Tolerância não inclui qualquer noção de superioridade do tolerante
perante o tolerado. Isto é, não se tolera a opinião ou a crença do outro porque
somos boas pessoas e achamos que, devemos fazê-lo, apesar de entendermos que
nós é que estamos certos e o outro é que está errado, fazendo-lhe o favor de
aceitar que ele tenha opinião errada.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O conceito maçónico
de Tolerância existe como corolário do princípio da Igualdade, basilar entre os
maçons. Deve-se tolerar e tolera-se a opinião diferente ou divergente do outro,
porque, como iguais que somos, cada um tem o direito a ter a sua opinião, como
muito bem entenda tê-la. E tolera-se e deve tolerar-se a opinião diferente e
divergente do outro em relação à nossa, porque não devemos ter a sobranceria de
achar que nós é que somos os iluminados, tocadas pela graça divina de estarmos
sempre certos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando o nosso igual
tem uma opinião diferente ou divergente da nossa, quatro hipóteses podem
existir: ou o outro está errado e nós certos, ou somos nós que estamos errados
e é o outro quem está certo, ou afinal estamos ambos errados e é outra qualquer
posição que está certa, ou até podemos ambos estar certos, só que em planos,
tempos ou condições diferentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A Tolerância não é um
favor, uma concessão ou uma generosidade. A Tolerância é a simples consequência
de se reconhecer <span style="background: white;">que a perfeição humana não
existe e, portanto, de admitir como um facto da vida que todos e cada um de nós
temos os nossos defeitos, as nossas imperfeições, os nossos acertos e os nossos
erros e é, por conseguinte, até mais do que imperativo ético, um ato de <span style="mso-bidi-font-style: italic;">inteligência</span> tolerar o outro com
os seus defeitos, imperfeições e erros, pois só assim podemos esperar que os
nossos sejam, por sua vez, tolerados.</span> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Situações que por
vezes são apresentadas como de Tolerância nada têm a ver com a mesma: <span style="background: white;">a "tolerância" do branco em relação ao negro
(ou vice-versa) não é mais do que racismo comprometido; a do homem para com a
mulher (ou vice-versa), não passa de machismo (ou feminismo) mentecapto; a do
cristão para com o judeu ou o muçulmano, ou do judeu para com o muçulmano ou o
cristão ou a do muçulmano para com o cristão ou o judeu, mais não significam do
que a tentativa de ocultar sectarismo religioso; a do rico em relação ao pobre
apenas disfarça o sentimento de culpa pela sorte do conforto material ou desejo
de continuar a explorar o deserdado. Porque o branco e o negro são ambos humanos
e ambos têm carne e ossos e sangue vermelho e coração e cérebro. Porque homem e
mulher se complementam e são mutuamente indispensáveis. Porque cristãos, judeus
e muçulmanos creem <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">no mesmo Deus</span>.
Porque o rico e o pobre só se enobrecem pelo trabalho.</span> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Quando se fala de
Tolerância, é frequente vir à baila a questão dos seus limites. Existe alguma
tendência para se considerar existir algo de contraditório entre a Tolerância e
a consideração de existência de limites à mesma. A meu ver, esta é uma falsa
questão, que um pouco de reflexão facilmente resolve.</span><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 12pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Antes do mais, é preciso
entender que o conceito de Tolerância se aplica a crenças, a ideias, ao
pensamento e respetiva liberdade, às pessoas e sua forma, estilo e condições de
vida, mas nada tem a ver com o juízo sobre atos. Cada um de nós deve tolerar,
aceitar e respeitar, independentemente da sua diferença em relação a si e ao
seu entendimento, a crença alheia, as ideias e o pensamento de outrem, pois a
liberdade de crença e de pensamento são expressões fundamentais da dignidade
humana. Cada um de nós deve tolerar, aceitar e respeitar o outro, quaisquer que
sejam as diferenças que vejamos nele em relação a nós, porque o outro é
essencialmente igual a mim, não ferindo essa essencial igualdade as
particulares diferenças entre nós existentes. Mas não é do domínio da
Tolerância o juízo sobre os atos. O juízo sobre atos efetua-se em função da
moral e das regras sociais e legais vigentes.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Explicitando um pouco mais: tenho o dever de aceitar
alguém que pense de forma diferente da minha, que tenha uma crença religiosa
diferente da minha, uma orientação sexual diferente da minha, um estilo de vida
diferente do meu. Mas já não tenho idêntico dever em relação a atos concretos
desse outro que se revelem violadores da lei, da moral ou da própria noção de
Tolerância. Designadamente, não tenho que tolerar manifestações de intolerância
em relação a mim, às minhas crenças e convicções, tal como não só não tenho que
tolerar, como não devo fazê-lo, atos criminosos, cruéis, degradantes ou
simplesmente violadores das consensuais regras de comportamento social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Temos o dever de tolerar, de aceitar, a diferença - no
estilo, nas ideias, nas crenças, no aspeto ou nas condições individuais. Por
outro lado, temos o direito e o dever de ajuizar, de exercer o nosso sentido
crítico, relativamente a ações concretas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ninguém vive isolado da Sociedade e todos têm de
cumprir as regras sociais que viabilizam a sã convivência de todos com todos.
Consequentemente, é uma simples questão de bom senso que devemos aceitar,
valorizar, integrar as diferenças. Quem é diferente, tem direito a sê-lo. Quem
pensa diferente, tem o direito de assim fazer. Mas, por outro lado, o direito à
diferença não legitima a atuação desconforme com as regras sociais, legais,
morais, em vigor na Sociedade em causa. Ninguém pode pretender só gozar das
vantagens sem suportar os inconvenientes. Quem vive em Sociedade tem o direito
de exigir que esta e os demais aceitem as suas diferentes ideias, conceções,
condição. Mas tem o correlativo dever de respeitar as normas sociais, legais e
morais vigentes. Se o não quiser fazer, deve afastar-se para onde vigorem
normas que esteja disposto a seguir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">As Sociedades evoluem e é bom que assim seja. Também
por isso é inestimável e rica a diferença. Também por isso devemos aceitá-la e
aceitar que quem defende ideias ou conceções ou condições diversas da norma
procure convencer os demais da bondade das suas escolhas. Isso é Liberdade,
isso é Democracia. Nem uma, nem outra subsistem sem a indispensável Tolerância
da Diversidade. Mas precisamente por isso - afinal porque quem quer e merece
ser respeitado tem o dever de respeitar - o direito de defesa das ideias e
convicções, o direito a tentar convencer os demais, o direito a pregar a
evolução pretendida, não se confunde com qualquer pretensão de agir como se
pretende, se em contrário da lei, do consenso social, da postura moral da
Sociedade em que se está inserido.<br />
<br />
Resumindo: a Tolerância obriga a respeitar a Diversidade e a diferença; impõe a
aceitação da divulgação, da busca de convencimento, mesmo da propaganda das
ideias ou conceções diversas. Mas não que se aceitem condutas prevaricadoras do
que está legal e socialmente vigente - enquanto o estiver. Por isso entendo que
os domínios da Tolerância e do Juízo sobre os atos concretos são diferentes. As
ideias, as conceções, as condições confrontam-se, debatem-se, mutuamente se
influenciam, enfim interagem no domínio da Liberdade e, assim, da mútua
Tolerância. Os atos, esses, necessariamente que têm de respeitar o estabelecido
enquanto estabelecido estiver. Se assim não for, o que é aplicável à violação
do consenso social não é a Tolerância - é a Justiça, seja sobre a forma de
Justiça formal, seja enquanto censura social seja no domínio do juízo
individual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Portanto, onde tem lugar a Tolerância, esta não tem
limites. Onde há limites, sejam legais, sejam de normas sociais ou morais, não
se está no domínio da Tolerância, mas no domínio do tão justo quanto possível
juízo concreto sobre atos concretos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Rui
Bandeira</span></i></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-90387445713942308152022-03-16T12:00:00.001+00:002022-03-16T12:00:00.196+00:00EM TEMPO DE GUERRA, A LUCIDEZ POSSÍVEL <p> <span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">Todos
vamos vendo as imagens.</span><span style="text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">Todos nos
sentimos indignados com a barbárie, com a inútil destruição, com a
contabilidade, sempre crescente, do número de mortos. Todos nos emocionamos com
as imagens de mulheres, idosos e crianças em fuga desesperada aos horrores da
guerra que lhes bateu à porta e, sem pedir licença, lhes entrou pela vida
dentro.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">A
primeira reação é tomar partido. A nossa simpatia vai para quem foi agredido,
todos os que foram agredidos. A nossa condenação, dirigimo-la ao agressor, a
todos os agressores. Logo de seguida – e muito bem! – desperta a nossa
solidariedade, a busca de meios para ajudar quem sofre.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">É
natural, é humano, horrorizar-nos com o horror, solidarizar-nos com a vítima,
condenar o agressor. É quase que instintivo fazê-lo. As nossas emoções
impelem-nos a tal. Qual pintura impressionista, retemos a noção geral de que os
agredidos, a Ucrânia e a população ucraniana, são as vítimas e que os russos
são insensíveis agressores. De um lado os bons, do outro os maus.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Mas
a nossa Razão, sendo influenciada pela nossa Emoção, deve impelir-nos a ir para
além dela. Se tivermos o cuidado de verificar alguns dados, saberemos que,
segundo o censo ucraniano de 2001, mais de oito milhões de residentes na Ucrânia
(um pouco mais de 17 % da população total) são russos. É certo que no Dombass,
a região mais a leste da Ucrânia, vivem – ou viviam? – cerca de quatro milhões
e meio de russos e que esta região não é atacada pelas tropas às ordens de
Putin. Mas ainda sobram cerca de três milhões e meio de russos que vivem – ou
viviam? – no resto da Ucrânia e que, por isso, sofrem também bombardeamentos,
também têm que se abrigar no subsolo ou onde puderem, também estão tão cercados
ou atacados como o resto dos seus concidadãos. Um morteiro ou míssil russo, ao
explodir, tanto pode matar ucranianos como russos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Não
obstante, neste confronto entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenski, naturalmente
que a nossa simpatia vai para este, a nossa condenação para aquele.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Mas
temos que ter em atenção que muitos mais Volodymyr há na Ucrânia e muitos mais
Vladimir há na Rússia. E que, se é certo que muitos desses Volodymyr são heróis
como o seu Presidente que resiste, outros não o serão tanto assim e seguramente
que também alguns haverá que não são flor que se cheire… E, no outro lado, nem
todos são filhos de Putin!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Isto
é facilmente entendível pela nossa Razão, mas dificilmente aceite pela nossa
Emoção. Mas, em tempos de conflito, se temos de atender à nossa Emoção, temos
que deixar que continue a ser a nossa Razão a sobrepor-se, a ter a última
palavra. Senão, nós próprios cometemos injustiças que, para além de o serem,
são sobretudo estúpidas!</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Nos
últimos dias, vimos e ouvimos notícias de que, cá pelo burgo, nas nossas
escolas, crianças russas estavam a ser atacadas, injuriadas, agredidas, só por
serem… russas. Mas que culpa têm as crianças de terem nascido num lugar e não
em outro, de terem pais de uma nacionalidade ou grupo étnico e não de outro?</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Este
exemplo, infelizmente real, mostra-nos que não podemos, não devemos, ver o
Mundo a preto e branco, os maus de um lado, os bons do outro. Nem todos os
russos são agressores (aliás, suspeito, que muitos são, em primeiro lugar,
oprimidos…), nem, seguramente, todos os ucranianos gostaríamos de ver casados
com as nossas filhas…</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Solidariedade
e auxílio ao Povo Ucraniano, sim! São os agredidos, batem-se heroicamente em
defesa da sua terra, das suas casas, das suas famílias, e merecem todo o apoio
que lhes pudermos dar.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Mas
tenhamos a lucidez de entender que, do outro lado, não podemos generalizar e
classificar todos como os maus, os agressores, os violentos. Do outro lado,
também há já milhares de detidos por se manifestarem contra a agressão à
Ucrânia. E certamente que muitos combatem só porque são obrigados a fazê-lo.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Nesta
guerra, não se trata de um Povo atacar outro. Trata-se um Poder Político atacar
outro, indiferente ao sofrimento que causa aos Povos, o do outro e o dele
próprio.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Sanções
ao país agressor, sim, mas com a noção de que o sofrimento que se inflige ao
povo do país agressor não se destina a punir, a castigar, esse povo, mas sim a
induzir a cessação da agressão, talvez até por revolta desse povo contra o
verdadeiro agressor.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Solidariedade
e apoio aos agredidos, sim. Condenação ao agressor, também sim. Mas não
deixemos de identificar bem quem é o agressor e quem apenas é utilizado,
mandado, quiçá obrigado, por ele.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Esta
distinção entre quem na realidade agride, manda agredir e obriga a agredir (e,
não sejamos ingénuos, não é só Putin, é ele e toda uma clique que se
assenhoreou do poder, para benefício próprio e não do povo que governam) e quem
apenas obedece porque tem de obedecer, porque a revolta só é possível quando
estão reunidas as condições para que ela possa emergir, é essencial, em termos
de futuro.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Porque,
por muito difícil, por muito desesperada, por muito horrível que esteja a
situação atual, há algo que não podemos olvidar: tal como à Tempestade sucede a
Bonança, depois da Guerra há de vir a Paz.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Em
tempos de guerra, temos o dever de ajudar quem sofre, quem é agredido, mas não
podemos perder de vista que há que preservar as condições para que, o mais
brevemente possível, se alcance a Paz. A guerra pode ser desencadeada, pode ser
mantida por um qualquer detentor do Poder. Mas a Paz, essa, só é possível entre
Povos. Muitas feridas haverá que cicatrizar para que, da mera deposição das
armas, se chegue à verdadeira Paz. Para que tal se consiga, temos que ter e
transmitir a noção de que os Povos não são inimigos, que o inimigo é quem
desencadeia, propicia e mantém a guerra. Porque os Povos, de um e do outro
lado, o que anseiam é pela Paz.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Portanto,
condenação de Putin e dos filhos de Putin que constituem a clique que lançou e
mantém esta barbárie, auxílio ao Povo Ucraniano, mas também solidariedade com
quem, de um e do outro lado, quer a Paz e é obrigado, por vontade de alguns, a
suportar a guerra.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Solidariedade,
principalmente, com todas as crianças, de um e do outro país – e com as
crianças russas em Portugal -, que não têm culpa nenhuma dos desvarios dos
detentores do Poder.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span><i><span style="font-size: 14.0pt;">Rui Bandeira</span></i></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-1009358374078946312022-03-09T12:00:00.001+00:002022-03-09T12:00:00.230+00:00Caraterísticas da Loja Mestre Affonso Domingues, n.º 5<p> <span style="font-family: Georgia, "serif"; text-align: justify;">A
Loja Mestre Affonso Domingues, n.º 5, foi fundada em 30 de junho de 1990, no
âmbito do Distrito de Portugal da Grande Loge Nationale Française. É uma das
cinco Lojas fundadoras da Grande Loja Regular de Portugal, hoje Grande Loja
Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal. Não é melhor nem pior do
que as demais Lojas da Obediência. Mas indubitavelmente que, ao longo dos mais
de trinta anos do seu funcionamento criou uma cultura própria, que lhe confere
individualidade.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia","serif";">Mais
do que descrever o que fez no passado (o passado já passou…), mais do que
mencionar o seu estado presente (o presente de agora não tarda nada e já é
passado…), mais do que expor os seus projetos para o futuro (o futuro ainda não
chegou…), julga-se útil referir (algum)as caraterísticas que compõem a
individualidade da Loja Mestre Affonso Domingues, n.º 5.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: Georgia;"><span style="mso-list: Ignore;">1)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><u><span style="font-family: "Georgia","serif";">Na
Loja nunca houve, não há e desejavelmente nunca haverá pugnas eleitorais.<o:p></o:p></span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia","serif";">Na
Loja Mestre Affonso Domingues, é eleito Venerável Mestre o Primeiro Vigilante
do ano anterior, e ponto final! E é eleito Tesoureiro o obreiro que o candidato
a Venerável Mestre propõe para tal, parágrafo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia","serif";">Nesta
Loja não se perde tempo, nem se gastam energias com pugnas eleitorais. Temos mais
e melhor que fazer! <span style="background: white; color: #333333;">Com este
princípio identitário não se perde tempo em lutas estéreis, não se formam
artificialmente grupos, não se estabelecem quezílias. Acordos e desacordos
estabelecem-se e discutem-se em relação a opções a tomar, a tarefas a realizar,
a projetos a desenvolver. Isso, sim, debate-se o tempo que for preciso até se
nos tornar evidente qual o melhor (às vezes, qual o menos mau...) caminho a
seguir. Porque não perdemos tempo em questiúnculas de (ilusório!) poder,
podemos mais utilmente gastá-lo a debater o que vamos e como vamos fazer.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoListParagraph" style="background: white; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: Georgia; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-list: Ignore;">2)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><u><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Cada Venerável Mestre é eleito para
exercer um ano de mandato e depois dá lugar a outro</span></u><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O Regulamento Interno da Loja prevê a
possibilidade de uma (única) reeleição para um segundo mandato, por maioria
qualificada. Mas esta é uma possibilidade ali colocada apenas em face da
eventualidade de sobrevir um "dia de chuva" tal que nos obrigue a
recorrer ao guarda-chuva de uma excecional reeleição. O exercício do ofício de
Venerável Mestre por um ano e basta tem duas evidentes vantagens: todos os
obreiros interessados e intervenientes na Loja exercem, a seu tempo, o ofício
de Venerável Mestre; não se sacrifica demasiado ninguém, pois, como todos os que
se sentaram na Cadeira de Salomão sabem, exercer este ofício permite ao seu
titular duas alegrias: a primeira quando é instalado para exercer o ofício, a
segunda quando (finalmente, ao fim de um loooongo ano...) vê instalado o seu
sucessor e é aliviado da responsabilidade de dirigir a Loja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O Segundo Vigilante de um ano é o
Primeiro Vigilante do ano seguinte.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Este princípio identitário é crucial,
pois impede que se criem cliques de direção da Loja, impedindo o Venerável
Mestre recém-eleito de ser ele a escolher o seu sucessor. Com efeito, o
Primeiro Vigilante é (ver o primeiro princípio identitário acima) o sucessor natural do
Venerável Mestre </span><u style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">e, consequentemente, não deve ser por ele escolhido</u><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">, ao
contrário da esmagadora maioria dos demais Oficiais da Loja. O Venerável Mestre
tem </span><u style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">o dever</u><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"> de designar para Primeiro Vigilante o Segundo
Vigilante do ano anterior, que foi escolhido para essa função pelo seu
antecessor, com a expectativa do próprio, do Venerável Mestre que o nomeou e de
toda a Loja, de ser no ano seguinte Primeiro Vigilante e, no subsequente,
Venerável Mestre. Assim não proceder, para além de ser uma condenável forma de
se arrogar o direito de escolher o seu sucessor, seria uma tremenda falta de
respeito pelo seu antecessor, uma forma de lhe dizer </span><i style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">meu caro, foste um
palerma, fizeste uma má escolha para Segundo Vigilante, eu é que vou ser o
Cavaleiro Branco que vai emendar o teu erro e escolher o homem certo para o
lugar certo...</i><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"> O incumprimento deste princípio identitário da Loja
abriria uma Caixa de Pandora de consequências imprevisíveis, correndo-se o
risco de deitar a perder tudo o que a Loja foi e construiu ao longo de mais de trinta
anos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Todos devem saber fazer tudo.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"> </span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Por
rotina, todos os Mestres da Loja rodam no exercício de todos os ofícios. Sempre
que possível, reservam-se para os Mestres Instalados, para além dos Ofícios de
Ex-Venerável e de Guarda Interno (o Ex-Venerável do ano anterior), os Ofícios
de Orador e de Hospitaleiro, dadas as suas especiais caraterísticas. Os demais
ofícios, sempre que possível, são assegurados por Mestres que ainda não
passaram pela Cadeira de Salomão. Ao rodar todos os Mestres por (quase) todos
os Ofícios, assegura-se que quando o Obreiro chega à Cadeira de Salomão conhece
perfeitamente o funcionamento de toda a Loja e está, assim, apto a dirigi-la.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Serviço é serviço, copos são copos.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Antes da sessão, brinca-se e convive-se.
Depois da sessão, idem. Desde o momento em que o Venerável Mestre bate pela
primeira vez com o malhete até ao momento em que são dados por findos os
trabalhos, trabalha-se! Sobretudo, procura-se executar o ritual sempre o melhor
possível, corrigindo em cada sessão eventuais erros cometidos em sessões
anteriores.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A espontaneidade e o humor nunca fizeram
mal a ninguém.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Entre o ritual de abertura e o ritual de
encerramento, e quando não se estão a executar outros rituais, o serviço é
serviço, mas não tem de ser macambúzio. Se houver uma nota de humor, todos riem
com gosto! E logo se retoma o trabalho… Mas atenção que o malhete do Venerável
Mestre é que pontua os trabalhos e, sempre que o entenda necessário, lá está o
Orador para moderar algum ocasional excesso… Estamos entre Irmãos, a
espontaneidade temperada pela disciplina faz maravilhas pela coesão do grupo!</span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif"; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Os mais novos são para integrar o melhor
possível</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Cada Aprendiz só o é porque foi cooptado
para integrar o Quadro da Loja. Cada Aprendiz é um Venerável Mestre potencial.
Cada Companheiro é um elemento em transição para Mestre. Toda a Loja procura
integrar os elementos mais novos, não só através da sua aquisição dos
ensinamentos próprios dos respetivos graus, mas sobretudo na noção e na prática
de que todos estão ali para se aperfeiçoarem, para cada um de nós ser melhor
hoje do que ontem e pior do que amanhã. O trabalho faz-se com o grupo e os seus
resultados são apresentados na Loja e em Loja.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Não há pressas, o tempo é indispensável;
não há baldas, o trabalho é imprescindível</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Os interstícios são para cumprir, porque
o tempo é um fator indispensável à boa integração no grupo. Ninguém é aumentado
de salário sem elaborar e apresentar a sua prancha de proficiência em Loja,
porque deve demonstrar a sua evolução aos seus pares.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Eu não sou mais do que tu, tu não és
mais do que eu, tu e eu somos iguais.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">O grupo influencia o indivíduo o
indivíduo influencia o grupo. Seja Aprendiz, Companheiro, Mestre ou Mestre
Instalado. Basicamente todos somos iguais, todos temos de melhorar e todos
estamos em processo de aperfeiçoamento. O Mestre guia o Aprendiz e auxilia o
Companheiro, mas também aprende com o Aprendiz e beneficia da ajuda do
Companheiro. Aprendiz, Companheiro e Mestre são necessárias fases de evolução e
aprendizagem, mas todos os que nelas estão são basicamente iguais e como tal
nos vemos uns aos outros.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Tudo
se debate; mas quando o Venerável Mestre decidir, está decidido.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Tudo se debate, com exceção de política
e religião. O debate pode e deve ser vivo. Não há mal nenhum em que se revelem
divergências, diferenças de pontos de vista. Tal é necessário para que
seguidamente se construam convergências e consensos. No debate, no fundo todos
agem como conselheiros do Venerável Mestre. Mas a maioria não tem,
necessariamente, razão. O Venerável Mestre pode decidir em consonância com a
maioria, mas normalmente a melhor decisão é a que resulta do entendimento da
maioria temperado com os contributos da ocasional minoria. E, uma vez tomada a
decisão pelo Venerável Mestre, está decidido. Acaba o debate e passa-se
adiante…</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ninguém pode obstaculizar à decisão do
Venerável Mestre, mas ninguém é obrigado a cumpri-la.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">A Maçonaria é essencialmente,
voluntária, mas todos jurámos obediência as decisões do Venerável Mestre. Por
outro lado, todos somos iguais e ninguém deve ser compelido a fazer algo contra
a sua consciência. Do confronto destes dois princípios, há muito que na Loja é
consensual que ninguém tem o direito de obstaculizar ao cumprimento da decisão
do Venerável Mestre, mas ninguém é obrigado a executá-la, contra a sua
consciência.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Eu
e tu podemos estar em desacordo, mas que ninguém de fora ouse meter o bedelho.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">O hábito de (quase) tudo debater
necessariamente que pode gerar diferenças de opinião, frequentemente conduz a
debates acesos. Mas são debates que ocorrem entre nós e diferenças de opinião
que resolvemos todos nós. Que ninguém de fora alguma vez tenha a infeliz ideia
de meter o nariz onde não é chamado e atacar algum de nós! Os poucos que
tiveram a ousadia de o fazer, viram, ao vivo e a cores, como toda uma Loja
passa do modo debate para o modo muro de betão e como, se alguém se mete com um
de nós, leva com todos!</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Venham
às nossas sessões, que nós gostamos de ser visitados.</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Os visitantes na nossa Loja são sempre
bem-vindos! Saudamos com sincera alegria a sua presença e procuramos dar-lhes o
melhor tratamento possível: tratá-los como da casa! Por isso, não se admirem se
nós discutirmos o que tivermos que discutir, pela forma que houver que
discutir, na vossa presença. O visitante é como se fosse da casa, logo, não temos
nada a esconder-lhe. Mais: se o visitante também quiser participar na
discussão, a sua opinião é bem-vinda e apreciada. Só pedimos que tenha</span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"> </span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">cuidado com a nossa caraterística anterior…
Ah! E os nossos visitantes são sempre também muito bem-vindos aos nossos ágapes,
onde – não tenham dúvidas! – terão também sempre um tratamento rigorosamente
igual aos da casa. Até no pagamento do custo do ágape…</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A
nossa Loja denomina-se MESTRE Affonso Domingues</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Por favor não digam que a
nossa Loja é a Affonso Domingues. Nós sabemos que, quando assim dizem, não o
fazem por mal, mas o nome da nossa Loja é MESTRE Affonso Domingues. É um favor
que nos fazem se não esquecerem uma parte do nosso nome. E, já agora, quando o
escreverem, não esqueçam que o Affonso do nosso nome tem dois <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ff</i>… <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u style="text-indent: -18pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Uma
vez da Mestre Affonso Domingues, sempre da Mestre Affonso Domingues</span></u></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Quem entrou na Loja, tornou-se um de
nós. Todos aqueles que saíram, quantas vezes para formar outras Lojas ou
colaborar na sua formação, fizeram-no no uso da sua liberdade individual, mas
sempre sem azedumes nem qualquer espécie de mal-entendidos. Alguns já voltaram
e foi como se nunca tivessem saído. A maior parte, quando está connosco,
sente-se e é sempre tido e tratado como um de nós, que continua e continuará a
ser. A nossa Loja é um espaço de formação, que desejamos marque quem por cá
passa, esteja onde estiver. Todos sabem que quem foi um dia um de nós, é e será
sempre um dos nossos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">E, neste particular, também os que já
franquearam o umbral do Oriente Eterno continuam a ser um dos nossos. Por isso,
este texto é dedicado ao nosso muito querido e recordado Luís Rosa Dias, mas
também ao Rui Clemente Lelé, ao Alexis Botkine, ao João Damião Pinheiro, ao
Carlos Antero Ferreira, ao Luís Prats, ao Jorge Pereira de Almeida, ao Salomão
Amram, ao Jorge Silveira, ao Paulo Guilherme d’Eça Leal, ao José Luís Moita de
Macedo, ao André Franco de Sousa, ao António Cunha Coutinho, ao Enrique
Fugasot, ao José Manuel Severino e ao Eduardo Gonçalves.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Estamos certos que, lá no </span><i style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">assento etéreo onde subiram</i><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"> estão a manter
viva e em bom funcionamento a versão do Oriente Eterno da nossa Loja Mestre
Affonso Domingues, a que, em devido tempo, nós nos juntaremos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";">Porque uma vez da Mestre Affonso
Domingues, sempre da Mestre Affonso Domingues. Aqui e no Oriente Eterno!</span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: Georgia, "serif";"><i>Rui Bandeira</i></span></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-73783384012119157412021-10-13T08:57:00.016+01:002021-10-13T08:57:00.229+01:00O VÍCIO<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghDIgASTAqH1LpZfXYQFderGE74jxekWCmeYDiD7J01B45Qy5c57hNpVpS7EFZWWK7IYDhpwwaNLSBBJLA5y_KiH4Ju7SMzuCpCjbU5wh2NMjU77fLxBjDX_Y3S0nkrBvy78tJgg/s310/V%25C3%25ADcio+%25281%2529.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="310" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghDIgASTAqH1LpZfXYQFderGE74jxekWCmeYDiD7J01B45Qy5c57hNpVpS7EFZWWK7IYDhpwwaNLSBBJLA5y_KiH4Ju7SMzuCpCjbU5wh2NMjU77fLxBjDX_Y3S0nkrBvy78tJgg/s0/V%25C3%25ADcio+%25281%2529.png" width="310" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /></span></p><b>Deixamos,
finalmente, “os confinamentos” (!!!).</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não convém
embandeirar demasiadamente porque, aprendi em criança, “cautelas e caldos de
galinha nunca fizeram mal a ninguém…” e na verdade os portugueses
“desconfinaram” mas o CoronaVírus não. Ou pelo menos eu estou convencido que
“ele” continua por aí. É, de resto, a opinião expressa pelos técnicos de saúde
que nestes tempos de pandemia pululam as televisões, rádios, jornais,…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Alguma coisa
pode ser aproveitada nestes tempos de ócio pandémico e não havendo nada para
fazer ocupei alguns momentos a refletir sobre a vida maçónica, em particular no
que se refere à RLMAD. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Isto de
refletir é, obviamente, uma boa ocupação quando não há mais nada para fazer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Estamos claramente
em tempo de “vacas magras” (alguma vez não estivemos ?).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Empresas (de
todas as dimensões) a ressentirem-se da paragem da economia mundial, muitas a
fecharem portas e a desaparecerem do mercado, desemprego a aumentar
inevitavelmente, famílias inteiras em gravíssimas dificuldades e a esperança em
melhores dias, sendo a última coisa a morrer (como de costume), mantém-se muito
ténue. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Direi que é
maior a desconfiança e o medo do que a esperança em recuperação rápida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Esta
reflexão trouxe-me para os meses do calendário que, para muitos, ficam cada vez
“mais compridos” enquanto os vencimentos ficam cada vez mais curtos, obrigando a
prodígios de imaginação para a manutenção do dia a dia das famílias. A dificuldade com as obrigações pecuniárias mensais foram em muitos casos disfarçadas, durante estes
quase 2 anos de “fechamento”, por efeito das moratórias que a banca promoveu
com o apoio estatal. Só que este sistema acabou ou está em vias de acabar com o
regresso das prestações a terem de ser cumpridas sob pena de sofrerem as penas
previstas nos contratos acordados na época em que ninguém podia prever a
pandemia, nem as dificuldades que arrastou.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Estas
dificuldades são evidentemente generalizadas tocando também, e em muitos casos
fortemente, alguns Irmãos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Sabe-se que
a admissão na nossa obediência implica uma “contratualização” com o cumprimento
de um conjunto de regras comportamentais, morais e éticas, às quais se juntam
outras de carater pecuniário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nada a
obstar em termos regulamentares. O candidato, enquanto candidato, fica a
conhecer as regras que irão balizar a sua existência maçónica se admitido e
quando admitido. Mas a vida dá muitas voltas, como bem se constata, e nenhum de
nós está livre de ser apanhado por uma qualquer dessas voltas que lhe altere a
situação financeira deixando-o em dificuldades no cumprimentos dos seus deveres
materiais. Todos nós sabemos que as propaladas vantagens de toda a ordem que a
Maçonaria proporciona aos seus membros são uma ficção e os Maçons estão tão
sujeitos às condições do mercado de trabalho como qualquer outro cidadão. E se
entre os Maçons há quem viva com o conforto suficiente para não sentir, ou
sentir muito pouco, estas dificuldades, também há os que as sentem com todo o
peso do sofrimento arrastado pelo desemprego e/ou pela redução dos seus ganhos
mensais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Há pois
Irmãos em dificuldade e a há que ter em atenção o que se passa com os mais
vulneráveis. É um trabalho que compete às Lojas e em particular ao Irmão
Hospitaleiro, inteirar-se do que acontece com cada membro da loja, sentir os
sinais de dificuldade e movimentar os meios práticos para amenizar essas
situações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">“Quem não
tem dinheiro não tem vícios” é provérbio antigo e até sou capaz de aceitar esta
“boca” com alguma razoabilidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="background: white; color: #202122; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Vício</span></i></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="background: white; color: #202122; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> (do termo </span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim" title="Latim"><span color="windowtext" face=""Arial","sans-serif"" style="background: white; text-decoration: none; text-underline: none;">latino</span></a></span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="background: white; color: #202122; font-size: 14pt; line-height: 115%;"> "<span style="mso-bidi-font-style: italic;">vitium</span>", que significa
"falha" ou "defeito") é um hábito repetitivo que degenera
ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem.</span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Fui buscar
esta definição à Wikipédia. Não é grande “coisa”, mas serve para o efeito que
pretendo neste momento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">No mundo da
Maçonaria os integrantes são escolhidos e reconhecidos como Maçons por quem já
é Maçon. Digamos que a integração na Maçonaria, sendo um ato voluntário individual não o
é só.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">É também, e
muito, a vontade de quem já ganhou o reconhecimento de Maçon e reconhece agora,
também, naquele outro, as qualidades humanas necessárias para integrar o
conjunto dos seus Irmãos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A
responsabilidade do cumprimento dos deveres maçónicos não é exclusivamente
individual, é também responsabilidade de quem convidou, desafiou, reconheceu o
“outro” para integração na Ordem Maçónica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">E esta
responsabilidade deve ser verdadeiramente assumida por toda a Loja, em
Irmandade (é esse um dos seus deveres) e em particular pelo seu Padrinho. Por
isso, e para isso há “Padrinhos”, na Maçonaria tal como na vida civil corrente,
no registo do nome do recém-nascido, no casamento, no batizado… Sempre alguém
que se <u>co-responsabiliza</u> pelo bom resultado do ato que é celebrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ora bem,
misturar a integração Maçónica com os “vícios” é, pelo menos, leviano !<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho para
mim que seria muito bom que as causas, os princípios da Maçonaria, se tornassem
verdadeiros vícios para todos, mesmo para os não Maçons, daqueles vícios que se
agarram à pele, que se integram no sangue correndo pelas veias enchendo o
coração e o cérebro. É minha convicção que a Humanidade teria muito a ganhar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Mas “quem
não tem dinheiro não tem vícios” aplicado à Maçonaria, não !<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A Maçonaria
não é um vício, tal como não é, não pode ser, um degrau de promoção individual,
seja ela social ou financeira. Ou ambas…<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">JPSetúbal</span></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-66914422172787079522021-10-02T11:49:00.007+01:002021-10-15T15:43:28.615+01:00TEMPO DE OBRAS NA RLMAD<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal; text-align: center;"><u><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqraDy2-NaV9MJy3rDoBDG5f8Up9Wyc5VwwE9rbnjs5NIMDOrQPMho979BXd43xq8kNyv1jljeWvVhxas1kIJkz9p8IyRHPiK6nyYyxisGJxzKNJRJ-6RQ9eAonoE4xUwC9b99jw/s227/obras.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="222" data-original-width="227" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqraDy2-NaV9MJy3rDoBDG5f8Up9Wyc5VwwE9rbnjs5NIMDOrQPMho979BXd43xq8kNyv1jljeWvVhxas1kIJkz9p8IyRHPiK6nyYyxisGJxzKNJRJ-6RQ9eAonoE4xUwC9b99jw/s0/obras.jpg" width="227" /></a></u></b></p><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><br /></u></b><p></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>O 29º Venerável Mestre</u></b></p><p class="MsoNormal">No 29º Veneralato os Obreiros da RLMAD não puderam dar
continuidade ao processo de escolha do seu VM seguindo o sistema habitual da
Loja instituído há muitos anos.</p>
<p class="MsoNormal">Este tema da eleição do VM na RLMAD já foi aqui abordado e
explicado há algum tempo</p><p class="MsoNormal">(<a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2017/05/da-ilusoria-natureza-do-poder-em.html?m=0" rel="nofollow" target="_blank">https://a-partir-pedra.blogspot.com/2017/05/da-ilusoria-natureza-do-poder-em.html?m=0</a>)</p><p class="MsoNormal"> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e sempre se confirmou ser um bom
processo, dele resultando sempre o VM adequado e preparado para a função.</p>
<p class="MsoNormal">Porém desta vez as coisas não correram de forma tão linear
quanto é habitual. Na verdade e em sequência das divergências de interpretação
de algumas decisões da Loja em exercícios anteriores, o Obreiro Mestre que
estava na linha de sucessão para a candidatura entendeu que devia recusar esse
direito e afastar-se da Loja abrindo assim uma situação de rotura nos
procedimentos habituais da RLMAD.</p>
<p class="MsoNormal">A Loja ficou desta forma face a uma situação de dificuldade
operativa inesperada e que se somava à tensão existente entre obreiros com
entendimentos diferentes sobre decisões anteriores.</p>
<p class="MsoNormal">O circunstancialismo da situação fez com que os mais antigos
Mestres da Loja, reconhecidos como suportes da tradição dos trabalhos e da sua
filosofia (ao fim e ao cabo foram eles os construtores da RLMAD tal como ela é)
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>entendessem que seria bom fazer um
intervalo na linha de sucessão e tentar retomar os trabalhos com a regularidade
tradicional, resolvendo por um lado as divergências existentes e regressando à
linha de desenvolvimento da Loja, que tão bons resultados tem dado, de resto
reconhecidos por todas as Lojas Irmãs como exemplo de boa Maçonaria.</p>
<p class="MsoNormal">Desta forma como 29º Venerável Mestre ocupou a cadeira de
Salomão o Irmão Rui Bandeira, bem conhecido escriba deste sítio, e seu
principal alimentador.</p>
<p class="MsoNormal">O Irmão RB foi eleito regularmente como 29º VM:. da
R:.L:.M:.Affonso Domingues como um dos mais antigos, dos mais experientes e
sabedores obreiros da Loja. Durante os dois Veneralatos anteriores a RLMAD passou
por um período especialmente conturbado, resultado de sensibilidades diferentes
que resultaram em diferentes interpretações de decisões tomadas atempadamente e
regularmente pela Loja.</p>
<p class="MsoNormal">Sem ser desejada, acabou por se tornar inevitável a saída de
vários obreiros que acabou por resultar no levantamento de colunas de uma nova
Loja, significando enfim que a RLMAD dava origem a mais um núcleo maçónico
dentro da nossa respeitável Ordem. </p>
<p class="MsoNormal">O VM anterior apanhou com um turbilhão de desencontros de
opinião e coube ao Rui restabelecer em definitivo a velocidade de cruzeiro no
percurso da RLMAD. A sua sabedoria, experiência e bom senso foram escolhidos
pela Loja para “assentar a poeira” dos ventos diferenciados que tinham soprado
nos últimos anos.</p>
<p class="MsoNormal">Com calma, com segurança e com suave firmeza <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a Loja retomou a sua vida diária, com a
elaboração do trabalho maçónico, regular. </p>
<p class="MsoNormal">As divergências restantes foram sendo resolvidas e como se
esperava no final do Veneralato a Loja regressara à sua vida normal, com os
trabalhos a serem desenvolvidos regularmente. </p>
<p class="MsoNormal">Dizer que o Irmão Rui Bandeira refundou, neste Veneralato, a
RLMAD é obviamente um exagero, mas que a fez regressar ao trabalho com a
comunidade dos seus Obreiros mais unidos e focados no interesse geral da loja,
parece-me indesmentível</p><p class="MsoNormal">J.P.Setúbal</p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-76695018164478341632021-02-19T20:55:00.002+00:002021-02-19T20:55:33.179+00:00A importância do Ritual<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZQHw7tDbZdHxoYLU56NGHmAow24Zxo-aa9RG498gitBJf2KP-B8jDdbhoN74N78lFcULfdItD6mo8UWeL8IZ0BP6BwuVR53TGVUQxJfurSN4tNhktwIPS-HcLyiq4QHRmhBpX/s360/ritual.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="140" data-original-width="360" height="154" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZQHw7tDbZdHxoYLU56NGHmAow24Zxo-aa9RG498gitBJf2KP-B8jDdbhoN74N78lFcULfdItD6mo8UWeL8IZ0BP6BwuVR53TGVUQxJfurSN4tNhktwIPS-HcLyiq4QHRmhBpX/w410-h154/ritual.png" width="410" /></a></div><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12pt; text-align: justify;"><p><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></p>Meus
Irmãos, saúdo-vos fraternalmente, em todos os vossos graus e qualidades.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">A
suspensão dos trabalhos presenciais por virtude da pandemia em curso
revelou-nos a falta que o Ritual, a execução do Ritual, nos faz. É essa a
natureza humana: muitas vezes só nos damos conta do que é importante quando o
não temos. Mas não é sob esta perspetiva que escolhi expor a Importância do
Ritual. Vou procurar incidir a nossa atenção sobre a razão por que o Ritual é
importante, porque só tendo-se essa noção é que nos apercebemos completamente
da importância do mesmo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Começo
por fazer uma afirmação que aparentemente não tem nada a ver com o tema e que é
– como todas! – discutível, mas cujo mérito vos peço que julgueis apenas no
final desta nossa conversa: a Maçonaria não se ensina, aprende-se! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Não
quero com esta afirmação dizer que os mais experientes não devem partilhar com
os mais novos o que aprenderam, o que sabem. Com esta frase, enfatizo que, em
Maçonaria, o que é importante, não é o que se transmite, mas antes o que se
apreende. Porque a experiência, a vivência, a personalidade, do que transmite
são diferentes das do que recebe. Assim, o que verdadeiramente interessa não é
o que se ensina, se partilha, se transmite. O que importa é o que se aprende e,
mais do que isso, o que se apreende, o que se interioriza. E aquelas e estas
não são necessariamente - atrevo-me mesmo a dizer que raramente são - a mesma
coisa. E, bem vistas as coisas, é inevitável que assim seja, pois, como já há
pouco referi, o que transmite e o que recebe têm personalidades, vivências, capacidades,
características diferentes. Assim, o que transmite tem necessariamente uma
noção diversa do que aquele que recebe. Este, daquilo que é transmitido,
receberá o que, na ocasião, estiver apto e pronto a receber, será tocado pelo
que, no momento, o sensibilize. Em suma, o que ficará é o que ele aprende e
apreende, não o que o que transmitiu julga que ensinou…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Não
tenho, portanto, a pretensão de ensinar nada! Tenho apenas a esperança de que,
da maçada a que agora vos submeto, cada um de vós retenha algo de útil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Em
meu entender, para uma correta abordagem da importância do ritual impõe-se que
previamente distingamos entre Conhecimento e Sabedoria. O Conhecimento é tudo
aquilo que aprendemos e estamos aptos a utilizar, quando necessitemos. A
Sabedoria é algo mais profundo. Baseia-se, é um facto, nos conhecimentos que
adquirimos. Mas reside na intuição, na capacidade adquirida de, relacionando
tudo o que conhecemos, daí seleccionar o que efetivamente importa, o que é
adequado para um momento específico, uma situação concreta. Nem sempre aquele
que tem mais conhecimentos é o que tem a sabedoria necessária para escolher a
via justa, a palavra indicada, o gesto preciso, a atitude certa perante uma
dada situação concreta. Numa muito grosseira aproximação, poderíamos dizer que
a sabedoria resulta do conhecimento sublimado pela experiência. É através dos
êxitos e fracassos na nossa escolha na utilização dos nossos conhecimentos que
sublimamos o nosso Conhecimento em Sabedoria, que passamos do Conhecer ao
Saber.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Memoriza-se
e utiliza-se o que se conhece; desenvolve-se e internaliza-se o que se sabe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">O
meio privilegiado para rápida aquisição de Conhecimento é o Estudo. Para se
chegar à Sabedoria é preciso tempo e vivência. Mas há um meio para acelerar
esse percurso, para induzir a Sabedoria: a utilização, execução e prática do
Ritual. Se o Estudo é um meio de aquisição de Conhecimento, o Ritual é indutor
de Sabedoria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Com
efeito, o Estudo estimula, faz funcionar, desenvolve a Inteligência Racional.
Mas o Ritual, a sua prática, esse, estimula e desenvolve a Inteligência
Emocional. E esta é bem mais profunda do que aquela, pois combina o
conhecimento, o raciocínio, com a Intuição. O que estudamos pode não nos tocar
e dar-nos apenas, pela memorização, a ferramenta necessária para agir. Mas só o
que nos toca, nos emociona, efetivamente guardamos para saber como utilizar a
ferramenta. A ferramenta é útil, mas saber utilizá-la pela melhor forma é
indispensável…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Para
entendermos porque e como o Ritual e o seu exercício estimulam a nossa
Inteligência Emocional e, logo, induzem a obtenção de Sabedoria, devemos ter
presente que, nos primórdios da Humanidade, quando ainda não tinha sido
inventada a escrita – e muitas e muitas gerações de humanos viveram sem que
houvesse escrita… -, a aquisição de conhecimentos e o acesso à Sabedoria
processavam-se através da Tradição Oral. Era exclusivamente por essa via que os
mais velhos e os mais experientes transmitiam o que sabiam aos mais novos e sem
experiência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Não
havia então propriamente aulas, nem escolas. Os mais velhos e experientes
diziam o que tinham aprendido, executavam perante os mais novos os gestos que
era necessário fazer, repetiam, uma e outra vez, e faziam repetir muitas e
muitas vezes, as palavras, os gestos, os atos de que dependiam, tantas vezes, a
alimentação, a segurança e a sobrevivência, não só individuais como do grupo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Ora,
repetir uma e outra vez as mesmas palavras, para transmitir as mesmas noções,
executar muitas e muitas vezes os gestos e as acções adequados para a obtenção
dos resultados pretendidos mais não é do que… executar um ritual! Um Ritual é
um conjunto de palavras, gestos e atos proferidas e executados sempre da forma
similar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Então,
nos primórdios da Humanidade, aprendia-se e vinha-se a saber através da
repetida execução de rituais. Era pelo que se via, pelo que se ouvia, pelo que
se executava, pelo que exaustivamente se repetia, que se entranhava em cada um
o que fazer e como fazer para obter alimento, para garantir segurança, para
melhorar e curar maleitas, para adquirir o conforto possível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Os
rituais aprendidos e executados propiciavam, assim, a sabedoria necessária para
sobreviver e viver o melhor possível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">O
cérebro humano foi portanto, desde muito cedo, formatado em primeiro lugar para
reagir aos estímulos visuais e auditivos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Só
mais tarde, muito mais tarde, o cérebro humano adquiriu a capacidade e
habilidade de decifrar o código da escrita. A criação da escrita foi um avanço
civilizacional imenso. Permitiu registar o que se tinha por importante, aquilo
que anteriormente tinha de ser adquirido e mantido à custa de repetições. A
escrita e a habilidade de a utilizar permitiram à Humanidade um meio mais fácil
de registar e dar acesso ao Conhecimento. O cérebro humano naturalmente adquiriu,
assim, também a capacidade de adquirir Conhecimento através da escrita, da
leitura, do estudo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Mas
tenhamos presente que a camada mais profunda do nosso cérebro é desde sempre
estimulada auditiva e visualmente e por execuções ritualizadas do que se
pretende transmitir. A aquisição de Conhecimento através da escrita, da
leitura, do estudo é uma habilidade mais recentemente adquirida, logo, mais
superficial no nosso cérebro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Não
nos enganemos: o estudo, a aquisição de Conhecimento pelo estudo, dá trabalho.
Esse trabalho é recompensado pelo desenvolvimento da nossa Inteligência
Racional, pela habilidade de memorizar, de relacionar, de aplicar. Mas é apenas
a Razão que é aplicada e fortalecida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Para
se desenvolver, para se utilizar a Inteligência Emocional, a que nos permite,
quantas vezes sem sabermos como, intuitivamente dizer a palavra certa, executar
o gesto adequado, efetuar a ação necessária sem termos de longamente pesar os
prós e os contras, sem necessitarmos de fazer exaustivas análises e cálculos,
para isso temos de recorrer às camadas mais profundas do nosso cérebro – e
essas desde o início dos tempos foram estimuladas pelo que se via e ouvia, pelo
que se repetia uma e outra e muitas vezes, pelo que se ritualizava.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Por
isso afirmo que o Ritual é o indutor de mais rápida passagem do Conhecimento à
Sabedoria, acelerando o que só a Experiência, a Vida vivida, os erros cometidos
e as vitórias alcançadas nos permitiria atingir, não fora ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Meus
Irmãos: até agora tenho sempre falado de Ritual, sem adjectivar e, sobretudo,
sem utilizar o adjectivo maçónico.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Porque
o ritual, penso tê-lo demonstrado, existe desde sempre e desde sempre aumenta a
capacidade humana de discernir, em suma, de saber. E não há “o “ ritual, há
muitos rituais, respeitando a muitos momentos, ocasiões e atividades. Existem,
bem o sabemos, rituais religiosos. Mas também de outra natureza, uns mais
solenes e utilizados em ambiente de Poder ou de significado social, outros mais
simples, íntimos até. Atrevo-me a dizer, por exemplo, que todos os casais com
algum tempo de ligação criam os seus rituais próprios, indutores de segurança,
conforto e manutenção da relação afetiva.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Uma
categoria de rituais que merece referência é o ritual que podemos denominar de
grupal, o que marca, define e corporiza a integração de alguém num determinado
grupo. Aí não está em causa a aquisição ou consolidação de conhecimentos ou o
acesso a sabedoria, mas simplesmente o estabelecimento de uma união grupal, a
que o neófito passa a aceder.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Todo
o ritual é importante, precisamente porque correspondendo à mais antiga e
natural forma de a Humanidade processar a aquisição de conhecimentos, ganhar e
manter confiança, obter conforto e segurança. Não é assim porque queremos que
seja, assim é porque a nossa evolução como espécie o determinou. Talvez algo
grandiloquentemente, pode-se afirmar que a Civilização se alicerça em rituais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Mas
os Rituais Maçónicos, esses, partilhando com os demais a mesma natureza de
meios indutores de aquisição de Sabedoria, têm ainda uma valência própria,
quiçá não exclusiva, mas seguramente que identitária. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Os
rituais maçónicos têm uma tríade de caraterísticas, duas delas já referidas e
uma terceira que podemos considerar própria. Os rituais maçónicos assumem a
natureza de indutores de Sabedoria, são também, particularmente nos rituais de
Iniciação e de Aumento de Salário rituais grupais, mas também assumem a
natureza de explanação e aprofundamento de Princípios e Valores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Esta
uma especificidade não negligenciável. Os vários rituais dos diferentes ritos
maçónicos apresentam-nos e definem-nos Valores e Princípios a que os maçons
devem corresponder. Não estão aqui em causa conhecimentos a interiorizar.
Estão, diretamente, aspectos e referências morais a seguir, a cumprir, a
divulgar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Os
rituais maçónicos ao promoverem Princípios e Valores apelam diretamente às
caraterísticas básicas do cérebro humano. Os princípios e Valores expostos,
facultados, não se destinam a ser meramente apreendidos pela Inteligência
Racional, através do estudo e da aquisição de conhecimentos. Procura-se atingir
a Inteligência emocional, o âmago da personalidade de cada um e aí efetuar as
modificações inerentes a esses Princípios e Valores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Busca-se
a aceleração do processo. Em vez da mera aquisição pela Inteligência Racional e
posterior enraizamento através da experiência, busca-se a inserção direta e
eficaz na mente do maçom, atingindo o que o Ritual, desde os primórdios da
Humanidade toca: a Inteligência Emocional, logo as profundezas do ser que cada
um de nós é. Não se semeia, para que porventura nasça e cresça. Planta-se para
que, no mais curto espaço de tempo, haja frutos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Os rituais
maçónicos destinam-se assim, para além da integração de indivíduos em grupos, a
propiciar a modificação de cada um, através da interiorização de Princípios e
Valores morais, que devem nortear a conduta de cada um,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Expostos
de forma ritualizada, muitas vezes repetida, encenada e praticada, tais
Princípios e Valores entranham-se diretamente no âmago essencial de cada um,
assim propiciando o seu aperfeiçoamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Este
processo de aperfeiçoamento não é imediato. É demorado, é evolutivo, depende de
patamares.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">É
por isso que é um erro pensar-se que, sabido o ritual, aprendido a executar o
mesmo com perfeição, o nosso trabalho está terminado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Posso
garantir-vos, com base na minha experiência de mais de 30 anos de maçom, que
não é assim que funciona.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Decorar
o ritual, executá-lo na perfeição, são ainda tarefas do Intelecto, da
Inteligência Racional. O que importa é senti-lo, vivenciá-lo, apreender aqui e
ali algo de novo, algo que nos chama agora a atenção e em que não reparáramos
antes. Porque esse é o processo de entranhamento das noções transmitidas pelo
ritual, esse é o processo de passagem do Conhecimento à Sabedoria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Se
há algo que verdadeiramente aprendi com os nossos rituais é que se está sempre
a aprender algo de novo com os mesmos. Em mais de trinta anos de Maçonaria, já
repeti, já executei, já vi serem repetidos, já vi serem executados, os nossos
rituais centenas de vezes. Nunca me incomodei com a repetição. Nunca deixei de
me concentrar na sua execução. E, trinta anos passado, ainda me sucede que
subitamente encontro algo de novo, apesar de ser o mesmo ritual que pratico e a
que assisto ao longo deste tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Tal
sucede por uma simples razão: encontro numa ocasião aquilo que então estou
preparado para encontrar. As palavras, os gestos, os atos, são os mesmos desde
o princípio. Mas antes eu não compreendera aquele particular significado, porque
ainda não estava preparado para tal. Porque tive de seguir uma evolução,
compreendendo aqui algo que mais tarde me permitiu perceber aquilo, que me
modificou e levou a entrever aqueloutro pormenor, num processo evolutivo
permanente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">É
para isso que serve o nosso ritual. Porque o ritual maçónico não é um simples
ritual igual a todos os outros que a Humanidade segue. O ritual maçónico é um
meio de Construção e Aperfeiçoamento de Nós. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">É
esta a sua importância!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Rui Bandeira<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">Comunicação por meios virtuais no âmbito da
Academia Maçónica<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">18/2/2021</span></i><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;">
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times-Roman; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Times-Roman;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-85084050762173255962020-10-15T12:00:00.003+01:002020-10-15T12:41:26.574+01:00A Loja pós-pandemia<p></p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzt0AFOj2YjDueaw3MWOKCWAD2s352H_eIvQRRo5lHNQAe10eTfvz32-yRXO_o-HUxW_RyyByu3okJzQDFPZHoOLrTv_msDXIjvTgE0vUpDPOHSlQcK3McUCPR4GWCwfbKluhX/s900/mascaras_frontal.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzt0AFOj2YjDueaw3MWOKCWAD2s352H_eIvQRRo5lHNQAe10eTfvz32-yRXO_o-HUxW_RyyByu3okJzQDFPZHoOLrTv_msDXIjvTgE0vUpDPOHSlQcK3McUCPR4GWCwfbKluhX/s320/mascaras_frontal.jpg" /></a></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">A
interrupção dos trabalhos presenciais em resultado da pandemia constituiu,
obviamente, um apreciável transtorno para a Loja. Interrompeu-se a programação
do ano, bem como o contacto presencial entre os obreiros da Loja. Ao fim de
algum tempo, passou-se a utilizar os meios técnicos disponíveis para passar a
reunir em videoconferência, nas mesmas noites em que normalmente haveria
sessões de Loja. Foi o remédio possível, mas rapidamente se verificou que... não
é a mesma coisa! Nem poderia ser, claro.</div><p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Inicialmente,
nas duas ou três primeiras videoconferências, ainda houve a alegria do
reencontro, ainda que por meios virtuais. Mas depois começou a ouvir-se o
lamento, de cada vez mais de nós até ser evidente haver unanimidade nesse
sentimento, de que... falta o ritual! E falta, efetivamente. </p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Mas
em quase todas as situações podemos escolher ver o copo meio vazio ou olhar
para o copo meio cheio. O copo está meio vazio, porque falta o ritual. Mas, por
outro lado, afinal o copo está meio cheio, porque nos demos conta de que falta
o ritual!</p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Efetivamente,
antes da pandemia (e subjetivamente este “antes da pandemia” começa a
parecer-nos algo como “no século passado”...) quantos de nós REALMENTE tínhamos
a noção da importância do ritual? Cada um que confesse a si próprio: é ou não
verdade que, antes da pandemia, ao menos uma vez, em momento de maior cansaço
ou num assomo de aborrecimento, se pensou que a repetição uma e outra vez do
ritual era, afinal, uma perda de tempo e que mais valia tratar-se do que se
tinha a tratar, debater-se o que se tinha a debater, decidir o que se tinha a
decidir sem se “perder tempo” com a repetição de um ritual já conhecido? E não
terá porventura havido alguma vez em que o ritual de encerramento foi
“despachado” em alta velocidade porque já era tarde e o ágape esperava?<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p>Pois
bem, agora vimos, agora sentimos, que o ritual nos faz falta. Que a repetição
daquelas frases, por alguns já centenas de vezes ouvidas, nos conforta, que a
audição desse diálogo nos sintoniza, que os princípios, os lemas, os
símbolos dele constantes nos relembram
as condutas que devemos seguir, as melhorias que nos esforçamos por fazer, o
sentido da vida que buscamos.</p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p>Se
algo de bom para a Loja resultou da paragem em resultado da pandemia, foi isto
mesmo: lembrou-nos como o ritual é importante, como nos faz falta, como integra
a essência de ser maçom.</p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p>Assim,
enquanto nos mantemos nesta “apagada e vil tristeza” de nos irmos vendo (alguns
de nós, que a outros as videoconferências nada dizem) bimensalmente por
videoconferência, comecemos, cada um de nós de si para si e todos em conjunto,
a preparar o regresso à Luz das nossas reuniões presenciais e ao reencontro com
o ritual.</p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p>Porque
– não nos enganemos – há que preparar esse regresso e nos prepararmos para esse
regresso, pois este interregno deixou marcas, fez-nos perder o hábito de “ir à
Loja”, potenciou a nossa preguiça (e venha de lá o mais pintado dizer que
preguiça é coisa que não sente e nunca sentiu, que eu logo fraternalmente terei
de o apodar de Irmão mentiroso... Um dos vícios para que cavamos masmorras é a
preguiça...). Pelo que, quando regressarem as reuniões presenciais, haverá que
sacudir todos e cada um de nós para desalojar a instalada rotina de “não ir à
Loja” e motivar todos para comparecer... até porque vai haver ritual!</p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p>Na
minha ótica, três ações serão necessárias, quiçá indispensáveis.</p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p><span style="text-indent: -18pt;">1)<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="text-indent: -18pt;">Nas duas ou três primeiras sessões, fazer um
trabalho mais pronunciado de divulgação e de motivação de todos a comparecer.
No limite, organizar que cada um da metade mais assídua tenha a tarefa de
contactar, motivar e tentar, por todos os meios exceto a força física, que os
menos assíduos agora venham. Não só porque vai haver ritual, mas afinal porque
vai haver um RECOMEÇO, um novo ciclo, a organização e funcionamento de uma nova
Loja pós-pandemia (quer nós estejamos cientes disso ou não, este interregno
pandémico é um corte, uma separação, entre a Loja de antes e a Loja de depois,
que será o que nós quisermos, pudermos e conseguirmos fazer dela. Então, os
menos assíduos, os menos interessados, os mais ocupados com trabalho, família e
tudo o resto que normalmente se atravessa à frente da “ida à Loja”, que melhor
oportunidade têm de contribuir para uma Loja mais à medida do seu interesse,
das suas necessidades, do que aproveitar o RECOMEÇO e a folha em branco que ele
transporta para escrever nela o que mais lhe interessa, para ajudar a fazer da
Loja o que eles sentem que falta? A Loja pós-pandemia far-se-á com todos, os
que antes vinham mais e os que antes vinham menos (ou não vinham de todo...),
que agora podem ajudar a refazer a Loja mais a seu gosto!</span></p><p class="Standard" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p><span style="text-indent: -18pt;">2)<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="text-indent: -18pt;"> </span><span style="text-indent: -18pt;">A segunda
necessidade a satisfazer é... RITUAL, RITUAL, RITUAL. Se sentimos que o ritual
nos está fazendo falta, vamos matar a fome dele! Deveremos dar prioridade, nos
primeiros tempos, à execução ritual e, sobretudo, à execução de vários rituais,
designadamente o de Iniciação, o de Passagem e o de Elevação. Exceto os
dinossauros da Loja (eu e mais um ou dois), miraculosamente ainda não extintos,
os elementos do Quadro da Loja podem porventura ter ouvido falar, mas não
tiveram experiência dos primórdios dela. E os primórdios dela resume-se a uma
palavra triplamente dita: ritual, ritual, ritual. Durante mais de um ano, por
imposição do Grão-Mestre Fundador, era a nossa Loja e só a nossa Loja que fazia
Iniciações, Passagens e Elevações. No fim desse tempo estávamos exaustos, já
deitávamos ritual pelos olhos fora, mas foi com esse trabalho que forjámos a
argamassa que constituiu a coesão da Loja e que nos ajudou, ao longo de três
décadas, a superar crises e adversidades. A Loja pós-pandemia vai recriar a sua
coesão e a execução ritual vai certamente ter um papel nisso. Mas não
esqueçamos que para fazer um ritual de Iniciação temos de ter candidatos já
inquiridos e admitidos pela Loja à Iniciação. Aproveite-se o tempo de pausa
para ultimar as inquirições de quem está nos passos perdidos, de forma a
votarmos a sua admissão à Iniciação na primeira sessão presencial de Loja. Para
fazer Passagens, temos que ter Aprendizes com o interstício cumprido e as
respetivas pranchas lidas. Haverá que verificar se estão reunidas as condições
de Passagem também logo na primeira sessão presencial, para programar a
Passagem de quem pode fazê-lo logo nas sessões seguintes e assegurar o
cumprimento dessas condições aos que ainda as não reunirem, para serem passados
logo depois, numa fase subsequente tão rápida quanto possível. E o mesmo quanto
às Elevações.</span></p><p class="Standard" style="margin-left: 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p><span style="text-indent: -18pt;">3)<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="text-indent: -18pt;"> </span><span style="text-indent: -18pt;">Finalmente, a terceira necessidade a satisfazer
é cíclica na nossa Loja: estabelecer qual o nosso projeto nos tempos mais
próximos, que iniciativas vamos assegurar, em que é que nos podemos distinguir
das demais Lojas.</span></p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Para satisfazer esta necessidade vai ser necessário apresentar
ideias, formular projetos, debater
prioridades. Este é, por exemplo, um dos pontos que porventura permitirá que os
mais desinteressados se voltem
realmente a interessar. Mas não tenho ilusões. O passado mostra-nos que este não é um processo
fácil, nem rápido, nem sequer particularmente eficiente.
Ter ideias, apresentá-las, defendê-las, harmonizar com as sugestões dos demais, estabelecer pontos de entendimento
e planos de ação nunca foi, não é e não será nunca fácil. Mas se há algo que os trinta anos da nossa
Loja mostram é que este processo, quantas vezes anárquico ou demorado, acaba sempre por, cedo ou tarde, dar
resultados positivos. Às vezes de
forma não esperada, às vezes sem decisão formal da Loja, mas por avanço de dois
ou três a que outros se juntam e acaba por se estar perante um projeto da Loja.
Pouco importa. A seu tempo, algo se
fará. E cada coisa que se faça é mais um elemento fortalecedor da Loja e da sua coesão. Nem sempre poderemos avançar
rápido. Teremos porventura de fazer pausas, de reordenar
prioridades. Mas algo se fará. E muito mais se discutirá e projetará e fará
mais à frente.</p><p class="Standard" style="margin-left: 35.25pt; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">E verificaremos que, compreendendo que o ritual é importante e
dando-lhe a importância que lhe
é devida, ele não é tudo. Na Loja, como na vida, o equilíbrio é fundamental e o
caminho faz-se caminhando. A Loja pós-pandemia vai necessariamente ser
diferente da Loja de antes, mas a essência do que nós somos, essa, vai
permanecer. Esta é a Loja Mestre Affonso Domingues! </p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><i>Rui Bandeira</i></p><p class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><i>Prancha apresentada na sessão virtual da Loja de 14 de
outubro de 6020, E. M.</i></p><br /><p></p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-54401050136092273262020-09-22T12:00:00.006+01:002020-09-22T15:44:26.603+01:00Comunicação do Grão Mestre da GLLP/GLRP aos Irmãos por ocasião do Equinócio de Outono<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPTSCJkmp3tdkaVz5rt59C1jNoVZxcfIpsTTc6BSDOd-raqFJ3Q7SZzrPLYpEpsn9BOyhxfRUB03cXQoACgJT7BBxZTROHb8ZNKd2N3JZ5Y5ntE2sJoe2znE0tA0_Fj65eM9NU/s520/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="520" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPTSCJkmp3tdkaVz5rt59C1jNoVZxcfIpsTTc6BSDOd-raqFJ3Q7SZzrPLYpEpsn9BOyhxfRUB03cXQoACgJT7BBxZTROHb8ZNKd2N3JZ5Y5ntE2sJoe2znE0tA0_Fj65eM9NU/w400-h268/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Lisboa, 22 de Setembro de 6020 </p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">O Equinócio dos tempos que desconhecemos </span></p><p style="text-align: justify;">Meus Queridos Irmãos, </p><p style="text-align: justify;">Muito gostaríamos de estar reunidos na Assembleia Maçónica da Grande Loja para comemorar o
Equinócio do Outono, à semelhança do ano passado, ocasião que foi para todos nós muito especial
porquanto estiveram presentes mais de 800 Irmãos, e muitos e ilustres visitantes de 34 delegações
oriundas de 26 países espalhados por todo o mundo. </p><p style="text-align: justify;">Há muito que vivemos tempos desafiantes, inquietantes, estranhos e perigosos. Mas a humanidade,
ao longo dos milénios, sempre teve enormes problemas para resolver e agora, não sendo os mesmos,
incumbe-nos a nós estar à altura dessas interrogações, enfrentando esses perigos e receios. </p><p style="text-align: justify;">O Equinócio é o evento celeste que ocorre duas vezes no ano, em Março e em Setembro. Nos
equinócios ambos os hemisférios se encontram igualmente iluminados pelo Sol, na sua órbita
aparente vista da terra passa pelo equador celeste, tornando o dia e a noite iguais na sua duração. </p><p style="text-align: justify;">Assim, a linha divisória entre o dia e a noite observada do cosmos torna-se vertical, "ligando" os
polos Norte e Sul do nosso planeta. Dá-se o início da mudança das estações. </p><p style="text-align: justify;">É nos equinócios que os maçons recebem as bênçãos do equilíbrio, da igualdade e da justiça, sempre
numa contenda para prevenir o desequilíbrio moral, espiritual e social que quotidianamente nos
afectam e prejudicam. </p><p style="text-align: justify;">Devemos todos reflectir nisto porque a Maçonaria não vive fora do mundo e das realidades que a
cercam e, por isso mesmo, não poderemos nunca ser indiferentes face ao tão vasto horizonte de
eventos e desafios com que nos confrontamos. </p><p style="text-align: justify;">Hoje, dia 22 de Setembro de 2020, assinalamos o Equinócio do Outono e não podíamos deixar de o
celebrar apesar de o mundo todo - e a maçonaria também - estar confrontado com incógnitas, dúvidas
e receios de tamanha dimensão que a todos inquietam e a todos afectam de sobremaneira. </p><p style="text-align: justify;">E celebramos a efeméride porque somos fiéis ao nosso passado histórico e aos “landmarks” que nos
impelem a manter viva a chama da maçonaria universal, independentemente dos tempos, devido a esses mesmos constrangimentos que se torna mais premente dizermos presente, e avançarmos para a linha
da frente das carências e daquilo que se impõe fazermos. </p><p style="text-align: justify;">Provavelmente, nunca como hoje o planeta Terra, o nosso mundo, se tornou tão próximo de nós. </p><p style="text-align: justify;">Evidenciando as suas fragilidades, é certo, mas também dizendo-nos que o mundo é um só e que, se
a todos pertence, igualmente de todos necessita para que a sua sustentabilidade continue a vigorar. </p><p style="text-align: justify;">A pandemia trouxe incomensuráveis problemas e brutais malefícios, mas serviu e serve para mostrarnos que a humanidade é uma só e que todos precisamos de nos unir para subsistir, lutando contra o
que desregula a natureza e prejudica a sobrevivência humana e todo o ecossistema planetário, com a
sua incontável e maravilhosa biodiversidade. </p><p style="text-align: justify;">É urgente, pois, intervir onde for e como for necessário, visando a recuperação da normalidade da
vida em sociedade, mantendo a economia a funcionar, até para que o essencial, como os alimentos,
nunca faltem. </p><p style="text-align: justify;">Todavia, é também preciso equilibrar tal desiderato com as acções de combate à pandemia, fazendo
o que as entidades sanitárias entendem dever ser feito para evitar as infecções na população, e para
diminuir as sobrecargas dos serviços hospitalares. </p><p style="text-align: justify;">Nada é ou será fácil neste equilíbrio, até pelos custos económicos que lhe estão associados e sobretudo
quanto aos gastos com a saúde e com os subsídios aos desempregados. Mas torna-se imperioso
prosseguir nesta linha para não colocar em risco a nossa saúde e a nossa sobrevivência colectiva. </p><p style="text-align: justify;">É tempo de agir! </p><p style="text-align: justify;">E agir é, por exemplo, dar atenção e reflectir sobre temas que já fazem parte das nossas preocupações
e sobre os quais devemos mostrar a nossa inquietação cívica, como as Migrações e as Alterações
Climáticas. </p><p style="text-align: justify;">Há um ano realizámos uma Conferência sobre as Migrações, esse enorme problema que continua,
infelizmente, na ordem do dia. As migrações continuam a ser hoje uma questão incontornável a nível
mundial, e como fenómeno social, económico e político assumem um papel central na opinião pública
e no debate político. </p><p style="text-align: justify;">Com base na Carta das Nações Unidas para os Direitos do Homem, documento tão nobre e respeitado
por todos aqueles que reconhecem nos valores da maçonaria o melhor quadro genético para a
sociedade atingir a felicidade desejada, devemos encarar o problema das migrações como um desafio
à própria afirmação do Homem como Ser Justo e Solidário. </p><p style="text-align: justify;">Cientes dos problemas decorrentes de semelhante fenómeno e das suas naturais reacções locais, não
deixaremos que nesta reflexão se esqueça a dimensão humana de um problema, que a todos afecta, e
perante o qual ninguém pode ficar indiferente. </p><p style="text-align: justify;">O Governo português transmitiu recentemente à Comissão Europeia a sua disponibilidade para
participar no esforço europeu de solidariedade para o acolhimento de pessoas que se encontravam no
campo de refugiados de Moria. O Secretário-geral da ONU, António Guterres, pede solidariedade
europeia para com os Refugiados de Lesbos. Em Lesbos mais de 10.000 pessoas (quase 1.000 são
crianças) dormem ao relento e estão a passar fome, situação perante a qual ninguém deve ficar de
braços caídos. </p><p style="text-align: justify;">Está na hora de passarmos das palavras aos actos e demonstrarmos a nossa solidariedade.
Solidariedade essa que não deve reduzir-se a simples ajuda ou assistência, dando-lhe apenas um
significado económico ou material. Não há Solidariedade sem Caridade, sendo esta a principal fonte
de todo o valor moral que impregna cada um de nós, no nosso coração. A solidariedade significa a
dimensão social da caridade. Na verdade, <i>não há futuro sem solidariedade</i>. </p><p style="text-align: justify;">Citando Dionigi Tettamanzi: <i>“Há muitas etnias e povos diferentes, mas todas as etnias têm a sua raiz
e o seu desenvolvimento na única etnia humana, de modo que todos os povos se encontram num
mesmo tecido vivo e unitário da família humana”</i>. </p><p style="text-align: justify;">É preciso olhar para os migrantes numa óptica global, como pessoas, portadoras de direitos e deveres,
merecedoras do nosso respeito e de igual dignidade pessoal, que é devida a cada ser humano. </p><p style="text-align: justify;">No discurso do <i>“Estado da União”</i> Úrsula von der Leyen pediu uma gestão conjunta de todos os
países da EU na questão dos Refugiados. </p><p style="text-align: justify;">A crise sanitária é agora, segundo von der Leyen, outro meio para afirmar a Europa como potência à
escala global. A crise pandémica mostrou “quão frágil é a nossa comunidade de valores”, afirmou ela
defendendo que a União tem de “liderar a resposta global” à covid-19. Criticou ainda os
“nacionalismos” na busca de uma vacina, e defendeu a cooperação no desenvolvimento de uma
vacina disponível para todos, e não apenas para aqueles que tenham capacidade para as adquirir.
von der Leyen assegurou ainda que “a Comissão atribui a maior das importâncias ao Estado de
direito” e que o respeito pelas regras democráticas “não é negociável”. E revelou também estar em
preparação um plano para combater discursos racistas e de ódio. </p><p style="text-align: justify;">Nós, Maçons, temos o dever de olhar para as questões climáticas. O Secretário-geral da ONU
defendeu que os Estados "devem agir juntos face à ameaça climática", a qual é "muito mais grave do
que a pandemia em si". "É uma ameaça existencial para o planeta e para as nossas próprias vidas",
referiu. "Ou estamos unidos ou estamos perdidos", avisou o secretário-geral da ONU, apelando, em
particular, à adopção de "verdadeiras medidas de transformação nos domínios da energia, transportes,
agricultura, indústria, e no nosso modo de vida, sem as quais estaremos perdidos". </p><p style="text-align: justify;">Por causa da pandemia do novo coronavírus, várias reuniões internacionais sobre questões ambientais
agendadas para este ano tiveram de ser adiadas, suscitando receios de novos atrasos na luta contra as
alterações climáticas. </p><p style="text-align: justify;">A 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), que pretendia
relançar o Acordo de Paris (após o anúncio da retirada dos Estados Unidos em 2017), estava prevista
para este ano em Glasgow (Escócia, Reino Unido) e foi adiada para Novembro de 2021. </p><p style="text-align: justify;">Apesar do confinamento em massa, registado a nível mundial por causa da pandemia ter
desencadeado uma quebra nas emissões (até 8% a nível mundial, de acordo com algumas
estimativas), os cientistas já salientaram que o desenvolvimento global não irá abrandar sem
mudanças sistémicas, particularmente nas áreas da energia e da alimentação. </p><p style="text-align: justify;">De acordo com os especialistas da área do ambiente da ONU, a emissão de gases com efeito estufa
teria de diminuir 7,6% por ano durante a próxima década. </p><p style="text-align: justify;">A transformação a partir do <i>Green Deal</i> tem na prossecução da neutralidade carbónica da UE até
2050 o “coração da nossa missão”, disse a presidente da Comissão Europeia, von der Leyen. </p><p style="text-align: justify;">Defendeu, assim, que é preciso acelerar o passo para atingir esse objectivo, e anunciou que iria propor
que a meta de redução de emissões até 2030 suba de 40% para 55%. </p><p style="text-align: justify;">Ao nível das temperaturas, o ano de 2019 foi o segundo mais quente desde 1880, altura em que
começaram os registos modernos de temperaturas. </p><p style="text-align: justify;">Temos de nos mobilizar em torno destes objectivos e procurar influenciar todos para as causas que,
pela sua dimensão humana e solidária, nos tocam, enquanto maçons, de forma especial. </p><p style="text-align: justify;">Recuperar e trazer para o tempo presente aquilo que de bom e útil nós maçons fizemos no passado,
deve estar sempre na base do nosso pensamento e acção. </p><p style="text-align: justify;">Neste equinócio do Outono quero agradecer e saudar todos os Veneráveis Mestres, e a todos aqueles
maçons, que ousaram contrariar esse imobilismo resultante da pandemia, realizando Sessões virtuais,
e mantendo dessa forma viva a egrégora da Loja, para satisfação intelectual, filosófica e espiritual de
todos os Irmãos. </p><p style="text-align: justify;">É verdade que todos sentimos a falta dos Templos e do Ritual. Os Rituais são acções simbólicas, cuja
encenação e participação têm um efeito poderoso na nossa mente e espírito ao ensinar-nos
importantes lições e, no limite, e ao ajudar-nos a moldar o nosso carácter e a pautar a nossa vida,
através de cerimónias iniciáticas de celebração e passagem. </p><p style="text-align: justify;">Os rituais, como actos simbólicos, representam os valores que produzem uma comunidade coesa, que
é capaz de harmonia e de um ritmo comum, sem os quais cada um de nós se sente isolado. A repetição,
e portanto a sua prática, é uma característica essencial dos rituais. </p><p style="text-align: justify;">Nós não nascemos maçons, tornamo-nos maçons. E por isso impõe-se também uma palavra especial
para todos os Irmãos Aprendizes. Do Aprendiz espera-se trabalho, conhecimento e construção
permanente. Não basta a cerimónia de iniciação, nem os juramentos. É preciso o trabalho no Templo,
numa busca permanente pela separação entre a luz e as trevas. <i>A maçonaria pretende fazer de um
homem bom um homem melhor</i>.</p><p style="text-align: justify;">Há, no entanto, Irmãos Aprendizes que, por força da pandemia, desde o dia da sua iniciação não
voltaram a reunir em Templo. Mas não devem esmorecer! Eu estarei convosco, estaremos todos
convosco, neste nosso caminho na busca incessante de mais luz e, portanto, de mais conhecimento. </p><p style="text-align: justify;">Assim, fruto da nossa experiência adquirida iremos a partir de Outubro, salvo se a situação pandémica
e a DGS não o permitirem, realizar Sessões, em regime experimental, gradual e transitório, com um
número máximo de 10 Irmãos em Templo e cujas regras estão em fase final de conclusão, e que
oportunamente serão divulgadas. </p><p style="text-align: justify;">Esta solução resulta, por um lado, do trabalho e reflexão no seio da nossa Grande Loja e, por outro,
de reuniões virtuais, realizadas com outras Obediências Regulares como a UGLE e a GLNF. </p><p style="text-align: justify;">Todos temos a firme convicção que alguma coisa tem de ser feito, sem riscos desnecessários,
preservando a nossa segurança, na estrita observância das regras sanitárias, que nos permita de forma
gradual retomar a nossa tão desejada e necessária actividade maçónica, para nossa alegria e felicidade. </p><p style="text-align: justify;">O que move o mundo é a busca constante da felicidade e isso é sobretudo um caminho, um percurso
individual e colectivo que nunca tem fim pois se tivesse, a obra estaria concluída e tal resultado, bem
sabemos, nunca poderá estar terminado, a não ser quando o GADU nos chamar para junto Dele,
fechando-se, então, para cada um de nós, a magnifica Abóbada Celeste. </p><p style="text-align: justify;">Durante estes novos tempos de pandemia, que nos têm mantido afastados dos nossos afectosfraternais
e contactos pessoais e sociais, realizámos diversas iniciativas. Pela sua importância e mérito destaco
duas iniciativas, ambas com a “chancela” da Academia Maçónica: a Revista “O Aprendiz” que hoje
publica o n.º 1, desta nova fase editorial; e a Academia de Verão - que contribuiu, seguramente, para
ampliar o conhecimento e sabedoria de todos os Irmãos. </p><p style="text-align: justify;">Vamos continuar a demonstrar, por palavras e pelo nosso trabalho e obras, que a Maçonaria e os
Maçons, estejam onde estiverem e sejam quais forem as condições, continuam a ser, como sempre
foram, obreiros da liberdade, da paz, da harmonia, da justiça, da tolerância e do amor. Mas também
motivadores de progresso, de desenvolvimento, de ciência, de educação e de solidariedade. </p><p style="text-align: justify;">Fraternalmente, </p><p style="text-align: justify;">Armindo Azevedo </p><p style="text-align: justify;">Grão Mestre</p>Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-37386581131989488362020-09-22T09:10:00.000+01:002020-09-22T09:10:23.663+01:00Recordando Luiz Miguel Roza Dias (2)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwWV2wtxQSXBtIvBC-W91qjuYQD9U56rhTHl52sCtkvB61orjxfblbGk1U63-M8ZyZXvnD0PRTEy8Y' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><p></p><p style="text-align: center;"><b>Miguel Roza, Templário</b></p><p>Trago ao "A-Partir-Pedra" mais um extrato de uma conversa entre amigos. Muito mais do que um programa de televisão, estes encontros com o Luiz Miguel foram conversas entre amigos sobre temas do trabalho literário do nosso Luiz Miguel. Há uma bela coleção de livros saídos da imaginação e do trabalho do Luiz que contempla desde a compilação de documentação relativa à vida de Fernando Pessoa até ao romance passando, com alguma preferência, pela poesia.</p><p>Neste extrato falamos sobre "O Templário que Viveu Duas vezes", 1º romance do Luiz Miguel, abrindo uma trilogia que terminou em data já muito próxima da sua passagem ao Oriente Eterno. Mas falamos também de outras coisas. Com o Luiz não era possível estar encerrado num tema. Os assuntos saltam, tal como a vida, e há sempre algo mais e diferente a dizer e a fazer.</p><p>É mais um pedaço do nosso querido Luiz Miguel na primeira pessoa. Deixo para todos mais esta recordação da verdade, da alegria de viver que sempre o acompanhou e que espalhou em catadupas por entre todos nós.</p><p><br /></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-56333273259353530022020-09-18T00:01:00.000+01:002020-09-18T00:01:03.470+01:00Recordando Luiz Miguel Roza Dias (1)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz3sRQgwWm_rcj6uO6_80_q9PsT-BFb_4YfRu7ha2C2o6I1ZGw8CuWdsXFn6PLA83ktIhLuBbAdk7I' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Luiz Miguel na 1ª pessoa</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Há poucos dias completou-se um ano sobre a data em que deixámos de ter a presença física do Luiz Miguel entre nós. É uma saudade imensa e salta-me a recordação permanente da alegria, do companheirismo, de tanta coisa que, se quiser ser justo, daria para preencher um blog inteiro com as qualidades humanas deste Homem exemplar. Só quem teve a felicidade de conviver com o Luiz sabe o exemplo de vida que ele nos legou. Companheiro como poucos, solidário como muito poucos, fraterno como raros. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Neste primeiro ano de ausência resolvi recordar o Luiz Miguel por Si próprio.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">É um excerto de uma conversa que tivemos os dois. É o Luiz na 1ª pessoa.</div></div><p></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-41453314835137201632020-09-14T09:40:00.000+01:002020-09-14T09:40:27.236+01:00Recordando Alexis Botkine (3)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxsc_s7aC3dGVz4mwDk0FOuuPYQQMYrSEWTwmNHyTiGi90bfDcyf2SrkKuR9YFFW7Ir66RGHWnDn8E' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Passaram algumas semanas e retorno ao encontro dos nossos acompanhantes para terminar esta recordação do nosso Querido Alexis, sempre presente entre todos os que o conheceram e com ele tiveram a oportunidade de conviver. É a terceira intervenção do Alexis, com a Maria Delfina no piano, que incluo nesta recordatória de um grande Maçon, grande Amigo e enorme Homem do mundo.</div><br /><p></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-26565114689022978982020-08-21T19:54:00.000+01:002020-08-21T19:54:16.431+01:00Recordando Alexis Botkine (2)<p></p><h1 style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxpgnflzYu5xvIVXqOwJDFANj9gipWJEd6e9Vi-LASOMii9fBCG2UP8skwyqESNwTRwQKJlgzPkalc' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><span style="font-size: medium; font-weight: normal;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium; font-weight: normal;">“RAMO DE FLORES E DANÇA”</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-size: medium; font-weight: normal;">Conforme prometido aqui Vos deixo um momento que é bem a
recordação de um grande interprete, na verdade de dois grandes interpretes, da
música do mundo. O título da peça pode muito bem representar a imagem do caracter
do Alexis. Ele que foi um amante da vida, que espalhou as flores da sua alegria
por todos os que com ele conviveram. Fica-me para todo o meu sempre, a memória
do sorriso vivo e malandro com que pegava no violino ou na balalaika e andava
entre as mesas dos nossos ágapes brancos, tocando para todos, mas com dedicatória
especial junto do elemento feminino. Nunca perdeu a oportunidade de um piropo
musical, ele que sobrepôs sobre tudo, o respeito pelas pessoas e pelos seus
sentimentos.</span></p></h1><p></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-27399811646154361922020-08-20T08:56:00.005+01:002020-08-21T00:08:32.072+01:00Recordando Alexis Botkine (1)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><h2 style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw3IQT84qy0sZL0uoMREWKypX2qvfEPVWvUiDfKTSp6z7ZeAKSmaFx1ef5bNNIs7UZMphD8rTzn96c' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></h2> <p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">No
arquivo histórico da RLMAD existem peças de inestimável valor histórico e
sentimental com valor absoluto, claro, mas especialmente valorizadas pelos mais
antigos da “casa” que por isso mesmo, tiveram maior convivência com a história
da Loja. Tem acontecido que Irmãos deixem os seus espólios ao cuidado da Loja
por sentimento, ou por passagem ao Oriente Eterno. É este o caso do nosso
queridíssimo e saudosíssimo Irmão Alexis Botkine. Ele foi um exemplo para todos
nós e é uma saudade permanente para quem com ele conviveu, participando da sua
enorme sabedoria, da sua permanente alegria, da sua espantosa disponibilidade
para participar e ajudar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sobre
a sua memória escreveu José Ruah:</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Alexis
era o mais velho, o mais antigo, o mais conhecedor de todos nós, e era talvez o
mais otimista e alegre de todos.</span></i></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E era
assim de facto o Irmão Alexis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O
Alexis quis que parte importante do seu espólio ficasse à guarda da Loja, e
desse conjunto extraí 2 peças da sua música que ajudam a recordá-lo. Hoje deixo uma peça com um grupo de dança organizado e dirigido por ele, em Geneve.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face="" style="background: white; color: #333333; font-family: georgia, serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Numa próxima mensagem incluirei uma peça com Balalaika e Piano, sendo que ao piano estará a nossa Cunhada Maria Delfina Botkine.</span></p><br /><p></p>J.Paiva Setúbalhttp://www.blogger.com/profile/02930414897262558973noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-60972046243209360672020-06-22T12:00:00.000+01:002020-06-22T12:00:01.283+01:00Comunicação do Grão-Mestre da GLLP/GLRP aos Irmãos por ocasião do solstício de verão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBH8ZLotRgeYFTiQ8FypIMgH0vmlUkmi_zWCr5B5Xn67TtQeqdiTeHR5GEDZEarNWRainhpw_SiOPj3-WrlxHxjA1g5rlK6anJc2hkJVG4I9fsELaY7Q6TR2BQDsh4AU9KeG7O/s1600/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBH8ZLotRgeYFTiQ8FypIMgH0vmlUkmi_zWCr5B5Xn67TtQeqdiTeHR5GEDZEarNWRainhpw_SiOPj3-WrlxHxjA1g5rlK6anJc2hkJVG4I9fsELaY7Q6TR2BQDsh4AU9KeG7O/s400/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Queridos Irmãos,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Começo por enviar as minhas saudações fraternas e amigas a todos os meus queridos Irmãos. Faz hoje um ano em que estávamos reunidos, em Assembleia da Grande Loja, para comemorar o Solstício de Verão, como é tradição Universal na nossa Fraternidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Infelizmente, hoje como no Equinócio da Primavera, continua a não ser possível vivermos esta data em convívio fraterno, que marca um dia especial para a Maçonaria e para os Maçons.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nos últimos meses fomos confrontados com um surto epidemiológico que alterou de forma radical as nossas vidas, e que nos trouxe privações nunca antes vivenciadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nunca o planeta foi atingido de forma tão extensa e profunda por uma pandemia como a que estamos ainda atravessar, porquanto a doença chegou até aos confins lugares mais distante da Terra, incluindo ilhas e ilhotas, no mais recôndito dos oceanos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Desde o início desta nefasta ocorrência que nós, Maçons Regulares portugueses e também de todo o mundo, nos manifestamos pela palavra, por actos e obra feita. Sempre discretos, mas assertivos no combate ao vírus e às consequências provocadas nas sociedades humanas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Chegados aqui, com o decrescer dos efeitos negativos da pandemia, impõe-se dizer que sempre acreditamos na força e inteligência do homem para enfrentar a desdita e, claro, nunca duvidamos de que com a protecção do G.A.D.U. a nossa tarefa seria um êxito. E é isso que está a acontecer </span><span style="font-size: large;">pois, iluminados pelo Todo-Poderoso, seguimos o único caminho certo: continuar a obra do nosso Templo Interior.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Estas palavras antecedem o essencial da mensagem por ocasião do tão esperado Solstício de Verão, que comemoramos a 20 de Junho. Este ano, ainda semi-confinados, não poderemos festejar como sempre, o raiar da nossa estrela, da qual dependemos para a vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas o Solstício aí está, com o movimento aparente do Sol na esfera celeste a atingir a maior declinação em relação à linha do equador, no caso, no hemisfério norte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E é assim que nos obrigamos a receber essa luz para enfrentar as lutas, todas as lutas que dificultam o avanço do progresso ou impedem o crescimento do conhecimento do homem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Estes tempos de confinamento e distanciamento social, a que a pandemia nos obrigou, não nos afastaram das nossas preocupações mundanas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E bem vemos o que se passa no mundo de hoje, em que a pandemia tanto contribui para que as misérias humanas crescessem volumosamente, criando milhões de desempregados, doentes e esfomeados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nunca tantos sofreram tanto em tão pouco tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se já tínhamos antes, os migrantes e refugiados, passamos a ter os sem trabalho a uma escala inaudita, com reflexos em todos os aspectos essenciais da vida, e que se resumem ao desespero das famílias para fazerem face aos seus compromissos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É verdade que a pandemia também permitiu muita solidariedade, levou os povos a questionarem a política e a procurarem novos caminhos para o futuro, mas o mais significativo que poderá ter produzido, é a noção de que o planeta é um todo singular, que pertence a todos os que nele habitam e nele fazem um ecossistema de interdependências que obrigam a uma prolixa conectividade biológica (a vida) entre todos os seres, desde os micróbios, às florestas e aos homens. E certamente, tudo e todos, dependentes do Sol, da sua radiação, do seu calor, da sua iluminação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Este momento deve fortalecer a solidariedade e despertar a responsabilidade individual para com o colectivo, para com a sociedade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Homem, soberano e árbitro de si mesmo, no seu livre arbítrio, apesar de portador de uma capacidade criativa, e de transformação do mundo, não tem sido capaz de se transformar a si mesmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Homem é um ser eminentemente social. Esta circunstância impõe, a cada um de nós, um forte compromisso e respeito para com os outros e, com a nossa consciência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Agora, mais do que nunca, teremos de aproveitar esta situação para defender o nosso planeta e criarmos a sustentabilidade de que carece para nos mantermos vivos e vivermos na beleza desta Terra, tão longinquamente colocada no espaço e num extremo do braço da Via Láctea.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E se temos a certeza de que os nossos valores e crenças, aqueles que enformam todos os Maçons, nos garantem o bom caminho e o bom augúrio, então digo-vos que se não aproveitarmos os dias longos banhados pelo nosso Sol, para fazermos o bem e lutarmos por um mundo melhor, as noites que se </span><span style="font-size: large;">seguem a partir deste Solstício começam a ganhar forças crescentes até ao Equinócio do Outono e assim perderemos a luz de que tanto precisamos para procurarmos concluir as obras do nosso templo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Hoje gostaria de honrar aqueles Irmãos corajosos que tomaram a decisão de restaurar a Regularidade no nosso país e ousaram criar a Grande Loja Regular de Portugal em 29 de Junho de 1991, com o apoio da G.L.N.F..</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Presentemente, é mais fácil entender porque um grupo de Maçons tenha decidido, aquilo que para muitos, naquele tempo, parecia uma aventura: a instalação da Regularidade em Portugal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Este caminho foi encetado por um grupo liderado por homens, infelizmente alguns já desaparecidos, e dos quais se destaca a figura de Fernando Teixeira, primeiro Grão Mestre da Grande Loja Regular de Portugal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A G.L.R.P. agrupando diversas Lojas e personalidades, das mais variadas origens, profissões, idades e ideologias uniram-se pelas mesmas crenças, foi reconhecida pelas potencias maçónicas Regulares do mundo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Assim, passou a existir em Portugal a Maçonaria Regular disposta a abrir-se a todos os Maçons que, de forma consciente, se sentissem atraídos por ela e pelos seus princípios e valores. A postura dos Maçons Regulares é diferente dos Maçons, ditos irregulares, perante as grandes questões.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Muitas obras publicadas referem-se à Maçonaria em geral, sem qualquer distinção entre a Maçonaria Regular e a irregular. A Maçonaria Regular deve continuar a lutar para evitar que lhes sejam imputados princípios e atitudes que não são os seus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nas Constituições de Anderson (1723), documento fundamental para a Maçonaria, os seus autores, dois pastores protestantes, Desagulliers e Anderson, referiam-se à Maçonaria: “como lugar de encontro de homens de uma certa cultura e preocupações intelectuais, interessados por uma certa fraternidade humanista, situada acima das oposições sectárias, causadoras de sofrimento, e que tinham como objectivo fundamental a criação de uma atmosfera de tolerância e de fraternidade”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Maçonaria Regular está intimamente ligada à Maçonaria Universal dos últimos trezentos anos, congregando pessoas de todas as ideologias democráticas, não devendo, como tal, intrometer-se na vida político-partidária, como aliás, resulta imperativamente da sua Constituição.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Maçonaria Regular é a maior e a mais antiga fraternal ordem secular no mundo, que reúne homens de todos os países, raças, crenças e opiniões, em paz e harmonia. É uma fraternidade Universal, dedicada ao aperfeiçoamento intelectual, moral e espiritual dos seus elementos, e por essa via, à melhoria e ao progresso da Sociedade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Pertencemos a uma Ordem iniciática que, em estrita fidelidade aos juramentos e às regras ancestrais e imutáveis, deve balizar o nosso horizonte espiritual em conformidade com os valores da Maçonaria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Na Maçonaria Regular só é admitido aquele que declare a sua Crença em Deus, Grande Arquitecto do Universo (1º Landmark). Os Maçons prestam os juramentos mais solenes sobre os livros fundamentais das suas religiões (7º Landmark) e trabalham à Glória do Grande Arquitecto do </span><span style="font-size: large;">Universo, expressão que utiliza para designar o Princípio Divino Criador, que cada um dos seus elementos conceba ou aceite, segundo a sua convicção religiosa ou espiritual.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Este princípio de tolerância religiosa vem ao encontro do movimento ecuménico, pelo que acreditamos que o espírito de desconfiança e ressentimentos, dos tempos idos, contra a Maçonaria Regular, está a ser gradualmente ultrapassado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O 6º Landmark proíbe, formalmente: “…no seu seio, toda e qualquer discussão ou controvérsia política e religiosa.” Ou ainda, o 10º Landmark: “os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela autoridade constituída.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Compreender que todos somos essencialmente iguais, valorizar as diferenças inerentes à nossa individualidade, articular o que é comum com o que é diverso, em harmonia e tolerância, são características da Maçonaria. Para nós os Maçons Regulares, reconhecer a Igualdade é valorizar e aproveitar a Diferença.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E, por isto, no coração do Maçom, Igualdade e Solidariedade são meios para atingir o fim, ainda mais nobre, da União entre todos os Homens, independentemente da sua origem, da sua religião ou filiação política ou, empregando uma narrativa maçónica: “Encontrar o Equilíbrio e Reunir Tudo o que anda Disperso”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Maçonaria Regular aspira à melhoria da Sociedade através da melhoria dos seus membros e do exemplo por eles transmitido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Maçonaria Regular pretende precisamente SER e FAZER melhor do que o comum da sociedade e, assim, contribuir, pela via do aperfeiçoamento dos seus membros, para a melhoria, para o desenvolvimento e para o avanço ético da Sociedade. Esta tem de ser uma hora e um tempo de solidariedade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Estima-se que nos próximos meses muitas empresas, em diversos sectores de actividade, deixem de laborar, que muitos milhares de pessoas possam perder os seus empregos, diminuição das condições de vida, de empobrecimento, que trará inevitavelmente problemas agravados para um Sistema Nacional de Saúde, centrado no Covid-19, e que por isso tem prestado pouca atenção a outras doenças mais graves ou às patologias cronicas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">D. José Tolentino de Mendonça, uma das vozes mais esclarecidas e inspiradoras da nossa contemporaneidade, disse (10JUN20): “desconfinar não é simplesmente voltar a ocupar o espaço, mas é poder, sim, habitá-lo plenamente”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O cardeal português pediu ainda um “novo pacto ambiental”, citando a encíclica “Laudato Si” (Papa Francisco), que apela a uma ecologia integral, na qual os seres humanos sejam “cuidadores sensatos” do mundo em que vivem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">D. Tolentino de Mendonça, cita o Canto Sexto d’Os Lusíadas: “a tempestade não suspendeu a viagem, mas ofereceu a oportunidade para redescobrir o que significa estarmos no mesmo barco”. Neste enorme barco que é a nossa vida e numa clara alusão ao perigo que representa a desunião global.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E continua D. Tolentino de Mendonça, e cito: “a tempestade provocada pela covid-19 obriga-nos, como comunidade a reflectir sobre a situação dos idosos, que estão mais sós, mais pobres, remetidos muitas vezes para precários contextos de institucionalização”; e, por ultimo enfatizou: “A vida é um valor sem variações e por isso, mesmo uma vida mais curta não tem menos valor intrínseco que uma vida mais longa”. Que extraordinária lição de vida, de afectos e de humanismo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se estamos ainda no tempo do mote lançado por mim, há seis meses: Temos de Agir! Precisamos de saber “Se Agimos” e se o fizemos é porque as sementes, então lançadas estão agora a florir. E isso reconforta-nos porque os Maçons querem sempre ser os melhores – e não os maiores – mas melhores no benefício dos outros e do engrandecimento da humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Cada maçom tem a possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, pelas suas palavras, pelas suas obras, podem constituir-se em exemplos na sociedade, e encontrar afectos fraternais em qualquer lugar que esteja, dentro ou fora do país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Finalmente, o Maçon obtém a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo que em pequena escala, para a obra moral e </span><span style="font-size: large;">grandiosa levada a efeito pelos homens.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É por essa razão que os Maçons espalhados pela Terra são convocados a agir, isolada ou colectivamente, para minorar o sofrimento, para evitar as doenças, para promover o desenvolvimento, para matar a fome, para elevar a ciência, para defender a liberdade, para tolerar as diferenças, para combater as injustiças, e apelar aos governantes para as emergências sociais das guerras e dos conflitos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Futuro não vai ser fácil. Só unidos e com a Luz do Grande Arquitecto do Universo a iluminar o nosso caminho é que chegaremos lá.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Devemos estar orientados para objectivos que nos cativem, porque só assim conseguiremos, em prol do bem da humanidade, contribuir para o bem estar das pessoas. É isso que nos deve nortear.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eu estarei sempre na linha da frente de todas as “batalhas” na defesa intransigente da dignidade humana, da verdade e da justiça, no combate contra a miséria, a fome e a exclusão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas sei que não estou sozinho, e que o meu olhar se perde na enorme imensidão de todos os Maçons que me acompanham, e que me fazem sentir forte e determinado para concretizar a nossa nobre missão, com bondade, denodo e amor fraternal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">“Ninguém, absolutamente ninguém, deve ficar à beira da estrada”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Armindo Azevedo</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Grão-Mestre</span></div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-81500269262929086812020-03-23T12:00:00.000+00:002020-03-23T19:00:04.604+00:00Comunicação do Grão Mestre aos Irmãos por ocasião do Equinócio da Primavera<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3uY9RJfJSzWNKC632FjaHG_04417dzPZhCvejlegWPeWroxJAJ-c2PHo3I3zEJwhVOz56fvmsbEiNaqQNDdUkhgSbPjeGiS6BPS0PRjEJXq7QoStc2UlpphzbxEYevTPRc9f3/s1600/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3uY9RJfJSzWNKC632FjaHG_04417dzPZhCvejlegWPeWroxJAJ-c2PHo3I3zEJwhVOz56fvmsbEiNaqQNDdUkhgSbPjeGiS6BPS0PRjEJXq7QoStc2UlpphzbxEYevTPRc9f3/s320/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta hora tão difícil que o povo Português atravessa, em consequência da pandemia que afecta milhões de seres humanos em todo o mundo, a Grande Loja Regular de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal, fiel às suas tradições deveria estar hoje, dia 21MAR20, a celebrar em Paz, Harmonia e Alegria o Equinócio da Primavera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao assinalar este ano a passagem do Equinócio da Primavera, esta lembrança é mais actual que nunca, porquanto as trevas anunciam-se hora a hora e dia a dia, por toda a Terra, num vendaval ininterrupto e avassalador, sob a forma de um vírus, o Covid 19, afectando a humanidade e pondo em risco a nossa sobrevivência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas as Trevas, que sempre existiram, parecem desconhecer a sagacidade, a ousadia, a inteligência e a temeridade da nossa fraternal ordem, sobretudo nos difíceis tempos de desgraça. Por todo o tempo que nos antecede, quantas lutas os Maçons travaram e ajudaram a vencer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Grande Loja criou um Gabinete de Apoio aos Irmãos mais vulneráveis para satisfação das necessidades básicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho recebido inúmeras mensagens de apoio de muitos Irmãos que, com verdadeiro amor fraterno, manifestaram vontade de ajudar neste momento de calamidade. A todos agradeço, muito reconhecido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho ainda mantido estreito contacto com muitos Veneráveis Mestres que procuram encontrar e apoiar as soluções mais adequadas à satisfação das necessidades dos nossos Irmãos e dos seus familiares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre unidos e prontos a lutar pela segurança os Maçons estão a dar provas em todo o mundo e em todos os lugares e posições.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Maçonaria a que pertencemos, está em cada canto do nosso planeta e por isso se define como uma Ordem Mundial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, tenho ainda mantido contactos com muitas Obediências Internacionais num amplo quadro fraterno e de diplomacia maçónica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo isto na sustentação moral e material dos mais necessitados, fazendo o bem e contribuindo para a diminuição das imperfeições do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desta forma, cada Irmão, no campo da sua actividade, deve colocar em prática todos os ensinamentos a que foi convidado a meditar e a aceitar, no dia da sua iniciação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo o que assim fizermos, far-nos-á encontrar o âmago da vida - ou das coisas que fazem a vida -, e isso é saber a razão de existir e do porquê de aqui estarmos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E o que procuramos é o conhecimento, a Luz. Por isso convoco todos os Irmãos a este combate pela Luz, manifestando prontidão, seja onde for e estejam onde estiverem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste tempo particular de dificuldades e de incertezas, precisamos de estar unidos e serenos, para que a razão, alicerçada nos valores que professamos, seja a Luz que ajuda os outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não posso deixar de enviar um abraço forte e fraterno a todos os Irmãos que se encontram doentes, bem como a todos os Irmãos que se mantêm a trabalhar activamente em todas as frentes das necessidades desta luta, bem como às suas famílias, abraço que alargo a todos os Irmãos e famílias que se encontram confinados em casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Renovo o agradecimento a todos os cidadãos que em Portugal se empenham em possibilitar a continuidade da nossa vida comunitária, de forma denodada e virtuosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Precisamos de todos. Apelo, por isso, ao vosso escrupuloso cumprimento das Directivas Governamentais e das Entidades de Saúde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Convosco, sei que faremos mais e melhor a bem da humanidade e para engrandecimento da nossa Augusta Ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recebam um fraternal tríplice abraço,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A.G.D..A.D.U..</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Armindo Azevedo</div>
<div style="text-align: justify;">
Grão Mestre</div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-10164260102571236982019-12-18T12:00:00.000+00:002019-12-18T12:16:36.551+00:00Comunicação do Grão Mestre da GLLP/GLRP por ocasião do Solstício de Inverno<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4WJVBn52e_Y79l8VxbFEkWtJwWYs36VrHGM0Hao5aHpUCSqjuzii7a569C0H7WfOHTqO3rZbK1uFhECK2MuY_qXeHbR7uxB-_y_U-Rf8SC7PDsPBLD7uqAEb8M5TbSBT901oq/s1600/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="520" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4WJVBn52e_Y79l8VxbFEkWtJwWYs36VrHGM0Hao5aHpUCSqjuzii7a569C0H7WfOHTqO3rZbK1uFhECK2MuY_qXeHbR7uxB-_y_U-Rf8SC7PDsPBLD7uqAEb8M5TbSBT901oq/s400/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
TEMOS DE AGIR! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos prestes a comemorar o Solstício de Inverno, uma efeméride ritual que provém de uma ocorrência astronómica, que assinala o início do Inverno. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E surge até nós pela ancestralidade de que somos depositários, pois esta data sempre foi importante para as culturas antigas que a associavam a aspectos como o nascimento ou renascimento da vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por ser o dia com a maior noite no ano, o Solstício de Inverno é associado ao desconhecido ou à escuridão, enquanto o de maior claridade (21 de Junho) é associado à Luz (Solstício de Verão). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na antiguidade, as iniciações eram feitas sempre no Solstício de Inverno, porque sendo o último dia da maior noite, significava o início do ciclo de dias de luz cada vez maiores; significava ainda a saída do mundo dos mortos (a noite, a escuridão), e a entrada no mundo dos vivos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As iniciações tinham assim o significado de renascer, ou nascer de novo para a Luz; o renascimento assume, deste modo, o significado simbólico da vida que eternamente se renova. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Queria lançar aqui uma palavra de ordem para os próximos seis meses, e ela é: TEMOS DE AGIR! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vivemos tempos de uma enorme desconfiança em tudo que nos rodeia. Tempos de extremismos políticos, de desigualdade social, de uma enorme crise ambiental e de guerras e conflitos culturais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste Séc. XXI em que vivemos, também marcado pelos avanços da ciência, pelas novas tecnologias, pela globalização, pelas viagens rápidas e por um encurtamento das distancias, o Solstício não perdeu a substancia mística que sempre transportou, mas há roupagens novas, sobretudo as que soubermos vestir, de forma a prolongar o encanto que nos trouxe à nossa AO e que por sermos fiéis depositários dela, obriga-nos a levá-la mais longe. E digo novas roupagens porque a essência é imutável, tal como imutável é o G.A.D.U..</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Deus Criador não muda, o que se altera da sua obra deve-se aos homens, e é desta obra – a Criação Universal – de que fazemos parte enquanto criaturas, de que falo quando cito a necessidade de reinventar as roupagens dos solstícios que cada Irmão representa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois bem, o mundo enfrenta muitos abismos, tal como referi por ocasião do Equinócio do Outono, mas bem sabemos que os problemas são sobretudo questões imateriais, porquanto nascem nas mentes humanas antes de se materializarem no quotidiano das pessoas. Bastas vezes nem sequer se materializam e já se fazem sentir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo sempre careceu de mais humanidade, de mais caridade, de mais generosidade, de mais disponibilidade de uns para com os outros, sobretudo para com os necessitados, os explorados, os humilhados, os desprotegidos, os fragilizados, enfim, os pobres e os excluídos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O enorme impacto no clima e na temperatura da Terra das actividades humanas, nomeadamente a queima de combustíveis fósseis, o abate da floresta tropical e a pecuária é cada vez maior, sendo que as enormes quantidades de gases provenientes destas actividades, juntam-se às presentes na atmosfera, reforçando o efeito de estufa e o aquecimento global.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já são visíveis os impactos destrutivos das alterações climáticas e as previsões não são animadoras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Limitar o aquecimento global exigirá a limitação das emissões de dióxido de carbono em todos os sectores da actividade humana. Nunca a destruição foi tanta e tão rápida, e governos e comunidade internacional estão a falhar no combate à crise climática.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As alterações climáticas representam uma emergência sem precedentes, diz a ONU.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A UE cuja divisa é Europa Sustentável- Futuro Sustentável tem como principal prioridade o reforço, como líder mundial, no domínio da acção climática.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ambiente é a nova arma da Comissão Europeia para pôr a UE a crescer, centrando-se no combate às alterações climáticas como estratégia de crescimento da UE.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia manifestou, no seu recente discurso do passado dia 27 de Novembro deste ano, a sua preocupação sobre as alterações climáticas dizendo: “Temos o dever de agir e o poder de liderar”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou na Cimeira sobre as alterações Climáticas, conhecida como COP25, ao aumento da “vontade política” dos líderes mundiais para fazerem o que a comunidade científica lhes pede na luta contra as alterações climáticas: “O que ainda falta é vontade política, sendo fundamental pôr o mundo em linha com o que a comunidade científica definiu”, disse Guterres em conferência de imprensa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Durante muitos séculos a espécie humana esteve em guerra com o planeta e o planeta está agora a contra-atacar”; “Temos de parar a nossa guerra contra a natureza e a ciência diz que podemos fazê-lo”, sublinhou ainda Guterres. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Papa Francisco criticou, no encerramento do sínodo a propósito da preservação ambiental da Amazónia e do problema provocado pela mineração e desfloramento da bacia amazónica - que os cientistas dizem ser um incremento à ameaça do aquecimento global-, todos aqueles que consideram os povos indígenas “atrasados e de pouco valor”, não reconhecendo o que a cultura deles pode ensinar às outras: “Quanta superioridade presumida, que se transforma mesmo hoje em opressão e exploração”! Disse o Papa Francisco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento começa a ser dramático para Portugal o imparável envelhecimento da população e as suas consequências, a todos os níveis da sociedade, da saúde ao crescimento económico. Mantem-se a tendência de envelhecimento demográfico, em resultado da redução da população jovem e em idade activa e do aumento do número de pessoas idosas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O envelhecimento não só coloca problemas de sustentabilidade dos sistemas sociais, como as sociedades mais envelhecidas tendem a perder o ritmo de crescimento económico, o que agrava tudo ainda mais. A OCDE explica, por outro lado, que este envelhecimento demográfico resulta, por um lado, do reforço da esperança média de vida e, por outro, a redução do número de filhos por casal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De acordo com os dados divulgados recentemente pela OCDE, Portugal está entre os países onde se prevê que esse envelhecimento aconteça de forma “muito rápida”, que deverá pressionar continuamente o sistema de pensões, e levar a aumentos das contribuições exigidas e resultar na redução dos salários líquidos e no aumento o desemprego, ou em novos cortes nas pensões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A este problema soma-se o risco de desigualdade na velhice, o desenvolvimento de novas formas de trabalho e o cenário de baixo crescimento económico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Maçonaria Regular deve-se manter à margem do debate político e religioso, mas temos o dever de nos juntarmos contra o anti-semitismo que se verifica em algumas cidades francesas, e temos de dizer basta ao crescimento de manifestações de ódio contra a população judaica. Devemos deixar muito claro que o ideal de Fraternidade que nos caracteriza está em total contradição com o anti-semitismo em todas as suas expressões, tal como o “ódio racial” ou qualquer forma de racismo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste contexto juntemo-nos à maçonaria francesa no apelo à “liberdade e responsabilidade de todos “nas diferentes iniciativas para “parar o aumento do ódio nas relações sociais actuais, um ódio que, no passado, cristalizou tragicamente contra os judeus”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas hoje, a urgência em acorrer aos carenciados, os da nossa casa, da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade, do nosso país, também se estende àqueles que nos chegam de fora, os imigrantes e, sobretudo, os refugiados que fogem de todas as guerras, conflitos e tormentas que vamos conhecendo, na procura de uma vida melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As migrações são hoje um problema incontornável a nível mundial. As migrações como fenómeno social, económico e político têm vindo a assumir um papel central na opinião publica e no debate político. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, como sempre, devemos celebrar a Vida, a nossa Liberdade e a Democracia, e de fazer tantas coisas que, aparentemente simples e fáceis, foram fruto de árduo trabalho e difíceis conquistas, como a liberdade de falar, de discordar e de votar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é fácil compreender a complexidade de necessidades e de como a elas acorrer. Mais difícil ainda é ter soluções para essas ocorrências brutais que se multiplicam um pouco por todo o lado, a par das emergências climáticas, ambientais, demográficas e até políticas, algumas delas bem perto ou até dentro da geografia a que pertencemos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, todo o Maçon – cada maçon – tem a obrigação de estar atento e reflectir sobre estas questões e, claro, saber agir. Temos de agir! Esta deverá ser a palavra de ordem para o Solstício. E Temos de Agir porquanto sem acção não há obra e sem ela, não realizamos o Templo que está em nós, e impedimos o carente de obter o amparo que precisa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só agindo poderemos proclamar a obra do G.A.D.U., e ela consiste em consumar o nosso juramento como maçons exercendo a solidariedade. E é nesse acto perante o irmão fragilizado, perante a comunidade necessitada ou perante a premência de ajudar a encontrar rumos justos na sociedade, que estaremos a erguer um novo mundo, aquele em que habitarão os filhos que nos sucederem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A G.L.L.P./G.L.R.P. tem uma responsabilidade maior, não pelo facto de ser a maior obediência maçónica em Portugal, mas pelo facto de ser a única Obediência Regular, e por isso mantermos laços de amizade e de reconhecimento com as Grandes Lojas Regulares de todo o mundo, e com elas partilharmos os antigos princípios da Fraternidade Maçónica Universal, assim como a tradição iniciática. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta tradição iniciática ancestral torna possível a procura e a construção de valores dentro do respeito, mais absoluto, pelas crenças particulares de cada um de nós, dando um verdadeiro sentido à nossa vida. Esta é a verdadeira e única explicação para a extraordinária vitalidade que a maçonaria conserva e representa nos nossos dias. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É neste contexto que proponho vivermos com mais alegria, com mais robustez nos bons propósitos de vencer e de ter sucesso, não nas coisas grandes, mas nas mais pequenas ou ínfimas, nas que estão em nós e ao nosso redor. Não é preciso ir para longe para tentar fazer o bem ou melhorar o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem connosco ao nosso lado, em casa, na nossa rua, no nosso bairro, na empresa onde trabalhamos, ou olhando melhor o amigo ou o vizinho que temos, possamos dedicar o esforço em ajudar quem precisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos de assumir que representamos os Maçons Regulares e que, verdadeiramente, pertencemos a uma comunidade fraterna, independentemente da religião, da origem social ou da raça de cada um dos seus membros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Devemos estar preocupados com o futuro dos nossos Irmãos sem qualquer discriminação, como um amor que não espera nada em troca, e que se acontecer um infortúnio nas suas vidas devemos estar presentes para lhes dar a força, a esperança e a confiança. Não podemos ficar indiferentes. Devemos estar presentes e agir! Os princípios de solidariedade devem ser a nossa principal preocupação e bandeira. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A generosidade que juramos sob a forma da caridade, não é mais do que o exercício dos afectos e são estes que transformam o mundo, primeiro em cada um de nós e depois na diferença que fazemos nos outros, que deles carecem para reduzir as suas agruras ou dificuldades. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos, pois, dedicar algum tempo aos afectos – até porque se aproxima a época do Natal – para que diminua o sofrimento no mundo. Não é preciso buscar batalhas distantes, basta olhar perto e todos perceberemos que podemos fazer a diferença. E olhai bem, quantas vezes só fazendo o bem a outrem é que abrimos a porta para que beneficiemos do bem dos outros. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos de utilizar as ferramentas da esperança, da lucidez e da alegria neste fascinante caminho de renovação. Não podemos desperdiçar os nossos dias, que são poucos, mas que bem contados podem valer uma eternidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Permitam-me que cite, mais uma vez, Albert Pike: “Tudo o que fizermos na vida só para nós, morre connosco, tudo o que fizemos pelos outros e pela humanidade permanece e é imortal”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou, ainda, um sábio pensamento judaico: “O dia de hoje jamais acontecerá novamente. Mas uma boa acção pode fazê-lo durar para sempre.” </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou citando, Mário Martin Guia: “A maior felicidade é a de termos a capacidade de sermos felizes com a felicidade dos outros!” </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eram estas as palavras simples, mas cheias de emoção, que do fundo do meu coração queria partilhar convosco e que por isso espero que não sejam inúteis e contribuam para um futuro melhor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
TEMOS DE AGIR! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Armindo Azevedo </div>
<div style="text-align: justify;">
Grão-Mestre</div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-9316839674578433142019-10-28T12:00:00.000+00:002019-10-28T12:00:06.220+00:00O Quadro Simbólico do Grau de Companheiro no Rito Escocês Antigo e Aceite<br />
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Nos
primeiros tempos da Maçonaria especulativa, qualquer local podia ser
transformado num Templo Maçónico, para isso bastava a Irmão
Experto desenhar no chão, com giz, o quadro simbólico do grau em
que a Loja iria trabalhar. Depois da sessão, bastava apagar o quadro
para se considerar que esta, estava encerrada. </span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Mais
tarde, para facilitar o trabalho repetitivo, surgiram as telas
pintadas, que eram desenroladas no início de cada sessão.
Atualmente, os Templos Maçónicos têm todos os símbolos
representados num quadro simbólico emoldurado, no eixo longitudinal
do Templo, entre as colunetas da “</span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Sabedoria</i></span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">”
da “</span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Força</i></span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">”
e da “</span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Beleza</i></span></span></span><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">”,
voltado para o Ocidente, de modo a permitir a livre circulação
entre o Norte e o Sul e entre o Altar e as Colunas “J” e “B”.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">A
presença do quadro simbólico do grau na Loja, para além de ter
como função, a de informar todos os irmãos de qual o grau em que
os trabalhos estão a ser realizados, informa também, que nenhum
trabalho deve ser iniciado sem que antes tenha havido um planeamento
prévio das atividades.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">De
forma sintética irei de seguida apresentar-vos o Painel de
Companheiro.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Este
painel é composto por uma orla como que a proteger todo o retângulo
do painel. Nessa orla estão marcados os quatro pontos cardeais e
simbolizam a atração Universal, através da Fraternidade.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Na
parte inferior do Painel estão </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Cinco
Degraus</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
que simbolizam a idade do Companheiro, o tempo necessário para a
aprendizagem teórica e prática da construção do edifício social
a que todos nos propomos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 0.12cm; width: 34px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Cordão
de Nós</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
ou corda de nós, deverá ter cinco nós, e terminar por uma borla. O
número de Nós reflete a idade do Companheiro </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 0cm; width: 76px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Sol</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
à direita e a </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Lua</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
à esquerda, simbolizando o antagonismo da Natureza que gera o
equilíbrio, pela conciliação dos contrários.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">As
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Sete
Estrelas</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
representando as sete Ciências Liberais, (A Retórica, a dialética,
a gramática, a música, a aritmética, a geometria e a astronomia)
representam ainda o número mínimo de I.’. que deverão estar
presentes para se abrir uma Loja. Quando em número indeterminado
representa a Universalidade da Maçonaria.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">As
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Colunas
“J” e “B”.</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
Nos seus capitéis estão na Coluna “B”, uma esfera terrestre e
na Coluna “J” uma esfera celeste. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Esquadro
e o Compasso</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
entrelaçados, estando este último aberto em 45º. A posição do
esquadro e do compasso sobre o Livro da Lei Sagrada, determina o Grau
em que a Loja está a trabalhar. No grau de companheiro, o esquadro e
o compasso apresentam-se entrelaçados, A ponta direita do compasso
sobre o esquadro, simbolizando que, o Companheiro já atingiu o ponto
de equilíbrio entre materialidade e espiritualidade. A haste livre
do compasso pretende demonstrar que a mente turvada por preconceitos
e convenções que impediam o aprendiz de livremente pesquisar e
procurar a verdade, se começa agora a abrir, e o Companheiro, com
certa liberdade de raciocínio, encontra-se no caminho para se tornar
um Livre - Pensador, que lhe possibilitará encontrar a verdade. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">A
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Letra
G</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
está no centro da Estrela Flamejante e traduz o nome do Criador.
Representa também a Geometria, que é a ciência da Construção
fundamentada nas aplicações infinitas do triângulo, a Gravidade,
porque há uma força irresistível que une os irmãos Gnose, porque
inquire as Verdades Eternas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 0.15cm; width: 51px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Há Três Janelas, uma no Oriente de onde vem a luz, uma na Coluna do Sul
onde a luz é mais fraca e outra no Ocidente onde estão os
Aprendizes, e a escuridão é total. Na mesma sequência, podem ainda e
também representar o V.’. M.’. e a Sabedoria, o P.’. V.’. e
a Força, e o S.’. V.’. e a Beleza.</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="">
</span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 2.03cm; width: 133px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">A
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Pedra
Cúbica</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
própria do Grau de Companheiro, fica ao lado da coluna “J”. É o
símbolo do Grau de Companheiro, que trabalhando no polimento da
pedra, com a ajuda do </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Esquadro</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
do </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Nível</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
(que simboliza a Igualdade) e do </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Prumo</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
(simbolizando o Equilíbrio, a Prudência e a Retidão.), a fará
passar de bruta a polida, até que se transforme em cúbica, símbolo
da perfeição, ideal de todo Maçom.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 0.06cm; width: 113px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Maço
e o Cinzel</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
(ou escopro) indica-nos que a vontade e a inteligência, a força e o
talento, a ciência e a arte, a força física e a força
intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a pedra
bruta se transforme em pedra polida.</span></span><span style="font-size: small;"><span lang="">
</span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 0.72cm; width: 216px;"></span><span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 2.59cm; width: 120px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Uma
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Alavanca</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
e uma </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Régua</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">.
A Régua representa a retidão do caráter e a exatidão de conduta,
e lembra-nos que não devemos perder tempo na ociosidade,
representando as vinte quatro horas do dia, pretende mostrar-nos a
divisão do dia entre trabalho, oração, repouso e estudo; a
Alavanca, símbolo da força, firmeza da alma, da coragem do homem</span></span><span lang="">
</span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
independente e do poder invencível que desenvolve o amor pela
liberdade e do poder do trabalho, serve para vencer a resistência da
inércia e possibilita o desempenho de grandes tarefas, sob o ponto
de vista intelectual, exprime a segurança da lógica e a força da
vontade, que se tornam irresistíveis quando emanam da inteligência
isenta da justiça. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 1.25cm; width: 86px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Uma
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Espada</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
que ligada à 5ª viagem, simboliza a igualdade, o poder e a
autoridade. Simboliza ainda a coragem, a lealdade e a honra. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O
chão da Loja está representado no painel por um </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Pavimento
Mosaico</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
como num tabuleiro de xadrez, simboliza a harmonia dos contrários. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span class="sd-abs-pos" style="left: 0cm; position: absolute; top: 1.5cm; width: 129px;"></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ao
fundo, vê-se o </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Pórtico
do Templo</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">.
O Pórtico é a entrada da Câmara do Meio, a entrada por onde se tem
acesso ao Santo Sanctorum ou Santo dos Santos, exibindo inscrições
em hebraico, quatro letras que formam o tetragrama sagrado, que
significa “Aquele que é” Jeová (</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>JeHoWah</i></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">),
ou Javé (</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>JahWeH</i></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">),
ou Iavé (</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>YaHWeH</i></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">).
Sendo assim, é o umbral da Luz, a porta de entrada para o atingir da
perfeição e o conhecimento da verdade. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">A
</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Estrela
Flamejante</b></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">
está representada com cinco pontas, deriva do latim </span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>flammantis</i></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">,
que significa ”que expele chamas” e “</span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>flammigerus</i></span></span><span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">”,
que gera chamas. É o símbolo distintivo do Grau de Companheiro. O
iniciado já atingiu um certo estado de espiritualidade e de
iluminação que permite que sua mente esteja aberta a todas as
compreensões, </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Concluindo,
os painéis sintetizam os mistérios de cada grau. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Estudando
e analisando cada Símbolo, descobriremos a riqueza histórica, e
evolução da Maçonaria Universal, polindo as imperfeições
inerentes a todos seres humanos, do Neófito ao mais alto Grau
Hierárquico.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Segoe UI Light, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Estudo,
prática, estudo e prática, engrandece o Iniciado na Arte Real,
engrandece-nos a todos no nosso caminho.</span></span></div>
<br /><br />
Rui F.<br />
Mestre Maçom<br />
Loja Mestre Affonso Domingues, n.º 5Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-53035517509746536942019-10-21T12:00:00.000+01:002019-12-18T12:18:35.863+00:00Comunicação do Grão Mestre da GLLP/GLRP por ocasião do Equinócio de Outono<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHSyJhtst-s5otFCv3lxaZSmhbMpIHizpvJIO2baVVhHZvLXsPFBg_oXqLGqjNvMwIvp7rFkyXknnVuuGgrPwStK_wayU00vr1ELgTMujDaBnAWL4PozvKWRpZ6lzErfCxUeFu/s1600/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHSyJhtst-s5otFCv3lxaZSmhbMpIHizpvJIO2baVVhHZvLXsPFBg_oXqLGqjNvMwIvp7rFkyXknnVuuGgrPwStK_wayU00vr1ELgTMujDaBnAWL4PozvKWRpZ6lzErfCxUeFu/s400/grao_mestre_gllp_Armindo_Azevedo.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Meus Queridos Irmãos,<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos aqui mais uma vez reunidos na Assembleia da GLLP/GLLRP, para comemorar o Equinócio do Outono, este ano especial, porquanto temos aqui presentes muitos e ilustres visitantes e Irmãos de 34 delegações de 26 países do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Equinócio</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O evento celeste que ocorre hoje torna o dia e a noite quase iguais. Assim, a linha divisória entre o dia e a noite observada do cosmos, torna-se vertical, "ligando" os polos Norte e Sul do nosso planeta. Dá-se o início da mudança das estações do ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É nos Equinócios que os maçons recebem as bênçãos do equilíbrio, da igualdade e da justiça, sempre numa contenda para prevenir o desequilibro moral, espiritual e social que quotidianamente nos afetam e prejudicam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que move o mundo é a busca constante da felicidade e isso é sobretudo um caminho, um percurso individual e coletivo que nunca tem fim, pois se o tivesse, a obra estaria concluída e tal resultado, bem sabemos, nunca poderá estar terminado, a não ser quando o G:.A:.D:.U:. nos chama para junto dele, fechando-se, então, para cada um de nós, a magnifica Abobada Celeste.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que consigamos, todos nós, demonstrar por palavras e pelo trabalho que a Maçonaria e os Maçons, estejam onde estiverem e sejam quais forem as condições, continuam a ser, como sempre foram, obreiros de liberdade, de paz, de harmonia, de entendimento, de amabilidade e de amor. Mas também, motivadores de progresso, de desenvolvimento, de ciência, de educação e de solidariedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vivemos tempos desafiantes, inquietantes, estranhos e perigosos. Mas a humanidade, ao longo dos milénios, sempre teve enormes problemas para resolver e agora, não sendo os mesmos, incumbe-nos a nós estar à altura dessas interrogações, desses perigos e receios.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E reflito nisto aqui porque a Maçonaria não vive fora do mundo e das realidades que a cercam e, por isso mesmo, não poderemos nunca ser um corpo indiferente em tão vasto horizonte de eventos com que nos confrontamos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num momento em que a maçonaria enferma de uma injusta perceção pública, numa época em que tudo vale para fazer vingar um qualquer fim, mais do que nunca teremos de travar a queda por este declive obscuro e recolocar a Maçonaria no caminho e no patamar que sempre a distinguiu ao longo da História.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A realização de eventos abertos ao mundo profano, com temas importantes, como este das Migrações, deverá ser um caminho na partilha das nossas ideias e das nossas preocupações, que afinal não são tão secretas como nos caracterizam certos grupos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta fraternidade Maçónica destaco o extraordinário fator de união que se vive, apesar da diversidade de convicções de cada um dos seus membros, no plano político, religioso e étnico como exemplo maior de tolerância e respeito, que nos ajudam a enriquecer enquanto pessoas e maçons.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem realizamos uma Conferência sobre as Migrações, esse enorme problema que vivemos hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As migrações são hoje um problema incontornável a nível mundial. As migrações como fenómeno social, económico e político têm vindo a assumir um papel central na opinião publica e no debate político.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O aumento dos movimentos migratórios internacionais, registados nas últimas décadas, transformaram profundamente as sociedades contemporâneas. Esta realidade provoca um natural impacto na comunidade internacional que precisa de respostas concretas e de soluções adequadas e da implementação de políticas que atendam aos direitos humanos, ao invés, de gerarem discursos estéreis, radicais e xenófobos. As discussões em torno das migrações e dos migrantes têm sido, do nosso ponto de vista, pautadas por intervenções irrealistas e desconexas, sem analisar verdadeiramente a realidade migratória, as suas verdadeiras causas e as suas consequências.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A maçonaria tem contribuído para o bem estar da sociedade e das pessoas, de muitas maneiras, ao longo dos últimos séculos. Uma miríade de instituições, organizações e agremiações, ligadas à maçonaria universal, trabalham arduamente pelo mundo fora trazendo o conforto, a paz, a saúde, a esperança, a dignidade e a vontade de viver. E sempre foi assim para acabar ou minorar o sofrimento, a humilhação, a ditadura, a intolerância e os dogmas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A GLLP no exercício da sua missão de cidadania tem promovido, com crescente regularidade, ações de reflexão ou campanhas de solidariedade, intervindo diretamente na sociedade em defesa dos superiores valores que professa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com base na Carta das Nações Unidas para os Direitos do Homem, documento tão nobre como querido a todos aqueles que reconhecem nos valores da maçonaria o melhor quadro genético para a sociedade atingir a felicidade desejada, encaramos o problema das migrações como um desafio à própria afirmação do Homem como ser justo e solidário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cientes dos problemas decorrentes de semelhante fenómeno e das suas naturais reações locais, não deixaremos que nesta reflexão se esqueça a dimensão humana de um problema que a todos afeta, e a ninguém pode deixar indiferente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num mundo em permanente evolução, a mudança deve estar ancorada num quadro de valores que, em momento nenhum, esqueça o personalismo e a liberdade individual como principal motor dessa dinâmica e, em última instância, da garantia da própria felicidade humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste desafio, poucas são as instituições seculares que têm mantido viva a luz. Por vezes na vida somos nós que fazemos a História. Noutras ocasiões é a História que nos faz a nós. A sociedade em que vivemos hoje em acelerada mudança, encerra um conjunto de desafios de proporções ainda desconhecidas e de consequências imprevisíveis. Os riscos da incerteza exigirão firme e determinada intervenção das lideranças das principais instituições que compõe a sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A nossa Augusta Ordem, ontem como hoje, pela força da sua génese e pela sua responsabilidade histórica, será inevitavelmente chamada a, mais uma vez, constituir-se como farol da evolução, saber de experiência feita sobre o essencial da libertação do Homem, luz sobre os valores que mudança alguma pode colocar em causa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos tempos que correm, a maçonaria é importante na vida de milhões de pessoas e, no decurso de mais de três seculos, a maçonaria tem inspirado e moldado um número incontável de pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma coisa sabemos bem: os maçons foram sempre os primeiros a erguerem-se perante as dificuldades, foram sempre os mais intrépidos face às calamidades, mas também contra às ignomínias e às múltiplas incongruências e barbaridades que o ser humano criou e cria, no seu trajeto de poder e domínio das sociedades temporais, políticas, religiosas, económicas e muitas outras mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Consciente destes desafios, ciente da responsabilidade secular que o meu cargo impõe, propus-me a ativamente contribuir para resgatar para a maçonaria o papel central sobre este processo de evolução, recolocando-a como referência maior e escola de vida para os Homens Bons que pretendem apurar-se na relação com os outros, tornando-se Homens Melhores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas foi o crescimento espiritual do homem que nos fez compreender a existência do Deus Criador e com isso, sabermos que o G.A.D.U. tudo vê.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E se assim é, esse poder absoluto do divino tornou-se um bálsamo para a humanidade, já que na sua submissão a uma força maior, se obrigava a estabelecer as leis morais e as regras cívicas que tornaram possível a convivialidade social e a civilidade entre os povos, refreando os instintos e punindo os excessos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É neste contexto que a maçonaria universal foi “motor” de evolução humana, agindo na educação, no ensino, na reflexão e no estudo, burilando as arestas das imperfeições e elevando o pensamento politico e organizacional das sociedades a um nível nunca antes atingido, forjando lideres e obreiros de enorme gabarito que catapultaram a humanidade para nobres desígnios e belas e frondosas obras que transformaram e melhoraram o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fomos e somos factores do progresso, mas também teremos de ser o garante dos valores que suportam esse desenvolvimento e progresso, entre os quais a liberdade, a fraternidade e a igualdade, mas ainda, a solidariedade, a temperança, a tolerância, a compreensão e a cordialidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem compreender nunca poderemos perdoar, e isso é preciso para gizar planos inclusivos e agregadores da humanidade, que bem necessita de promotores de entendimento e concórdia. A nossa</div>
<div style="text-align: justify;">
condição de maçons obriga-nos a nunca deixar de porfiar e resistir perante o desalento, as tribulações, a maldade, o odio, as desavenças e as discórdias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo isso leva à subalternização da pessoa humana, face a interesses escusos ou duvidosas práticas de superioridade, à condescendência para com a quebra das regras mais elementares do bom senso e da legalidade, como temos ultimamente visto a nível internacional, seja nas disputas politicas e comerciais, ou mesmo no inquietante caminho de uma eventual proliferação da produção armamentista mundial, que depois desembocará em conflitos bélicos nos mais diversos locais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo está perigoso e caótico, em que os fatores de estabilidade e contenção enfraqueceram e, com isso, subiu a desestabilização dos países, das sociedades e dos povos, em que até movimentar mercadorias ou pessoas, se tornou matéria de contenda injustificável, colocando em risco civis inocentes ou prejudicando normais empresas na sua atividade útil das transações necessárias para o bem de todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E à turbulência mais tradicional do mundo, como foi a guerra fria, sucedeu uma crise energética e de preços do crude que fragilizou uma série de países, o que depois levou, também, à polarização dos apetites nucleares em zonas distintas do planeta, criando instabilidade acrescida, como são, a crise dos misseis da Coreia do Norte e o rasgar dos acordos sobre a produção nuclear do Irão, que se repercutiu em persistentes lançamentos de misseis sobre o mar do Japão e em ataques bélicos a navios mercantes no golfo pérsico, inclusive com o seu aprisionamento abusivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E a conflitualidade prosseguiu com o erguer de políticas protecionistas quanto às trocas comerciais mundiais, muito focadas na aplicação de tarifas extraordinárias entre os EUA e a China e até entre os EUA e a Europa, ou os EUA e outras regiões do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não nos compete a nós maçons, ter outra ação que não seja analisar e avaliar com justeza e retidão todas as causas e circunstâncias destes conflitos, para podermos ponderar na forma como agir, no desiderato dos nossos “landmarks” e no cumprimento dos votos maçónicos que nos obrigam a pelejar pela liberdade, igualdade e fraternidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O papel do maçon é intervir, para com bom senso, chamar a atenção dos problemas, inventariar as causas, propor medidas e sensibilizar o mundo para a tolerância, para a justiça, para a harmonia e para o diálogo. Não se pode resolver nada se não formos justos, humildes e razoáveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Humilhar o próximo, exacerbar a superioridade, praticar o ódio, demonstrar o preconceito, acicatar as diferenças, ofender e diminuir o outro, explorar a desgraça, ter práticas contra o ambiente, promover a delapidação dos bens naturais, destruir os ecossistemas, fomentar a pobreza pela ausência de planos sociais e enfim, fragilizar a humanização da vida e das sociedades, dos países e do mundo, são crimes que colocam em causa a sobrevivência do homem e destroem o planeta Terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Iluminados pelo G.A.D.U., os maçons obrigam-se a refletir a luz divina recebida, e isso traduz-se na iluminação das trevas reportadas aqui, pois de trevas se tratam os problemas citados. E como bem sabemos, nós temos de levar a luz aonde haja escuridão e todos os Irmãos estão convocados para esse trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que saiamos daqui motivados para essa necessária tarefa exigente, prolongada e difícil, porquanto o mundo precisa desse nosso papel, até porque se não agirmos, não faremos jus ao passado dos nossos dignos ancestrais e lamentaremos dramaticamente a exigência de não termos agido como era necessário, e com isso, sermos fautores da desgraça que afinal devíamos ter ajudado a evitar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Prometi, faz hoje um ano, dedicar-me com total empenho, aprimorando o talhe da pedra, cuja beleza não cessará de ser trabalhada, visando a solidificação da Nossa Ordem e o crescimento da Fraternidade, em Paz e Harmonia. Os sinais de carinho e verdadeiro amor fraternal, que me chegam hoje, comprovam isso e são a única e a verdadeira recompensa que pretendo receber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não poderemos nunca, como em qualquer outra instituição, obter a plena aceitação ou unanimidade sobre tantos e tão delicados assuntos em que nos envolvemos. Mas podemos e devemos, sempre, aproximar ideias, objetivos e consensos alargados que consubstanciem a nossa vontade generalizada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Convosco, sei que faremos mais e melhor para a nossa Augusta Ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A.G.D.G.A.D.U.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Armindo Azevedo</div>
<div style="text-align: justify;">
Grão Mestre</div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-23650927436060793272019-09-02T12:00:00.000+01:002019-09-05T10:57:07.906+01:00Luís Miguel Nogueira Rosa Dias (1/1/1931 - 30/8/2019), admirável maçom <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisipUVjk_sVhIhhXs6xhZtIkOlNx1CM_jXqh29AhdaCoznjYkDITCcLjP9NqG3aiNVnPYLAOroOtY3n7yi4NmnDLHmf7-JGWvXpBwzbKXVXRqAmiaoZeptDH-Onjc0Gz-9i8A0/s1600/luis_rosa_dias_ghtrtr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1091" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisipUVjk_sVhIhhXs6xhZtIkOlNx1CM_jXqh29AhdaCoznjYkDITCcLjP9NqG3aiNVnPYLAOroOtY3n7yi4NmnDLHmf7-JGWvXpBwzbKXVXRqAmiaoZeptDH-Onjc0Gz-9i8A0/s400/luis_rosa_dias_ghtrtr.jpg" width="256" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Dr. Luís Rosa Dias foi um muito competente médico cirurgião vascular. O Luís Miguel Nogueira Rosa Dias era sobrinho de Fernando Pessoa e deu inúmeras conferências sobre o seu tio. O Miguel Roza, pseudónimo que utilizou para as suas lides literárias, foi autor de livros como <i>Encontro Magick: Fernando Pessoa e Aleister Crowley</i>, <i>Salpicando Poesia</i>, <i>De Médico e Louco de Tudo um Pouco</i>, <i>Fiz das Tripas Coração</i>, os mais recentes <i>O Templário com Duas Vidas</i> e <i>O Espião do Extremo Ocidente, </i>duas novelas que são os dois primeiros tomos de uma trilogia cujo último volume felizmente deixou já escrito e em fase de edição, que será publicado postumamente, sob a direção de uma das suas filhas, e foi ainda o prefaciador e organizador do <i>Trolhamento dos 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceite</i>. O Companheiro Luís Rosa Dias foi um insigne rotário, designadamente fundador e primeiro presidente do primeiro <i>Rotary Clube </i> misto em Portugal</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, para nós, na Loja Mestre Affonso Domingues, foi simplesmente o Luís Miguel, um Irmão unanimente apreciado e objeto de grande consideração e amizade por parte de todos nós. Juntou-se a nós em 1995, dez anos depois foi Venerável Mestre da Loja (<i><a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2007/11/o-dcimo-sexto-venervel-mestre.html">O décimo sexto Venerável Mestre</a>). </i>Em Loja, exerceu todos os ofícios, creio que apenas com exceção do de Mestre da Harmonia. Foi um elemento ativo, acolhedor dos mais novos (<a href="https://www.rlmad.net/rlmad/pranch-publ/o-irmao-rosa-dias-e-a-sua-influencia-sobre-os-aprendizes/">O Irmão Rosa Dias e a sua influência sobre os Aprendizes</a>), mas sobretudo dotado de uma notável boa disposição e alegria de viver.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já octogenário, naturalmente que o Luís Miguel tinha períodos bons e ocasiões em que a sua saúde fraquejava. Aqueles, vivia-os com um sorriso. Estas também! Como todos nós, tinha preocupações, que elegantemente geria com um sorriso nos lábios - o mesmo que os enfeitava quando vivia momentos de descontração, alegria e companheirismo. Era o mais idoso da Loja - mas isso não impedia que alardeasse - com justiça! - ter o espírito mais jovem de entre todos os jovens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era assíduo à Loja. Só não comparecia quando a sua saúde lhe pregava partidas e, logo que recuperado (às vezes ainda mal recuperado...), logo regressava. O que fazia que, quando se estava para iniciar qualquer reunião da Loja e o Luís Miguel não estava, logo um, dois, uns quantos inquirissem, preocupados, o que se passava com o Luís Miguel, se estava tudo bem com ele. Quando, de vez em quando, se ausentava, foss à África do Sul da sua infância ou ao Brasil ou qualquer outro destino, para uma das suas conferências sobre o seu tio Fernando Pessoa, a pergunta vinha logo: e quando é que o Luís Miguel volta? Mas por regra estava presente, gostava de estar presente e nós gostávamos muito que ele estivesse connosco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando falava em sessão da Loja era atentamente ouvido por todos, porque só falava a propósito e judiciosamente. Quando falava nos ágapes era atentamente ouvido por todos, porque aí, felizmente, falava muitas vezes e sempre com piada e boa disposição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alegre, bem disposto, mas também calmo, paciente, ponderado, tudo foram adjetivos que inúmeras vezes, com toda a justiça, foram associados à pessoa do Luís Miguel..</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Toda a Loja apreciava e admirava sobremaneira o Luís Miguel. Foi, durante mais de duas décadas, o nosso pêndulo, o nosso ponto de equilíbrio, a nossa natural referência. Se havia algum desacordo, de uma coisa estávamos certos: o Luís Miguel não era um dos intérpretes do desacordo, era um dos construtores da sua ultrapassagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o Luís Miguel entrou na oitava década de vida e começou, com alguma regularidade, a ter pontuais problemas de saúde, nós, na Loja, começámos, cada vez com mais insistência, a recordar-nos que a sua vida, como a de todos nós, era finita, e que devíamos mostrar-lhe o nosso apreço e consideração enquanto ele estava connosco e podia apreciar a expressão da nossa amizade e consideração. Mais vale uma homenagem singela perante o homenageado vivo do que tonitruantes loas e hiperbólicos encómios depois de morto. Começámos assim, em segredo, a interrogarmo-nos sobre a melhor forma de homenagear o Luís Miguel. Não foi fácil: ele estava quase sempre connosco e não queríamos que ele se apercebesse antes de tempo... Mas, conversa daqui, sugestão dacolá, decidimos criar um Galardão da Loja, que designámos de Galardão Mestre Affonso Domingues, com que só muito excecionalmente seria agraciado um obreiro da Loja, sempre por consenso dos demais. Claro que o primeiro agraciado - e, até agora, único, pois a ideia é ser mesmo excecionalmente atribuído - foi o Luís Miguel. A Loja elaborou um diploma e mandou fazer um complemento, uma espécie de coroa de louros ajustável à volta da medalha da Loja, para lhe entregar. Depois de o ter recebido, usou-o sempre na sua medalha de Loja, contente - e nós ainda mais por verificarmos que ele apreciara a homenagem... Mas adianto-me: o Luís Miguel é que foi novelista, mas a <i>novela</i> da homenagem ao Luís Miguel merece ser aqui mencionada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já referi que a escolha, planificação e organização da homenagem da Loja ao Luís Miguel decorreu de forma a que ele de nada soubesse, até ao momento, de ela acontecer - e que tal não foi fácil. Mas, aproveitando, se bem me recordo, um dos períodos de ausência por viagem do Luís Miguel, lá conseguimos combinar, encomendar, preparar e organizar a sessão de homenagem e entrega do Galardão Mestre Affonso Domingues. No dia aprazado, a Loja estava, naturalmente, em peso. Os visitantes, incluindo vários Grandes Oficiais, eram também mais que muitos. Sala cheia. Na véspera, como quem não quer a coisa, eu certificara-me que o Luís Miguel iria à reunião, que de nada desconfiava (o que só comprova que os maçons são afinal mesmo bons a guardar segredos...) e a que horas apareceria. Tudo preparado. O único ponto da Ordem de Trabalhos desse dia era a homenagem ao Luís Miguel. Um Mestre, em nome dos Mestres da Loja, tinha preparada uma intervenção de homenagem ao Luís Miguel . Tinham sido preparados textos manifestando o apreço ao Luís Miguel, elaborados pelos Companheiros e pelos Aprendizes. Tudo pronto. Todos, excecionalmente (ocasião excecional é ocasião excecional, mesmo para português que se preze da sua proverbial má relação com a pontualidade...) presentes à hora marcada. Pois só faltou... o Luís Miguel! A pontualidade mandada às urtigas, contacto <i> in extremis </i>com o Luís Miguel (Então? Quando é que chegas? ) e... o balde de água bem geladinha a entornar-se sobre todos: <i>Olha, afinal hoje não posso ir. A minha irmã não está bem e eu tive que vir a casa dela dar-lhe assistência.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada a dizer, a família está primeiro... Olha, improvisou-sae uma apresentação de um trabalho, para justificar a deslocação de toda aquela gente e... marcou-se encontro para daí a quinze dias. Mas então a marcação ao Luís Miguel foi cerrada: dois ou três dias antes, o Luís Miguel ficou ciente da preocupação que toda a Loja tinha em relação à saúde da sua irmã, tal foi o número de telefonemas que lhe foram feitos sobre o assunto. Arranjou-se um artifício qualquer para um de nós se encontrar com ele durante a tarde e com ele vir ao local da reunião, à hora aprazada, não fosse o diabo tecê-las. E lá se fez finalmente a homenagem...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o Luís Miguel, espírito arguto, mais tarde lá confessou que, não sabendo de nada, desconfiou que algum,a coisa se preparava, com tanto telefonema e solicitude na sua presença... E que viu aumentadas as suas suspeitas, quando viu a sala cheia e com tantos visitantes... Mas, bom camarada, conseguiu disfarçar e mostrar-se devidamente surpreendido quando a sessão de homegem começou (sobre a abertura da mesma, leia-se <i><a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2015/04/introducao-uma-merecida-excecao.html">Introdução a uma merecida exceção</a>).</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Tivemos assim a felicidade de, em devido e oportuno tempo, ter tido a possibilidade de homenagear o Luís Miguel e de vermos como isso o comoveu e lhe agradou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tempos mais tarde, já recentemente, também o clube rotário em que se integrava o Luís Miguel decidiu fazer-lhe uma merecida homenagem. E teve a ideia de diligenciar pela comparência, além dos elementos rotários, da família e de colegas médicos, de Irmãos maçons do homenageado. Foi uma boa ideia, a que nós nos associámos de imediato. Mal sabia eu a carga de trabalhos que ia ter com aquilo... O organizador da homenagem rotária contactou-me e combinou comigo a presença de elementos da nossa Loja, informando que, por (compreensíveis) razões de espaço, poderámos ir até cerca de 15 ou 16, inquirindo se iriam tantos. Garanti-lhe que sim. O que não sabia era o que ia acontecer: anunciada na Loja a homenagem... em menos de 24 horas o número máximo reservado a nóa estava preenchido! Lá passei as duas semanas seguintes com o ingrato papel de ter de recusar a várias dezenas de interessados a presença naquela homenagem! Foi também uma oportuna homenagem, a que nos associámos com todo o gosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Reparo agora que o texto já vai longo e que será porventura desajustada a evocação de mais episódios dos muitos que nos ligam ao Luís Miguel. Só mais uma referência e (juro!) muito breve: um dos mais apreciados passeios que fizemos na Loja, foi organizado pelo Venerável Mestre Luís Rosa Dias (ver <a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2006/09/por-terras-de-castelo-rodrigo.html"><i>Por terras de Castelo Rodrigo </i> </a>e <i><a href="https://a-partir-pedra.blogspot.com/2006/09/por-terras-de-castelo-rodrigo-2.html">Por terras de Castelo Rodrigo - 2</a></i>).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Termino então. Mas termino frisando que este texto <i>in memoriam</i> do Luís Miguel não tem um pingo de luto, uma ponta de saudade, um resquício de desgosto. O Luís Miguel, o nosso Luís Miguel, não o quereria. Sabia bem que, quase nonagerário, não lhe restavam muitos mais dias entre nós. Encarava esse inevitabilidade com naturalidade. Com o seu sorriso nos lábios... Um texto <i>in memoriam </i> do Luís Miguel não pode, não deve ter, e não tem, sombra de sentimentos negativos. Porque o Luís Miguel, o nosso Luís Miguel, foi precisamente o oposto disso - e a sua boa disposição, a sua bonomia, o seu ar prazenteiro não mereceriam isso. Um texto <i> in memoriam</i> do Luís Miguel é e só deve, só pode ser um texto de boas, de excelentes recordações, de respeitosa ternura pelo que o Luís Miguel sempre nos deu. Neste texto, portanto, não cabe desgosto, não entram lutos. É um texto de alegria por termos tido o privilégio de sermos amigos e Irmãos do Luís Miguel, de celebração por tudo o que com ele aprendemos, com ele vivemos, com ele rimos, com ele brincámos, mas também com ele trabalhámos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Evocar o Luís Miguel, só pode ser isto, uma serena e plena manifestação de regozijo pela sua vida e pela nossa participação nela. Muito obrigado por teres sido, por seres nosso amigo, Luís Miguel! Vamos recordar-te com ternura e apreço até chegar, a cada um de nós, a hora de te reencontrar e de te entregar, em nome de todos e de cada um dos que por cá continuarem a permanecer, o nosso Triplo e Fraterno Abraço!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, entretanto, só cabe acabar com uma frase que - sei-o bem! - todos e cada um de nós de si para si dizem, quando recordam o Luís Miguel, independentemente de ser um jovem ou um sexagenário como eu: <i>QUANDO EU FOR GRANDE, QUERO SER COMO O LUÍS MIGUEL.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Rui Bandeira</i></div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-68219820532961681252019-03-20T12:00:00.000+00:002019-03-25T12:19:03.928+00:00Comunicação do Grão Mestre da GLLP/GLRP por ocasião do equinócio da primavera<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpz9Vao78v5NZLH1u2xjwWu58Qd4DXpWWWCcD22lZxOwxwhLbPQlIHTNerQn4L2Xpj62jWPgu5nEU23e0n2LNIGe65Bp85XkKUxjv-Lj1bzC6LOJHJO2tzwYWR18LK0RUbA5_Y/s1600/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="520" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpz9Vao78v5NZLH1u2xjwWu58Qd4DXpWWWCcD22lZxOwxwhLbPQlIHTNerQn4L2Xpj62jWPgu5nEU23e0n2LNIGe65Bp85XkKUxjv-Lj1bzC6LOJHJO2tzwYWR18LK0RUbA5_Y/s400/grao_mestre_gllp_67rtfghbjn-520x347.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos aqui hoje reunidos para celebrar a Maçonaria Regular neste período que antecede o Equinócio da Primavera.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foram hoje aprovadas as contas do exercício de 2018 e foram discutidas e aprovadas alterações ao Regulamento da GLLP/GLRP. Foi, sem dúvida uma manhã muito profícua em que foi possível discutir, num ambiente fraterno, as propostas e contributos que algumas Respeitáveis Lojas, com elevado empenho e sentido de responsabilidade, nos fizeram chegar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Permitam-me, no entanto, que lembre que o nosso Regulamento não é comparável com os estatutos de uma qualquer Associação e que aquele é também o principal garante da nossa regularidade e do nosso reconhecimento internacional, sendo que a Grande Loja, dentro dos limites dos princípios do reconhecimento, ainda que num quadro de independência e autonomia, deve manter a autoridade sobre a maçonaria de base, ou seja, sem partilhar o poder com qualquer outro órgão maçónico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, fica para mim claro que, independentemente de quem é o Grão Mestre, não devem ser diminuídos os seus poderes e competências e devemos outrossim assumir com muito orgulho que o Grão Mestre é o chefe Supremo da Obediência, de acordo com a Tradição Maçónica e com os nossos juramentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Grande Loja não pode, nem deve ser reduzida a uma mera Associação de Lojas ou a uma Assembleia de Grande Loja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Grande Loja tem presentemente cerca de 3.000 obreiros e isso justifica, por si só, o imenso trabalho que todos temos pela frente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Realizámos no passado dia 23 de fevereiro o dia da Lembrança, em Condeixa, numa cerimónia de homenagem sentida, que nos remeteu para a saudade dos nossos Irmãos que partiram para o Oriente Eterno.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta cerimónia teve uma enorme mobilização, em especial dos Grandes Oficiais, que responderam com uma significativa presença. Agradeço a todos aqueles que foram nomeados para trabalharem com dedicação, lealdade e orgulho em prol da nossa Augusta Ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Presentemente, temos 145 Lojas das quais só cerca de 125 estão ativas, sendo que muitas vivem no limiar do quórum, que se pretende ver reforçado, para que todas possam trabalhar de forma justa e perfeita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos todos o dever de contribuir para o reforço do quadro de obreiros, convidando todos aqueles que, pelas suas reconhecidas qualidades humanas, éticas, intelectuais e solidárias, a integrar a nossa Ordem, num processo de rigorosa seleção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Exorto-vos, mais uma vez, a inquietarem-se sobre o contributo que cada um pode dar, no dia-a-dia, para engrandecimento das vossas Lojas e da nossa Grande Loja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não devemos temer os fundamentalistas, os extremistas, os ignorantes e todos aqueles que, em movimentos mais ou menos organizados, optam por criticar a maçonaria, numa fobia coletiva e antimaçónica, ou seja, a “maçofobia”, como manifestação primária de um profundo sentimento antimaçónico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não devemos falar de política, mas quando se trata de violação dos direitos humanos e da liberdade não podemos ficar indiferentes. Manifestemos, pois, o nosso repúdio pelas ações antissemitas em França e pelos atos, como aqueles ocorridos em Itália, na qual o governo deliberou impedir os maçons de integrarem a administração pública e o executivo ou como na Sicília, exigindo aos funcionários que declarem ser ou não maçons. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a intolerância não reside só na Europa! Também na América do Sul, num país que já foi um exemplo de democracia, a Venezuela, o Governo terá mandado incendiar Lojas e Templos maçónicos e declarou todos os maçons venezuelanos traidores ao serviço de interesses externos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No ano passado um jovem Aprendiz Maçon, Óscar Perez, piloto militar de helicópteros, e mais seis camaradas, foram assassinados sem julgamento, com um tiro. Foram eles os primeiros a revoltarem-se. Hoje é Juan Guaidó, também nosso Irmão, que luta pela reposição da democracia, da liberdade e de eleições gerais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ser maçon é pertencer a uma Ordem que utiliza a tradição milenar, e que tem como base ideias como a verdade, a virtude, a igualdade e a justiça. Por isso, a nossa força é enorme, pois temos ao nosso dispor, meios que mais ninguém tem, para influenciar a sociedade de forma muito positiva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No próximo dia 20 de março festejamos o Equinócio da Primavera, que é o que define o instante em que o Sol, na sua órbita aparente, atravessa o equador celeste. Teremos, assim, o primeiro dos quatro grandes momentos de interação astronómica entre o Sol e a Terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há muito que deixamos de ser Maçons Operativos para nos tornarmos em Maçons Especulativos. Deixamos o materialismo e passamos a procurar a Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade. Sermos especulativos quer dizer observar, pesquisar, refletir e projetar, fazendo teoria. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As estações do ano, com suas características, regulam toda a vida da natureza e, também, toda a atividade humana. Estaremos 12 horas sob a égide do Sol e 12 horas sob a égide da Lua, astros que decoram os nossos Templos e que devem inspirar-nos ao estudo dos seus significados simbólicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A primavera é a estação das grandes mudanças. A chegada da primavera é um evento sempre muito celebrado em todo o mundo, porque marca o fim do inverno, uma estação sempre associada às noites longas, penumbra, mau tempo, desconforto e em termos históricos à escassez de comida. Para além disso, é a celebração do renascimento da natureza, e historicamente, era a altura em que se celebravam os festivais de fertilidade e abundância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os reinos animal e vegetal saem da letargia e tornam-se exuberantes. Para nós, maçons, é tempo de crescer e difundir os nossos princípios na sociedade. Na Primavera, as sementes brotam... e é hora então, da Maçonaria recolher “a boa semente” e plantá-la no campo da nossa Sublime Ordem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os Equinócios (Outono e Primavera), explicados cientificamente, são uma coisa, em maçonaria especulativa quer dizer que devemos ver acima das aparências e tentar conhecer com a visão interior e por isso é que os equinócios nos remetem para a equidade, ou seja, igualdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que propósito teria o GADU, em toda a sua glória, para fazer as coisas assim?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É necessário ter em conta que a luta entre a luz e as trevas, nunca termina e que teremos sempre de pelejar para nos libertarmos da matéria e assumirmos a condição do espírito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Primavera dá início à vida, à prosperidade, à harmonia e ao equilíbrio e nós, que somos os construtores da sociedade “Justa e Perfeita”, passamos a deixar para trás a hibernação o Inverno escuro e lançamo-nos no erguer das colunas que refletem a Luz do GADU.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, em todos os aspetos, este ritual de luz traz sempre, trabalho com a consciência, a alegria, a esperança, a renovação, a harmonia e o equilíbrio. É o momento de agradecer e celebrar a beleza da vida, da natureza, da mãe-terra e de tudo o que o Grande Arquiteto do Universo nos legou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus Queridos Irmãos</div>
<div style="text-align: justify;">
,</div>
<div style="text-align: justify;">
O universo criado pelo GADU é um vasto e misterioso lugar, abrangendo tudo o que já conhecemos, observamos e ainda o que iremos vir a encontrar. Durante milénios andamos a olhar para o céu, a nossa janela para o cosmos, o que provocava espanto, admiração e uma fascinação para com o desconhecido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Graças aos avanços alcançados, entretanto, agora sabemos que os pontos de luz no céu são estrelas, encontradas agrupadas em galáxias que se organizam em escalas maiores e assim sucessivamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E nós estamos aqui no nosso planeta, numa pontinha da Via Láctea…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A verdade é que, como maçons, cumpre-nos conhecer a evolução do mundo, o que muitas vezes não sucede.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este conhecimento é importante para agora, no nosso tempo, intervirmos no mundo em que vivemos e que sabemos estar tão complicado, confuso e perigoso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Poucos poderão antever o futuro, discorrer sobre as emergências politicas e sociais com que se defronta e defrontará o mundo, seja por questões politicas, económicas, religiosas, militares ou outras, como a sustentabilidade da humanidade enquadrada pelos países, relativamente a problemas como a poluição, a demografia, a produção alimentar, o abastecimento de agua potável, a globalização das pandemias, as alterações climáticas, a militarização das nações, a inteligência artificial, a robotização, etc..</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o papel da maçonaria universal é e será sempre o mesmo: defender o homem em todas as suas vertentes dos direitos humanos, da liberdade, da fraternidade, da democracia e do estado de direito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E neste contexto, embora com as variáveis dos avanços tecnológicos, nunca deveremos ou poderemos fazer cedências. Temos de ser sempre os primeiros, onde estivermos e como estivermos, em sabedoria, nas batalhas dos novos templos de Salomão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todavia, hoje como no passado, a maçonaria sempre encontra caminhos para fazer avançar a humanidade e isso assim continuará a ser. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À maçonaria portuguesa, incumbe em primeiro lugar, olhar para o país e nele cumprir a sua obrigação. Depois, temos de olhar para o mundo da lusofonia, e aí, também, fazer o que lhe compete. Logo a seguir, o nosso espaço europeu, importante por constituir o polo de maior desenvolvimento do planeta. Por último, precisamos de acompanhar o mundo que ajudamos a descobrir desde o século XV - o mundo chamado de novo, onde bem sabemos que apelam pelo nosso contributo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E o que resta?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, para além da geografia, sobra o ser humano e este não tem fronteiras enquanto ser vivo. Trata-se do nosso irmão, porquanto dúvidas não haverá, que o universo existe e nós nele estamos. Mas para saber que o universo existe, tem de haver uma consciência que dele dê notícias da sua existência. E quem dá esse sinal, somos nós, cada ser humano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É por isso que a maçonaria é antiga, porque ela é inerente a cada homem desde os primórdios do mundo e é na maçonaria que se consubstancia o progresso da humanidade, pois para que o progresso siga em qualquer direção, torna-se necessário a Luz que a tudo ilumina, o foco que vai adiante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E se a Luz vem do GADU, fonte de toda a claridade, ela, visa iluminar a mente do homem, se o homem a isso se predispuser.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E só depois o cosmos se alumiará. Afinal, o cosmos só pode ser visto, se for compreendido e para tal nem são precisos os olhos. Para olhar e compreender o cosmos, é necessário apenas que o coração humano seja habitado pelo Grande Arquiteto do Universo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É isso que peço a todos os Meus Queridos Irmãos: que se deixem visitar pela Luz do GADU.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obrigado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Disse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Armindo Azevedo</div>
<div style="text-align: justify;">
Grão Mestre</div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-43930752996479574422019-03-18T12:00:00.000+00:002019-10-21T15:15:57.878+01:00A morte (e a vida)<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HsXzDlYjVQZRdLus6kF3Y7JLGJZlIgTXaciVLdtN1GBaLqi2pplO1WrATT57zrsYzd3RZgn8oe0_CgUfhVIPAxpQyXi2iOxnQfPG-GsOJqXTOKkPQbnCR-UOfAtgalEqMl9G/s1600/morte+e+vida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HsXzDlYjVQZRdLus6kF3Y7JLGJZlIgTXaciVLdtN1GBaLqi2pplO1WrATT57zrsYzd3RZgn8oe0_CgUfhVIPAxpQyXi2iOxnQfPG-GsOJqXTOKkPQbnCR-UOfAtgalEqMl9G/s400/morte+e+vida.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Em Maçonaria, os símbolos e rituais servem para colocar ao dispor do maçom os conhecimentos, os temas, os valores com significado e importância no ideário maçónico. O que cada maçom aprende ou não aprende, reflete ou não reflete, assimila ou não assimila em face desses símbolos ou rituais é com ele. Cada um é como é e livremente aproveita (ou não) da forma que melhor entende o que lhe é proporcionado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao longo do seu percurso, o maçom é confrontado, simbólica e ritualmente, com a morte. Desse confronto, fará a reflexão que quiser ou for capaz, tirará a lição que conseguir tirar. Mas é importante que esse confronto exista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A morte - sabemo-lo, embora mutos o procurem esquecer pelo máximo de tempo possível... - é inevitável. A todos chegará, a cada um na sua hora. Normalmente, quanto mais novos somos, mais afastamos esse tema do nosso pensamento. É uma desagradável questão distante com que esperamos não ser confrontados por décadas - se nos detemos a pensar nisso ainda vamos deprimir e mais vale mas é pensarmos no que vamos fazer hoje e amanhã e esta semana e nas próximas férias...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, os maçons são confrontados com a morte e assisado é que reflitam sobre esse tema. Desde logo, porque fazendo-o quando a morte não lhes está iminente, tal lhes permite racionalmente fazerem a sua análise e, sem urgências, ficarem em paz com a certeza de que um dia ela os atingirá.<br />
<br />
A morte faz parte da vida. O ciclo natural do nascimento, crescimento, maturidade, declínio, morte está presente em todos os seres vivos, é ínsito à Vida. Quanto mais cedo e melhor aceitarmos isso, mais cedo e melhor estaremos em condições de aproveitar e viver plenamente a vida.<br />
<br />
Para o crente, a morte não é o fim, mas uma Passagem. Mas, deste lado da mesma, forçoso é reconhecer que é uma Passagem para o Desconhecido...<br />
<br />
A morte, o reconhecimento da sua inevitabilidade e, portanto, a sua aceitação, é, desde logo um importante fator de consciência da fundamental Igualdade entre todos nós.<br />
<br />
A Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama, logo no seu art. 1.º, que todos os seres humanos nascem livre e iguais em dignidade e em direitos. Mas, ao contrário do que possa parecer, a parte final desta proclamação ("em dignidade e em direitos") restringe o alcance da primeira parte da frase. E fá-lo bem, porque, em bom rigor todos os seres humanos, sendo essencialmente iguais, são individualmente diferentes. Uns nascem em berço de ouro, outros em pobres enxergas. Uns são geneticamente dotados de saúde, outros têm a infelicidade de virem a este mundo com doenças congénitas. Uns são inteligentes, outros nem tanto assim. Uns são belos, outros nem por isso. Pese embora a proclamada igualdade "em dignidade e em direitos", temos que reconhecer que, parafraseando George Orwell em <i>O Triunfo dos Porcos</i>, "uns são mais iguais do que outros". Uns, bafejados pela genética, mas também condições sociais, partem para a jornada da vida com vantagem. Outros terão de superar deficiências, insuficiências, simples acasos como o lugar de nascimento ou de colocação social dos seus genitores para lograrem atingir os mesmos objetivos e patamares muito mais facilmente atingidos pelos bafejados pela sorte na sua conceção e nascimento.<br />
<br />
Quer queiramos, quer não, apesar da fundamental Igualdade entre os seres humanos, a verdadeira, a completa, a material Igualdade só existe na morte! A morte é o encerrar do ciclo neste plano de existência para o milionário e para o indigente, para o belo e para o feio, para o inteligente e para o menos dotado. A morte é a Grande Igualizadora!<br />
<br />
Entender a nosa finitude e aceitá-la, mas também entender a fundamental Igualdade que a todos junta na morte é essencial para entendermos e fruirmos completamente a Vida.<br />
<br />
A essencial Igualdade da morte é que todos, rigorosamente todos, quando chega esse momento tudo deixam para trás: riquezas, estatuto, honras, mas também dívidas, condenações e opróbrios.<br />
<br />
Acumular riquezas, obter estatuto, receber honras implicam esforços, escolhas, renúncias. Ter suficientes bens materiais para poder proporcionar a si e aos seus uma vida segura e confortável e fazer sacrifícios para isso é entendível. Prescindir de fruir plenamente a vida só para acumular riquezas muito para além dessa medida e que, chegada a hora da morte, para trás ficarão, não será, para muitos, uma prioridade. O mesmo quanto ao estatuto, que inexoravelmente termina com a morte física, e com as honras, que gradualmente se desvanecem nas memórias dos que ficam até inevitavelmente desaparecerem, ou, quando muito, e em reduzido número de casos, se limitarem a referências nos livros de história ou de uma qualquer especialidade. Mesmo os grandes, celebrados e recordados artistas, heróis e criadores desconhecem, após a sua morte, que permanecem celebrados e recordados...<br />
<br />
Portanto, a consciência e a aceitação de que a nossa vida é finita e que, chegada a morte, tudo deixamos para trás, em bom rigor não são pungentes, não são atemorizadora, são libertadoras, porque essa consciência e aceitação nos permitem viver e fruir plenamente a Vida.<br />
<br />
A vida á para ser vivida da forma mais livre, mais pujante, mais compensadora, que nos for possível.<br />
<br />
A VIDA É BELA! Mas só temos total consciência disso e a plena capacidade de a fruir depois de termos encarado a nossa finitude e de estarmos em paz com a nossa morte.<br />
<br />
<i>Rui Bandeira</i></div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29267133.post-81900249246440611112019-03-11T12:00:00.001+00:002021-04-24T11:06:35.639+01:00O caminho, o erro e a lição<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFYvXfaaFMwPqdruCCS71VjaSJTnz5pAXpO4j8YaVFJpd5HRRPukSsRaE7pkcNKeYncrM5VGpZqC9wniY9N2a0fwiChLNQC7DJVhAGfdykCf7LQBWrGOo7SKVxt-RvcLmLhG1E/s1600/Screen_shot_2011_08_16_at_35508_PM.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="390" data-original-width="520" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFYvXfaaFMwPqdruCCS71VjaSJTnz5pAXpO4j8YaVFJpd5HRRPukSsRaE7pkcNKeYncrM5VGpZqC9wniY9N2a0fwiChLNQC7DJVhAGfdykCf7LQBWrGOo7SKVxt-RvcLmLhG1E/s400/Screen_shot_2011_08_16_at_35508_PM.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Há alguns anos, fazia uma viagem por automóvel entre Dubrovnik, na Croácia, e Mostar, na Bósnia-Herzegovina. Receoso do alcance das redes móveis de dados, naquela região, tinha-me preparado, baixando para o meu telemóvel uma aplicação de GPS que funciona com mapas pré-instalados e que, assim, dispensava a necessidade de recurso a redes de dados móveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cruzada a fronteira entre a Croácia e a Bósnia-Herzegovina, o GPS deu indicação para abandonar a estrada principal e tomar uma estrada secundária. Estou habituado a confiar nas indicações do GPS, que muitas vezes nos apontam insuspeitos caminhos mais curtos ou mais rápidos. Assim, não hesitei e abandonei a estrada principal e enveredei pela secundária.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns quilómetros adiante, a estrada cruzou uma aldeia, com ar de semi-abandonada. Gente, muito pouca - e só idosos. Mas o que mais chamava a atenção era a visão de muitos edifícios semidestruídos. Não por algum abalo de terra, mas evidenciando marcas de terem sido atingidos por projéteis de artilharia. A guerra nos Balcãs terminara há já mais de vinte anos, em 1995. Mas aquela meio deserta povoação ainda exibia abundantes e expressivas cicatrizes do que então sofrera com o conflito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um pouco mais à frente dessa povoação, a estrada encontrava-se visivelmente deteriorada, esburacada e invadida por vegetação. Mas - pior! - de ambos os lados da vereda (já não era uma estrada...), viam-se, a intervalos regulares, uns "simpáticos" sinais ostentando o conhecido ssímbolo da caveira entre duas tíbias, acompanhado do aviso de "cuidado - minas". Foi a altura de reanalisar a decisão de seguir o caminho indicado pelo GPS! Ter-me-ia enganado a colocar o destino? Haveria alguma outra Mostar que não aquela a que me pretendia dirigir? Reintroduzi o destino no GPS, assegurei-me de que só havia uma Mostar no mapa da aplicação. O GPS continuou, imperturbável (como as máquinas são...), a indicar que o melhor percurso era prosseguir em frente. Refleti um pouco. Os locais onde haveria ainda minas estavam devidamente assinalados e situavam-se fora da estrada. Desde que me mantivesse nesta, não deveria haver problema. O caminho estava visivelmente deteriorado, mas, afinal eu já verificara que atravessava uma zona que sofrera uma guerra e ainda não estava recuperada dos estragos. E, afinal, já por várias vezes o GPS me indicara caminhos com troços em mau estado, mas que depois voltavam a ser boas ou razoáveis estradas. Decidi prosseguir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, trezentos ou quatrocentos metros adiante, subitamente... deixou de haver estrada. Um matagal obstruía completamente o caminho. Sai do carro e fui ver mais de perto. Logo atrás do matagal, e encoberto por este, vi um novo aviso de "cuidado - minas". Só que agora não estava do lado da estrada. Daí para a frente, a estarada, a vereda, já não era mais do que... um campo de minas!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Clar que fiz inversão de marcha, refiz de volta toda a estrada secundária e, ignorando o GPS, retomei a estrada principal! Uns quilómetros mais à frente, no alto de uma elevação, parei para apreciar a paisagem e tirar umas fotos. Foi então que vi um letreiro, em madeira, virado para o território de onde vinha, escrito em língua local, mas percebendo-se bem que o seu significado era qualquer coisa como: "Está a entrar na Republika Srpska". Tinha atravessado o território dos independistas sérvios da Bósnia, uma das zonas de maior ferocidade da guerra civil decorrente do desmantelamento da antiga Jugoslávia! A tal estrada secundária que acabou obstruída por um campo de minas atravessava o cerne dessa zona de guerra. Os sérvios da Bósnia foram vencidos nesse conflito e, vinte anos depois, a zona estava abandonada, ou quase, e sem preocupação da sua recuperação - e limpeza de minas! - por parte dos vencedores. Ai dos vencidos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais tarde, procurei apurar o que causara aquela informação errada da aplicação de GPS. Tinha baixado dois mapas diferentes da aplicação: o da Croácia e o da Bósnia-Herzegovina. Como é habitual, cada um dos mapas não se limite às fronteiras do respetivo país e tem ainda alguns quilómetros do território do país vizinho. Só que o mapa da Croácia, na parte do outro lado da fronteira, estava desatualizado mais de vinte anos e indicava ainda os percursos de antes da guerra!. Como só quando terminasse o alcance do mapa da Croácia é que a aplicação passaria a utulizar o (atualizado) mapa da Bósnia-Herzegovina, eu, vindo de Dubrovnik, fui, logo a seguir à fronteira direcionado para uma estrada que, antes da guerra, era o caminho mais curto e mais rápido, mas que já não o era e, em rigor, já não conduzia a nada mais do que a um campo de minas. No sentido inverso (de Mostar para Dubrovnik) não teria recebido essa falsa indicação, pois o mapa deste último país estava atualizado e indicar-me-ia a atual, segura e bem conservada estrada principal...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este episódio simboliza as opções que temos de tomar na vida. Temos constantemente de escolher o caminho a seguir. Fazêmo-lo em função das informações de que dispomos. Mas nem sempre acertamos. Porque, por mais ponderada que seja a nossa decisão, a informação em que se baseou não estava correta. Quando tal sucede, ainda que não desistamos à primeira dificuldade e perseveremos na nossa convicção, deveremos estar sempre atentos e não cair na obstinação. Quando os dados que formos recolhendo contrariarem inequivocamente os que fundamentaram a decisão, é tempo de arrepiar caminho!<br />
<br />
Quando se verifica que se errou, não vale a pena chorar sobre leite derramado. Inverte-se a direção, toma-se outro caminho, e pronto.<br />
<br />
Também é escusado - e contraproducente - recriminarmo-nos pelo erro cometido. Ao longo da nossa vida, tomamos centenas de milhar ou milhões de decisões. Não podem ser todas certas, todos temos o nosso quinhão de decisões que se revelam erradas.<br />
<br />
Mas o que vale a pena, sempre que concluímos que tomámos uma decisão errada é analisarmos o que causou o nosso erro, o que nos levou à decisão que seria melhor não termos tomado. Só assim conseguimos evitar repetir sucessivamente o mesmo erro ou erros de idêntica natureza. Só assim nos aperfeiçoamos no nosso processo de tomadas de decisão. Por vezes, verificaremos que o erro é de nossa responsabilidade, que não atentámos devidamente nos dados da situação, que errámos no processo lógico de apreciação da mesma. Nalgumas ocasiões, porém, concluiremos que o erro não decorreu de culpa nossa, que resultou de circunstâncias que razoavelmente não poderíamos prever. Nesse caso, deveremos conformar-nos e entender que, por muito cuidadosos que sejamos, não conseguimos prever nem antever tudo. Devemos assim, aceitar humildemente as nossas limitações e aprender que é aconselhável, no nosso processo de tomada de decisão, dar um desconto para a imprevisibilidade, para a nossa incapacidade de tudo prever - aquilo a que um engenheiro meu conhecido dizia que incorporava no cálculo da capacidade das estruturas suportarem forças e tensões e a que chamava "coeficiente de cagaço"...<br />
<br />
Somos humanos e, logo, imperfeitos. Aspiramos à perfeição, devemos esforçar-nos por nos aproximar dela o mais possível, mas sabemos que, por mais que nos aproximemos, nunca a alcançaremos.<br />
<br />
Constantemente temos de escolher caminhos. Façamos sempre as nossas escolhas com ponderação de todos os elementos disponíveis, para errarmos menos vezes. Mas aceitemos que nos será sempre impossível acertar sempre. Porque, por muito cuidado que tenhamos, há sempre a possibilidade de algo nos escapar, de algo não conseguirmos prever. Por isso, embora nunca devamos desistir à primeira dificuldade, embora devamos persistir perante os obstáculos, nunca devemos ser obstinados, para que possamos reconhecer quando errámos a tempo de arrepiar caminho, remediar o erro e tomar nova direção.<br />
<br />
A vida vive-se de muitos caminhos. Às vezes mais rápidos e diretos. De outras mais sinuosos e difíceis. De vez em quando conduzindo a becos sem saída ou levando-nos a desvios indesejados. Nunca nos esqueçamos que embora costumemos dizer que "para a frente é que é o caminho", também temos de saber rodear obstáculos e, quando necessário, dar meia-volta e procurar outra solução. Mas - sempre! - procurando aprender algo com o que fazemos, sempre buscando tirar algo de bom do que de mau fazemos ou nos sucede. Afinal de contas, ao ter eu decidido seguir por aquela estrada secundária que me acabou por obrigar a voltar para trás, se é certo que perdi algum tempo na minha viagem, também pude viver um pouco de algo que felizmente nunca vivi e que espero nunca viver: estar numa zona que foi de guerra e verificar, ao vivo e a cores, com estes dois que a terra há de comer, a destruição que ela traz. Essa noção não a teria adquirido se não tivesse percorrido aquele caminho...<br />
<br />
<i>Rui Bandeira</i></div>
Rui Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/08822463325489356150noreply@blogger.com0