30 novembro 2006

Quarto Landmark

A Maçonaria visa ainda, pelo aperfeiçoamento moral dos seus membros, o da humanidade inteira.

Este Landmark postula o objectivo essencial da Maçonaria e dos Maçons Regulares.
Constitui pedra de toque na distinção entre a Maçonaria Regular e a maçonaria irregular ou liberal.
Conforme faz notar Luís Nandin de Carvalho, Past Grão-Mestre da GLLP / GLRP, in A Maçonaria Entraberta,

Para um maçon "regular" a sociedade só será mais perfeita se isso decorrer do processo de aperfeiçoamento individual, de cada um, enquanto para um maçon "irregular", o essencial é ser ele o agente da transformação da sociedade. Isto é, passa o maçon em vez de ser o destinatário das suas reflexões e consciência, para procurar o auto aperfeiçoamento, a considerar-se o agente de transformação e da perfeição da sociedade.
Bem se compreende que esta atitude possa gerar desde logo, a quebra de harmonia entre os maçons. Ultrapassada a intimidade de cada um, em que só cada qual é juiz de si próprio, e de acordo com os parâmetros da sua autodefinição, sendo portanto responsável pela sua própria consciência, os maçons irregulares confrontam-se exteriormente sobre as várias actividades que poderão contribuir para transformação e aperfeiçoamento da sociedade...e estas serão tantas quantas as percepções do que é a perfeição da sociedade.
O maçon deve procurar o seu aperfeiçoamento e, pela sua transformação, dar o exemplo e actuar no mundo profano, contribuindo, por essa via, para o aperfeiçoamento geral da sociedade.
Rui Bandeira

29 novembro 2006

Selo da Grande Loge Nationale Française

Assinalando a VIII Conferência Mundial das Grandes Lojas Regulares, foi acordado entre a Grande Loge Nationale Française (GLNF) e os Correios de França a emissão por estes de um selo dedicado àquela Grande Loja (imagem junta).

O primeiro dia de circulação será o próximo dia 1 de Dezembro, sexta-feira. Nesse dia, ocorrerá a venda de sobrescritos com o selo com o carimbo de primeiro dia, uma popular variante da filatelia, no Museu da GLNF, sito em 12, rue Christine de Pisan, 75017 Paris. Aí será instalado um posto de correios destinado especificamente a esse fim, entre as 10 e as 17 horas. O artista criador do selo, Jean-Paul Cousin, estará igualmente presente entre as 10 e as 13 horas, para autografar o selo.

A edição do selo é acompanhada de documentos de interesse para os filatelistas: Document philatélique officiel e Notice 1er jour. Exemplares destes documentos poderão ser obtidos aqui, a partir do dia do lançamento.

A Grande Loge Nationale Française (GLNF) é a Grande Loja mãe da GLLP / GLRP.

Rui Bandeira

28 novembro 2006

Terceiro Landmark



A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz.

A primeira noção que o terceiro Landmark nos transmite é a da masculinidade da Maçonaria Regular. Esta regra possibilita a crítica de que a Maçonaria seria misógina, na medida em que exclui a possibilidade de integração de pessoas do sexo feminino. Apontam ainda os críticos que, se se percebe a adopção desta regra no século XVIII e antes, não tem ela já cabimento nos dias de hoje, com a emancipação da mulher inerente à evolução da sociedade (de tipo ocidental, digo eu, já que, infelizmente, por esse mundo fora, em muitos locais não é bem assim...).
Não está, porém, caduca nem anacrónica esta regra. Nem revela a mesma qualquer misoginia. A masculinidade da Maçonaria Regular resulta de uma constatação que se afigura evidente: a diferença na forma de pensar e sentir entre os sexos. É comum ouvir-se e ler-se a frase de que "os homens são de Marte, as mulheres de Vénus", a qual pretende, precisamente, ilustrar essa diferença entre os sexos. Essa realidade é incontornável: os homens e as mulheres são diferentes, reagem diferentemente, e isto independentemente das diferenças causadas pelas influências sociais ou de educação (que também contribuem, e muito, para acentuar as diferenças entre sexos).
Buscando a Maçonaria Regular o aperfeiçoamento individual dos seus membros, todas as normas de conduta, todos os ensinamentos, todas as formas de estímulo a esse aperfeiçoamento têm em conta a mentalidade masculina, as reacções masculinas. Não são, assim, adequados ao género feminino que não seria por eles motivado.
Vi já escrito - com uma inteligente ironia, reconheça-se - que, assim sendo, então estaria demonstrada a misoginia dos maçons, que considerariam que só os homens são susceptíveis de aperfeiçoamento. Também esta crítica não é justa. Poder-se-ia devolver a ironia, retorquindo que isso sucedia porque os maçons reconheciam serem as mulheres já perfeitas... Mas, de ironia em ironia, ganharia o debate da questão em humor o que perdia em seriedade. A razão da injustiça dessa crítica é outra. Ao defender-se que a organização e a forma de funcionamento e de interacção entre os maçons está dirigida a influenciar a mentalidade masculina no sentido do aperfeiçoamento do indivíduo, não se está a extrair a consequência da impossibilidade de aperfeiçoamento das mulheres. Afirma-se apenas que o aperfeiçoamento de pessoas do sexo feminino deve ser induzido, influenciado, por diferentes formas de estímulo. Tão só.
Daí que, reclamando os Maçons Regulares para si a masculinidade da Maçonaria, não deixam estes de respeitar e saudar estruturas semelhantes que as mulheres criaram destinadas a idêntico objectivo e que são designadas por Maçonaria Feminina. Que, naturalmente, é interdita aos homens... Sem que isso autorize considerar tais estruturas como viciadas de feminismo e antagonismo ao género masculino...
Uma corrente de pensamento criou o que chama de Maçonaria mista, o Direito Humano, isto é, uma estrutura integrando homens e mulheres e destinada ao seu aperfeiçoamento. O objectivo é respeitável, ainda que, pessoalmente, me permita duvidar da eficácia da utilização do "mínimo divisor comum" entre ambos os sexos para a obtenção de tal desiderato. Mas tal não é Maçonaria, muito menos Maçonaria Regular. Será algo de semelhante, algo de aparentado, seguramente respeitável, mas tão só.
Mas este terceiro Landmark não estipula apenas a masculinidade da Maçonaria. Expressamente menciona que a Maçonaria integra homens livres. Originalmente, esta expressão excluía os escravos. que não dispunham de liberdade em sua pessoa. Hoje, abolida a escravatura, a menção respeita à liberdade de determinação dos membros da Maçonaria. Que devem, consequentemente, abster-se de todos os actos que afectem essa liberdade de determinação, designadamente o consumo de substâncias que a prejudiquem ou alterem.
Têm ainda os maçons de serem "de bons costumes", isto é, em especial de serem honestos, mas também que terem um comportamento socialmente aceitável, até porque só poderá influenciar a sociedade o maçon aperfeiçoado que pela sociedade seja aceite... Há quem entenda que esta menção aos bons costumes visa a exclusão da Maçonaria dos homossexuais. Não irei tão longe. Digo apenas que, onde for socialmente aceitável a homossexualidade, não existe exclusão; onde for socialmente inaceitável, ela existe.
Finalmente, este Landmark afirma expressamente que a Maçonaria é reservada aos que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz. Esta afirmação não exclui o acesso à Maçonaria dos militares. Embora profissionalmente se preparem para fazer a guerra, se necessário, tal não exclui que pretendam assegurar e garantir a Paz e que, muitas vezes, sejam necessários para a assegurar.
Este Landmark implica assim um permanente trabalho dos maçons em prol da Paz e da resolução dos problemas entre homens e sociedades por via pacífica, isto é, no seio da Legalidade Democrática.
Rui Bandeira

27 novembro 2006

Segundo Landmark






A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos "Landmarks" da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto respeito das tradições específicas da Ordem, essenciais à regularidade da Jurisdição.


Os "Antigos Deveres" (Ancient Charges of a Free Mason) foram compilados nas Constituições de Anderson de 1723
Respeitam a seis temas: I - De Deus e da Religião; II - Dos Magistrados Civis, Supremo e Subordinados; III - Das Lojas; IV - Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes; V - Da Direcção da Ordem no Trabalho; VI - Do Comportamento.
Ainda hoje as suas regras devem ser seguidas e cumpridas. Os Antigos Deveres não possuem, porém, a característica de imutabilidade dos Landmarks. A sua redacção tem sido, assim, alterada, quer em função da evolução semântica da língua, quer em função da evolução da Sociedade. As alterações efectuadas são essencialmente de forma, de redacção. A sua natureza mantém-se intocada.
Na sua versão actual, os Antigos Deveres (agora Antient e não na grafia orifginal Ancient) estão publicados no sítio da United Grand Lodge of England, mais precisamente aqui, em ficheiro .pdf das "Craft Rules", e devem ser lidos pelo Secretário da Loja ao Venerável Mestre Eleito imediatamente antes da instalação deste na cadeira de Salomão (tomada de posse da função), nas Lojas sob jurisdição da Grande Loja Unida de Inglaterra.
O rigoroso cumprimento dos Landmarks e dos Antigos Deveres é condição essencial para uma estrutura maçónica, qualquer que ela seja (Grande Loja ou Grande Oriente, Loja ou Triângulo) seja considerada Regular.
Rui Bandeira

24 novembro 2006

100 anos de vida



Quantos da minha geração (1940 e próximos) não "descobriram" o "OH2" (agora é "H2O", mas vale o mesmo), o "CO2", a "densidade" e a "pressão", os estados da matéria e a sua constituição,.... através de Rómulo de Carvalho ?

E quantos da minha geração não cantaram, disseram ou simplesmente leram a poesia de António Gedeão ansiosa, como nós na época, pela liberdade espiritual dos homens numa terra e numa época de opressão física e de sentido único espiritual ?

Faria 100 anos hoje, 24 de Novembro, e é por esta via que Lhe deixo a certeza de que a Sua obra em prole dos portugueses já ficou na história do País que ele ajudou a construir pela forma mais díficil, mas mais firme e consistente que é possível desenvolver, ensinando a "pescar" em vez de distribuir o "peixe".

Ensinou gerações de jovens a serem homens e mulheres, cidadãos de cidadania activa, e que a vida vale a pena ser vivida em conjunto, em fraternidade com outros homens e mulheres nossos irmãos.

Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

In Movimento Perpétuo, 1956

Em 1969 este poema extraordinário apareceu no ZIP-ZIP e com ele a descoberta de uma esperança que teimava em esconder-se.

O agradecimento também a Manuel Freire que o cantou, e continuou a cantar, como mais ninguém.

A fraternidade porque trabalhamos é o sonho que comanda a vida e que põe o mundo a pular e a avançar como bola colorida, a caminho do Amor, da Paz e da Alegria que as crianças encarnam por inteiro, para a lição que a grande maioria dos homens teima em não aprender.

Certo é, que é o sonho que comanda a vida !

Já agora e a despropósito (será ?) arrisco em ter a certeza que Rómulo de Carvalho aceitaria de bom grado ser avaliado e com alegria estaria presente em todas as aulas de substituição que fossem necessárias.

JPSetúbal

23 novembro 2006

Primeiro Landmark



A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquitecto do Universo.


Este primeiro Landmark define a essencialidade da Ordem Maçónica.

O seu texto esclarece, mostra, as quatro características fundamentais da Maçonaria: a Maçonaria é uma fraternidade; é iniciática; baseia-se na tradição; baseia-se na fé no Criador.

A Maçonaria é uma fraternidade, isto é, é uma instituição em que as relações internas entre os seus membros se processam similarmente às relações entre irmãos. Sendo uma fraternidade, tem como pressuposto essencial a Igualdade entre os seus membros, a qual não é prejudicada por eventuais e transitórios estatutos conferidos a algum membro. Numa família, os irmãos mais novos devem reconhecer o maior desenvolvimento do irmão mais velho, pela simples razão de o ser e, portanto, ter tido oportunidade de viver mais e de aprender mais, mas tal não obsta a que todos os irmãos tenham um estatuto essencial de igualdade. Até porque, a seu tempo, todos chegarão à idade adulta e todos serão autónomos. Assim na Maçonaria, embora existam graus (Aprendiz, Companheiro e Mestre), em razão da diferente evolução, decorrente da diferente antiguidade, dos seus membros, tal não ofusca a igualdade fundamental entre os maçons, independentemente do seu grau, por isso que todo o Aprendiz pode, a seu tempo, chegar a Companheiro, todo o Companheiro pode, na sua altura, elevar-se a Mestre e todo o Mestre deve ter a consciência de que é e será sempre um Aprendiz na tarefa do seu aperfeiçoamento. A fraternidade pressupões ainda a plena Liberdade de relacionamento entre os seus membros. Todos podem e devem dar o seu contributo, a sua opinião, a sua razão e os contributos, as opiniões, as razões de todos e de cada um, livremente expressas, são importantes para a deliberação final, resultante dos contributos e dos argumentos de todos, por todos sopesados e analisados.

A Maçonaria é iniciática, isto é, os conhecimentos (os mistérios...) que cada um adquire são faseadamente obtidos, requerendo-se uma iniciação num determinado nível de conhecimentos para ser possível passar ao nível seguinte. Decorre tal facto de a Maçonaria não ser, em rigor, ensinada, antes ser aprendida, ou seja, cada um, pela observação, pelo raciocínio, pela informação que obtém vai tirando as suas conclusões e cada conclusão a que chega é um patamar, um ponto de partida para novas observações que é agora capaz de fazer, novas informações que pode agora processar, novos raciocínios que a sua inteligência pode então efectuar, e assim chegar a novas conclusões e... recomeçar o processo. Iniciática também porque, assim sendo, dependendo o Conhecimento obtido de um indispensável trabalho individual, não é possível transmiti-lo integralmente a quem não tenha efectuado esse trabalho (eis, assim, a essência, do "famoso" segredo maçónico...).

A Maçonaria fundamenta-se na Tradição. Os nossos antecessores efectuaram suas observações, seus raciocínios, seus estudos, com isso chegaram a suas conclusões e com elas efectuaram seus trabalhos, que legaram a seus sucessores. Estulto seria repetir indefinidamente sempre os mesmos esforços, não aproveitando o património de base constituído pelos resultados dos trabalhos legados pelos antecessores (rituais, normas de funcionamento e de comportamento, bases de interpretação simbólica, optimização de organização, etc.). Todo esse rico acervo, muito dele oralmente transmitido ou pessoalmente observado, de geração em geração constitui um precioso património para o maçon que, trilhando o caminho aberto por seus antecessores, sem necessidade de o desbravar ou desmatar, por ter esse trabalho sido já feito, pode, se for diligente, se for constante, se tiver vontade para tal, ir um pouco mais longe e desbravar mais um pedaço de caminho, que constituirá o seu legado para os vindouros. Todo esse acervo constitui a Tradição maçónica, que se respeita, que se observa, que se transmite, não por ser Tradição mas por ser o fruto do trabalho de gerações passadas que enriquece as gerações presentes e que temos obrigação de transmitir às futuras.

Finalmente - e os últimos são os primeiros, assim diz o Povo... - a Maçonaria Regular baseia-se na fé no Criador que, na nossa cultura é chamado de Deus e, para que se possa atender a todas as culturas e religiões, os maçons chamam de Grande Arquitecto do Universo. Sem essa fé, sem essa crença, o trabalho de aperfeiçoamento do maçon seria vão e sem sentido. Não é o animal homem que beneficia desse trabalho é a sua centelha divina, o Espírito recebido através do sopro de Vida conferido pelo Criador, que beneficia desse trabalho e desse aperfeiçoamento, na medida em que dele resulta o melhor auto-conhecimento de quem o efectua, a consciência integral de si, em todas as suas dimensões e a noção da integração num Valor muito mais vasto, que dá sentido à nossa existência, à nossa passagem por este mundo e ao fim dela. Sem esta fé, sem esta crença, pode-se ser bem intencionado, pode-se procurar melhorar a Sociedade, pode-se ser justo e bom, pode-se intitular de maçon, mas não se é Maçon Regular, por falta da essencial dimensão espiritual inerente a essa condição.

Rui Bandeira

22 novembro 2006

Os Landmarks

Em inglês, "Land" significa "terra" e "mark" traduz-se por "marca", "alvo". "Landmark" é, assim, a marca, o sinal, na terra, e, mais especificamente, os sinais colocados nos terrenos para assinalar a sua delimitação em relação aos terrenos vizinhos. Em suma, "landmark" é, em português, o marco, no sentido de marco delimitador de terreno.
Fazendo a transposição para a Ordem Maçónica, Landmarks são, correspondentemente, os princípios delimitadores da Maçonaria, isto é, os princípios que têm em absoluto de ser intransigentemente seguidos para que se possa considerar estar-se perante Maçonaria Regular.
Ou seja, os Landmarks são o conjunto de princípios definidores do que é Maçonaria. Só se pode verdadeiramente considerar maçon quem, tendo sido regularmente iniciado, seja reconhecido como tal pelos outros maçons e observe os princípios definidores da Maçonaria constantes dos Landmarks.
Porque definidores do que é Maçonaria Regular, os Landmarks são imutáveis.
Os Landmarks são doze. Nos próximos tempos, aqui serão apresentados e comentados, um por um.
Rui Bandeira

21 novembro 2006

A quarta coluna

Coloquei aqui anteriormente (23, 24 e 26 de Outubro) três textos sobre as três colunas que, nas reuniões do primeiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite de uma Loja maçónica se encontram na zona central da sala onde decorre a reunião e que simbolizam a Sabedoria, a Força e a Beleza. Essas três colunas estão dispostas nas posições de três dos quatro vértices de um rectângulo. O quarto vértice nada tem.

Nada tem? Não é bem assim...

Esse quarto vértice é o local de uma quarta coluna, invisível porque imaterial, que simboliza a ligação espiritual entre o Homem e o Criador.

É, portanto, a coluna do Espírito, que não é a Mente, embora a ilumine, que não é mero Instinto, apesar de o guiar, que, não sendo a Inteligência, só por esta pode ser, fugazmente, entrevisto.

Tal como as demais qualidades que devem estar presentes nas obras e acções humanas, também o Espírito, ou o que dele dimana e se projecta nos actos humanos, chame-se-lhe garra ou vontade ou ainda elevação, aí deve estar representado.

De que vale uma obra ou acção humana, ainda que sábia, mesmo que forte, porventura bela, se dela nada de elevado, de digno do Livre Arbítrio que à Humanidade foi concedido, se vislumbrar? O acto humano deve, com efeito, ser digno desse Livre Arbítrio, da Condição Humana, deve elevar-se para além da simples materialidade. Só assim o Homem é algo mais do que um primata com um intelecto hiper-desenvolvido...

A Condição Humana só atinge a nobreza que lhe é inerente quando temperada com a dimensão de espiritualidade que especificamente lhe é alcançável.

A obra humana, o acto do Homem, distingue-se do resultado da actividade meramente animal em face da marca do Espírito que o anima e que se alberga dentro de nós.

A quarta coluna, a que aparentemente não existe, porque imaterial e, por isso, invisível, simboliza o Espírito do Homem, a mais nobre qualidade que este recebeu do Criador.

Não se vê, não se sente, não se toca materialmente, mas é, porventura, a mais importante das quatro colunas.

E eis como o maçon é tão embrenhado nos símbolos e nos seus significados que até é capaz de extrair significado de um símbolo... que não existe materialmente!

Rui Bandeira

20 novembro 2006

Como prosseguir

A sabedoria, a força e a beleza dos princípios que nos movem impelem-nos a caminhar, com passo sereno e seguro pela senda que escolhemos. Não se antolha nenhum motivo para os substituirmos ou para os modificarmos.

São, ao mesmo tempo, a nossa segurança e a nossa liberdade; porque nos apoiamos em conceitos apurados durante séculos por homens que respeitaram a moral e a ética e porque nos ensinaram a ouvirmos e a vermos como os nossos ouvidos e com os nossos olhos.

É com alguma apreensão que ouvimos desmoronarem-se à nossa volta edifícios de grande solidez aparente, enquanto outros são construídos com a argamassa do ódio.

A tentação, que muitas vezes nos ataca de desistirmos, de enfileirarmos comodamente em bandos onde a única responsabilidade exigida é a de acatar submissamente as ordens dos transmissores de pobres certezas, é vencida por muitos, entre os quais queremos estar sempre.

Continuamos a acreditar que juntos poderemos ir mais longe; que palavras como solidariedade, fraternidade , respeito pelo próximo, tolerância, justiça social e liberdade são expressões vivas que se vão decantando como consequência do nosso aperfeiçoamento espiritual.

E, se como atrás nestas notas soltas referi, importa respeitar os princípios, a forma como estes são em Maçonaria seguidos e difundidos deve ser objecto de atenta e profunda reflexão. Porque, se a Maçonaria visa o aperfeiçoamento de cada homem, visa o aperfeiçoamento deste integrado num grupo que por sua vez integra a sociedade toda.

Porque o maçon sabe que, se tem deveres para com os seus Irmãos, não pode esquecer os deveres para com todos os seus semelhantes que fazem parte de um tecido vivo em permanente transformação.

A Maçonaria deve pois adequar o modo como age aos modelos culturais e sociais de cada episteme.

Se dentro do Templo, com os nossos Irmãos, aprofundamos saberes iniciáticos, devemos fora do Templo utilizá-los e difundi-los sem os deturpar de forma a que sejam entendidos e respeitados.

Num tempo próximo em que, como em poucos outros, as variáveis serão em muito maior número do que as constantes, em que conceitos racionais, que só racionais, transportam ideias materialistas, que só materialistas, para o mundo das tecnologias e gritam triunfos onde só são conseguidos desencantamentos e desumanizações. Como Fernando Pessoa e tantos outros teriam pena de quem se acocora dentro das máquinas com medo de olhar mais longe...

As tecnologias todavia deverão, naturalmente, ser utilizadas, como pontualmente já sucede para transmitirmos o que pensamos, para dizermos quem somos, o que já fizemos a bem da humanidade e o que estamos disposto a fazer.

Sem escancararmos as portas do Templo, sem exibirmos (como já irresponsavelmente foi feito) o âmago da nossa cultura iniciática, devemos aproveitar melhor os meios que hoje estão ao nosso alcance, e que de certa maneira nos são impostos, para apontarmos criteriosamente valores e objectivos. Se tal não suceder, a ocupação de todos os centímetros e de todos os segundos pelos que propagandeiam oportunismos e toscas formas de marcantilismo deixar-nos-iam numa remota e ignorada penumbra onde foram vazados os que foram e já não são.

Para agudizar a premência do acerto da passada pelas formas sem esquecer conceitos, uma realidade surge de forma avassaladora e numa pressa vertiginosa: a globalização. Não temos tempo para coçar a cabeça cogitando no que ela poderá ser; porque quando acabássemos o gesto ela já cá estava, imponente depois de entrar por todos os poros e interstícios. O tema, muito bem tratado por vários oradores no Congresso Internacional da Maçonaria Regular em boa hora organizado pela GLLP/GLRP, tem pois de ser encarado dentro do Templo.

Com a preocupação de o entender e de, na coerência das nossas formar de intervenção, estudarmos como o devemos olhar e como ele pode influenciar o nosso trabalho.

De uma certeza podemos partir: a cultura maçónica não é monolítica e visa, como sempre, colaborar na criação de mais justos e livres modos de vida, para todos. Está aberta, na segurança dos seus princípios, para ser aperfeiçoada, para poder aperfeiçoar cada homem, para que a humanidade, seja cada vez mais só uma, mais justa e mais livre de todas as amarras.

E sabemos que a Maçonaria prosseguirá na mesma luta, não construindo na utopia mas no mundo em que vivemos um Templo diferente de todos os outros, em permanente aperfeiçoamento, procurando dar, com o respeito pelos mesmos princípios de sempre, respostas às angústias sentidas em cada época.

Numa perspectiva adjunta, a Maçonaria só ensina os conhecimentos que os homens lhe oferecem, só é o que os homens puderem ser, só tem o que o homens lhe derem.

Sempre com a esperança de se tornarem melhores.

Assim tem sido, com a liberdade de pensar e de criar que está na origem de toda a obra da Maçonaria, repelindo um olhar único e não esquecendo que cada tempo formulou as suas perguntas, deu as suas respostas e confrontou os maçons com a sua coragem de dialogar com a transcendência.

Em proféticas palavras que continham uma definição mas também um aviso para o futuro, o pastor Anderson disse que “um maçon nunca será nem um ateu estúpido nem um libertino irreligioso”.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o nono e último de nove excertos que foram aqui publicados; o anterior foi publicado em 15/11/2006, sob o título "A Grande Loja Legal de Portugal / GLRP". A imagem que ilustra este excerto é a fotografia do autor, a quem os colaboradores deste blogue agradecem a autorização dada para a publicação dos textos).

Rui Bandeira

18 novembro 2006

Jornal da Madeira, Fernando Pessoa, Municipalismo e mais coisas...

Pessoa e Municipalismo na Bienal de São Vicente


Durante o dia de ontem foram discutidos em São Vicente temas tão variados como o esoterismo de Fernando Pessoa, como o municipalismo na actualidade portuguesa.
Apesar da contenção de despesas, a Câmara Municipal de São Vicente realizou ontem a primeira Bienal Literária Vicentina. Na sessão de abertura, que contou com a presença de diversas personalidades ligadas à literatura, o presidente da autarquia local, Humberto Vasconcelos, focou a importância deste tipo de evento e acrescentou o facto da cultura ser das áreas mais prejudicadas quando são feitas restrições orçamentais. «As áreas mais sujeitas à diminuição de verbas são precisamente aquelas que se contêm no domíno da cultura, da recreação e do lazer». Apesar de tudo, adiantou o autarca, «o município de São Vicente tem feito um esforço o sentido de manter as apostas culturais por entender ser um dever para o desenvolvimento das populações». Na qualidade de representante do presidente do Governo Regional, o secretário regional do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu, realçou a importância da defesa da identidade cultural, fazendo referência à irreversibilidade da globalização. A ideia — frisou o governante — «é projectarmos no mundo e tornarmos também maiores nesse mundo».
O lado esotérico de Fernando Pessoa
Um dos convidados para esta primeira bienal foi o sobrinho de Fernando Pessoa, o médico Luís Miguel Rosa Dias. Sob o tema “O percurso esotérico de Pessoa”, o orador deu a conhecer o “outro lado” do poeta português. «O meu tio deixou imensos livros sublinhados e estudados sobre astrologia, maçonaria, espiritismo e magia. Como tenho esses livros e como me interesso por esse percurso, resolvi fazer uma espécie de palestra porque eu sei que algumas pessoas só conhecem o Fernando Pessoa como poeta e pouco mais.
Ainda durante a parte da manhã foi apresentado o livro de António Dias, “O Municipalismo em Portugal, Brasil e Cabo Verde”. Fazendo uma comparação com os municípios do continente português, o autor do livro fez referência à Região, enaltecendo o trabalho que aqui tem sido feito, referindo-se à figura de Alberto João Jardim como sendo uma pessoa que o inspirou na realização deste livro. «O Dr. Alberto João Jardim foi uma inspiração para este livro na medida em que a minha tese de licenciatura abordou exactamente as regiões administrativas do continente. Como o presidente do Governo Regional foi o meu professor e falou do tema, quando vim cá à Madeira acompanhado por colegas de curso, vim com espírito aberto para ver quais as diferenças das autarquias madeirenses com as autarquias do continente. Na realidade, aqui vê-se muito mais obra ao nível dos municípios do que se vê no continente», adiantou.

(Lucia Mendonça da Silva em Jornal da Madeira 16/11/2006)

Com uma notícia sobre temas tão brilhantes só posso mesmo não comentar.

JPSetúbal

17 novembro 2006

Tolerancia - parte 2

Eis-me de volta. Muliplos afazeres, algumas questoes de saude, muita falta de tempo, temperado com uma inspiração falha fizeram-me ficar fora do mundo virtual por algum tempo.

Tolerancia, pois eu sou da opinião contrarai à do Rui Bandeira. Tolerancia não é um valor Universal por muito que se lhe faça um dia ou uma declaraçao de Principios.

Aconselho os leitores a procurarem o livro seguinte


Autor: Patrick Thierry Título: Tolerância – Sociedade Democrática, Opiniões, Vícios e Virtudes.
Tradução: Sara Travassos
Editora: Inquérito
Nº de páginas: 132
Ano da Edição: 2003
ISBN: 972-670-418-9


e a lê-lo. Sao 132 paginas em formato bloco de notas e que se lêm muito depressa. Depois de lidas voltem a reler a declaraçao dos principios da Tolerancia e meditem.

Josesr

16 novembro 2006

Tolerância

Hoje é o Dia Internacional da Tolerância.

Mau sinal, quando se cria um dia internacional de qualquer coisa: quer dizer que é preciso chamar a atenção para ela, sobretudo para a sua falta...

A Tolerância não é a descuidada postura que deriva de um complexo de superioridade em relação ao outro.

Pelo contrário, a Tolerância deriva do reconhecimento das nossas próprias imperfeições, dos nossos próprios defeitos, das nossas próprias deficiências. É reconhecendo que não somos perfeitos, que muito temos a melhorar, que entendemos que temos de aceitar os defeitos, as imperfeições dos outros. Porque, afinal, eles também têm de lidar com os nossos defeitos, com as nossas imperfeições...

O maçon tem a estrita obrigação de praticar a tolerância, de não estigmatizar a diferença, de, pelo contrário, conviver com ela e com ela aprender e se enriquecer, ao mesmo tempo enriquecendo o outro.

O maçon não necessita, pois, de um Dia Internacional da Tolerância. Mas pode, e deve, aproveitar esse dia para chamar a atenção para a sua necessidade.

O Dia Internacional da Tolerância foi criado em 16 de Novembro de 1995, através da proclamação e assinatura, no âmbito da UNESCO (organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), da

Declaração de Princípios sobre a Tolerância

Decididos a tomar todas as medidas positivas necessárias para promover a tolerância nas nossas sociedades, pois a tolerância é não somente um princípio relevante, mas igualmente uma condição necessária para a paz e para o progresso económico e social de todos os povos,

Declaramos o seguinte:

Artigo 1º - Significado da tolerância

1.1 A tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. Não só é um dever de ordem ética; é igualmente uma necessidade política e jurídica. A tolerância é uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma cultura de paz.

1.2 A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude activa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderá ser invocada para justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada por indivíduos, pelos grupos e pelo Estado.

1.3 A tolerância é o sustentáculo dos direitos humanos, do pluralismo (inclusive o pluralismo cultural), da democracia e do Estado de Direito. Implica a rejeição do dogmatismo e do absolutismo e fortalece as normas enunciadas nos instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos.

1.4 Em consonância ao respeito dos direitos humanos, praticar a tolerância não significa tolerar a injustiça social, nem renunciar às próprias convicções, nem fazer concessões a respeito. A prática da tolerância significa que toda pessoa tem a livre escolha de suas convicções e aceita que o outro desfrute da mesma liberdade. Significa aceitar o facto de que os seres humanos, que se caracterizam naturalmente pela diversidade de seu aspecto físico, de sua situação, de seu modo de expressar-se, de seus comportamentos e de seus valores, têm o direito de viver em paz e de ser tais como são. Significa também que ninguém deve impor suas opiniões a outrem.

Artigo 2º - O papel do Estado

2.1 No âmbito do Estado, a tolerância exige justiça e imparcialidade na legislação, na aplicação da lei e no exercício dos poderes judiciário e administrativo. Exige também que todos possam desfrutar de oportunidades económicas e sociais sem nenhuma discriminação. A exclusão e a marginalização podem conduzir à frustração, à hostilidade a ao fanatismo.

2.2 A fim de instaurar uma sociedade mais tolerante, os Estados devem ratificar as convenções internacionais relativas aos direitos humanos e, se for necessário, elaborar uma nova legislação a fim de garantir igualdade de tratamento e de oportunidades aos diferentes grupos e indivíduos da sociedade.

2.3 Para a harmonia internacional, torna-se essencial que os indivíduos, as comunidades e as nações aceitem e respeitem o carácter multicultural da família humana. Sem tolerância não pode haver paz e sem paz não pode haver nem desenvolvimento nem democracia.

2.4 A tolerância não pode ter a forma de marginalização dos grupos vulneráveis e de sua exclusão de toda participação na vida social e política, nem a da violência e da discriminação contra os mesmos. Como afirma a Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, "Todos os indivíduos e todos os grupos têmo direito de ser diferentes" (art.1.2).

Artigo 3º - Dimensões sociais

3.1 No mundo moderno, a tolerância é mais necessária do que nunca. Vivemos uma época marcada pela mundialização da economia e pela aceleração da mobilidade, da comunicação, da integração e da interdependência, das migrações e dos deslocamentos de populações, da urbanização e da transformação das formas de organização social. Visto que inexiste uma única parte do mundo que não seja caracterizada pela diversidade, a intensificação da intolerância e dos confrontos constitui ameaça potencial para cada região. Não se trata de ameaça limitada a esse ou aquele país, mas de ameaça universal.

3.2 A tolerância é necessária entre os indivíduos e também no âmbito da da família e da comunidade. A promoção da tolerância e a aprendizagem da abertura do espírito, da audição mútua e da solidariedade devem realizar-se nas escolas e nas universidades, por meio da educação não formal, nos lares e nos locais de trabalho. Os meios de comunicação devem desempenhar um papel construtivo favorecendo o diálogo e debate livres e abertos, propagando os valores da tolerância e ressaltando os riscos da indiferença à expansão das ideologias e dos grupos intolerantes.

3.3 Como afirma a Declaração da UNESCO sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, medidas devem ser tomadas para assegurar a igualdade na dignidade e nos direitos dos indivíduos e dos grupos humanos em todo lugar onde isso seja necessário. Para tanto, deve ser dada atenção especial aos grupos vulneráveis social ou economicamente desfavorecidos, a fim de lhes assegurar a protecção das leis e regulamentos em vigor, sobretudo em matéria de habitação, de emprego e de saúde e respeitar a autenticidade de sua cultura e de seus valores e de facilitar, em especial pela educação, sua promoção e sua integração social e profissional.

3.4 A fim de coordenar a resposta da comunidade internacional a esse desafio universal, convém realizar estudos científicos apropriados e criar redes, incluindo a análise pelos métodos das ciências sociais das causas profundas desses fenómenos e das medidas eficazes para enfrentá-las, e também a pesquisa e a observação, a fim de apoiar as decisões dos Estados membros em matéria de formulação política geral e acção normativa.

Artigo 4º - Educação

4.1 A educação é o meio mais eficaz de prevenir a intolerância. A primeira etapa da educação para a tolerância consiste em ensinar os indivíduos quais são os seus direitos e suas liberdades a fim de assegurar seu respeito e de incentivar a vontade de proteger os direitos e liberdades dos outros.

4.2 A educação para a tolerância deve ser considerada como imperativo prioritário; por isso, é necessário promover métodos sistemáticos e racionais de ensino de tolerância centrados nas fontes culturais, sociais, económicas, políticas e religiosas da intolerância que expressam as causas profundas da violência e da exclusão. As políticas e programas de educação devem contribuir para o desenvolvimento da compreensão, da solidariedade e da tolerância entre os indivíduos, entre os grupos étnicos, sociais, culturais, religiosos, linguísticos e as nações.

4.3 A educação para a tolerância deve visar contrariar as influências que levam ao medo e à exclusão do outro e deve ajudar os jovens a desenvolver a sua capacidade de exercer um juízo autónomo, de realizar uma reflexão crítica e de raciocinar em termos éticos.

4.4 Comprometemo-nos a apoiar e a executar programas de pesquisa em ciências sociais e de educação para a tolerância, para os direitos humanos e para a não violência. Por conseguinte, torna-se necessário dar atenção especial à melhoria da formação dos docentes, dos programas de ensino, do conteúdo dos manuais e cursos e de outros tipos de material pedagógico, inclusive as novas tecnologias educacionais, a fim de formar cidadãos solidários e responsáveis, abertos a outras culturas, capazes de apreciar o valor da liberdade, respeitadores da dignidade dos seres humanos e de suas diferenças e capazes de prevenir os conflitos ou de resolvê-los por meios não violentos.

Artigo 5º - Compromisso de agir

Comprometemo-nos a fomentar a tolerância e a não violência por meio de programas e de instituições no campo da educação, da ciência, da cultura e da comunicação.

Artigo 6º - Dia Internacional da Tolerância

A fim de mobilizar a opinião pública, de ressaltar os perigos e de reafirmar nosso compromisso e nossa determinação de agir em favor do fomento da tolerância e da educação para a tolerância, proclamamos solenemente o dia 16 de Novembro de cada ano como o Dia Internacional da Tolerância.

Há uns milhares de anos, alguém proclamou: "Amai-vos uns aos outros". Comecemos por um mais modesto, mas indispensável, objectivo: toleremo-nos uns aos outros!

Rui Bandeira

15 novembro 2006

A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP


A nossa GLLP/GLRP atravessa uma fase de sereno e coerente crescimento.

Qualquer análise esclarecida tem de assentar em quem somos e nas circunstâncias que nos marginam e o ponto de partida só pode ser um: todo o nosso trabalho visa a construção de um Templo que as nossas humanas limitações não permitem que possamos concluir e não, como com ignorância profana poderíamos conjecturar, utilizar um Templo, por belo que seja na construção do qual não participámos, isto é, na parede do qual não colocámos nenhuma pedra por nós polida laboriosa e conscientemente. Iniciámos, formalmente, a nossa vida colectiva há década e meia; honramo-nos todavia, e, pelos motivos que apontei com toda e legitimidade, de um passado longo e que tão fundas marcas deixou na História da Humanidade.

Muitos são os que têm prosseguido o trabalho feito pelos que nos antecederam. A todos devemos reconhecer o mérito do seu labor e se alguns nomes caíram no esquecimento tal ter-se-á ficado a dever à discrição com que actuaram, o que mais realça a sua coerência maçónica e o seu desapego a ridículas vaidades.

Entre outros temas sobre os quais adiante ensaiarei algumas considerações um há que, na sua aparente linearidade esconde uma dúvida que nalgumas potências estrangeiras vem merecendo aturada reflexão: deverá a Maçonaria do futuro, e portanto a nossa Grande Loja, preocupar-se mais com o Templo ou com a Loja?

Noutras áreas do conhecimento este duelo de cumplicidades entre a Teoria e a Praxis é resolvido com a procura de simbioses. Creio que assim não deverá acontecer no que nos diz respeito. Continuo a crer, firmemente, e nesse sentido tenho actuado, que embora cuidemos do que é feito, este deve ser sempre descendente directo do porque é feito.

Se dermos importância de protagonista à nossa acção, torna-nos-emos, e muitos são os cantos das sereias que no-lo sugerem, um grupo de homens mais ou menos bons que se dedicam a causas mais ou menos boas, como tantos e tantos outros grupos. Seremos menos agredidos pelos intolerantes, é certo, mas, é bem preferível que sejamos agredidos por termos uma cultura própria que determina e margina o que fazemos a navegarmos em mares bonançosos que não são os nossos.

Justamente por isso, têm sido várias as actividades culturais que temos promovido acompanhados do convite à participação dos Obreiros.

Tem de ser este, só pode ser este, o nosso percurso. Os frutos começam a ser bem visíveis sendo estimulante verificar que várias são as RR...LL... interessadas em dar sequência aos exemplos dados, promovendo actividades diversas, inclusivamente a publicação de cadernos como em boa hora a R...L... Astrolábio começou a fazer há alguns anos – estão publicados 32!-.

É a colina dos saberes que fomos reunindo que determinará o que viermos a fazer não sendo razoável admitir que o nosso aperfeiçoamento espiritual dependa mais dos fins do que dos meios. A título de exemplo, aponta-se a beneficência: as acções, e muitas são, que promovemos neste domínio, não são um fim em si mesmas, são a natural consequência da nossa formação maçónica.

Estamos pois a crescer, tendo sempre presente que só nos interessa crescer para sermos melhores, não para, cedendo a interesses pessoais ou de grupo, sermos maiores e mais aptos para conquistarmos lantejoulas ou cifrões. A nossa meta está, só pode estar, muito para além e muito para cima de tais pobres objectivos.

O que estamos a fazer é conseguido com discrição, com prudência e, em especial, com a coerência imposta pelos princípios que seguimos, da Maçonaria Regular. Estes são princípios padronizados pela crença em Deus, Grande Arquitecto do Universo, que todos sentimos, ainda que a possamos viver de formas diferentes. Por isso é com a maior naturalidade que respeitamos as Religiões e os seu representantes, não existindo, da nossa parte, qualquer reticência que possa empanar um relacionamento que pretendemos que seja claro e assente no respeito mútuo.

Também no tocante a outras obediências maçónicas, reconhecidas ou não, recusamos qualquer forma de agressão ou de colisão. A Maçonaria, como a entendemos nós, os maçons Regulares, é trabalho de construção própria, nunca o de destruição do trabalho alheio.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o oitavo de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 13/11/2006, sob o título "Os Altos Graus"; o próximo, e último, terá o título "Como prosseguir").

Rui Bandeira

14 novembro 2006

Hangar de Sonhos - Odes Brancas

É o título do livro que Mário Máximo agora publica, através da editora Sete Caminhos, e que vai ser apresentado amanhã, 15 de Novembro, pelas 18 h 30 m, na Livraria Bertrand do Vasco da Gama, em Lisboa. A apresentação será efectuada pelo escritor Ernesto de Melo e Castro.


Mário Máximo
nasceu em 19 Setembro de 1956, na cidade de Lisboa. A sua vida repartiu-se por Olival Basto (até aos sete anos), Lisboa (até aos trinta e cinco) e Odivelas, onde reside há cerca de uma década.

Desde bastante cedo ligado às questões da literatura e da criatividade literária, deram os jornais a conhecer muitos dos seus poemas, mas também o conto e a crónica. O guionismo para televisão tem sido outra das suas ocupações. Em 1986 publicou o primeiro livro: um livro de poemas. Desde então, sucederam-se mais cinco livros de poemas e um romance: Um Milhão de Anos, editado por Perspectivas & Realidades em 1986 – Poesia; Meridiano Agreste, editado por Tertúlia Editora em 1991 – Poesia; Hedonista, editado por Tertúlia Editora em 1994 – Poesia; Paisagens da Utopia, editado por Tertúlia Editora em 1996 – Poesia; A Ilha, editado por Hugin Editores – Romance; Arte Real, editado por Hugin Editores – Poesia; Oração Pagã, editado por Hugin Editores – Poesia.

Mário Máximo exerce presentemente as funções de Presidente do Conselho de Administração da Odivelcultur, empresa municipal que assegura a gestão de três equipamentos culturais no concelho de Odivelas, distrito de Lisboa, o conhecido Centro Cultural da Malaposta, o Centro de Artes e Ofícios e o Auditório Municipal da Póvoa de Santo Adrião.

Homem de cultura, mas também homem da vida prática, da gestão de equipamentos culturais, tem vindo regularmente a publicar a sua poesia.

O lançamento deste seu último volume é, assim, pretexto para conhecer e contactar com o poeta gestor. Uma boa oportunidade a aproveitar por quem se puder deslocar à Bertrand do Vasco da Gama.

Rui Bandeira

13 novembro 2006

Os Altos Graus

Os Altos Graus integrados por Obreiros da GLLP/GLRP e por estas reconhecidos, oferecem meios de aprofundamento espiritual específicos de cada Rito, no prosseguimento harmonioso do trabalho em Loja que continuará a ser a base onde assentará a vida maçónica.

O muito que lhes deve a Maçonaria Regular advém em larga medida do perfeito entendimento que tem existido, assente no respeito mútuo, entre a GLLP/GLRP e cada uma das estruturas representativas dos Altos Graus. A unanimidades de posições, nomeadamente quando do relacionamento com potências estrangeiras, muito tem contribuído para que a Maçonaria Regular Portuguesa goze da imagem de rigor e de coesão que tanto a prestigia. As diferenças pontuais com que interpretam as formas que a cultura maçónica assume não traduzem contradições mas propostas de enriquecimento, tendo plena justificação a aprendizagem levada a cabo por Obreiros que, trabalhando em diferentes Altos Graus, contrastam versões e interpretações que mais não são do que perspectivas de uma mesma obra, belamente dramatizada.

Não tem sido esquecido que os caminho percorridos oferecem maiores e mais embelezadas formas de progressão mas não podem substituir a solidez do tronco donde brotam nem as raízes implantadas na sociedade, uma e outras oferecidas pelas RR...LL... azuis.

Justifica bem uma referência o facto de que os estudos aprofundados feitos nos Altos Graus, com rigor e exigência cientifica, muito podem contribuir para que sejam desmitificados muitos livros, documentos e filmes, hoje tanto na moda, nos quais, despudoradamente, são tratados de forma oportunista temas que merecem o nosso respeito.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o sétimo de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 9/11/2006, sob o título "As Respeitáveis Lojas"; o próximo terá o título "A Grande Loja Legal de Portugal / GLRP").

Rui Bandeira

10 novembro 2006

Do Verão de S. Martinho à doação de sanguezinho


Ele aí está, indiferente às propaladas alterações climáticas, o Verão de S. Martinho! Hoje, em Lisboa, o céu é azul, a cidade brilha com a luminosidade que lhe é característica, a temperatura é amena. As previsões meteorológicas indicam que assim continuará a ser amanhã, 11 de Novembro, o dia de S. Martinho. As chuvas torrenciais e as inundações são já recordação de há alguns dias, daqui por uns tempos vai voltar a chover e o frio vai aparecer, mas, por agora, todo o portuga que se preza levanta o rosto em direcção ao Sol e goza, deliciado, esta pausa na invernia que o Povo de há muito crismou de Verão de S. Martinho.

É curioso como efectivamente, na maior parte dos anos, há, por volta de 11 de Novembro uma melhoria, por vezes acentuada, do tempo. Não é, realmente, só impressão decorrente de este ano o tempo estar bom agora. Há factos e datas que nos marcam e eu, pessoalmente, sempre prestei muita atenção ao S. Martinho, porque foi num dia de S. Martinho, era eu ainda criança de escola primária, que o meu pai teve um grave acidente de trabalho. Desde então, sempre tive especial atenção a esta data, ao dito Verão de S. Martinho e venho, ao longo de mais de quatro dezenas de anos , efectivamente verificando que existe, no nosso país, uma melhoria de tempo por estes dias do ano e que os anos em que tal não sucede são excepções.

Para mim, portanto, confirma-se a justeza da sabedoria popular quando fala - e não é de agora, é de gerações que se perdem na bruma do tempo... - no Verão de S. Martinho.

Reza a lenda que S. Martinho, garboso cavaleiro, certo dia tempestuoso, de grossa chuva e vento gélido, deparou com um pobre desgraçado que, meio morto de frio, apenas dispunha de rotos farrapos para se cobrir e que o Santo, com a sua espada, cortou a sua capa ao meio e deu ao desafortunado metade dela para que se pudesse aquecer, reservando para si a outra metade, para poder, ele também, arrostar com a intempérie e com o frio. Feito isto, o milagre aconteceu: em reconhecimento do acto de misericórdia e solidariedade do Santo, o Omnipotente de imediato fez cessar a tempestade, afastou o vento e as nuvens e o Sol brilhou, aquecendo aquelas paragens e, especialmente, impedindo que o Santo, agora só com metade da capa, sofresse com a fúria dos elementos.

E, em homenagem àquele acto de solidariedade, desde então, no dia que viria ser dedicado a S. Martinho, a Divina Providência se encarregaria de agraciar, não sei se a Humanidade toda, se só os que vivem neste cantinho, com uma melhoria de tempo, popularmente reconhecida como o Verão de S. Martinho.

O dia de S. Martinho é, então, uma data que alude à solidariedade humana.

Melhor dia não haverá, então, para manifestar essa solidariedade com um gesto simples e alguns minutos do nosso tempo: IR DAR SANGUE!

Não se esqueçam: amanhã, dia de S. Martinho, aproveitem o bom tempo para, durante a manhã, ir ao Instituto Português do Sangue, no Parque da Saúde, Av. do Brasil, Lisboa, dar sangue, no âmbito da acção organizada pelo Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues. Até as castanhas e o vinho novo ou a água pé vos vão saber melhor!

Todos ganham!

(O desenho que ilustra este texto é da autoria de Ana Patrícia Gonçalves Barbosa, que, em 10 de Novembro de 2004, frequentava o 3.º ano de escolaridade na EB 1 de Campo, Campo do Gerês, Terras do Bouro. Uma ternurinha, só possível de descobrir e apreciar, porque, em boa hora, e no âmbito do programa "Internet na Escola Básica Inicial", aquela Escola Básica tem um interessante sítio na Rede. Abençoado choque tecnológico...)

Rui Bandeira

09 novembro 2006

As Respeitáveis Lojas


As Respeitáveis Lojas são a célula donde brota a vida maçónica. Não há em Maçonaria estrutura mais determinante, mais padronizadora de saberes e de comportamentos. É na Loja que se aprende, é na Loja que se convive, é na Loja que nos assumimos, é na Loja que podemos, se para tanto o nosso engenho e a nossa arte o permitirem, transformar quem somos em quem queremos ser.

Respeitando os mesmos princípios que os restantes Irmãos, percebemos que lhes devemos oferecer, todos os dias, no Templo e fora do Templo, a nossa fraternidade; que o nosso pobre egoísmo ficou, com as nossa pobres vaidades, esquecido fora da Loja, numa atitude que – e há que o acentuar vivamente – não é só fruto da cultura, como da inteligência, como da maturidade que alguns percebem, como da inteligência, como da maturidade que alguns percebem que não é desprendimento pela vida mas amor à vida e ao que ela encerra de mais nobre e mais digno.

Tudo isto pode ser percebido, sentido e interiorizado em Loja pelo estudo que vivamente se aconselha dos nossos rituais e dos muitos textos que nos podem enriquecer mas serão sempre limitados os resultados se não houver um esforço de superação consciente e persistente.

Não são as Lojas estruturas isoladas. Mau sinal seria se proporcionassem a fraternidade entre os Obreiros de cada uma e não a fomentassem entre os Obreiros que trabalham em diferentes Lojas. Esse risco nem sempre é ultrapassado por Lojas que, embora trabalhando muito bem, se esquecem de que o Movimento Maçónico, (o Mundo Maçónico, a Família Maçónica) não é um arquipélago constituído por ilhas que ignoram a vida das restantes mas é um todo cuja eficácia é resultante do somatório dos trabalhos dos seus membros.

Os Regulamentos existentes, quer o da GLLP/GLRP que os das RR...LL..., corolários daquele, não são mais de um conjunto de normas que servem de referência para o trabalho concreto mas que devem ser sempre vistos como uma emanação dos nossos princípios e dos nossos “Landmarks”.

Não há, e é importante que tal seja plenamente assumido e entendido, uma estrutura maçónica inspirada em estruturas ou códigos profanos, tenham eles origem cultural, política ou social. Como não há uma hierarquia dependente da decoração dos aventais; a decoração dos aventais, salvo no tocante à que caracteriza o grau de cada Obreiro é um indicativo de responsabilidades assumidas durante um período de tempo, e nunca um objectivo que permite a satisfação de vaidades puramente profanas. Cada nova responsabilidade assumida em Loja, inclusive no seu Quadro de Oficiais tem de ser encarada como estímulo para um maior aperfeiçoamento como acontece, ainda com maior exigência, quando da iniciação da passagem a Companheiro e da elevação a Mestre. Pela mesma ordem de razão não são toleráveis os falsos argumentos freudianos que alijam responsabilidades que são claramente das RR...LL... para outras estruturas da GLLP/GLRP.

Daqui a estupefacção que sentimos por vezes quando somos confrontados com a ideia, nascida da ignorância, de que “as RR...LL... devem cumprir o programa da Grande Loja”.

Como é de todos sabido são promovidas, em especial desde há poucos anos, diversas iniciativas de que podem participar Irmãos de todos as Lojas, nomeadamente no âmbito cultural. Mas estas participações são sugeridas, nunca impostas, e têm a intenção de enriquecer a formação dos Obreiros não se pretendendo, bem pelo contrário, desmotivar a acção das Lojas, que deverá partir sempre da sensibilidade, das circunstâncias e da capacidade de trabalho e de organização de cada R...L... na convicção que todos temos de que esta é fonte criadora do livre pensamento. E este, aberto à vida e à verdade, pesquisa, investiga, estuda, respeitando os que sabem mais mas procurando sempre caminhos próprios.

Aos Órgãos da Grande Loja compete coordenar, estimular e se necessário intervir se os nossos documentos fundamentais não estiverem a ser respeitados; para além do cumprimento das atribuições que lhe estão naturalmente cometidas. Também lhes compete colaborar na criação de melhores condições de trabalho como vem sucedendo no tocante à consagração de novos Templos; e catalizar apoios favorecendo, por exemplo, o levantamento de colunas ou reinício da actividade de várias RR...LL.... Como se percebe, é bem preferível seguir este caminho de verdade do que criar novas RR...LL... só com a intenção de nos vangloriarmos com o seu número.

Tem sido bem visível o aumento do grau de exigência das RR...LL..., nomeadamente no que diz respeito ao rigoroso cumprimento dos rituais. Por aí teremos de prosseguir, como terá de continuar a ser prestado apoio pela RR...LL... com maior número de obreiros e maior dinamismo às suas Irmãs. Também por este caminho de entreajudas se tornará mais límpida a diferença entre o fundamental e o acessório; o grau de exigência seguido em cada R...L... é testemunho da forma como sabem encarar duas virtudes que não nos cansamos de apontar: a dignidade e a verdade. São virtudes visadas no mundo profano que nós, numa Ordem Iniciática, que respeita valores espirituais, por maior força de razão deveremos, sempre respeitar.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o sexto de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 7/11/2006, sob o título "Obreiros"; o próximo terá o título "Os Altos Graus").

Rui Bandeira

08 novembro 2006

Salpicando Poesia

Amanhã, dia 9 de Novembro, no Grémio Literário, na Rua Ivens (ao Chiado), em Lisboa, pelas 18 h 30 m, o Dr. Miguel Roza (de pé, na fotografia, proferindo uma palestra a convite do Elos Clube de Lisboa) procede ao lançamento do seu novo livro, Salpicando Poesia.

Miguel Roza já anteriormente publicara uma bem humorada colectânea de narrativas, De médico e de louco de tudo um pouco e um livro a propósito de Fernando Pessoa, Encontro Magick: Fernando Pessoa / Aleister Crowley, com os quais partilhou com os leitores a sua experiência em dois aspectos distintos da sua vida: a sua carreira profissional de médico e o seu parentesco com Fernando Pessoa, de quem é sobrinho.

Agora lança um livro de poesia. Publicado por um sobrinho do maior expoente da Poesia portuguesa do século XX, só pode provocar interessada expectativa.

Por mim, tenciono estar amanhã no Grémio Literário! Não perderá o seu tempo quem como eu fizer.

Rui Bandeira

07 novembro 2006

Obreiros


A Grande Loja é o reflexo de que as Lojas são e tem o que as Lojas lhe dão. E as Lojas são o que os seus Obreiros forem e têm o que os seus Obreiros lhes derem, em fraternidade, em solidariedade, em trabalho, em valorização cultural, em vontade de servir e na sua permanente luta pela superação.

Os obreiros são diariamente desafiados por si próprios a serem e agirem na qualidade de maçons: de homens honrados com uma iniciação, que lhes conferiu responsabilidades novas que os impele a lutarem contra os pobres e redutores hábitos profanos, os quais, instintivamente os conduziriam sempre, rotineira e mecanicamente, por uma senda de cinzentos e responsáveis comodismos.

Os maçons sentem, com plena naturalidade, que só poderão prosseguir, ou seja, valorizar-se espiritualmente, se aprenderem a cultivar as expressões mais nobres do respeito pelos outros e por si próprios.

E, com a mesma naturalidade, aceitarão os aumentos de salário que são atestados que comprovam aumento de conhecimento e de capacidade para assumirem maiores responsabilidades, sem caírem no logro profano de se envaidecerem com avanços que são, unicamente, simbólicos, na convicção de que todos, exactamente todos, estão conscientes da sua ignorância..

Por isso, é com constrangimento e tristeza que assistem à exibição de decorações ou ao enunciado de cargos, e de graus, que patenteiam mediocridades que ferem os ideais maçónicos.

Os Obreiros sabem bem que, independentemente das circunstâncias históricas, culturais e sociais de cada tempo, a Maçonaria deve ser discreta; passou o muito longo período em que fomos forçados a ser secretos mas, de acordo com o atrás dito, importa-nos, sempre, muito, o ser e nada o parecer.

Por estes, e por muitos outros motivos conhecidos dos maçons, a criteriosa selecção dos candidatos a Obreiros da Ordem deverá sempre ter em consideração que pretendemos que os iniciados sejam homens de bem, independentemente do estrato a que pertençam no mundo profano. Ainda devo acrescentar, para maior clarificação que, se não devemos impedir a entrada no Templo de um operário também, não devemos impedir a entrada de um ministro. O critério é outro e bem outro.

A formação dos Obreiros, à qual se podem em diversos casos apontar lacunas, é como sabemos, da responsabilidade de toda a Loja, em especial do Venerável Mestre, do 1º e do 2º Vigilantes.

Tarefa bem difícil, de todas a que melhor traduz a luta pela transformação da pedra bruta em pedra polida, encerra um imenso desafio: os maçons são filhos e foram moldados pela sociedade que eles querem transformar através da sua própria transformação.

Será, a este respeito muito em breve editado pela GLLP/GLRP um livro elaborado pela R...L... Pisani Burnay onde a nossa Ordem Maçónica Regular e os seus objectivos são levados ao conhecimento dos iniciados.

Para que a valorização se torne possível, é necessário que o maçon seja persistente, seja paciente, saiba suportar a incompreensão e a intolerância dos outros. E seja capaz, o que se reveste também de grandes dificuldades, de encarar, com isenção, o significado que deve atribuir à tolerância.

Se, como disse, devemos suportar, e em muitos casos compreender, a intolerância alheia, sempre oriunda da ignorância e da insegurança, não podemos usar da mesma bitola quando olhamos para nós e para os nossos Irmãos. O grau de exigência deve ser muito maior; não ignoremos que a quase totalidade dos problemas com que nos defrontamos são criados por nós próprios. Porque somos discretos, nos associamos e interagimos local, nacional e internacionalmente, muitos nos olham como um descuidado veículo para quem tem ambições pessoais sejam de carácter profissional ou envolvam necessidades de afirmação e de nós se quer servir.

E, quando surgirem dúvidas relativamente às proporções da nossa tolerância para com os que nos antagonizem, lembremo-nos que só uma atitude devemos tomar, consentânea com a cultura que nos especifica: não insultar quem nos insulta, não guerrear com quem guerreou, muito menos no Templo, mostrando que somos capazes de travar o diálogo e que partimos para este sempre mostrando que queremos ouvir os outros e, o que muito reforça moralmente a nossa posição, que estamos disponíveis para melhorarmos os nossos conhecimentos pela aceitação dos argumentos alheios se estes se mostrarem mais sólidos.

Porque a beleza da nossa cultura nasce do facto de estarmos mais interessados em aprender do que em ensinar, com a coragem intelectual de quem quer ter opinião fundada numa opinião livre e consciente.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o quinto de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 6/11/2006, sob o título "Maçonaria e Maçonarias"; o próximo terá o título "As Respeitáveis Lojas").

Rui Bandeira

06 novembro 2006

Maçonaria e Maçonarias


Quer no mundo profano quer por vezes no próprio seio da Maçonaria surgem algumas perplexidades, criadas pela auto anunciada existência de grupos que se consideram maçons e que vão, num ou noutro ponto, dando origem a confusões de diversa índole.

Há que, a este propósito reflectir um pouco, no respeito pela nossa cultura, pelos nossos princípios e por quanto representamos.

De dois pontos devemos partir: por um lado, não nos considerarmos detentores da verdade única e sermos tolerantes, por outro, devemos ser rigorosos e exigentes.

Por outras palavras: devemos respeitar todos os que de boa fé, respeitam os mesmo princípios que nós e não devemos nem podemos respeitar os que, sem pudor, se aproveitam do nome da Maçonaria, erguido laboriosa e persistentemente por muitos ao longo de séculos, colocando-o ao serviço de ridículas vaidades pessoais ou de desígnios menos claros.

Em linhas gerais, há em Portugal, duas grandes Ordens Iniciáticas Maçónicas: o Grande Oriente Lusitano e a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP.

Como é sabido, ainda que por vezes, tal seja escamoteado, o mundo maçónico, em 1877, afastou da sua convivência o Grande Oriente de França por este pretender seguir por uma via que, por ser ateia, antagonizava os próprios Landmarks da Maçonaria. O facto da principal corrente maçónica portuguesa de então ter secundado a atitude do GOF fez com que tanto um como outro fossem a partir de então – até hoje – considerados irregulares.

Só no decurso da década de oitenta, na esteira da abertura introduzida em 1974 pelo movimento de 25 de Abril, se intensificaram os esforços que levariam ao restabelecimento da Maçonaria Regular em Portugal, que culminariam com a consagração da Grande Loja Regular de Portugal em 1991.

Hoje, a Maçonaria Regular Internacional, que se estima representar bem mais de noventa por cento de toda a Maçonaria Internacional, reconhece a GLLP/GLRP como lídima, e única representante da Regularidade em Portugal.

Como em muitos outros períodos, os interesses individuais, e até, naturais diferenças de opinião e de postura, deram origem a algumas secessões; destas a que deixou cicatrizes mais fundas foi a da chamada “Casa do Sino” tendo permanecido na facção então criada diversos Obreiros iniciados entre nós, vários dos quais já regressaram ao nosso convívio.

Uma ou outra vez ouvimos algumas vozes clamar pela unidade de todos os maçons portugueses. Ainda que por detrás da proposta haja muitas intenções sãs, devemos atentar em que:

  • A fusão entre as duas grandes potências maçónicas portuguesas – e só no caso destas tal se poderia conjecturar – seria sempre um acto contra natural. Se uma das Ordens mostrasse – ou mostre – interesse na fusão, reconheceria que abdicava das suas convicções, abjurava os juramentos feitos e, implicitamente, admitia aderir aos princípios pela outra Ordem respeitados; também de forma bem implícita aceitava que se encontrava numa fase de declínio ou de confusão institucional e que desistia das formas de luta que vinha adoptando.

  • Porém, e repetindo o já muitas vezes dito, a nossa coerência e a nossa tolerância, determinam que abramos as portas do nosso Templo aos que estão convictos de que merecem o título nobre de maçons desde que, naturalmente, se apresentem um a um – nunca em grupo – se encontrem nas condições impostas pelos Regulamentos da GLLP/GLRP e sejam aceites no seio de uma R:.L:. Foi esta situação já vivida diversas vezes, devendo acentuar-se que nunca houve qualquer tipo de aliciamento ou convite nascido na nossa Ordem. Tal seria abusivo, condenável e assumiria até formas próximas do não entendimento do que são valores maçónicos.

  • Por maior força de razão, esta atitude vem sendo adoptada, e continuará a sê-lo, para com os elementos dos outros grupos que se auto intitulam maçons.

  • A nossa Ordem não pode agir de outro modo, já que tal se traduziria no não cumprimento dos nossos deveres e , eventualmente, no risco de vermos negado o reconhecimento internacional, a que vimos fazendo jus.

  • As muitas sugestões que chegam às nossas RR:. LL:. para a realização de encontros e reuniões com membros de instituições que actuam em áreas próximas da nossa, mas não são reconhecidas, deve ser encarada, como claramente os Regulamentos o determinam, com toda a prudência e, obviamente, nunca poderão assumir qualquer expressão ritual.

A imprudência suscitada pela nossa tolerância unicamente poderia trazer benefícios aos autores das sugestões, sejam ou não estas formuladas desinteresseiramente.

Numa perspectiva adjacente, devemos recordar que as Ordens Iniciáticas que se reclamam da Regularidade respeitam todas elas, inclusivamente para merecerem, o reconhecimento internacional das suas pares, as mesmas Regras que são consideradas desde há muito imutáveis.

Determinam, entre outras disposições, que “A Maçonaria é uma Ordem, à qual só podem pertencer homens livres e de bons costumes...” e, mais adiante que “Os Maçons só devem admitir nas suas Lojas homens de honra...”.

Não é assim consentida a presença feminina nos Templos nem nos Trabalhos Rituais.

Todavia não deve tal ser entendido como sinal de menor respeito pelas mulheres nem pelas instituições em que se agrupam e que tenham relação cultural com os nossos valores e objectivos, como sucede no tocante à Grande Loja Feminina.

Todas estas questões, como muitas outras relacionadas com a legitima integração dos maçons numa vastíssima família, transportam-nos, naturalmente para um outro plano: o da Maçonaria Internacional, para as suas regras e exigências.

E aqui, bem ao contrário do que por vezes se anuncia, o quadro é mais claro do que poderíamos conjecturar: toda a Maçonaria visa os mesmos objectivos, toda obedece aos mesmo princípios, toda se rege pelas mesmas normas. Não há por parte das potências maçónicas internacionais nem vontade nem legitimidade para intervirem na vida interna das suas Irmãs. Unicamente, e a sabedoria maçónica o determinou, há a possibilidade de aceitarem que se sentem à mesma mesa os que respeitam os mesmos princípios e as formas de os observarem, assim como de rejeitarem, a presença dos restantes.

A aceitação é tanto maior quanto mais se reveste de dignidade; as rasteiras subserviências não são obviamente toleradas neste cenáculo de homens livres que representam outros homens livres.

Algumas interrogações levantadas em Ordens estrangeiras, levadas a hesitações quanto ao reconhecimento da GLLP/GLRP, suscitadas pela secessão de 1996, foram respondidas com o uso da única forma que a Maçonaria reconhece nestes casos: com a verdade, a persistência e a discrição.

Os laços que têm sido estabelecidos ou reforçados com as Ordens estrangeiras que podemos e devemos reconhecer são hoje sólidos e traduzem-se em acções nas quais participam não só os seus mais altos representantes como em acções que conduzem a geminações entre RR:.LL:. de países diferentes, desde que, naturalmente, suscitem a concordância dos respectivos Grão-Mestres. Não esqueçamos também a importância de que se reveste a visita que individualmente muitos maçons fazem a RR:.LL:. estrangeiras, para o que devem ser portadores do necessário passaporte maçónico.

Para o reforço destes laços, têm contribuído, e mais contribuirão, com o seu trabalho os Irmãos que são Garantes de Amizade, ou Grandes Representantes junto de ordens estrangeiras irmãs.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o quarto de nove excertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicado em 2/11/2006, sob o título "A Maçonaria hoje"; o próximo terá o título "Obreiros").

Rui Bandeira

03 novembro 2006

O MUSEU DO SILVA




Alguma vez ouviram falar no “Val Pequeno” ?
Pois é um lugar no concelho da Amadora, freguesia de S. Brás, à beira da estrada de ligação Pontinha-Caneças que separa os concelhos de Odivelas para um lado e Amadora para outro.
Val Pequeno calhou do lado da Amadora !
Ora bem... Val Pequeno vem à conversa porque quem segue estrada fora, se mantiver alguma atenção aos letreiros (mais que muitos), verá uma placa surpreendente, indicando o “Museu do Silva” !
Assim tal qual, “Museu do Silva”.

Fui até lá com a dúvida existencial que me acompanha desde que o AJJ se referiu ao Sr. Silva, na expectativa de que, finalmente havia descoberto o Silva...
Não foi assim, não acredito que seja este o tal Silva do AJJ.

O Museu do Silva é um espectacular repositório de recordações de um Casal que tendo nascido em Jales, Trás-os-Montes, trouxe para a grande cidade as recordações de infância e do tempo de trabalho no campo e nas minas, que sendo as suas recordações são simultâneamente parte da história do povo português, profundo como alguém costuma dizer de tudo o que não se refira a Lisboa ou Porto.

Albano Teixeira da Silva tem investido todo o tempo que lhe resta para além do emprego diário para alimentar a arte extraordinária de miniaturista, que “nocturnamente” desenvolve na sua mini-oficina ao canto do museu (50 m2 de arte das miniaturas), construindo as peças, os ambientes, os edifícios que marcaram a sua memória da vida em Jales.
Os moínhos, as máquinas de tratamento do centeio, do algodão, as minas de ouro, a escola onde aprenderam a ler, os animais que ajudaram ao trabalho na terra, fontanários, a igreja, a casa da tia,... os pormenores da vida da aldeia, a que existiu e a que ainda resiste.


Aconselho vivamente a visita.
Vão ver que vale a pena ser recebido pelo artista, Sr. Silva, ou pela esposa, companheira das recordações e da conservação deste museu da vida.
A visita ao museu, que é gratuita, é a única paga que o casal recebe pela disponibilização deste espaço de cultura a quem se lhes apresenta à porta.
Porque de resto tudo corre por conta dos próprios, sem subsídios, sem rendas, sem bilhetes de entrada.

Rua do Casal de Branco, 39
Casal da Mira - S. Brás
Tel. 214 939 330

Sábado e Domingo está aberto todo o dia.
Durante a semana convém marcar.

JPSetúbal

QUEREMOS MAIS SANGUE!!!

Não, não é nenhum apelo à violência, pelo contrário!


Como se pode ver pela simpática imagem aqui ao lado, a ideia é efectuar mais uma acção de doação de sangue.

Como de costume, não se esqueçam que não custa nada, não paga imposto nem taxa moderadora e contribui para salvar vidas!

Façam o favor de reservar JÁ na vossa agenda a manhã de sábado, dia 11 de Novembro. Entre as 9 e as 12,30 horas, lá vos esperamos, como habitualmente nas instalações do Instituto Português de Sangue, no Parque da Saúde, Av. do Brasil, Lisboa.

Quem já deu, já sabe que por mero e automático efeito da sua doação de sangue, fica incluído no Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues (basta ter o cuidado de mencionar pretender essa inclusão no preenchimento da sua ficha) e, assim, imediatamente beneficiário, para si e sua família dos depósitos de sangue que todos os membros do grupo vêm fazendo.

Quem ainda não deu, fica a saber e vai dar!

Quem já deu uma vez e der pela segunda vez em menos de um ano, vai receber em casa um elegante cartão de dador de sangue, emitido pelo IPS, com o respectivo grupo sanguíneo inscrito. Para além disso, fica oficialmente autorizado a usar no peito um emblema com a frase "Eu não pago taxas moderadoras!" ou, se preferir a nova versão, disponível a partir de 2007, pode optar pela frase "Ó Campos, eu não pago taxas por operações nem internamentos!". Como vêem, cá connosco é só mimos!

Em tom (um pouco) mais sério, convém lembrar que esta acção NÃO É RESTRITA a membros da Loja Mestre Affonso Domingues, nem sequer a maçons. TODOS são bem-vindos! O que importa é recolher dádivas de sangue, que muita falta faz! Assim, os caros visitantes do blogue que quiserem aparecer e contribuir estendendo os respectivos bracinhos à simpática agulhinha dos não menos simpáticos enfermeiros e enfermeiras do IPS, não se acanhem e apareçam! Como bónus, ainda têm oportunidade de conhecer uns quantos indivíduos, tidos por misteriosos, que costumam chamar-se reciprocamente por "Irmãos" - só não vão ver é os famosos aventais, que nós, nestas coisas, costumamos andar à civil...

Todas as pessoas saudáveis e sem comportamentos de risco, entre os 18 e os 60 anos, podem dar sangue, SEM QUALQUER PREJUÍZO PARA A SAÚDE. Aliás, previamente à doação, cada pessoa beneficia de uma consulta médica e faz uma análise rápida ao nível de hemoglobina e, à mínima dúvida de que a doação possa causar qualquer problema ou risco, é o próprio médico do IPS que declara não dever ocorrer a doação.

Assim, no sábado 11 de Novembro esperamos o vosso SANGUE!!!

ATENÇÃO: ao contrário do que muitos pensam, NÃO É NECESSÁRIO, NEM SEQUER ACONSELHÁVEL, ir em jejum. Deve-se apenas ter o cuidado de não consumir gorduras nem álcool nas horas anteriores à doação. Portanto, já sabem: tomem o leitinho e comam um pãozinho (sem manteiga...) ao pequeno almoço, para evitar quebras de tensão...

UMA ÚLTIMA NOTA: a fim de evitar grandes esperas, seria conveniente que se tivesse antecipadamente (até dia 8) uma noção do número de dadores que vão comparecer, para, em caso de necessidade, o IPS reforçar a sua equipa. Para o efeito, os membros da Loja devem avisar o Venerável Mestre de quantas pessoas do seu círculo familiar e social vão comparecer. Os caros visitantes deste blogue que nos quiserem dar o gosto da sua presença e solidariedade, podem fazer o favor de avisar para o endereço de correio electrónico bandeira.rui@gmail.com.

Para acabar em beleza: é importante que venham e que avisem! Este ano esmerámo-nos a negociar com o IPS e, se conseguirmos garantir, até ao dia 8, um mínimo de 100 doações naquela manhã, temos direito a TRATAMENTO VIP . Qual é ele? Não digo, mas só para terem uma ideia, quando o tratamento é VIP, o reforço de enfermeiras é particularmente cuidado. Ora vejam lá:
























E, para não haver injustas acusações de machismo, meninas e senhoras dadoras, o tratamento VIP, se a ele tivermos direito, também abrange especial cuidado no reforço de enfermeiros, como também podem ver...

Rui Bandeira